– Henzel será lembrado por mim!

O que dizer de alguém que cai num acidente de avião onde quase todos morrem e ele é um dos pouquíssimos sobreviventes, retoma a vida, ensina e orienta aos outros viverem intensamente para que a vivência valha a pena e… morre “jogando bola”?

O jornalista Rafael Henzel, que resistiu à queda do acidente aéreo no vôo da Chapecoense, faleceu aos 45 anos de infarto, enquanto se divertia praticando futebol com os amigos.

Que descanse em paz. E a capa do seu livro “VIVA COMO SE ESTIVESSE DE PARTIDA” deve ser lembrado por todos nós. Afinal, não sabemos nem o dia e nem a hora da nossa despedida.

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– Sumiram?

Procurando por aí as informações sobre o Resultado das Eleições do Sindicato dos Árbitros Paulistas (SAFESP) e… nada!

Sumiram?

Que “nada mesmo”; elas não ocorreram.

Basicamente (entre outras coisas que estão na Justiça), não foi aceita a chapa da oposição  pois o candidato Aurélio Sant’Anna Martins não reside na capital paulista, e sendo de Jacareí, não poderia se dedicar a causa (além da questão de ser árbitro atuante). Mesmo o Estatuto de 2004 dizendo que tudo isso era bobagem, o comitê eleitoral do Sindicato fez valer o de 2003 (que colocava essas condições). A chapa, se assinou ele, bobeou. Insisto: deveria fazer pressão para valer na oportunidade o correto, de 2004, a fim de evitar isso.

Mas como justificar que o outro candidato, o situacionista e atual presidente, Arthur Alves Junior, está na Paraíba (um pouco longe da capital paulista, creio eu) e trabalha como Presidente da Comissão de Árbitros da Federação Paraibana de Futebol? Não é pelo sindicato de lá, mas pelo “patrão”.

Ou anula as duas chapas ou aceita-se as duas. Afinal, não são situações similares de dedicação exclusiva exigidas e compatibilidades?

O que será que a FPF está pensando sobre tudo isso, não?

Hum…

Resumindo: as Eleições estão suspensas até que se decida pela Justiça.

Ops: apenas a Coluna do seu Euclydes Zamperetti Fiori, no Blog do Paulinho, tem tratado do assunto (e com muita imparcialidade e correção, faça-se o registro). Soube até que está sendo atacado por covardes diante da sua isenção e honestidade. Mas me questiono: os meios isentos de jornalismo esportivo, voltados à arbitragem, não existem ou abdicaram da cobertura? Olha só que nicho a ser explorado e que não é: o  de escrever sobre a arbitragem de futebol, já que existe essa lacuna

Em tempo: não sou jornalista esportivo, tenho um blog opinativo dada à minha formação e sou dedicado a outras atividades profissionais.

Meu texto anterior sobre esse assunto pode ser acessado aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/03/05/carta-aberta-de-um-nao-eleitor-nao-militante-nao-sindicalizado-e-nao-entusiasta-do-safesp-nem-de-coafesp-ou-orgao-apocrifo/

Acrescento também essa interessante matéria do Blog Olhar Olímpico, do UOL, sobre esse mesmo assunto: https://olharolimpico.blogosfera.uol.com.br/2019/03/25/justica-suspende-eleicao-do-sindicato-dos-arbitros-apos-acusacao-de-fraude/

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– Tite e a re-conquista da Empatia!

Sempre gostei muito do trabalho do treinador Tite. Porém, sejamos justos que as contestações que está recebendo neste momento como treinador da Seleção Brasileira, muitas delas, são justas (mesmo com o excepcional índice de aproveitamento, acima de 80%, embora contra adversários nem sempre incontestáveis).

Quando o técnico Carlos Alberto Parreira, indiscutivelmente um estudioso do futebol, respeitadíssimo no Exterior e entre seus pares, disse que no futebol “o gol somente é um detalhe” (dentro de um contexto onde explicava seus conceitos), o mundo caiu-lhe sobre a cabeça. Não é o linguajar que o torcedor gosta de ouvir, pois traz antipatia

Tite, quando ganhava o Mundial de Clubes pelo Corinthians, estava sendo considerado um “semi-Deus”. E com justiça! Com mérito, chegou a Seleção. Se o time joga bem, ninguém se importa com termos como “treinabilidade”, incorporados ao vocabulário do esporte por ele. Mas quando o time joga mal (como está jogando, independente dos placares e dos testes de novos nomes), tudo conspira contra. Evitar certas demonstrações de superioridade, se fazer próximo e aberto às críticas, se faz necessário para não se perder a simpatia. Só que, num sábado à tarde, quando você vê a Seleção Pentacampeã do Mundo (que, sabemos, diminuiu sua qualidade nos últimos anos) empatar com o humilde Panamá, não se pode em hipótese alguma dar entrevistas usando justificativas de que observou o funcionamento das “sinapses no último terço”, que o time ousou com “extremos desequilibrantes” e o importante é “performar com resultado”.

Pô, Tite, nem todo mundo vai te entender. É claro que esse vocabulário não altera o placar do jogo, mas modifica o apoio ou a repulsa do torcedor e aumenta ou diminui a pressão. É EVITÁVEL usar tais vocábulos.

Me recordo que um dia discuti sobre “como todo grande pensador pode ter o ego massageado ao criar um termo, um modismo ou um conceito”. Trazendo isso ao futebol: Rinus Michel criou o Carrosel Holandês que assombrou os anos 70; Guardiola o Tik-Tak mais recentemente. Se voltarmos na história, o (na época) revolucionário WM de Herbert Chapman (treinador do Arsenal) que mudou os conceitos naquele momento histórico. E ao falar com palavras não usuais e termos fora do futebol (não condeno isso, apenas questiono), Adenor Bacchi estaria querendo mostrar a criação de  um novo modelo ou conceito de futebol, no qual futuramente lembraremos dele? O do modelo de “sinapses rápidas desequilibrastes”?

Tomara que, usando a linguagem mais formal, não seja somente “diálogo flácido para acalentar bovino: (conversa mole para boi dormir). Torço pelo Tite, vejo que a equipe melhorou nesta apresentação contra a República Tcheca (embora nunca se possa avaliar um trabalho pelos dois últimos jogos), mas buscar a empatia e evitar a subida a um pedestal é importante. Nesse momento difícil de remontagem da Seleção e de futebol contestável, o quanto menos colocar o “bumbum na janela”, melhor.

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