– Abolição da Escravatura: E aí?

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml

– Endrick e a comemoração do Kong. Como será no Real Madrid?

Eu sou a favor de comemorações irreverentes de gol no futebol, desde que não sejam ofensivas à dignidade alheia. Achei engraçada a brincadeira do gorila King Kong, promovida por Endrick, no Liverpool-URU 0x5 Palmeiras (e o menino quis ser tão correto, que desnecessariamente pediu desculpas para quem não gostou).

Mas fico pensando: se ele “vingar” na Espanha, essa comemoração virará uma febre entre os garotos merengues, e ao mesmo tempo, uma provocação racista por parte dos adversários.

Que mundo difícil estamos vivendo, não? No Real Madrid, deve fazê-la ou não?

Deixe o seu comentário.

Foto: Ernesto Ryan, Getty Images, extraído de: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2024/05/09/endrick-marca-faz-gesto-de-king-kong-revolta-adversario-e-se-desculpa.htm

– Endrick e a comemoração do Kong. Como será no Real Madrid?

Eu sou a favor de comemorações irreverentes de gol no futebol, desde que não sejam ofensivas à dignidade alheia. Achei engraçada a brincadeira do gorila King Kong, promovida por Endrick, no Liverpool-URU 0x5 Palmeiras (e o menino quis ser tão correto, que desnecessariamente pediu desculpas para quem não gostou).

Mas fico pensando: se ele “vingar” na Espanha, essa comemoração virará uma febre entre os garotos merengues, e ao mesmo tempo, uma provocação racista por parte dos adversários.

Que mundo difícil estamos vivendo, não? No Real Madrid, deve fazê-la ou não?

Deixe o seu comentário.

Foto: Ernesto Ryan, Getty Images, extraído de: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2024/05/09/endrick-marca-faz-gesto-de-king-kong-revolta-adversario-e-se-desculpa.htm

– Vinícius Jr, a bandeira viva da luta contra o racismo.

Disse Vini Jr, na coletiva da Seleção Brasileira em Madrid, sobre sua luta contra o racismo (de maneira emocionada, chorando):

 “Cada vez estou mais triste, tenho menos vontade de jogar. Mas vou seguir lutando”.

Falou também do que seu pai sofreu com o racismo e a necessidade de lutar pelos outros, em especial pelo seu irmão de 5 anos, para que não passe pelo que ele passou.

Se eu que sou branco e não sofro com o racismo, fico amargurado com o que esse jovem rapaz está passando (ele só tem 23 anos), imagine ele, que literalmente sente na pele e no coração todo tipo de ofensa. Não há como ter empatia, pois não conseguimos sentir a dor que ele sente pois não temos a bagagem de sofrimento que ele sofreu.

Me assusto e entristeço ao ver a La Liga tomar ações tão leves nesse assunto, e, pior, a UEFA simplesmente lavando as mãos, dizendo que não tem instrumentos legais para fazer nada.

Se a FIFA quer realmente acabar com o racismo, tome atitudes duras. Se a sociedade quer resolver o assunto, aja!

Mas como crer que isso pode acontecer, se vemos a Espanha dando exemplo de racismo nos estádios toda semana? Ao que parece, não é uma minoria racista, mas sim a maioria. Até em jogo em que não participa, Vini é chamado de macaco.

Fico pensando: nenhuma autoridade vê que esse rapaz, na luta solitária que está (não é fácil, pois nem os demais negros do Real Madrid parecem querer ajudá-lo, quiça os brancos) está debilitado mentalmente? Sim, é um caso de ataque à sua Saúde Mental, e o choro é uma manifestação disso. Ao dizer que perdeu a vontade de jogar, dá sinais de depressão.

O bulyling / racismo / ataque pessoal e qualquer outro nome que venha a ter, poderá culminar em algo pior. E os racistas nem se importarão…

Senhores que têm o poder à mão: use-o, em benefício de um coletivo. De uma raça. De uma causa urgente. Determinem medidas REAIS contra o racismo. E urgente.

Boneco amarrado em uma ponte, do ano passado.

– Vinícius Jr, a bandeira viva da luta contra o racismo.

Disse Vini Jr, na coletiva da Seleção Brasileira em Madrid, sobre sua luta contra o racismo (de maneira emocionada, chorando):

 “Cada vez estou mais triste, tenho menos vontade de jogar. Mas vou seguir lutando”.

Falou também do que seu pai sofreu com o racismo e a necessidade de lutar pelos outros, em especial pelo seu irmão de 5 anos, para que não passe pelo que ele passou.

Se eu que sou branco e não sofro com o racismo, fico amargurado com o que esse jovem rapaz está passando (ele só tem 23 anos), imagine ele, que literalmente sente na pele e no coração todo tipo de ofensa. Não há como ter empatia, pois não conseguimos sentir a dor que ele sente pois não temos a bagagem de sofrimento que ele sofreu.

Me assusto e entristeço ao ver a La Liga tomar ações tão leves nesse assunto, e, pior, a UEFA simplesmente lavando as mãos, dizendo que não tem instrumentos legais para fazer nada.

Se a FIFA quer realmente acabar com o racismo, tome atitudes duras. Se a sociedade quer resolver o assunto, aja!

Mas como crer que isso pode acontecer, se vemos a Espanha dando exemplo de racismo nos estádios toda semana? Ao que parece, não é uma minoria racista, mas sim a maioria. Até em jogo em que não participa, Vini é chamado de macaco.

Fico pensando: nenhuma autoridade vê que esse rapaz, na luta solitária que está (não é fácil, pois nem os demais negros do Real Madrid parecem querer ajudá-lo, quiça os brancos) está debilitado mentalmente? Sim, é um caso de ataque à sua Saúde Mental, e o choro é uma manifestação disso. Ao dizer que perdeu a vontade de jogar, dá sinais de depressão.

O bulyling / racismo / ataque pessoal e qualquer outro nome que venha a ter, poderá culminar em algo pior. E os racistas nem se importarão…

Senhores que têm o poder à mão: use-o, em benefício de um coletivo. De uma raça. De uma causa urgente. Determinem medidas REAIS contra o racismo. E urgente.

Boneco amarrado em uma ponte, do ano passado.

– O marcante do futebol no final de semana foi Vini Jr.

No Valência 2×2 Real Madrid, um dia histórico: depois dos atos selvagens de racismo que sofreu em 2023, Vini Jr foi eleito o melhor em campo e comemorou seus dois gols em protesto, com punhos cerrados.

Um gesto perfeito para um estádio repleto de racistas, que o ofenderam a cada toque na bola.

Destaque negativo para o árbitro Gil Manzano, que apitou o final de jogo quando a bola viajava pelo alto para Bellingham (que chegou a colocar para dentro das redes). Que insensibilidade do juizão…

Foto: LaLiga

– O marcante do futebol no final de semana foi Vini Jr.

No Valência 2×2 Real Madrid, um dia histórico: depois dos atos selvagens de racismo que sofreu em 2023, Vini Jr foi eleito o melhor em campo e comemorou seus dois gols em protesto, com punhos cerrados.

Um gesto perfeito para um estádio repleto de racistas, que o ofenderam a cada toque na bola.

Destaque negativo para o árbitro Gil Manzano, que apitou o final de jogo quando a bola viajava pelo alto para Bellingham (que chegou a colocar para dentro das redes). Que insensibilidade do juizão…

Foto: LaLiga

– Eugenia, a Ciência do Preconceito

Após ler a reportagem de Karina Ninni, da Revista Superinteressante (pg 78-81, edição Março), fiquei impressionado com o tema tratado: a EUGENIA.

A Eugenia é a ciência do preconceito, ou seja, da purificação das raças. E para quem pensava que isso fosse idéia de Nazistas que defendessem a purificação ariana, engana-se. No Brasil, durante o século XX, muitos cientistas eugênicos velada ou abertamente defenderam um Brasil livre de outras raças diferentes à branca.

Em 1911, durante um Congresso realizado em Londres, o antropólogo brasileiro João Antonio Batista proclamou radiante que em 2010 não haveria mais negros ou índios no país!

Um dos maiores defensores da Eugenia foi Francis Galton (primo de Charles Darwin, da teoria da Evolução), que defendia a crença que a evolução humana dependeria da seleção genética e controle das raças.

No Brasil, os eugenistas verde-amarelos não conseguiram ir adiante, mas chegaram a sonhar com programas similares ao da Alemanha de Hitler: esterilização de “raças inferiores” e sacrifícios de deficientes e inválidos. Na política, infiltrados, tentaram até colocar artigos na Constituição que defendesse a raça branca.

Notadamente, foram pessoas de expressão na sociedade, destacando-se Vital Brazil (fundador do instituto Butantan), Arnaldo Vieira de Carvalho (diretor da Faculdade Paulista de Medicina, hoje da USP), o sanitarista Belisário Penna, o médico Olegário de Moura (que dizia: sanear é eugenizar – imagine essa frase dita hoje!) e o fundador da Sociedade Eugênica Brasileira, o limeirense Renato Kehl, que escreveu mais de 30 livros defendendo a raça branca brasileira.

Felizmente, todas essas ações frustaram-se ao longo do século passado, mas um legado triste pode ser observado: a ainda defesa da discriminação racial por parte de muitos brasileiros.

Algumas frases eugências destacadas da matéria citada:

“O Brasil vem sofrendo, desde a colonização, as consequências da mestiçagem” Renato Kehl

“Os índios, em geral, são muito sôfregos e pouco amigos da disciplina” Oliveira Vianna

“Está provado que casamentos entre raças dão origem a tipos inferiores física, psíquica e moralmente”Nina Rodrigues

“O negro, raça inferior, apresenta uma indiscutível e franca animalidade”Luiz Silva

“Os mulatos são, na maioria, elementos feios e fracos. Apresentam instabilidade de caráter e perturbam o progresso nacional” Renato Kehl

“Deus perdoe esses idiotas racistas”Eu mesmo.

Imagem extraída de: https://www.saopauloinfoco.com.br/sociedade-eugenica-sao-paulo/

– Absurdo…

Leio que as duas influencers que “presentearam” crianças negras com macacos e bananas de pelúcia (num irônico e racista vídeo, tentando se passar como “humor”) foram presas.

Que raio de insensibilidade é essa? Praticar racismo é humor?

Pior: e as crianças?

Absurdo…

– Buraco Negro não pode, Ministra?

Há certos exageros que me assustam. Digo isso pois leio que a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que o termo Buraco Negro é racista!

Eu sou contra qualquer tipo de preconceito e busco sempre tratar as pessoas de maneira inclusiva e respeitosa. Mas crer que o nome de um fenômeno da natureza (os buracos negros no universo) é de conotação preconceituosa, aí já foge do bom senso…

Menos, dona Ministra.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou do programa "Bom dia, Ministra" nesta 4ª feira (1º.nov.2023) | Reprodução/ Youtube- CanalGov

Imagem extraída de: https://www.poder360.com.br/governo/termo-buraco-negro-e-racista-diz-anielle-franco/, com a matéria na íntegra. Crédito no próprio link.

– A realista entrevista de Vini Jr sobre a luta contra o racismo.

Vinicius Jr parece estar lutando sozinho contra o racismo na Europa – e ainda assim não desiste.

Ao jornal francês L’Equipe, disse nessa semana:

“Se eu for o único contra o racismo, o sistema vai me esmagar com facilidade. Eu quero simplesmente estar tranquilo para jogar e saber que não vou ser insultado em campo porque sou preto. Não creio em um mundo sem racistas, mas eles devem ser uma minoria. As próximas gerações não podem pensar que é normal ser assim”.

Como se lê, ele é realista e clama: não pode ser uma voz solitária e precisa conscientizar a sociedade.

A pergunta é: onde estão os demais jogadores para apoiá-lo na mesma intensidade dos ataques que são praticados?

Imagem: Fadel Senna / AFP

– Além do Racismo… tivemos Nazismo no Universitário x Corinthians? Aguardemos a Conmebol!

Ontem falamos sobre a questão da Conmebol punir o racismo e se os torcedores ousariam ou não praticar tais nefastos atos em Lima, no Universitário x Corinthians (vide aqui: https://wp.me/p4RTuC-Ocg).

E não é que os relatos de jogadores foram de torcedores imitando gestos de macacos do trajeto do hotel ao estádio? O atleta Matheus Bidu, por exemplo, desabafou nas Redes Sociais.

Tão grave quanto a isso foi a presença de uma torcida chamada “Los Nazis”, uma louvação ao… Nazismo! Inclusive, torcedores com suásticas foram filmados pela TV.

Fico pensando: o Peru é um país miscigenado, com descendentes indígenas e uma parcela negra. Farfán e Guerrero, atacantes recentes da seleção peruana, que o digam. E o maior atleta da história deles: Teófilo Cubillas! Como pode ocorrer isso?

Defender (ou minimizar) os males do Racismo e do Nazismo não é uma forma de atacar o adversário, mas atentar contra a sua própria história. Não imaginava tamanha ignorância dessa parcela da população do nosso país vizinho (que infelizmente, deve existir aqui dentro do próprio Brasil também).

Aguardemos o que a Conmebol fará nesse episódio.

Imagem extraída de: https://revistaforum.com.br/esporte/2023/7/18/universitario-time-peruano-que-enfrenta-corinthians-na-sul-americana-tem-torcida-nazista-139710.html

– Vai ter racismo em Lima, no Universitário x Corinthians?

Já falamos sobre o ato racista cometido por Sebastian Avellino Vargas, o preparador uruguaio que trabalha no time peruano, no jogo de ida do Corinthians contra o Universitário (reveja aqui: https://wp.me/p4RTuC-O2y).

Neste jogo de volta, existe uma narrativa de que o profissional é “vítima” das autoridades rigorosas do Brasil. Corre-se o risco de vermos manifestações racistas ou de outra natureza ofensiva contra o Timão?

Talvez sim. Tomara que a Conmebol não fraqueje, pois depois de muitas críticas, começou a fazer multas pesadas para as equipes (como o exemplo do River Plate).

Será que a punição aos argentinos servirá de exemplo para que as pessoas sejam mais sensatas? Tomara! O  problema é: o Universitário fez alguma campanha educativa junto ao seu torcedor?…

Conmebol lança campanha para combater racismo no futebol sul-americano |  Metrópoles

– O ousado racismo em Itaquera… como resolver?

O preparador físico do Universitário-PER, Sebastian Avellino Vargas, é um sujeito corajoso (ou sem juízo): chamou um grupo de torcedores do Corinthians, em plena Arena Neo Química, de macaco, além de praticar gestos racistas.

Cá entre nós: toda rodada, até em jogos improváveis envolvendo clubes que não se esperava, estão acontecendo problemas. E avalie algumas circunstâncias bem particulares:

  • O que leva a um profissional do esporte ir a outro país e fazer tal bobagem? Um esportista deveria congregar as pessoas, não o contrário.
  • Ele vem de um país mestiço (Peru), sendo que ele é estrangeiro (Uruguai). Não deveria ter um pouco mais de experiência, sensibilidade e respeito?
  • Sebastian não é branco de olhos azuis… e ainda assim faz isso?
  • Como ele ficará perante os jogadores negros de seu clube?
  • Se casado, como explicará aos seus filhos a detenção?

O mais irritante é que, quando preso, fez cara de coitado e provavelmente justificou que foi ofendido por torcedores (como se não conhecesse o mundo do futebol).

Aguardemos a omissa Conmebol, que tirou uma “casquinha” dos problemas de Vinícius Jr, divulgando notas e protestos, mas nada faz de concreto em seu próprio território.

 

Foto: Marcelo Braga, extraído do G1.com

– O futebol como plataforma de celebração e amor à negritude.

Por Matheus Melgaço – “Neguinho safado”. Esta frase foi um insulto racial destinado ao atleta Vinicius Junior na saída de campo do estádio Nilton …

Continua no Link em: O futebol como plataforma de celebração e amor à negritude

– Libertad x Atlético Mineiro: e se você fosse pai do jovem racista?

O Brasil sofre costumeiramente a prática de preconceito de toda espécie. Mas infelizmente também pratica (como a xenofobia por paraguaio, com a desagradável associação de falsificações com pessoas / produtos originários do Paraguai).

Sendo assim, praticar atitudes preconceituosas tem sido socialmente algo de mão dupla. Entretanto, no futebol, existe um capítulo à parte: jogadores brasileiros têm sofrido constantemente discriminação racial (por parte de diversos países) e nada tem sido feito para solucionar o problema. No enésimo caso de racismo ocorrido ontem, no jogo do Atlético Mineiro, a vítima foi o goleiro Everson.

Repare na foto abaixo a quantidade de jovens ali presentes (imitavam macacos, direcionados ao Everson). Um até sorri e faz pose para a câmera, que registra isso.

Alguém poderá justificar que foi uma típica “molecagem” – mas ainda assim é uma ação vergonhosa e preconceituosa.

  • Se você fosse pai de alguns desses jovens, o que diria a eles?

Mais do que isso: será que o pai e a mãe desses racistas repudiam essa bobagem ou o menino herdou algum valor equivocado?

O racismo é um problema social, educacional, familiar… e no esporte, punido com má vontade, lamentavelmente.

Everson declarou (extraído do G1, na coletiva pós-jogo);

“Cheguei a ouvir, ouvi o direcionamento. Chamaram ‘arquero’, que é goleiro, em espanhol. Depois começaram a fazer o gesto para mim. Eu estava focado, porque temos que dar entrevista para todas as televisões. Vi que o Pedro (Souza, fotógrafo do Galo) estava tirando as imagens, procurei ficar calmo naquele momento, porque eu sei que estávamos reunindo algumas provas ali. Infelizmente, isso vem acontecendo no continente sul-americano. Não são todos, mas sabemos que ainda passamos por isso (…) Uma pessoa fez, mas vários gritaram. Eu ouvi vários gritando, usando palavras como macaco. Todos somos iguais, não tem diferença de pele, cor e sangue. Precisamos ter mais amor ao próximo.”

A última frase resume tudo.

Foto: Reprodução/ Galo TV / Pedro Souza

– Seleção abandona o jogo após ato racista.

Um primeiro e significativo caso: após seu zagueiro sofrer racismo de um adversário, estando vencendo por 1×0, a Nova Zelândia abandonou o amistoso contra o Catar, em protesto.

Quando um clube grande ou uma Seleção campeã fará o mesmo em jogo de expressão?

Extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/nova-zelandia-abandona-amistoso-contra-catar-acusacoes-racismo/

NOVA ZELÂNDIA ABANDONA AMISTOSO CONTRA CATAR APÓS ACUSAÇÕES DE RACISMO

A Nova Zelândia se recusou a participar do segundo tempo do amistoso contra o Catar, na Áustria, nesta segunda-feira (19), após alegações de abuso racial contra o zagueiro Michael Boxall por parte de um adversário.

O incidente aconteceu pouco antes do intervalo, desencadeando uma confusão. Jogadores indignados da Nova Zelândia cercaram um dos jogadores do Catar antes de uma cobrança de falta.

“Michael Boxall sofreu abuso racista durante o primeiro tempo do jogo por um jogador do Catar (disse a confederação de futebol da Nova Zelândia, em sua conta no Twitter). Nenhuma ação oficial foi tomada, então a seleção concordou em não jogar o segundo tempo da partida.”

A federação do Catar disse em seu Twitter que a Nova Zelândia se retirou do amistoso, sem dar mais detalhes.

O árbitro Manuel Schuttengruber teve uma longa discussão com o capitão da Nova Zelândia, Joe Bell, e logo depois o jogo foi para o intervalo.

A Nova Zelândia vencia por 1 a 0, com gol de Marko Stamenic aos 16 minutos.

O racismo no futebol voltou às manchetes nas últimas semanas, com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciando um comitê antirracismo liderado pelo atacante brasileiro do Real Madrid Vinicius Jr, que foi vítima de abuso racista na LaLiga.

(Reportagem de Janina Nuno Rios na Cidade do México)

Zagueiro Michael Boxall, da Nova Zelândia, teria sofrido racismo em partida contra a seleção do Catar

Zagueiro Michael Boxall, da Nova Zelândia, teria sofrido racismo em partida contra a seleção do Catar Scott Winters/Icon Sportswire via Getty Images

– Seminário discute os 100 anos dos “camisas negras” e o racismo no futebol:

Anote aí na sua agenda: dia 15 de junho (quinta-feira), às 18h, o Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte (LEME) realizará o Seminário “Virada …

Continua em: Seminário discute os 100 anos dos “camisas negras” e o racismo no futebol

– Escurinho ou Alemãozinho?

Estão “pegando no pé” do Vanderlei Luxemburgo pois, ao esquecer o nome do jogador Patrick de Paula, tentou se lembrar dizendo “escurinho”.

Eu sou contra o racismo e contra toda e qualquer forma de discriminação. Mas não deu a impressão que pela entonação da fala, ele não falou de maneira pejorativa, mas adjetiva, como se referisse a um jogador branco como “alemãozinho”?

Da mesma forma que alguém pode dizer “aquele negão forte” como “aquele brancão forte”, ou ainda como “crioulo” como “polaco”, e por aí vai.

Muitas vezes, mudam-se os termos e as cognições ao bel-prazer. Não me pareceu nem ao menos um ato de racismo estrutural (mas respeito toda e qualquer posição contrária).

Ops: eu, particularmente, não usaria esse termo e não gosto também do uso – embora eu tenha o entendimento acima.

Imagem extraída da Web.

– Qual campanha antirracista funcionou no futebol?

Historicamente, o racismo imperou nos gramados de futebol da Europa e da América do Sul. Com leis frágeis e a falta de voz na sociedade, os negros sucumbiam às ofensas.

Felizmente, a mentalidade humana mudou em muitos lugares e gritos racistas, sexistas, homofóbicos e de qualquer origem de indignidade se tornaram condenáveis. Porém, ainda assistimos atônitos os imbecis gritando.

Na Copa do Mundo da Rússia, os capitães das Seleções faziam um pronunciamento antes do jogo contra o Racismo. Funcionou?

O River Plate foi multado em 30 mil dólares por atos racistas dos seus torcedores contra o Fortaleza, em 2022. Mas em 2023, repetiu atos contra o Fluminense (ontem). Adiantou a multa?

Torcedores do Newell’s ironizaram e praticaram racismo em plena Vila Belmiro contra o Santos. E daí? O que dará?

Desde a década passada, a CBF faz a campanha “Somos Iguais”. Mas acabou o racismo no Brasil? Claro que não… Lembram do diretor do Brusque-SC?

A Conmebol “tirou uma casquinha” no caso Vinícius Jr, mas o que ela está fazendo em nosso continente?

A questão é: o que fazer para acabar com o racismo de verdade?

O problema parece não ser exclusivo ao futebol. A sociedade está doente.

CBF repudia ato de racismo contra jogador do Cruzeiro - Confederação  Brasileira de Futebol

Imagem extraída da Web

– Racismo contra Vini Jr.: quem são os ultras, as torcidas extremistas que protagonizam manifestações de ódio.

Ataques racistas ao craque brasileiro não são fatos isolados causados por “rivalidade”, mas prática recorrente nos estádios espanhóis, há décadas …

Continua em:Racismo contra Vini Jr.: quem são os ultras, as torcidas extremistas que protagonizam manifestações de ódio

– Ronaldinho Gaúcho e Vinícius Jr: qual a diferença quanto à perseguição?

Jogando no Barcelona, Ronaldinho Gaúcho não sofreu ataques públicos de racistas na Espanha. Consta apenas uma situação desagradável, onde seu companheiro de ataque Samuel Eto’o foi chamado de macaco pela torcida do Zaragoza. Na oportunidade, o camaronês ameaçou abandonar o campo e contou com o apoio do brasileiro, que abandonaria o jogo junto. Ambos acabaram demovidos da ideia.

Racismo, publicamente visto, ocorreu quando ele foi jogar no Querétaro-MEX, quando um membro do Partido Conservador ficou preso no trânsito por conta da apresentação de R10, e o político disse que o congestionamento era por conta daquele “macaco”.

Mas compare:

Ronaldinho Gaúcho dava dribles geniais. Vinícius, idem.

R10 fazia malabarismos e firulas com a bola. Vinícius, em algumas oportunidades, idem.

R10 comemorava os gols dançando. Vini Jr também.

R10 e Vini Jr, ambos, são negros.

Não é curioso que Ronaldinho Gaúcho não tenha sido perseguido? Ao contrário de Vinícius Jr, que recebe todo tipo de manifestação.

Teria algo em relação à Catalunha / Barcelona e Capital / Madrid? Ou não?

Conversando com um colega professor nessa semana, ele me alertou:

“Existe o efeito ‘manada‘ combinado com o efeito ‘modismo’: se uma pessoa pratica racismo e alguns acham engraçado ou tolerável, a “modinha” vai se espalhando. E a multidão em sua volta, compactuando, a segue (efeito manada). Isso dura semanas ou meses.”

O ideal é que na primeira ocorrência: puna-se, para evitar novos casos. Mas as autoridades espanholas deixaram a manada fazer moda E agora, não adianta entrar em campo com faixa escrita “não ao racismo”, pois falar para os educados, não precisa; e pedir respeito os transgressores, não adianta.

Vinícius simplesmente foi escolhido por ser negro e um importante atleta de um time de destaque. Poderia ter sido outro, pois o bolinador não escolhe causa, mas alvo. Virou atração de racistas!

Eu sou branco, e por mais que eu tente demonstrar empatia para dizer que sinto a dor de Vini Jr, será mentira, pois vivemos (nós, brancos) por instantes essa mácula. Ele vive diariamente, e isso nunca conseguiremos sentir.

Abaixo, uma representação do que colonizadores europeus faziam: tratavam negros como bichos (citação em: https://wp.me/p4RTuC-JKN).

Que o mundo não se cale para essa barbaridade, em pleno 2023!

Na imagem,

– Passado metade do prazo dado pelas Organizadas ao Luxemburgo no Corinthians…

Em 6 jogos disputados, nenhuma vitória de Vanderlei Luxemburgo pelo Corinthians (e o acordo com as Torcidas Organizadas foi de 10 partidas).

Concordo que o time esteve mais organizado na última rodada, contra o Flamengo. Mas ainda é muito pouco. E tem dado azar, apesar das bagunças da direção e das entrevistas sem sentido do treinador (a “analogia do banheiro”, na coletiva de domingo, foi bizarra). Aliás, nada dá certo mesmo (já falamos aqui: https://wp.me/p4RTuC-MMd).

Luxemburgo será mantido no cargo, se for eliminado na Libertadores e perder os próximos jogos do Brasileirão (o que é provável que aconteça)?

Mano Menezes, procurado antes de Luxemburgo, provavelmente estará à disposição na praça… O Corinthians o contrataria?

A propósito, uma observação: boa arbitragem de Rafael Klein, gaúcho considerado o sucessor da Daronco na FIFA – porém, como ele não tem disposição alguma em agilizar o jogo! Se seu colega de estado gosta de parar o jogo com faltas, Klein (que tem essa tendência também) não se importa com a cera para o reinício da partida. Não é curioso que a Escola Gaúcha de Arbitragem, que tanto se notabilizou por deixar o jogo correr, marcar poucas faltas e permitir a virilidade nas disputas (como a Escola Argentina), mudou radicalmente?

Corinthians se posiciona oficialmente contra o retorno do futebol | Agência Brasil

Imagem extraída da Web:

Em tempo, recebi, há pouco: o Corinthians se pronunciou a favor de Vinícius Jr e contra o racismo. Mas o episódio envolvendo internamente o próprio clube, não será resolvido? Abaixo:

– A solução para Vini Jr contra os racistas espanhóis.

Sobre os insistentes ataques racistas contra Vinícius Jr (culminado com a absurda expulsão do atleta por se revoltar contra os xingamentos de macaco, na partida em Valência), há dois caminhos:

  • A La Liga chamar a atenção dos árbitros para a aplicação do Protocolo FIFA (que na 3ª etapa encerra a partida), consequentemente punindo o time dos infratores (me parece uma conivência enorme dos juízes – talvez por quê não sintam o racismo contra eles próprios, afinal, não há árbitro negro na Espanha; ou
  • Vinícius Jr mudar de time (afinal, vejo muito poucas atitudes reais dos seus companheiros de clube, como, por exemplo, ameaçarem abandonar o campo – se o Vila Xurupita sai de um jogo, a repercussão seria mínima; já o Real Madrid, chamaria a atenção do planeta). Imaginaram ele na Premier League?

Escreveu ele, em desabafo, no Twitter:

Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.

O “Mesmo que longe daqui” significa uma sinalização de que poderia mudar de Clube? Talvez esse seja o fator desencadeante da mudança de postura (mais contundente) do Real Madrid na noite passada, abraçando (ufa, enfim), a causa, e consequentemente dizendo que poderia ir até à Justiça contra os racistas?

Abaixo, a mensagem no Instagram de Vini:

 

– Abolição da Escravatura: E aí?

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml

– O racismo em Athlético Paranaense x Flamengo

Que tristeza… racistas na Arena da Baixada, no Athletico x Flamengo, infernizaram alguns torcedores.

  • Um homem que imita um macaco ironizando uma pessoa negra, pode ensinar o quê para uma criança?

fácil identificar e punir. Assista o vídeo, abaixo, extraído do Twitter do jornalista Gilherme Silva, em: https://twitter.com/gsilvajpan/status/1655406048440733696

Fico pensando: o que faz um cara se achar superior a outro, por conta da cor da pele?

– O que é ter um “coração negro”?

Chimy Ávila, jogador argentino do Osasuna, após a derrota do seu time para o Real Madrid na Copa do Rei, disse sobre Vini Jr:

“Com o tipo de jogador que ele é, muito bom, está protegido e acho que isso é muito bom, mas também somos pessoas e é isso que é importante para se ser um bom ser humano, porque pode ser um bom jogador, mas se tiver um coração negro é impossível. O Vinícius tem muito para dar, gosto dele como jogador e o treinador ou os colegas de equipe vão corrigi-lo”.

Coração negro?

Eu não consigo acreditar que ele se referiu como uma forma pejorativa e racista para Vinícius Jr, associando que o coração (ou melhor: a índole) de um negro é diferente de um branco. Se foi isso, é uma atitude para as autoridades puni-lo imediatamente.

Vou torcer para que “coração negro” seja alguma expressão argentina mal compreendida, de sentido enviesado num primeiro momento a nós, mas entendível se explicada. Porém, se for o que se aparenta, será mais um triste episódio de racismo…

Em tempo: em Curitiba, no Athlético Paranaense x Flamengo, imbecis imitaram macaco para torcedores visitantes. Tudo filmado e fácil de se identificar. Que se puna exemplarmente (clube e autoridades públicas devem ser cobrados).

Arte de coração negro gerada por inteligência artificial

Imagem extraída de: https://br.freepik.com/fotos-premium/arte-de-coracao-negro-gerada-por-inteligencia-artificial_34842448.htm

– O Racismo (de novo) na Libertadores: Internacional 2×2 Nacional.

Repetindo as lamentáveis situações racistas do ano passado, novamente torcedores imitaram macaco contra brasileiros e atiraram bananas, agora no Beira-Rio (vide em: https://www.espn.com.br/futebol/libertadores/artigo/_/id/11997187/torcedor-nacional-uru-imita-macaco-durante-jogo-inter-beira-rio).

As punições da Conmebol em 2022 não surtiram efeito? As multas não adiantaram?  As campanhas em favor da igualdade não deram certo?

Voltamos à mesma pergunta: o que fazer para acabar com o Racismo na América do Sul?

– E a culpa é do Vinícius?

Vinícius Jr recebeu 10 cartões amarelos na atual temporada do Campeonato Espanhol. Seu último, contra o Almería, o deixou de fora do confronto contra o Real Sociedad.

Desses (segundo o GE.com) 6 foram por reclamações – de faltas sofridas e não marcadas, de queixas contra as atitudes não tomadas pelos árbitros contra o racismo, e, por fim, de pedidos de cartões amarelos aos adversários.

Na última coletiva, um jornalista espanhol perguntou ao treinador Ancelotti se o Real Madrid deveria punir Vini pelo excesso de cartões recebidos! E ele respondeu:

“É claro que protestando não ganha nada. Mas também é bastante surpreendente que teve 10 amarelos. Nem o meio-campista mais grosso da Liga não tem 10 amarelos. É muito surpreendente. Ele (Vini) tem que melhorar em alguns aspectos. Mas a verdade é que creio que deram mais amarelos a ele do que aos que dão pancadas nele.

Para mim, é muito curioso: Vinícius Jr é um rapaz humilde, se mostra correto dentro e fora de campo, sofre racismo, leva faltas acima da média, não cria situações escandalosas e nem se vitimiza. E ainda assim ele é, para muitos… culpado?

Incompreensível!

Confesso que torceria para ele mudar para alguma outra liga, a fim de ter paz e continuar sendo uma atração.

Imagem extraída do Instagram do atleta.