Quer dizer que a Conmebol faz nota de repúdio ao Racismo sofrido por Vinícius Jr, e não se manifesta a respeito das manifestações racistas que o Santos FC sofreu no Chile?
Que hipocrisia…
Quer dizer que a Conmebol faz nota de repúdio ao Racismo sofrido por Vinícius Jr, e não se manifesta a respeito das manifestações racistas que o Santos FC sofreu no Chile?
Que hipocrisia…
Jogando no Barcelona, Ronaldinho Gaúcho não sofreu ataques públicos de racistas na Espanha. Consta apenas uma situação desagradável, onde seu companheiro de ataque Samuel Eto’o foi chamado de macaco pela torcida do Zaragoza. Na oportunidade, o camaronês ameaçou abandonar o campo e contou com o apoio do brasileiro, que abandonaria o jogo junto. Ambos acabaram demovidos da ideia.
Racismo, publicamente visto, ocorreu quando ele foi jogar no Querétaro-MEX, quando um membro do Partido Conservador ficou preso no trânsito por conta da apresentação de R10, e o político disse que o congestionamento era por conta daquele “macaco”.
Mas compare:
Ronaldinho Gaúcho dava dribles geniais. Vinícius, idem.
R10 fazia malabarismos e firulas com a bola. Vinícius, em algumas oportunidades, idem.
R10 comemorava os gols dançando. Vini Jr também.
R10 e Vini Jr, ambos, são negros.
Não é curioso que Ronaldinho Gaúcho não tenha sido perseguido? Ao contrário de Vinícius Jr, que recebe todo tipo de manifestação.
Teria algo em relação à Catalunha / Barcelona e Capital / Madrid? Ou não?
Conversando com um colega professor nessa semana, ele me alertou:
“Existe o efeito ‘manada‘ combinado com o efeito ‘modismo’: se uma pessoa pratica racismo e alguns acham engraçado ou tolerável, a “modinha” vai se espalhando. E a multidão em sua volta, compactuando, a segue (efeito manada). Isso dura semanas ou meses.”
O ideal é que na primeira ocorrência: puna-se, para evitar novos casos. Mas as autoridades espanholas deixaram a manada fazer moda… E agora, não adianta entrar em campo com faixa escrita “não ao racismo”, pois falar para os educados, não precisa; e pedir respeito os transgressores, não adianta.
Vinícius simplesmente foi escolhido por ser negro e um importante atleta de um time de destaque. Poderia ter sido outro, pois o bolinador não escolhe causa, mas alvo. Virou atração de racistas!
Eu sou branco, e por mais que eu tente demonstrar empatia para dizer que sinto a dor de Vini Jr, será mentira, pois vivemos (nós, brancos) por instantes essa mácula. Ele vive diariamente, e isso nunca conseguiremos sentir.
Abaixo, uma representação do que colonizadores europeus faziam: tratavam negros como bichos (citação em: https://wp.me/p4RTuC-JKN).
Que o mundo não se cale para essa barbaridade, em pleno 2023!
Na imagem,
Em 6 jogos disputados, nenhuma vitória de Vanderlei Luxemburgo pelo Corinthians (e o acordo com as Torcidas Organizadas foi de 10 partidas).
Concordo que o time esteve mais organizado na última rodada, contra o Flamengo. Mas ainda é muito pouco. E tem dado azar, apesar das bagunças da direção e das entrevistas sem sentido do treinador (a “analogia do banheiro”, na coletiva de domingo, foi bizarra). Aliás, nada dá certo mesmo (já falamos aqui: https://wp.me/p4RTuC-MMd).
Luxemburgo será mantido no cargo, se for eliminado na Libertadores e perder os próximos jogos do Brasileirão (o que é provável que aconteça)?
Mano Menezes, procurado antes de Luxemburgo, provavelmente estará à disposição na praça… O Corinthians o contrataria?
A propósito, uma observação: boa arbitragem de Rafael Klein, gaúcho considerado o sucessor da Daronco na FIFA – porém, como ele não tem disposição alguma em agilizar o jogo! Se seu colega de estado gosta de parar o jogo com faltas, Klein (que tem essa tendência também) não se importa com a cera para o reinício da partida. Não é curioso que a Escola Gaúcha de Arbitragem, que tanto se notabilizou por deixar o jogo correr, marcar poucas faltas e permitir a virilidade nas disputas (como a Escola Argentina), mudou radicalmente?
Imagem extraída da Web:
Em tempo, recebi, há pouco: o Corinthians se pronunciou a favor de Vinícius Jr e contra o racismo. Mas o episódio envolvendo internamente o próprio clube, não será resolvido? Abaixo:
Sobre os insistentes ataques racistas contra Vinícius Jr (culminado com a absurda expulsão do atleta por se revoltar contra os xingamentos de macaco, na partida em Valência), há dois caminhos:
Escreveu ele, em desabafo, no Twitter:
Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.
O “Mesmo que longe daqui” significa uma sinalização de que poderia mudar de Clube? Talvez esse seja o fator desencadeante da mudança de postura (mais contundente) do Real Madrid na noite passada, abraçando (ufa, enfim), a causa, e consequentemente dizendo que poderia ir até à Justiça contra os racistas?
Abaixo, a mensagem no Instagram de Vini:
Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:
“Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.
Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.
Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?
Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.
Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.
Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?
Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml
Que tristeza… racistas na Arena da Baixada, no Athletico x Flamengo, infernizaram alguns torcedores.
Tá fácil identificar e punir. Assista o vídeo, abaixo, extraído do Twitter do jornalista Gilherme Silva, em: https://twitter.com/gsilvajpan/status/1655406048440733696
Fico pensando: o que faz um cara se achar superior a outro, por conta da cor da pele?
Chimy Ávila, jogador argentino do Osasuna, após a derrota do seu time para o Real Madrid na Copa do Rei, disse sobre Vini Jr:
“Com o tipo de jogador que ele é, muito bom, está protegido e acho que isso é muito bom, mas também somos pessoas e é isso que é importante para se ser um bom ser humano, porque pode ser um bom jogador, mas se tiver um coração negro é impossível. O Vinícius tem muito para dar, gosto dele como jogador e o treinador ou os colegas de equipe vão corrigi-lo”.
Coração negro?
Eu não consigo acreditar que ele se referiu como uma forma pejorativa e racista para Vinícius Jr, associando que o coração (ou melhor: a índole) de um negro é diferente de um branco. Se foi isso, é uma atitude para as autoridades puni-lo imediatamente.
Vou torcer para que “coração negro” seja alguma expressão argentina mal compreendida, de sentido enviesado num primeiro momento a nós, mas entendível se explicada. Porém, se for o que se aparenta, será mais um triste episódio de racismo…
Em tempo: em Curitiba, no Athlético Paranaense x Flamengo, imbecis imitaram macaco para torcedores visitantes. Tudo filmado e fácil de se identificar. Que se puna exemplarmente (clube e autoridades públicas devem ser cobrados).
Imagem extraída de: https://br.freepik.com/fotos-premium/arte-de-coracao-negro-gerada-por-inteligencia-artificial_34842448.htm
Repetindo as lamentáveis situações racistas do ano passado, novamente torcedores imitaram macaco contra brasileiros e atiraram bananas, agora no Beira-Rio (vide em: https://www.espn.com.br/futebol/libertadores/artigo/_/id/11997187/torcedor-nacional-uru-imita-macaco-durante-jogo-inter-beira-rio).
As punições da Conmebol em 2022 não surtiram efeito? As multas não adiantaram? As campanhas em favor da igualdade não deram certo?
Voltamos à mesma pergunta: o que fazer para acabar com o Racismo na América do Sul?
Vinícius Jr recebeu 10 cartões amarelos na atual temporada do Campeonato Espanhol. Seu último, contra o Almería, o deixou de fora do confronto contra o Real Sociedad.
Desses (segundo o GE.com) 6 foram por reclamações – de faltas sofridas e não marcadas, de queixas contra as atitudes não tomadas pelos árbitros contra o racismo, e, por fim, de pedidos de cartões amarelos aos adversários.
Na última coletiva, um jornalista espanhol perguntou ao treinador Ancelotti se o Real Madrid deveria punir Vini pelo excesso de cartões recebidos! E ele respondeu:
“É claro que protestando não ganha nada. Mas também é bastante surpreendente que teve 10 amarelos. Nem o meio-campista mais grosso da Liga não tem 10 amarelos. É muito surpreendente. Ele (Vini) tem que melhorar em alguns aspectos. Mas a verdade é que creio que deram mais amarelos a ele do que aos que dão pancadas nele.”
Para mim, é muito curioso: Vinícius Jr é um rapaz humilde, se mostra correto dentro e fora de campo, sofre racismo, leva faltas acima da média, não cria situações escandalosas e nem se vitimiza. E ainda assim ele é, para muitos… culpado?
Incompreensível!
Confesso que torceria para ele mudar para alguma outra liga, a fim de ter paz e continuar sendo uma atração.
Imagem extraída do Instagram do atleta.
A humilhante vida de Ota Benga, um membro da tribo Mbuti do Congo (que ficaram popularizados com o nome de “pigmeus”, por conta da baixa altura e dentes afiados), nos faz pensar: até onde o racismo pode chegar?
Em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/vitrine/historia-ota-benga.phtml
OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA
Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20.
Por Victoria Gearini
Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.
Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito).
Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.
Em 1904, Ota foi vendido por traficantes para o missionário Samuel Phillips Verner, que tinha o objetivo de fazer uma exposição nos Estados Unidos com pessoas consideradas “exóticas” pelos norte americanos.
Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada “Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo”, na Feira de St. Louis.
Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.
Entre as inúmeras humilhações, era obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cutura era comum afiá-los.
Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: “exibido todas as tardes durante setembro”. A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.
No mesmo ano, em 1906, um grupo de pastores negros passou a protestar contra a exposição do jovem e, após 20 dias, Ota foi libertado. Logo em seguida, foi encaminhado para um orfanato e depois foi para um seminário teológico.
Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos.
Ontem, pela oitava vez na temporada do Campeonato Espanhol, Vinicius Jr foi alvo de insultos racistas (agora, na partida contra o Girona, na Catalunha).
Em 16 de março, Gianni Infantino tomou posse oficialmente em seu novo mandato como presidente da FIFA, e em meio a seu discurso, relembrou que era inadmissível o que estava acontecendo com o brasileiro (logo após o 7º caso de racismo), e cobrou que os árbitros espanhóis aplicassem o Protocolo FIFA contra a Discriminação (declaração aqui: https://onefootball.com/pt-br/noticias/infantino-advierte-que-arbitros-no-cumplen-protocolo-con-vinicius-jr-36988547).
Mas como funciona o Protocolo?
Em 3 etapas para coibir racismo, homofobia, sexismo, manifestações políticas e outros casos (explicado abaixo), as medidas vão de advertência pelo sistema de som do estádio, paralisação temporária do jogo e, na insistência, encerramento da partida.
A Conmebol, na oportunidade, foi CONTRA, alegando que existiam raízes culturais e que seria impossível evitar xingamentos como “puto”, por exemplo.
Sua utilização aconteceu na França pela primeira vez por cantos homofóbicos; no Brasil, utilizou-se em Vasco 2×0 São Paulo pelo Brasileirão.
Compartilho, extraído de: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/
OS 3 PASSOS PARA O PROTOCOLO FIFA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO:
Desde 15 de julho de 2019, a FIFA ampliou como norma mundial um procedimento em 3 etapas que adotou como “Protocolo contra a Discriminação”. Entenda isso com os exemplos de: Imitar Macaco / Jogar Banana (Racismo), Gritar “Bicha” / “Puto” no Tiro de Meta (Homofobia), Fazer gestos sexistas (ironizar uma atleta / oficial de arbitragem por ser mulher), cantar música que possa fazer alusão a jingles políticos ou gestos (cantos neonazistas) e ou manifestação religiosa preconceituosa (atos anti-semitas).
Se isso acontecer, 3 passos a serem providenciados pela arbitragem:
Claro que tudo isso depende de qual ato e como tem sido feito. Mas é uma forma de advertir em 3 momentos uma torcida que não se comporta bem para o clube não perder os pontos do jogo por conta da conduta discriminatória dos seus aficcionados.
Reforçando: isso já valia para jogos FIFA desde 2017, mas desde o dia 15/07/19 passou a valer mundialmente em qualquer tipo de jogo, de Copa do Mundo até à 4a divisão regional.
Na imagem abaixo, o quadro que relata os 61 casos de discriminação oficialmente contabilizados no futebol brasileiro em 2017:
Sobre o primeiro uso, na França: https://professorrafaelporcari.com/2019/08/17/por-homofobia-pela-1a-vez-partida-e-interrompida-na-franca-pelo-protocolo-fifa/
NA FRANÇA, ÁRBITRO INTERROMPE JOGO DIANTE DE CANTOS HOMOFÓBICOS
Por Jamil Chade
O jogo da segunda divisão do campeonato francês, entre os modestos Nancy e Le Mans, entrou na sexta-feira para a história do futebol do atual campeão do mundo. Trata-se da primeira vez que, por conta de um comportamento homofóbico por parte da torcida, um árbitro decide suspender o jogo, ainda que por apenas alguns minuto. Os torcedores do Nancy devem ser punidos e o clube pagará uma multa. Mas foi o gesto do árbitro Mehdi Mokhtari que se transformou numa referência e abriu um amplo debate. A ministra dos Esportes, Roxana Maracineanu, foi a primeira a comemorar a decisão, tomada depois de uma pressão de governos para que a Uefa modificasse suas leis para permitir que uma partida pudesse ser alvo de uma interrupção, em caso de incitação ao ódio ou homofobia.
Em abril, o jogo entre Dijon e Amiens já havia sido suspenso por alguns minutos, desta vez por conta de ataques racistas. A decisão, naquele momento, foi dos jogadores. Agora, aos 27 minutos, foi a vez do árbitro assumir a decisão.
Jean-Michel Roussier, o presidente do Nancy, admitiu que a regra deve ser aplicada e afirmou ter ido encontrar, ainda durante a partida, com os representantes das torcida organizadas para alertar sobre a situação. Na França, a lei permite que um clube proíba a entrada de um torcedor que tenha sido identificado como autor de uma provocação homofóbica, racista ou que promova o ódio e violência.
Se na França a nova lei começa a ser aplicada, na Fifa o assunto já foi alvo de um acalorado debate. Com as seleções sul-americanas acumulando multas milionárias aplicadas pela Fifa, em diversos jogos das Eliminatórias, a Conmebol tentou explicar à entidade máxima do futebol que os cantos homofóbicos eram “culturais”. A Fifa se recusou a aceitar a explicação e continuou a multar as federações.
Quando ele foi acionado mais à frente: https://professorrafaelporcari.com/2019/10/15/o-protocolo-fifa-foi-acionado-duas-vezes-em-bulgaria-0x6-inglaterra-mas-a-resposta/
NA EUROCOPA, CANTOS NEONAZISTAS E O PROTOCOLO FIFA:
m Sofia, capital da Bulgária, uma noite para envergonhar a humanidade. Durante o jogo válido pelas Eliminatórias da Eurocopa, torcedores búlgaros entoaram cantos racistas e nazistas aos jogadores negros ingleses, fazendo com que o Protocolo FIFA contra a discriminação (que engloba qualquer tipo de situação, incluindo homofobia, sexismo ou religião) fosse adotado por duas vezes.
Ao anúncio que no terceiro passo do Protocolo a partida seria encerrada, houve uma grande vaia na arquibancada ao invés de conscientização. Uma tristeza à espécie humana, dita “racional”…
Dentro de campo, a resposta foi boa: Bulgária 0x6 Inglaterra. Uma vitória não de uma equipe, mas a derrota dos preconceituosos.
Sobre o Protocolo FIFA citado, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/
A capa do jornal britânico foi perfeita. Abaixo:
No Brasil, a primera vez, em: https://professorrafaelporcari.com/2019/08/26/o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-foi-usado-pela-1a-vez-no-brasil-mas-a-conmebol-nao-queria/
1- O árbitro Anderson Daronco não parou o jogo por ordem da CBF, mas sim por determinação do Protocolo FIFA de 3 etapas, visando o combate a qualquer tipo de discriminação(sexista, racista, política, entre outras tantas coisas).
Sobre o Protocolo FIFA, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/
2- Independente do Protocolo FIFA (que na etapa 3 das 3 existentes determina automaticamente que o jogo seja encerrado e o time cuja torcida praticar a discriminação tenha oficializada a derrota na partida), o TJD determinou que aqui no Brasil punirá conforme a intensidade da discriminação os clubes(independente do protocolo), podendo até sugerir que se percam os pontos do jogo apenas com os gritos, sem outras manifestações. Há de se aguardar!
3- A Conmebol quis que a FIFA não colocasse esse protocolo em vigor no dia 15/07/2019, justificando que em nosso continente existiam práticas culturais enraizadas e que não deveriam ser punidas. É mole?
É esperar se existirá uma punição para o Vasco por parte da CBF. Pela FIFA, não haverá!
Toda e qualquer forma de discriminação é um atentado contra a humanidade. E os árbitros são agentes importantes contra isso.
Imagem extraída de: https://unitau.br/noticias/detalhes/4870/discriminacao-racial-origem-e-consequencias-do-preconceito/
Lamentável o ocorrido com Vinícius Jr em Barcelona x Real Madrid. Novamente, ofensas contra o atleta.
O que fazer?
Desisto de levantar hipóteses sobre o porquê estão maltratando o virtuoso e humilde garoto – e que não revida os insultos.
Força, Vini Jr. E insisto com uma tese: quando os seus colegas de time resolverem apoiá-lo DE VERDADE (pois não vejo uma defesa efusiva), isso melhoraria. Já imaginaram se o time abandonasse o campo quando os ataques ocorressem?
Não seja tolerante aos intolerantes! Racismo, não!
Denuncie:
“Hijo de Puta Macaco”, “Macaco Boludo”, entre outros xingamentos racistas, foram observados na Venezuela na partida entre Carabobo x Atlético Mineiro pela Libertadores da América (e registrados em vídeo, conforme imagem em: https://ge.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2023/02/22/atletico-mg-e-recebido-com-gritos-racistas-por-parte-de-torcedores-do-carabobo-em-estadio-na-venezuela.ghtml).
Parece que existe prazer dos racistas em ofender gratuitamente. Uma doentia paixão que esses cidadãos desregrados têm, e que não se toma providências plausíveis.
Mas o que fazer, se as autoridades não resolvem?
Que tal… a equipe não jogar?
Vide o caso de Vinícius Jr na Espanha: e se os seus companheiros resolvessem abandonar o jogo, quando escutassem as ofensas racistas (até porquê existem outros negros no time, que indiretamente são atingidos)? Um time do porte do Real Madrid, retirando-se de campo, daria um impacto de repercussão mundial.
Fica a sugestão para os clubes brasileiros que não tenham medo da Conmebol: em protesto, não entrar em campo. Certamente, a discussão não ficaria na mesmice.
Imagem extraída do Globoesporte.com (link acima).
Vinícius Jr deu assistência, fez gols e um lançamento de 3 dedos no Marrocos, na final entre Real Madrid 5×3 Al Hilal.
Foi eleito o Melhor Jogador do Mundial de Clubes, sem nenhuma polêmica e com um lindo e simpático sorriso no rosto.
Conclusão: provavelmente veremos mais casos de racismo na Espanha… E seria Inveja?
Não! É porquê se torna insuportável pessoas com comportamento racista (e eles existem aos milhares) verem um negro exemplar de sucesso!
Insisto: Vinícius não fez nada para pagar esse preço tão alto e indigno. Já falamos sobre isso aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/02/02/pobre-vinicius-jr/
Imagem extraída de GE.com, em foto de Julio Muñoz/EFE
Eu não consigo entender, mesmo tentando entrar na cultura do povo espanhol: que raio de má vontade estão tendo com Vini Jr?
O jogador brasileiro sofre inúmeras manifestações racistas, não reage contra seus opositores com mesma pobreza de valores, pede punições para eles, e ainda é questionado?
O atleta mantém obras sociais educacionais, e não se vangloria por isso. Não cria polêmicas com ninguém. É educado, cheio de virtudes, e está pagando um preço caríssimo por parte de torcedores e adversários. Eu, sinceramente, não consigo compreender… a única coisa seria: são racistas convictos, desavergonhados de admitir tal tontice?
Força, garoto. A última triste manifestação veio do zagueiro Raíllo, do Mallorca. Leia abaixo e pense: o que Vinícius Jr fez???
Após covardemente ter tido um boneco dele sendo enforcado, Vini Jr entrou em campo e arrebentou, inclusive dando assistência e marcando um gol (Real Madrid 3×1 Atlético Madrid).
Por fim, tuitou o seguinte:
EL AMOR SIEMPRE VENCERÁ EL ODIO ✊🏿
🤍🤎🖤♥️💚🧡💜💛💙🕺🏾
Parabéns, garoto, e sobre o episódio de racismo, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/01/26/de-novo-um-caso-de-racismo-contra-vinicius-jr/
Corre nas Redes Sociais mais uma imagem de manifestação racista contra Vinícius Jr. Agora, um boneco amarrado numa ponte com o jogador brasileiro (promovido por ultras do Atlético de Madrid).
Comumente chamado de macaco e outros adjetivos ofensivos, ele tem suportado tudo sem devolver agressões, apenas cobrando a La Liga, que solta manifestos e nada faz.
Nada. Ou melhor, fez: é um negro correto, vencedor na sua profissão, cidadão exemplar que mantém atividades solidárias, simpático aos torcedores do seu time e alegre menino-homem. E esse bom comportamento é insuportável para racistas invejosos…
Que alguém faça algo DE VERDADE para punir esses bandidos travestidos de “humanos”. São racistas, como os da KKK em pleno século 21.
(imagem extraída da Web).
No Brasil, o crime de injúria racial se caracteriza quando você ofende um cidadão de “macaco”, por exemplo. Racismo, por sua vez, é quando você atinge um grupo de pessoas, generalizando e ampliando a ofensa coletivamente.
Ontem, o presidente Lula sancionou a Lei que equipara os crimes e aumenta as penas. Excelente! Agora, precisamos avançar mais: além da punição severa, precisamos acabar com a mentalidade racista, mostrando que todos somos iguais e que existe apenas uma raça: a humana, independente da cor de pele, crença, gênero, entre outras situações.
No futebol, está bem claro o que deverá ser feito. Abaixo, extraído do G1: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/01/11/lula-sanciona-lei-que-equipara-o-crime-de-injuria-racial-ao-de-racismo.ghtml
LULA SANCIONA LEI QUE EQUIPARA O CRIME DE INJURIA RACIAL AO RACISMO
Por Elisa Clavery, Pedro Henrique Gomes, Kellen Barreto e Vinícius Cassela, TV Globo e g1
O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.
Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.
Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.
Ainda, o crime de racismo realizado dentro dos estádios terá também pena de dois a cinco anos. Isso valerá no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais.
O texto proíbe ainda a pessoa que cometer o crime em estádios ou teatros, por exemplo, de frequentar por três anos este tipo de local.
Imagem extraída de: Anita Diana, em: https://br.freepik.com/vetores-premium/nenhum-design-de-cartaz-de-racismo_8819713.htm
Com atraso, mas escrevo por achar relevante: Vinícius Jr, um garoto excepcional dentro e fora de campo, foi vítima novamente de racismo.
O que ele fez para sofrer esses insultos? Nasceu negro, simplesmente…
Que absurdo. Se as autoridades não tomarem providências rigorosas, isso não vai cessar. E tirar pontos da equipe cuja torcida proceder dessa forma insana, é uma possível solução.
Após ler a reportagem de Karina Ninni, da Revista Superinteressante (pg 78-81, edição Março), fiquei impressionado com o tema tratado: a EUGENIA.
A Eugenia é a ciência do preconceito, ou seja, da purificação das raças. E para quem pensava que isso fosse idéia de Nazistas que defendessem a purificação ariana, engana-se. No Brasil, durante o século XX, muitos cientistas eugênicos velada ou abertamente defenderam um Brasil livre de outras raças diferentes à branca.
Em 1911, durante um Congresso realizado em Londres, o antropólogo brasileiro João Antonio Batista proclamou radiante que em 2010 não haveria mais negros ou índios no país!
Um dos maiores defensores da Eugenia foi Francis Galton (primo de Charles Darwin, da teoria da Evolução), que defendia a crença que a evolução humana dependeria da seleção genética e controle das raças.
No Brasil, os eugenistas verde-amarelos não conseguiram ir adiante, mas chegaram a sonhar com programas similares ao da Alemanha de Hitler: esterilização de “raças inferiores” e sacrifícios de deficientes e inválidos. Na política, infiltrados, tentaram até colocar artigos na Constituição que defendesse a raça branca.
Notadamente, foram pessoas de expressão na sociedade, destacando-se Vital Brazil (fundador do instituto Butantan), Arnaldo Vieira de Carvalho (diretor da Faculdade Paulista de Medicina, hoje da USP), o sanitarista Belisário Penna, o médico Olegário de Moura (que dizia: sanear é eugenizar – imagine essa frase dita hoje!) e o fundador da Sociedade Eugênica Brasileira, o limeirense Renato Kehl, que escreveu mais de 30 livros defendendo a raça branca brasileira.
Felizmente, todas essas ações frustaram-se ao longo do século passado, mas um legado triste pode ser observado: a ainda defesa da discriminação racial por parte de muitos brasileiros.
Algumas frases eugências destacadas da matéria citada:
“O Brasil vem sofrendo, desde a colonização, as consequências da mestiçagem” – Renato Kehl
“Os índios, em geral, são muito sôfregos e pouco amigos da disciplina” – Oliveira Vianna
“Está provado que casamentos entre raças dão origem a tipos inferiores física, psíquica e moralmente” – Nina Rodrigues
“O negro, raça inferior, apresenta uma indiscutível e franca animalidade” – Luiz Silva
“Os mulatos são, na maioria, elementos feios e fracos. Apresentam instabilidade de caráter e perturbam o progresso nacional” – Renato Kehl
“Deus perdoe esses idiotas racistas” – Eu mesmo.
Imagem extraída de: https://www.saopauloinfoco.com.br/sociedade-eugenica-sao-paulo/
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, esteve na última 6ª feira participando de um encontro com dirigentes esportivos promovidos pelo Vaticano, a fim de falar sobre inclusão, educação e responsabilidade social pelo esporte.
Quando do convite, houve a manifestação da CBF de que aqui no Brasil o futebol é uma ferramenta de incentivo ao respeito à diversidade e às minorias (relembre aqui: https://professorrafaelporcari.com/2022/08/04/a-cbf-na-cimeira-com-o-papa/).
Nesta oportunidade, “O Papa Francisco chamou a atenção dos participantes do evento para o papel fundamental do esporte na transformação humana e para a necessidade da união de clubes, atletas e torcedores por um mundo melhor. Em seu discurso de encerramento da cúpula, o pontífice enalteceu que o esporte precisa ser uma casa aberta e acolhedora para todos, gerando comunidade, e não correndo o risco de cair na lógica da ‘máquina do business, do lucro, de uma espetacularidade consumista’ e destacou que o esporte é ‘um bem educativo e social e deve permanecer assim’.”,
Ednaldo Rodrigues destacou que aqui no Brasil “estamos em uma cruzada contra o racismo, a violência e todo tipo de discriminação, para que o futebol seja instrumento de uma cultura de paz na sociedade. Na CBF, também trabalhamos para que seja um vetor decisivo para inclusão de todos, com competições de pessoas com deficiência, indígenas e diversos setores muitas vezes marginalizados. A Declaração do Esporte para Todos vai nos dar ainda mais força para seguir nesta jornada. É fundamental que entidades esportivas, atletas e torcedores sejam chamados à responsabilidade para fazer a sua parte“.
Sendo assim, lembremo-nos: quando flagrarmos casos de racismo e de homofobia nas arquibancadas, pela fala do chefe da CBF, tenhamos a certeza de que teremos punições exemplares e que o discurso não foi mentira contada para o Papa.
Ok?
(falas extraídas do site da CBF, em: https://www.cbf.com.br/a-cbf/informes/index/presidente-da-cbf-tem-encontro-com-o-papa-francisco-no-encerramento-da).
Papa Francisco convidou presidente da CBF para a Cúpula Internacional do Esporte
Créditos: Divulgação (extraído do site da CBF).
Indiscutível a mensagem abaixo:
Sem jogadores negros, não teriamos estrelas na nossa camisa / Without black players, we wouldn’t have stars on our shirt.
Imagem extraída de: https://www.mktesportivo.com/2022/09/por-que-a-camisa-da-selecao-brasileira-estava-sem-estrelas-na-hora-do-hino-nacional/
A tristeza de um mundo intolerante…
Que se puna o idiota racista!
Veja só:
Nos estádios, “não pode isso, não pode aquilo, não pode nada”.
Nos campos, certas coisas proibidas podem ser discutidas. Mas há exageros de quem não entende de regra, de espírito do jogo e confunde a reação natural com militarismo regrado ao último grau.
Nesta semana, Neymar levou um absurdo cartão por comemorar um gol com sua tradicional careta. Difícil justificar na súmula o motivo da advertência.
Agora, o presidente da associação de agentes espanhóis, Pedro Bravo, criticou a comemoração de Vini Jr, chamando-o de macaco (simplesmente por ele dançar).
Ronaldinho Gaúcho, por essa lógica, seria proibido de jogar futebol…
Onde vamos parar?
SAMBE SIM, Vini Jr. Aliás, o atacante brasileiro é um humilde jogador, boa praça e de ótimo caráter. Isso se chama intimidação!
Extraído de: https://placar.abril.com.br/futebol-europeu/comentarista-espanhol-compara-vini-jr-a-macaco-ao-criticar-comemoracao/
COMENTARISTA ESPANHOL COMPARA VINI JR A MACACO POR COMEMORAÇÃO
Pedro Bravo, presidente da Associação de Agentes Espanhóis, atacou atacante brasileiro, destaque do Real Madrid
Da Redação
O brasileiro Vinicius Júnior, em grande fase no Real Madrid, vem sendo contestado por parte da imprensa espanhola por alguns dribles e comemoração com danças. O debate, no entanto, extrapolou o limite do respeito na noite desta quinta-feira, 15, quando Pedro Bravo, presidente da Associação de Agentes Espanhóis, comparou o atacante a um macaco, no programa El Chiringuito, da emissora Mega, um dos mais populares da Espanha.
Em um debate causado pela fala de Koke, referência do Atlético de Madri, sobre possível briga em razão de uma dança de Vini no clássico do próximo domingo, 18, o comentarista espanhol atacou o brasileiro. “Você (Vinicius) tem que respeitar o rival. Quer dançar, vá ao sambódromo, no Brasil. Aqui tem que respeitar os companheiros e deixar de fazer o macaco.”
A fala repercutiu rápido nas redes sociais e já viralizou no Brasil. Usuários acusam o espanhol de racismo. A comparação de negros a macacos é comum em atitudes discriminatórias e se enquadra como racista, por comparar humanos a um não-humano em razão da cor da pele, segundo o Portal Geledés, organização que atua na luta contra os preconceitos no Brasil.
Minutos depois, Pedro Bravo voltou ao ar e pediu desculpas. O programa esportivo de maior audiência seguiu normalmente. Esta não é a primeira vez que o assunto Vinicius entra em pauta na Espanha na semana. O atacante segue sendo alvo de muitas críticas e ataques.
Tendo em vista a repercussão, Bravo se pronunciou por meio do Twitter. O agente se justificou: “Quero esclarecer que a expressão ‘fazer o macaco’ que usei para descrever a dança de comemoração do gol de Vinicius foi feita metaforicamente. Como minha intenção não era ofender ninguém, peço sinceras desculpas. Sinto muito!”
Vinicius brilha na Espanha, incomoda imprensa e é chamado de macaco – Javier Soriano/AFP
Por Vitor Martins, extraído do seu LinkedIn (um texto sobre o racismo sofrido pelos filhos negros do casal de artistas da Globo, que foram ofendidos por uma turista branca em um restaurante em Portugal):
Todas as pessoas negras são alvo do racismo, sem exceção.
Seja no trabalho;
Seja no hospital;
Seja na escola;
Seja no culto religioso;
Seja durante as férias;
Em qualquer lugar, a qualquer momento, independente da sua condição financeira e de vida, da sua formação educacional, pessoas negras estão sempre sujeitas ao racismo.
Titi e Bless são apenas duas crianças, mas são duas crianças negras. E mesmo sendo apenas crianças, o racismo não os escapa, não os poupa.
Eles possuem a mesma condição financeira, os mesmos pais que Zyan – o irmão branco mais novo deles dois. A diferença é que Zyan nasceu com a cor do privilégio social, nasceu branco, e Titi e Bless nasceram com o estigma daqueles que tem sua humanidade negada. E, embora nem Zyan, nem Titi e Bless tenham pedido pra nascer onde nasceram ou qualquer culpa, independente de quais fossem suas vontades, o racismo irá sempre oferecer realidades extremamente opostas.
Era só mais um dia de férias, mas ele infelizmente ele precisou ser interrompido pela “programação normal”, o racismo.
Espero que Gio, Bruno e Zyan estejam bem. E, principalmente Titi e Bless, que são apenas crianças negras buscando viver o melhor da vida e suas respectivas infâncias.
Em Athlético Paranaense 1×0 São Paulo, câmeras mostraram uma “senhora” imitando um macaco para alguém negro do time adversário. As imagens rodam a Web e mostram o quão as pessoas podem ser desprezíveis…
Triste demais. Mas pense: nesta segunda-feira, os amigos negros dela, quando a encontrarem, dirão o que a ela? E seus colegas de trabalho? Ou ainda: se você pudesse bater-papo com ela, o que diria?
Como pode alguém ofender ou inferiorizar seu próximo pela cor-da-pele…
Durante o jogo São Paulo 2×2 Fluminense, flagrou-se um torcedor bobão do Tricolor Paulista imitando um macaco (em clara prática de deboche racista) para um torcedor do Tricolor Carioca.
O que esse pobre idiota pensa (se é que tem raciocínio)? Depois de exposto, como será o relacionamento com os negros do dia-a-dia? Me refiro aos seus vizinhos, parceiros de trabalho, pessoas da comunidade que se relacionar e outros contatos.
Se for empregado de alguma empresa, como ela reagiu a tal ato nojento?
Que o vagabundo seja identificado e punido confirme a lei.
Imagem extraída do print
de UOL.com
Somos um país racista, machista, homofóbico, xenófobo e de inúmeros defeitos. Mas os poucos que tentam ser homens e mulheres diferentes, ficam indignados às coisas vistas em Corinthians x Boca Jrs.
A não-punição severa da Conmebol colabora com isso? Claro que sim, afinal, a multa e a faixa “Basta de Racismo” que o Boca será obrigado a colocar no próximo jogo não deve resolver o problema… é como estender uma faixa pedindo paz em frente a uma cela de assassinos. Não resolve nada!
Que se prendam os apedrejadores, os racistas e os neonazistas. Um desabafo, de quem muitas vezes tem vergonha da sociedade que vivemos, em: https://youtu.be/4D9cn1DH9uY.
Eu tenho muita preocupação com o racismo no futebol. Vide os casos comprovados e os que não deram em nada. Aliás, qualquer prática racista deve ser severamente punida, mas há o cuidado de que não se acuse injustamente algum atleta.
Lembremos de Índio Ramirez (Bahia) e Gerson (Flamengo), de Rafael Ramos (Corinthians) e Edenilson (Internacional) ou até de algum dos inúmeros casos em divisões menores: Koyote (Paulista de Jundiaí) e Guilherme (Rio Branco de Americana), onde ficou tudo na palavra de um contra a do outro.
Precisamos reforçar dois tipos distintos de casos: entre jogadores (onde a punição pode ser mais “localizada”, pontuada) e de torcedores contra atletas (pois são inúmeras pessoas e é algo mais generalizado). Há de se fazer campanha contra esses imbecis.
Mas como punir?
A Conmebol puniu o Boca pelo ato racista de seu torcedor na Arena Itaquera em 30 mil dólares, mas também puniu o Corinthians por sinalizadores e atraso na partida em 64 mil dólares.
A multa do jogo de volta, por conta do racismo da torcida em Buenos Aires, ficou em 100 mil dólares mais a exibição de uma faixa: “Chega de Racismo”.
A pergunta final: isso basta? Funcionará?
Enquanto não tivemos punições exemplares, tudo continuará na mesma…
Crédito da Imagem: Reuters, por Amanda Perobelli, extraída de: https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2022-05/conmebol-aumenta-multa-por-discriminacao-apos-casos-de-racismo
Dia 26 de abril: Arena de Itaquera vê torcedores do Boca Jrs ofendendo os corintianos com manifestações racistas. Conmebol puniu com multa em R$ 144.000,00 (pena divulgada ontem).
Dia 22 de maio: Arena de Itaquera vê torcedores do Corinthians ofendendo os são-paulinos com manifestações homofóbicas. CBF punirá com _____________ (complete o espaço).
Lembrando: em março, em situação idêntica pela 4a divisão paulista (Santacruzense x Osvaldo Cruz), a FPF multou por xingamentos homofóbicos o time da casa por R$ 20.000,00 (racismo e homofobia têm pena variando com multa estipulada entre R$ 100,00 e R$ 100.000,00).
Como se vê, nada disso tem solucionado o problema. A FIFA elaborou em 2019 um protocolo para os árbitros, quando flagrarem tais situações, tomarem atitudes. Está em: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao/
O que fazer para eliminar esses tristes episódios de intolerância?
Imagem extraída de: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/743874694/a-inconstitucionalidade-da-equiparacao-do-crime-de-homofobia-e-transfobia-ao-crime-de-racismo
É muito difícil um árbitro flagrar um caso de racismo. Se ele vê, expulsa e relata. Se ele não vê ou ouve, como aconteceu com Bráulio Machado no Internacional x Corinthians, relata a versão daqueles que o procuraram e alerta que não pode atestar o ocorrido, por não ter presenciado.
Uma única vez estive presente num “suposto caso de racismo”, onde tivemos até uma “suposta xenofobia”. Foi em São Paulo x Marília pelo Paulistão de 2005, num sábado que precedeu a prisão de De Sábato, que ofendeu Grafite.
Coloquei “suposto” entre aspas devido ao inusitado. Veja que curioso, envolvendo Grafite e Frontini e você entenderá, em: https://youtu.be/Jyo8WwU_wd0
Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:
“Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.
Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.
Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?
Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.
Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.
Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?
Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml
“Quem cala, consente”, diz o ditado popular.
Depois dos atos racistas contra torcedores brasileiros negros do Fortaleza, Corinthians, Red Bull Bragantino, Palmeiras e Flamengo (o primeiro caso há 15 dias, os demais respectivamente 3ª feira duas vezes, 4ª feira e 5ª feira) a Conmebol nada falou. Nada publicou. Nada repudiou.
O Racismo é algo corriqueiro para eles? Tal indignidade não vale uma nota, ao menos, no site da entidade? Veja, abaixo, que até as 9h00 só havia “matérias positivas” em sua página.
Normalizou-se essa vergonha. Que os clubes e a CBF pressionem a Conmebol para atitudes sérias.