– Pérolas da Internet: a entrevista de Lula à Playboy em 1979

O tempo faz com que amadureçamos e nos arrependamos de algumas falas. Acontece com todos!

E perdida na web, um trecho de Lula falando sobre à admiração a homens que derrubam governos (inclua-se Fidel, Hitler…)!

Abaixo (público na Internet):

PLAYBOY (EDIÇÃO 1979 E LULA)

Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Imagem extraída de: https://twitter.com/izzynobre/status/1094301593166536705?lang=hr

– Medo de ser preso?

Ao ler que o presidente Bolsonaro, num mega ato de apoio a ele (é inegável que houve uma impressionante multidão), declarou que:

“O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz. Não continuarmos sobressaltados”.

Não tá com cara que está com medo de ser preso?

Não sou Lula, Bolsonaro, Marronzinho, Ditadura, Ciro ou qualquer outra coisa. Mas entendo que a Política brasileira precisa de homens honestos, competentes e que transmitam credibilidade sem querer ser demagogos. Não vejo um só.

manifestação

Foto: EFE, extraída de: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/manifestacao-pro-bolsonaro-aumenta-tensao-entre-esquerda-e-direita-e-pode-impactar-eleicoes/

– Mais um opositor de Putin morreu.

Impressionante: qualquer que seja o adversário político de Putin ou suposto candidato contrário, algo acontece.

Nos últimos anos: queda do apartamento, envenenamento por polônio, queda acidental de avião, e, ontem, Alexei Navalny morreu na prisão. 

Dá medo a ditadura, ou não?

alexei navalny opositor putin morto

Imagem: REUTERS/Shamil Zhumatov

– Onde o K-Pop leva à cadeia…

A absurda e retrógrada ditadura comunista norte-coreana não tem limites! Agora, por ser um sucesso na Coreia do Sul, o inimigo influenciador passou a ser o estilo musical K-pop!

Lá, quem curte música do vizinho, vai para a cadeia.

Abaixo, extraído de CNN Brasil, em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/coreia-do-norte-condena-adolescentes-a-12-anos-de-trabalho-forcado-por-assistir-k-pop/?utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=internacional-cnn-brasil&utm_content=link

COREIA DO NORTE CONDENA ADOLESCENTES A 12 ANOS DE TRABALHO FORÇADO POR ASSISTIR A K-POP, SEGUNDO VÍDEO

Filmagem, que mostra os dois jovens de 16 anos em Pyongyang condenados por assistirem a filmes e vídeos musicais sul-coreanos, foi divulgada pelo South and North Development (SAND) Institute.

Por Minwoo Parkda CNNJimin Jungda Reuters em Seul

Imagens de vídeo divulgadas por uma organização que trabalha com desertores norte-coreanos mostram autoridades da Coreia do Norte condenando publicamente dois adolescentes a 12 anos de trabalhos forçados por assistirem K-pop.

A filmagem, que mostra os dois jovens de 16 anos em Pyongyang condenados por assistirem a filmes e vídeos musicais sul-coreanos, foi divulgada pelo South and North Development (SAND) Institute.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente a gravação, que foi reportada pela primeira vez pela BBC.

Há anos, a Coreia do Norte impõe sentenças duras a quem for pego desfrutando do entretenimento sul-coreano ou copiando a maneira como os sul-coreanos falam – uma guerra contra influências externas desde que uma nova e abrangente lei de “pensamento anti-reacionário” foi imposta em 2020.

“A julgar pela pesada punição, parece que isso deve ser mostrado às pessoas em toda a Coreia do Norte para adverti-las”, disse Choi Kyong-hui, presidente da SAND e doutora em Ciências Políticas pela Universidade de Tóquio, que desertou da Coreia do Norte em 2001.

“Se assim for, parece que esse estilo de vida da cultura sul-coreana é predominante na sociedade norte-coreana”, completou.

“Acho que esse vídeo foi editado por volta de 2022. O que é problemático para Kim Jong Un (líder norte-coreano) é que os jovens da geração Y e da geração Z mudaram sua maneira de pensar. Acho que ele está trabalhando para voltar à maneira norte-coreana”, concluiu.

O vídeo, feito pelas autoridades norte-coreanas, mostra um grande julgamento público no qual os dois estudantes de uniforme cinza são algemados enquanto são observados por cerca de 1.000 estudantes em um anfiteatro.

Todos os estudantes, incluindo os dois jovens de 16 anos, estão usando máscaras faciais, o que sugere que a filmagem foi feita durante a pandemia da Covid-19.

Os estudantes foram sentenciados, de acordo com o vídeo, depois de serem condenados por assistir e divulgar filmes, músicas e vídeos musicais sul-coreanos durante três meses.

“Eles foram seduzidos pela cultura estrangeira… e acabaram arruinando suas vidas”, afirma o narrador, enquanto o vídeo corta para meninas sendo algemadas e mulheres de Pyongyang usando moda e penteados sul-coreanos.

A reclusa Coreia do Norte e o rico Sul ainda estão tecnicamente em guerra depois que seu conflito de 1950-53 terminou em uma trégua, não em um tratado de paz, e estão divididos por uma zona desmilitarizada (DMZ) fortificada.

Adolescentes da Coreia do Norte pegam 12 anos de trabalhos forçados por assistirem K-pop

Adolescentes da Coreia do Norte pegam 12 anos de trabalhos forçados por assistirem K-pop SAND INSTITUTE NEWSLETTER

– 32 anos do fim da União Soviética.

Há exatamente 32 anos, um monstrengo chamado União Soviética – felizmente – deixou de existir. Uma ditadura (não importa se foi comunista, capitalista, ou o que tivesse sido – a censura e a ausência de democracia é sempre algo condenável) que enganou muita gente e que ilude pessoas com uma história mentirosa até hoje.

Uma matéria interessante sobre o acontecido (eu me recordo muito bem desse dia) aqui: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/12/26/5-razoes-pelas-quais-a-uniao-sovietica-entrou-em-colapso-ha-30-anos.ghtml

5 RAZÕES PELAS QUAIS A URSS ENTROU EM COLAPSO

Em dezembro de 1991, o maior país do mundo — e o primeiro Estado comunista — oficialmente deixou de existir. E isso teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou formalmente ao cargo de presidente da União Soviética (URSS). No dia seguinte, em 26 de dezembro, o Parlamento do país — o Soviete Supremo — reconheceu formalmente a independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência da União Soviética.

Gorbachev havia chegado ao poder em 1985, aos 54 anos. Ele iniciou uma série de reformas para dar um novo fôlego ao país, que estava estagnado.

Muitos argumentam que essas reformas, conhecidas como Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão), provocaram o fim do bloco soviético. Outros dizem que não havia salvação para a União Soviética, dada sua estrutura rígida.

Neste texto, a BBC examina as razões subjacentes a um colapso que teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Uma economia em colapso era o maior de todos os problemas da União Soviética. O país tinha uma economia planificada, ao contrário da economia de mercado da maioria dos outros países.

Na URSS, o estado decidia quanto iria produzir em cada setor (quantos carros ou pares de sapatos ou pães, por exemplo).

Também decidia o quanto desses produtos cada cidadão precisava, quanto tudo deveria custar e quanto deveria ser pago às pessoas.

A teoria era que esse sistema seria eficiente e justo, mas na realidade ele teve dificuldades para funcionar.

A oferta sempre ficou atrás da demanda, e o dinheiro não rendia na mão da população.

Muitas pessoas na União Soviética não eram exatamente pobres, mas simplesmente não conseguiam comprar itens básicos porque nunca havia dinheiro o suficiente.

Na União Soviética, as pessoas não falavam em comprar algo (kupit), mas em conseguir (dostat).

O que piorou a situação foram os gastos com a exploração espacial e a corrida armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, que começou no final dos anos 1950.

A URSS foi o primeiro país do mundo a colocar um homem em órbita e possuía um arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos altamente avançados, mas produzir tudo isso custou muito caro ao país.

A União Soviética dependia de seus recursos naturais, como petróleo e gás, para pagar por essa corrida, mas, no início da década de 1980, os preços do petróleo despencaram, atingindo duramente a economia já debilitada do bloco.

A política da Perestroika de Gorbachev introduziu alguns princípios de mercado, mas a gigantesca economia soviética era pesada demais para ser reformada rapidamente.

Os bens de consumo permaneceram escassos, e a inflação disparou.

Em 1990, as autoridades introduziram uma reforma monetária que eliminou as poupanças, por mais parcas que fossem, de milhões de pessoas.

A frustração com o governo cresceu.

Por que isso importa hoje?

A escassez de bens de consumo teve um efeito duradouro no pensamento da população depois da queda do bloco soviético.

Mesmo agora — uma geração depois —, o medo de ficar sem produtos básicos ainda persiste.

Esse é um temor poderoso que pode ser facilmente manipulado durante as campanhas eleitorais.

A política de Glasnost de Gorbachev visava permitir maior liberdade de expressão em um país que passou décadas sob um regime opressor, onde as pessoas tinham muito medo de dizer o que pensavam, fazer perguntas ou reclamar.

Gorbachev começou a abrir arquivos históricos que mostravam a verdadeira escala da repressão sob Joseph Stalin (líder soviético entre 1924 e 1953), que resultou na morte de milhões de pessoas.

Ele encorajou um debate sobre o futuro da União Soviética e suas estruturas de poder, sobre como elas deveriam ser reformadas para seguir em frente.

O político até contemplou a ideia de um sistema multipartidário, desafiando o domínio do Partido Comunista.

Em vez de apenas ajustar a ideia soviética, essas revelações levaram muitos na URSS a acreditar que o sistema governado pelo Partido Comunista — onde todos os funcionários do governo eram nomeados ou eleitos por meio de eleições não contestadas — era ineficaz, repressivo e aberto à corrupção.

O governo de Gorbachev tentou apressadamente introduzir alguns elementos de liberdade e justiça no processo eleitoral, mas era tarde demais.

Por que isso importa hoje?

O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, percebeu desde cedo a importância da ideia de uma nação forte, especialmente para um governo que não é totalmente transparente e democrático.

Ele utilizou um ideário de várias épocas do passado russo e soviético para promover um sentimento nacional de reverência ao seu governo: a riqueza e o glamour da Rússia Imperial, o heroísmo e o sacrifício da vitória na Segunda Guerra Mundial sob Stalin e a calma estabilidade dos anos 1970. A era soviética é ecleticamente misturada para inspirar orgulho e patriotismo, deixando em segundo plano os numerosos problemas da Rússia atual.

A União Soviética era um estado multinacional, sucessor do Império Russo.

Consistia em 15 repúblicas, cada uma teoricamente igual em seus direitos como nações irmãs.

Na realidade, a Rússia era de longe a maior e mais poderosa, e a língua e a cultura russas dominavam muitas áreas.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

– Os dissidentes esportistas de Cuba.

De 412 atletas cubanos nos Jogos Pan-Americanos, voltaram para seu país 391.

Motivo: querem distância da ilha comunista…

Só saberemos o inferno que deve ser, se vivermos lá. Mas o desejo de não mais retornar a um lugar que se vive ditadura, é claro…

Em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2023/11/10/atletas-cubanos-pedem-asilo-apos-jogos-pan-americanos-do-chile.htm

NSports - Jogos Pan-Americanos 2023: Boxe - Manhã - Canal 4 - Dia 1

Arte extraída da Web

– As coisas proibidas pela Coreia do Norte!

O regime norte-coreano de Kim Jon-un é ditatorial ao extremo. Mas além de assustar o mundo com seu desejo doentio de explodir mísseis, é marcado pelas mais diversas proibições.

Olha só cada maluquice,

Extraído de: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/21/conheca-13-coisas-que-voce-faz-todo-dia-e-sao-ilegais-na-coreia-do-norte.htm?cmpid=tw-uolnot

CONHEÇA 13 COISAS QUE VOCÊ FAZ TODO DIA E SÃO ILEGAIS NA COREIA DO NORTE:

A Coreia do Norte é um dos países mais isolados do mundo. Comandado desde 2011 por Kim Jong-un, o terceiro “líder supremo”, o país tem uma legislação rigorosa sobre atitudes consideradas simples e corriqueiras em países democráticos.

As atividades consideradas ilegais podem ser punidas com trabalhos forçados, prisão e pena de morte. Muitas das execuções são públicas. Os campos de detenção do país –muitas vezes com trabalhos forçados– são secretos, porém alguns desertores já relataram à ONU (Organização das Nações Unidas) os horrores do que ocorre por lá.

Veja abaixo 13 atividades simples que são consideradas ilegais no país liderado por Kim Jong-un:

1) DORMIR DURANTE UMA REUNIÃO: dormir enquanto o chefe fala? Nada disso. O ministro da Defesa da Coreia do Norte foi executado com um tiro de bateria antiaérea em frente a centenas de pessoas por ter mostrado deslealdade ao presidente. Segundo o serviço secreto sul-coreano, Hyon teria adormecido durante um evento com Kim Jong-un e não cumpriu ordens.

2) TER O MESMO NOME DO LÍDER DA NAÇÃO: chamar-se Dilma ou Temer aqui no Brasil é permitido, por lá ter o nome Kim não pode. A proibição foi emitida há mais de 3 anos –um ano antes de que o ditador assumisse o poder no lugar do pai, Kim Jong-il. O regime totalitário, caracterizado pelo extremo culto à personalidade dos líderes da dinastia Kim, exigiu que todos os cidadãos que se chamam “Kim Jong-un” mudem de nome “voluntariamente”, segundo o decreto, para destacar a personalidade única do “líder supremo”.

3) TER UMA BÍBLIA: em 2014, o americano Jeffrey Fowle, ficou preso por cinco meses na Coreia do Norte depois de deixar uma Bíblia no banheiro de um restaurante. Fowle, 56, foi preso por violar as regras de pregação religiosa do regime. Embora haja igrejas na Coreia do Norte, elas estão todas sob controle do Estado e o regime totalitário proíbe manifestações independentes de religiosidade.

4) TER UM PARENTE CRIMINOSO: segundo a lei norte-coreana, os familiares de alguém acusado por um crime são automaticamente considerados corresponsáveis. Como no conceito de Sippenhaft da Alemanha nazista, a argumentação é que em suas veias corre o sangue do criminoso.

5) ESCOLHER SUA PROFISSÃO: após concluir o estudo secundário e o serviço militar, com apenas 18 anos, Ahn Myeong Cheol, atualmente morando na Coreia do Sul, foi designado guarda de um campo de prisioneiros políticos, onde as regras eram extremamente rígidas.

6) USAR BIQUÍNI: as mulheres são proibidas de mostrar o umbigo no país de Kim Jong-un, mostrando o profundo conservadorismo que impregna esta sociedade comunista na qual a retidão moral é tão sagrada quanto a revolução.

7) ASSISTIR FILME OU OUVIR MÚSICA DE FORA DO PAÍS: na Coreia do Norte, assistir ou ouvir mídia estrangeira é considerado crime contra o Estado, passível de trabalhos forçados, prisão e até morte. A despeito disso, a popularidade dos filmes e programas de TV internacionais –contrabandeados para o país em pendrives e CDs e vendidos no mercado negro– não para de crescer. Existem níveis diferentes de punição. Se você for apanhado com um filme russo ou de Bollywood [Índia], é enviado para a prisão por três anos, mas, se o filme for sul-coreano ou americano, você é executado.

8) SORRIR, BEBER E FALAR ALTO EM DATAS ESPECÍFICAS: desde 1994, quando os norte-coreanos perderam seu primeiro líder, a cada 8 de julho está proibido sorrir, levantar a voz na rua, beber álcool ou dançar, embora ninguém cogite fazê-lo “porque todo o país está de luto”.

9) PORNOGRAFIA: pessoas são executadas publicamente por distribuir material pornográfico ou se prostituir. As execuções públicas são usadas como medida extrema do governo para suprimir as chamadas desordens públicas ou “formas aceleradas de capitalismo” no país.

10) DIRIGIR: só funcionários do governo têm permissão para ter um carro. É estimado que apenas uma a cada 100 pessoas no país tenha carro. As mulheres também são proibidas de dirigir, apesar de serem as guardas de trânsito.

11) LIGAR PARA FORA DO PAÍS: fazer uma ligação para alguém fora do Coreia do Norte pode levar à morte. Em 2007, um homem foi morto a tiros dentro de um estádio por fazer inúmeras chamadas internacionais.

12) DEIXAR O PAÍS: os norte-coreanos são proibidos de deixar o país sem permissão. Nem sequer passar um feriado na vizinha Coreia do Sul: certamente você será caçado.

13) ENTRAR NA INTERNET: Facebook? Mandar um inocente e-mail? Tuítar? Nada disso é possível no país de Kim Jong-un, que não tem internet livre, apenas um portal de propaganda estatal. Somente o governo, a elite, estrangeiros e jornalistas a trabalho têm acesso a conteúdo online, mas em uma rede com velocidade bem baixa.

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Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– Lutar contra a ditadura com o ditador, Lula?

Leio no UOL a manchete: “Com Maduro, Lula exalta luta contra ditaduras na região”. (em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/30/lula-cupula-presidentes-america-do-sul.htm)

Isso é uma tremenda contradição. Ou “um mico”!

O ditador Nicolas Maduro estando ao lado de alguém que diz lutar contra ditadura? Tome vergonha, Lula.

Na matéria, é dito que “(…) o petista exaltou o histórico de lutas contra a ditadura da região —apesar da presença de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela — e sugeriu a criação de um grupo de trabalho para montar um direcionamento estratégico da América do Sul diante dos desafios contemporâneos, como a fome e a Guerra da Ucrânia”.

Inacreditável esse país. Perder tempo com esse ditador, e falar tal bobagem, é demais!

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a primeira-dama, Cilia Flores, subindo a rampa do Planalto para se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil

Foto: Sérgio Lima / Agência Poder 360 – Imagem extraída de: https://www.poder360.com.br/governo/so-maduro-tem-reuniao-com-lula-fora-da-agenda-oficial-de-evento/

– A Carta de Jamil Chade ao homem forte da China.

O brilhante jornalista Jamil Chade esteve visitando a China, e observou um número incrível de câmeras nas ruas.

É sabido que em países governados sem democracia, as autoridades desejam controlar ao máximo a vida do cidadão. Seria esse um dos elementos de controle?

Abaixo, extraído de: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/04/02/carta-a-xi-jinping-para-que-voces-querem-saber-onde-estamos-o-tempo-todo.htm

CARTA A XI JINGPING: PARA QUE VOCÊS QUEREM SABER ONDE ESTAMOS O TEMPO TODO?

Senhor presidente Xi Jingping,

Percorri seu país nesta semana e não tive como não me surpreender pela explosão de desenvolvimento e riqueza de uma nação que já deixou claro que quer ser protagonista do século 21. O mundo precisa de outros polos de poder, de referências e de filosofias de vida.

Vocês acabam de se abrir ao mundo, depois de muito tempo, e posso dizer do privilégio que tive como jornalista de ter feito parte da primeira leva de estrangeiros voltando a circular pelo país.

A gentileza dos chineses é ímpar. No interior, depois de um bom tempo tentando dizer que eu queria arroz com legumes, a dona do restaurante local veio me dar uma bronca porque eu não estava comendo bem. Como me recusei a aceitar o banquete que me oferecia, ela decidiu que não cobraria um centavo sequer pelo meu frugal jantar.

Mas não houve como escapar da estranha sensação de ser observado o tempo todo. As câmeras estão em todos os lados. Nos faróis, nas estações de trem, nos centros comerciais, nas ruas, nos estacionamentos, nas entradas de restaurantes, nas lojas, nos hotéis.

Essas, claro, as que vemos.

Andando por Pequim outro dia, notei como num só poste quatro câmeras foram colocadas. Confesso que pensei: Estão todas funcionando? Quem está do outro lado? Para que servem exatamente?

Li que existem mais de 700 milhões de câmeras espalhadas pelo mundo. 54% estariam na China.

Os mais otimistas garantem: isso faz com que a segurança seja plena. Será? Contra quem?

Em outra cidade, justamente quando fui cruzar a rua e me deparei com mais uma câmera, me veio à mente a frase:

“Ele é visto. Mas não vê. Ele é o objeto de informação. Nunca um sujeito na comunicação”.

Ao tratar da origem da cadeia, da situação do detento e da ideia do panóptico, o filósofo Michel Foucault antecipou o debate sobre a sociedade moderna do monitoramento e vigilância.

O conceito do panóptico havia sido desenvolvido no século 18 por Jeremy Bentham, e ampliado por Foucault ao tentar entender a disciplina. Tratava-se de um edifício redondo, com uma torre no centro e celas ao redor. Em cada uma delas, o prisioneiro era constantemente vigiado pela torre central, sem jamais saber quando haveria alguém olhando para ele.

Em 2023, o panóptico se transferiu para as ruas chinesas. Não existe uma torre. No seu lugar, um impressionante sistema de monitoramento de massa. Todos estão sendo vigiados e sem saber quando os olhos da torre estarão direcionados a eles.

As câmeras são apenas parte do sistema de vigilância de Estado, estabelecidos por vocês. Vi como todos são escaneados ao comprar uma passagem de trem. Como são escaneados para entrar no trem. São escaneados para sair da estação. Isso, claro, sem contar com o monitoramento dos celulares, por onde a vida cotidiana passa, assim como os pagamentos e localização.

Vocês sabem onde estamos o tempo todo? Para que? O arquivo sobre 1,4 bilhão de pessoas ficará com quem? As informações coletadas sobre mim serão destruídas?

Eu não tenho nada a dever. Mas o fato de eu ter vindo ao seu país justifica que eu tenha transferido minhas informações a vocês?

Eu e o senhor sabemos que, até hoje, aquelas imagens simbólicas da fila de tanques desafiados por um homem na Praça de Tiananmen são proibidas na China. Trinta anos depois elas continuam sendo uma ameaça?

Percorrendo as ruas, as marcas de luxo como Ferrari, Cartier, Tiffany e Steinway estampadas pelas vitrines transparentes dão a sensação de liberdade. O fim da fome e a erradicação da pobreza extrema também. Sem dúvida, duas grandes conquistas.

Mas insisto na pergunta: estaríamos diante de um panóptico chinês?

Saudações democráticas,

Jamil

– 31 anos do fim da União Soviética.

Há exatamente 31 anos, um monstrengo chamado União Soviética – felizmente – deixou de existir. Uma ditadura (não importa se foi comunista, capitalista, ou o que tivesse sido – a censura e a ausência de democracia é sempre algo condenável) que enganou muita gente e que ilude pessoas com uma história mentirosa até hoje.

Uma matéria interessante sobre o acontecido (eu me recordo muito bem desse dia) aqui: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/12/26/5-razoes-pelas-quais-a-uniao-sovietica-entrou-em-colapso-ha-30-anos.ghtml

5 RAZÕES PELAS QUAIS A URSS ENTROU EM COLAPSO

Em dezembro de 1991, o maior país do mundo — e o primeiro Estado comunista — oficialmente deixou de existir. E isso teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou formalmente ao cargo de presidente da União Soviética (URSS). No dia seguinte, em 26 de dezembro, o Parlamento do país — o Soviete Supremo — reconheceu formalmente a independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência da União Soviética.

Gorbachev havia chegado ao poder em 1985, aos 54 anos. Ele iniciou uma série de reformas para dar um novo fôlego ao país, que estava estagnado.

Muitos argumentam que essas reformas, conhecidas como Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão), provocaram o fim do bloco soviético. Outros dizem que não havia salvação para a União Soviética, dada sua estrutura rígida.

Neste texto, a BBC examina as razões subjacentes a um colapso que teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Uma economia em colapso era o maior de todos os problemas da União Soviética. O país tinha uma economia planificada, ao contrário da economia de mercado da maioria dos outros países.

Na URSS, o estado decidia quanto iria produzir em cada setor (quantos carros ou pares de sapatos ou pães, por exemplo).

Também decidia o quanto desses produtos cada cidadão precisava, quanto tudo deveria custar e quanto deveria ser pago às pessoas.

A teoria era que esse sistema seria eficiente e justo, mas na realidade ele teve dificuldades para funcionar.

A oferta sempre ficou atrás da demanda, e o dinheiro não rendia na mão da população.

Muitas pessoas na União Soviética não eram exatamente pobres, mas simplesmente não conseguiam comprar itens básicos porque nunca havia dinheiro o suficiente.

Na União Soviética, as pessoas não falavam em comprar algo (kupit), mas em conseguir (dostat).

O que piorou a situação foram os gastos com a exploração espacial e a corrida armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, que começou no final dos anos 1950.

A URSS foi o primeiro país do mundo a colocar um homem em órbita e possuía um arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos altamente avançados, mas produzir tudo isso custou muito caro ao país.

A União Soviética dependia de seus recursos naturais, como petróleo e gás, para pagar por essa corrida, mas, no início da década de 1980, os preços do petróleo despencaram, atingindo duramente a economia já debilitada do bloco.

A política da Perestroika de Gorbachev introduziu alguns princípios de mercado, mas a gigantesca economia soviética era pesada demais para ser reformada rapidamente.

Os bens de consumo permaneceram escassos, e a inflação disparou.

Em 1990, as autoridades introduziram uma reforma monetária que eliminou as poupanças, por mais parcas que fossem, de milhões de pessoas.

A frustração com o governo cresceu.

Por que isso importa hoje?

A escassez de bens de consumo teve um efeito duradouro no pensamento da população depois da queda do bloco soviético.

Mesmo agora — uma geração depois —, o medo de ficar sem produtos básicos ainda persiste.

Esse é um temor poderoso que pode ser facilmente manipulado durante as campanhas eleitorais.

A política de Glasnost de Gorbachev visava permitir maior liberdade de expressão em um país que passou décadas sob um regime opressor, onde as pessoas tinham muito medo de dizer o que pensavam, fazer perguntas ou reclamar.

Gorbachev começou a abrir arquivos históricos que mostravam a verdadeira escala da repressão sob Joseph Stalin (líder soviético entre 1924 e 1953), que resultou na morte de milhões de pessoas.

Ele encorajou um debate sobre o futuro da União Soviética e suas estruturas de poder, sobre como elas deveriam ser reformadas para seguir em frente.

O político até contemplou a ideia de um sistema multipartidário, desafiando o domínio do Partido Comunista.

Em vez de apenas ajustar a ideia soviética, essas revelações levaram muitos na URSS a acreditar que o sistema governado pelo Partido Comunista — onde todos os funcionários do governo eram nomeados ou eleitos por meio de eleições não contestadas — era ineficaz, repressivo e aberto à corrupção.

O governo de Gorbachev tentou apressadamente introduzir alguns elementos de liberdade e justiça no processo eleitoral, mas era tarde demais.

Por que isso importa hoje?

O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, percebeu desde cedo a importância da ideia de uma nação forte, especialmente para um governo que não é totalmente transparente e democrático.

Ele utilizou um ideário de várias épocas do passado russo e soviético para promover um sentimento nacional de reverência ao seu governo: a riqueza e o glamour da Rússia Imperial, o heroísmo e o sacrifício da vitória na Segunda Guerra Mundial sob Stalin e a calma estabilidade dos anos 1970. A era soviética é ecleticamente misturada para inspirar orgulho e patriotismo, deixando em segundo plano os numerosos problemas da Rússia atual.

A União Soviética era um estado multinacional, sucessor do Império Russo.

Consistia em 15 repúblicas, cada uma teoricamente igual em seus direitos como nações irmãs.

Na realidade, a Rússia era de longe a maior e mais poderosa, e a língua e a cultura russas dominavam muitas áreas.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

– O plano de Educação Familiar do Governo Chinês.

Do ano passado, mas nada mais se soube… abaixo:

Limitação de tempo de jogos pela Internet, fim do culto às celebridades da mídia, cuidados para a adoração de pessoas como se fosse “ópio espiritual”, aumento de tempo de recreação com atividades físicas e mais masculinização dos homens: eis alguns pontos da nova lei de Educação Familiar na China, que pode levar os pais à punição, caso os filhos não os cumpram.

Diante disso, uma questão, independente da lei: até onde um Governo pode ou deve regular a relação íntima de pai, mãe e filhos?

Abaixo, extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-elabora-lei-para-punir-pais-por-mau-comportamento-dos-filhos/

CHINA ELABORA LEI PARA PUNIR PAIS PRO MAU COMPORTAMENTO DOS FILHOS

O parlamento da China vai analisar uma legislação para punir os pais se seus filhos pequenos exibirem “comportamento muito ruim” ou cometerem crimes.

No projeto de lei de promoção da educação da família, os tutores serão repreendidos e obrigados a passar por programas de orientação de educação da família se os promotores encontrarem um comportamento considerado “muito ruim ou criminoso” nas crianças sob seus cuidados.

“Há muitas razões para os adolescentes se comportarem mal, e a falta de educação familiar inadequada é a principal causa”, disse Zang Tiewei, porta-voz da Comissão de Assuntos Legislativos do Congresso Nacional do Povo (NPC).

O projeto de lei de promoção da educação familiar, que será analisado do Comitê Permanente do NPC nesta semana, também pede aos pais que providenciem tempos para descanso, brincadeiras e exercícios para seus filhos.

Pequim tem conduzido a China com uma mão paternal mais assertiva neste ano, combatendo o vício dos jovens nos jogos online, que são considerados uma forma de “ópio espiritual”, até reprimir a adoração “cega” de celebridades da internet.

Nos últimos meses, o Ministério da Educação chinês limitou as horas de jogo para menores de idade, permitindo-lhes jogar online por uma hora apenas às sextas, sábados e domingos.

O país também proibiu aulas de reforço depois de aulas para matérias importantes durante o fim de semana e feriados. A decisão demonstra uma preocupação com a pesada carga acadêmica sobre as crianças do país.

A China tem pedido aos jovens para serem menos “femininos” e mais “masculinos”. Em uma das medidas adotadas pelo país, o Ministério da Educação instou as escolas a promoverem esportes presenciais, como o futebol.

China: governo, economia, aspectos naturais - Brasil Escola

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/china-1.htm

– REPOST: Taiwan: como surgiram duas Chinas?

De 23.05.2020, mas pertinente, devido ao aumento da tensão entre China e Taiwan
Na semana, a presidente de Taiwan Tsai Ing-wen se reelegeu e novamente afirmou que não existe nenhuma chance do território aceitar ser administrado pela China Comunista, nos moldes que faz com Hong Kong.

Aliás, duas observações:

1. A população de Formosa (ou Taiwan, como é chamada lá) não quer fazer parte da China Continental. Pra quê insistir, depois de tantos anos? Demonstração de poder?

2. Hong Kong vive reclamando da forte repressão democrática. Se espelhar nesse modelo é algo impensável para eles.

Entenda como surgiram “duas Chinas”,

Extraído de: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/taiwan-uma-nacao-ou-uma-provincia-chinesa.htm

TAIWAN: UMA NAÇÃO OU UMA PROVÍNCIA CHINESA?

A questão de Taiwan teve origem com a vitória da Revolução Chinesa em 1949, a derrubada do governo de Chiang Kai-shek e a instauração do governo socialista de Mao-Tsé Tung. Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu Estado Maior e cerca de 2 milhões de chineses na ilha de Taiwan ou Formosa, situada a 130 km do litoral da parte continental da China e separada desta pelo estreito do mesmo nome. Formou-se na ilha um governo autônomo com o apoio dos Estados Unidos.

A partir desse período, a China seguiu dividida em duas: República Popular da China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular). Elas representavam os dois lados da Guerra Fria. A China Popular aliou-se à URSS até 1960 e depois seguiu seu próprio caminho.

Desde então, as duas Chinas vivem numa situação de hostilidade, ocorrendo, inclusive, conflitos armados nos primeiros anos de sua divisão. A China Nacionalista, porém, assegurou sua existência através do estreitamento das relações com os Estados Unidos. Em 1954, os EUA e Taiwan assinaram um acordo de defesa mútua, após o intenso bombardeio do estreito de Formosa pela República Popular da China, nesse mesmo ano.

Desde a década de 1970, Taiwan tem se destacado no cenário econômico mundial pelo desempenho invejável. Formava, ao lado de outros três países do Pacífico – Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura – o bloco dos primeiros “tigres asiáticos”, assim chamados por terem dado um salto no desempenho econômico, com taxas de crescimento excepcionais, além de uma política agressiva de disputa no mercado externo. Os taiwaneses conquistaram padrões de vida bem próximos aos dos países desenvolvidos, contrastando com a dura realidade vivida pela população da China continental.

Do ponto de vista geopolítico, porém, Taiwan acumulava derrotas. Em 1971 foi substituída pela República Popular da China na ONU e, em 1979, os Estados Unidos transferiram a sua embaixada de Taipé (capital de Taiwan) para Pequim (capital da China Popular), devido ao restabelecimento de relações diplomáticas com o país socialista. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos anularam o Tratado da Defesa que mantinham com a ilha e desativaram a sua base militar. Apesar disso, o governo de Taiwan continuou contando com o compromisso de apoio e proteção militar norte-americana.

Nação ou província chinesa?

Chinag Kai-Shek, líder do Partido Nacionalista (Kuomintang), governou Taiwan até 1975, com poderes ditatoriais. Mesmo após a sua morte, nesse mesmo ano, a ilha continuou a ser controlada pelo Kuomintang. Somente na década de 1990 o país passou por um processo de democratização, abrindo espaço para outras agremiações políticas. Em 2000, o Partido Democrático Progressista (PDP) conquistou o poder através de eleições livres, sob o comando de Chen Shui-bian. O PDP sempre manifestou posição favorável à independência em relação à China Popular, que lhe rendeu os votos da maioria da população taiwanesa e assegurou a reeleição de Chen, em 2004.

Taiwan tem governo próprio, eleito democraticamente, instituições independentes, moeda nacional, forças armadas, participa ativamente do comércio internacional e é membro da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). Para efeitos práticos, é um Estado soberano, mas apesar disso não é reconhecido pela ONU e pelas principais organizações internacionais. Mantém relações diplomáticas com 26 países apenas.

A China Popular considera Taiwan uma província rebelde, uma parte inalienável do seu território. Nos últimos anos, tem se empenhado ostensivamente no projeto de reunificação, inclusive recorrendo ao uso da força, caso isso seja inevitável. Desde a década de 1990, tem realizado manobras militares no estreito de Taiwan, no sentido de reforçar a sua disposição de impedir qualquer tentativa de independência.

Em busca de uma solução pacífica, contudo, Pequim propõe o conceito de “um país, dois sistemas”: o socialista no continente e o capitalista em Taiwan. Em tese, isso permitiria a Taiwan adotar as suas políticas econômicas e manter as suas instituições, com relativa autonomia.

Do outro lado do estreito, o atual presidente taiwanês não ousa declarar publicamente a independência ou tomar qualquer decisão contra a reunificação com a parte continental. No entanto, tem manifestado que qualquer atitude a esse respeito dependerá de um processo livre e democrático, cuja deliberação cabe a 23 milhões de pessoas que vivem em Taiwan, em sua maioria simpática à causa separatista. A perspectiva de uma só China no futuro, declara Chen, deverá ser fruto de negociações em bases iguais.

Taiwan conta, ainda, com o apoio dos Estados Unidos que consideram a ilha estratégica para sua influência na região da Ásia-Pacífico. Além disso, é determinação do Congresso norte-americano defender a ilha de qualquer ameaça militar externa.

Em março de 2005, um novo agravante tem colocado em risco as delicadas relações entre as duas Chinas. A Assembléia Nacional Popular, parlamento da China Continental, aprovou uma lei anti-secessão. Essa lei autoriza o uso da força contra Taiwan, caso esta declare a sua independência formal.

A iniciativa reforça as hostilidades entre os dois governos e coloca os Estados Unidos em situação delicada. Não está nos planos dos americanos um conflito direto com a China, que, por outro lado, não deverão ficar impassíveis a China invada Taiwan e busque a reunificação por meios bélicos.

Desde 2004, o governo norte-americano vem fortalecendo a cooperação militar com Taiwan e tem feito pressões sobre a União Européia para que não suspendam o embargo à venda de armas à China continental, imposto desde o massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989, quando a população chinesa saiu às ruas para exigir liberdades democráticas. O governo de Washington procurou, também, envolver e comprometer o Japão na defesa de uma Taiwan independente: os japoneses têm interesses estratégicos no estreito, por onde circula boa parte das mercadorias negociadas por este país no mercado internacional.

A maioria dos analistas acredita que a Lei Anti-Secessão é mais um jogo de cena da China Popular. Essa lei não acrescenta nada além do que o governo chinês sempre declarou neste pouco mais de meio século de tensão entre as duas China. Existe ainda um outro componente que funciona como bloqueador de ações beligerantes: as intensas relações e interesses econômicos existentes entre todos os países que poderiam ser envolvidos pelo agravamento da questão taiwanesa.

Tsai Ing-wen foi reeleita como presidente de Taiwan neste sábado (11) — Foto: Tyrone Siu/Reuters

Tsai Ing-wen foi reeleita como presidente de Taiwan neste sábado (11) — Foto: Tyrone Siu/Reuters

– Os áudios da ditadura: que horror!

Rapaz… e os áudios da Ditadura? Que triste verdade, que só confirma o quanto o país sofreu com a falta de Democracia, numa nação onde radicais de Direita e de Esquerda se enfrentavam, e que muitas pessoas que não faziam parte dos movimentos revolucionários acabavam sofrendo com tortura…

E há quem negue tudo isso, não? Inegáveis os excessos de ambos os lados.

A matéria completa sobre isso, em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/04/19/stm-audios-confissao.htm

ÁUDIOS DO STM NA DITADURA TÊM CONFISSÕES SOBRE MARTELADAS E ABORTO APÓS CHOQUE

Os ministros do STM (Superior Tribunal Militar) tinham conhecimento sobre as torturas cometidas no período da ditadura militar no Brasil. O fato é comprovado por áudios gravados nas sessões —tanto as secretas, quanto as públicas —, disponibilizados ao público em 2017, e que vieram à tona no último domingo (17).

Entre as violências que chegaram às mesas dos ministros, há tortura de grávidas, violência contra a mulher, uso de martelos para obter confissões e um sólido entendimento de que as polícias eram violentas com os presos.

As gravações foram divulgadas pela jornalista Miriam Leitão, no jornal O Globo, a partir de análise do historiador Carlos Fico, especialista do período e professor de História do Brasil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O UOL separou trechos dos áudios divulgados até agora, que reúnem elementos e detalhes da tortura praticada no período da ditadura militar:

Tortura de grávidas e aborto após choque

Em um dos áudios, o general Rodrigo Octávio descreve denúncias de torturas em instalações militares. Em 24 de junho de 1977, um áudio de 3 minutos e 48 segundos expõe como mulheres grávidas foram violentadas, o que levou até a um aborto.

O general Rodrigo Octávio narra, durante sessão para a apelação 41.048, que José Roberto Monteiro denuncia que fora torturado — e, por isso, negou confissões que havia feito sob aquelas condições — e que o mesmo também aconteceu com sua mulher, Nádia Lúcia do Nascimento.

Na voz do general, descreve-se o que aconteceu com Nádia: “(…) sofreu um aborto no próprio Codi-Doi em virtude de choques elétricos em seu aparelho genital, fato ocorrido no dia 8 de abril de 1974”.

A sequência do áudio traz a defesa de Nádia, a partir de uma leitura.

“Não participou de qualquer ação delituosa, nem mesmo estava ligada ao MR8, e que se por acaso for considerada responsável por aquilo que disse, pede que seja tomada em consideração o fato, como salientou, não aguentava mais a pressão à qual fora submetida e até mesmo coação. Deseja ainda esclarecer suas atitudes, pois estava grávida de três meses ao ser presa, tinha receio de perder o filho, o que veio a acontecer no dia 7 de abril nas dependências da Oban [Operação Bandeirante]”.
Defesa de vítima na tortura em leitura do general Rodrigo Octávio em 1977

Confissão a marteladas

Os áudios também expõem uma série de detalhes das torturas praticadas. No dia 15 de junho de 1976, o ministro togado Amarílio Lopes Salgado expõe um desses casos. O áudio tem 2 minutos e 33 segundos e trata da apelação 41.027, referente a um assalto a banco. O crime não teve causa política, mas os assaltos do tipo também eram julgados pelo STM de acordo com as regras da época.

O acusado confessa ter assaltado dois bancos, mas destaca que, no assalto em questão, não teve culpa. O ministro afirma que há dois policiais citados pela vítima da tortura, que recebeu marteladas para confessar o crime.

“É o seguinte é que ele alega que para fazer essa confissão na polícia – ele assaltou dois bancos – mas esse ele não podia porque estava preso”, diz Lopes Salgado.

Na sequência, o ministro continua: “Faz uma diligência e vê isso aí. Vou dar uma cópia para o procurador geral porque esse moço apanhou um bocado, baixou hospital, e citou o nome das duas pessoas que martelaram ele”, explicitando o tipo de tortura.

Sangue pelo nariz, capuz e fome

Em outro áudio, do dia 15 de fevereiro de 1978, o brigadeiro Faber Cintra descreve exemplos de tortura. O áudio de 5 minutos e 47 segundos está no âmbito da apelação 41.648.

Cintra coloca em dúvida alguns relatos de torturados, mas os descreve, apesar de ponderações:

  • Ana Maria Mandim, que sofreu coações;
  • Sergio (?) Simões, que sofreu muitas “sevícias” (maus-tratos) e coações;
  • Antônio Viana Sad, que sangrava pelo nariz “três ou quatro anos” após sair da prisão, em decorrência da tortura;
  • Romeiro Passos, que ficou oito dias sem comer na Vila Militar

Cintra lê trecho da sentença que destaca os acusados negando os interrogatórios em juízo por estarem “sob violenta coação”. A sentença ainda diz: “[ficaram presos] em locais que não puderam identificar pelo fato de terem sido aquinhoados entre aspas com um capuz na cabeça e assim levados para prestar depoimento”.

Tortura praticada por policiais

Trechos dos áudios também expõem que os ministros do STM recebiam denúncias e tinham ciência da violência policial na época. Em um trecho de voz não confirmada, um homem afirma que fica “com um pé atrás” quando o inquérito vem da polícia.

O historiador avalia que o autor da frase pode ser o almirante Sampaio Ferraz em um aparte no voto do ministro togado Amarílio Lopes Salgado, na mesma apelação 41.027 já citada, mas agora no dia 16 de junho de 1976. O áudio tem 1 minuto e 22 segundos.

O homem fala sobre um processo do qual é revisor: “eram quatro indiciados no inquérito, todos eles confessaram direitinho na polícia, que tinham tomado parte, uns acusaram os outros, mas na ocasião do sumário ficou provado que um deles não tinha nada a ver com a história”, lembra, indicando que houve coação.

O homem continua, e explica que o acusado disse que ou confessava “ou entrava no pau”.

Eles apanham mesmo. Por isso, quando vejo um inquérito na polícia eu fico logo com um pé atrás. Como revisor, eu tomo muito cuidado, examinando isso, porque o que se sente é que na polícia, no Dops, eles entram no pau. Ou confessam ou então apanham. Então não tem valor quase esse inquérito policial, a não ser um inquérito policial militar. Então estou de pleno acordo que é preciso acabar com isso.
Ministro do STM, com identidade não confirmada, em sessão em 1976

Em 13 de outubro de 1976, o ministro togado Waldemar Torres da Costa diz haver precedente na tortura cometida por policiais. Em um áudio de 3 minutos e 50 segundos, na apelação 41.229, ele defende as Forças Armadas, mas se coloca contra as polícias.

Quando as torturas são alegadas e às vezes impossíveis de ser provadas, mas atribuídas a autoridades policiais, eu confesso que começo a acreditar nessas torturas porque já há precedente.
Ministro togado Waldemar Torres da Costa, em sessão em 1976

O mesmo discurso é proferido pelo almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976. Ele também defende as Forças Armadas, mas corrobora que policiais são “sádicos” para obter confissões.

Senhores ministros, já é tempo de acabarmos de uma vez por todas com os métodos adotados por certos setores policiais de fabricarem indiciados, extraindo-lhes depoimentos perversamente pelos meios mais torpes, fazendo com que eles declarem delitos que nunca cometeram, obrigando-os a assinar declarações que nunca prestaram e tudo isso é realizado por policiais sádicos, a fim de manterem elevadas as suas estatísticas de eficiência no esclarecimento de crimes.”
Almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976

Defesa do Exército e busca por provas

Ao mesmo tempo em que criticavam as polícias, os ministros defendiam o Exército. Os trechos de áudios mostram que uma das principais críticas era às torturas praticadas por policiais, que poderiam impactar a imagem das Forças Armadas.

Bierrenbach, na sessão do dia 19 de outubro de 1976, continuou sua fala preocupando-se com a imagem do Brasil no exterior:

Essa ação sinistra de poucos é que extravasa além das nossas fronteiras repercutindo no exterior, como se todos nós fôssemos uns infratores dos direitos humanos, sei o que pensa o nosso preclaro presidente da República sobre o assunto. Tenho contatos com os oficiais generais das três forças Armadas que em sua totalidade deploram tais fatos.
Almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976

O ministro togado Waldemar Torres da Costa também expõe a mesma preocupação, e cita que o Exército, sim, apurava crimes “contra a segurança nacional”.

Mas eu fico nessa preocupação de atribuir o que constituiria uma desmoralização a prática de tortura por oficiais do Exército que estão apurando crimes contra a segurança nacional. Eu não me recuso a me convencer dessas torturas, mas exijo que essas torturas tragam uma prova e não fiquem apenas no terreno da alegação.
Ministro togado Waldemar Torres da Costa, em sessão em 1976

Na sequência de dúvidas sobre os relatos dos torturados, há ministros que pedem provas sobre os maus-tratos e práticas relatadas pelas vítimas.

As alegações dos acusados em juízo, no sentido de que sofreram coações morais e físicas, não podem ser consideradas, pois desprovidas de qualquer elemento probatório por mais simplório que fosse um laudo médico particular que à época constatasse qualquer lesão, mesmo superficial do acusado.”
Brigadeiro Faber Cintra, em sessão do STM em 1978

Também Cintra disse que acusações “desde que procedentes, devem ser apuradas”, mas que “simples alegações (…) visam denegrir a prova colhida e afrontar autoridade constituída, pois em última análise trata-se de palavra contra palavra”.

O ministro insinua que as alegações de maus tratos, “sem qualquer elemento de convicção”, estavam sendo usadas como estratégia primeira de defesa dos acusados, e que acatar tais alegações serviriam de “incentivo” a essa suposta tática.

O que são os áudios?

Os áudios divulgados no último domingo (17), das sessões secretas e públicas, abrangem o período entre 1975 e 1985.

Em entrevista ao UOL News, o historiador Carlos Fico explicou que tem analisado os áudios nos últimos quatro anos, mas que decidiu entregá-los à jornalista Miriam Leitão após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) duvidar da tortura sofrida por ela no período da ditadura militar.

O material é uma pequena parte das mais de 10 mil horas disponibilizadas pelo STM após uma extensa luta judicial travada pelo advogado Fernando Augusto Fernandes, que obteve no STF (Supremo Tribunal Federal) o direito de ter acesso a todas as gravações do STM entre 1975 e 2004.

  • O historiador Carlos Fico foi entrevistado ao vivo pela apresentadora do UOL Fabíola Cidral, no UOL News, sobre os áudios do STM:

Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar em 1968 - Arquivo Nacional/Domínio Público

Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar em 1968 Imagem: Arquivo Nacional/Domínio Público

– Pérolas da Internet: a entrevista de Lula à Playboy em 1979!

O tempo faz com que amadureçamos e nos arrependamos de algumas falas. Acontece com todos!

E perdida na web, um trecho de Lula falando sobre à admiração a homens que derrubam governos (inclua-se Fidel, Hitler…)!

Abaixo (público na Internet):

PLAYBOY (EDIÇÃO 1979 E LULA)

Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Imagem extraída de: https://twitter.com/izzynobre/status/1094301593166536705?lang=hr

– Nazismo, Fascismo, Comunismo, Capitalismo… diferentes, mas que se deve discutir.

Devido à enorme repercussão sobre as declarações do youtuber Monark sobre a defesa de um Partido Nazista legalizado, houve muitas pessoas pegando “carona” na polêmica e, para ganharem pontos / curtidas na web, diz-se serem “contra” – mas ressaltaram a necessidade de criminalizar o Comunismo também. 

Por isso… surgiram inúmeros debates condenando e defendendo tal discurso, com narrativas de 8 a 80!

Basicamente,

  • Nazismo de Hittler e Fascismo de Mussolini são meios onde o Estado Totalitário crê em raças melhores do que as outras, culminando nos crimes hediondos e campos de concentração para utilizar / testar como cobaia / matar “gente inferior”. Pelas ideias explícitas discriminatórias, é crime defender as suas ideias (já que atentam contra a vida).
  • Comunismo, em tese, defende a igualdade numa sociedade de bem, controlada pelo Estado / Proletariado. Na prática, vimos ditaduras que mataram milhares de pessoas (como na Polônia, onde o Comunismo é proibido devido aos crimes cometidos pelos soviéticos), falta de liberdade (Coreia do Norte ou Cuba que o digam) e fiscalização rigorosa do Estado com ausência de democracia multipartidária (China).
  • Capitalismo, em tese, onde as pessoas têm liberdade e democracia, mas que na prática não criou apenas um sistema de ricos e pobres, mas na sua chamada versão “selvagem”, milionários e miseráveis.

Considere ainda alguns reinados / principados árabes, onde o Monarca com sua família real são donos dos países, igualmente a algumas nações africanas onde ditadores exploram seus povos.

A verdade é: nenhum rótulo / sistema / ideologia é o ideal, e vivemos num “menos ruim” aqui no Brasil…

Poderia ser melhor se não fossem os políticos?

Distância entre mais ricos e pobres aumentou em 2018, aponta ONG -  Muzambinho.com

Imagem extraída de: https://muzambinho.com.br/2019/01/21/distancia-entre-mais-ricos-e-pobres-aumentou-em-2018-aponta-ong/

– A indústria do cinema na China: como funciona: um assustador relato…

Entenda como a China está crescendo na Indústria Cinematográfica: limite de filmes dos EUA na tela, apoio do Partido Comunista e filmes nacionalistas “sob encomenda”.

Mas… e a liberdade?

Para assistir filmes com tons de democracia, direitos humanos ou simplesmente assistir a Netflix, você tem que sair do país!

Olhe só, em: https://www.uol.com.br/splash/colunas/guilherme-ravache/2022/01/09/como-a-china-venceu-hollywood-e-se-tornou-a-maior-do-mundo-em-cinema.htm

COMO A CHINA VENCEU HOLYWOOD E SE TORNOU A MAIOR DO MUNDO EM CINEMA

Por Guilherme Ravache

Enquanto no Brasil muitos ainda encaram políticas de incentivo cultural como desperdício de dinheiro público, países como Austrália, Canadá, França, Inglaterra, Espanha, Índia, Coreia do Sul e até os Estados Unidos intensificam seus esforços para aumentar a produção local de conteúdo audiovisual.

A lógica é simples. Além da indústria cultural empregar milhares de pessoas e gerar divisas com a exportação de filmes e séries para o exterior, produtos culturais são um forte elemento de influência. Filmes, séries e músicas aumentam o poder de identidade nacional e geram o chamado soft power, a capacidade de influenciar estrangeiros levando de maneira sutil sua cultura para outro país.

Hollywood é um caso notório. Suas produções há décadas influenciam o restante do mundo. Mas o tempo em que os Estados Unidos produziam músicas e filmes sem enfrentar concorrentes internacionais ou limitações no exterior está ficando no passado.

Mas poucos lugares no mundo mostram o aumento da concorrência no setor cultural de maneira tão clara quanto a China e sua indústria cinematográfica.

Filmes com mais qualidade

Em 2020, a China ultrapassou os Estados Unidos como a maior bilheteria do mundo. O feito foi repetido em 2021. A pandemia tem relação direta com a mudança, mas não é o único fator. Enquanto nos Estados Unidos os espectadores ainda não voltaram aos cinemas, na China eles não somente voltaram como aumentaram a frequência de visita às salas.

Além disso, enquanto nas últimas duas décadas a indústria cinematográfica americana se apoiou cada vez mais no mercado chinês para crescer, os chineses criaram sua própria estratégia para crescer e vencer Hollywood.

Os estúdios chineses estão fazendo filmes melhores dos mais variados gêneros. Além disso, o país busca transformar sua crescente força cinematográfica em uma enorme máquina de exportação cultural e influência internacional.

A indústria de cinema chinesa tornou-se mais focada em filmes locais. Essas produções ganharam maior participação no mercado local graças à oferta reduzida de lançamentos de Hollywood e aos crescentes controles políticos do governo chinês sobre o setor cinematográfico.

Apenas 21 filmes de Hollywood foram lançados na China em 2021, muito menos do que a cota de 34 títulos estabelecida pelo Acordo de Cinema EUA-China assinado em 2012. Franquias como Viúva Negra, Shang-Chi, Eternals e Homem-Aranha não estrearam na China.

Maior concorrência interna

Hollywood e a indústria cinematográfica ocidental imaginavam que a China se tornaria mais um novo e crescente mercado a ser explorado. Mas a China se transformou em um gigantesco concorrente.

Imaginar que os filmes chineses são “menores” ou mera ideologia para um público sem opções é um equívoco. O segundo maior filme de ficção científica da China é Terra à Deriva. Baseado em uma história de Liu Cixin, que escreveu o Problema dos Três Corpos (que está sendo adaptada pela Netflix), narra a aventura de um grupo de cientistas que tentam empurrar a Terra para Alpha Centauri com 12.000 foguetes.

Terra à Deriva também está disponível na Netflix. A empresa de streaming não está presente na China, o que reforça a relevância da obra e o potencial de exportação das produções chinesas.

Mas para chegar a esse ponto uma das medidas do governo chinês foi aumentar a concorrência interna. Ao longo da última década, o governo liberalizou gradualmente seu mercado doméstico de cinema até o ponto em que mesmo os filmes fortemente apoiados pelo Partido precisam competir com outros lançamentos.

“Se você olhar para os filmes de maior bilheteria no mercado chinês, verá as posições mais altas ocupadas por produtos de estúdios privados. A forma como a liberalização aconteceu não foi permitindo que mais filmes estrangeiros entrassem no mercado. Mas, em vez disso, alimentando uma indústria de estúdios de cinema na China capaz de fazer filmes que são tão ou até mais populares com o público como um filme dos Vingadores americanos”, explica Jon Y, autor da newsletter The Asianometry.

Parcerias internacionais

Os chineses também buscaram apoio em mercados mais desenvolvidos. Mas à medida que as parcerias com os americanos se mostraram complexas em vista das diferenças culturais, os chineses se voltaram para Hong Kong, que possui tradição no setor cinematográfico desde os anos 1970.

Como Jon aponta, “a partir de 2004, o governo chinês aprovou novas medidas para permitir às empresas cinematográficas de Hong Kong um maior acesso ao mercado chinês. As empresas de Hong Kong podem contornar a cota e obter mais receitas de bilheteria”.

“As produções de Hong Kong-China subiram para o recorde de mais de 30 filmes por ano. Os principais sucessos iniciais incluem a Sereia de Stephen Chow (2016), Operação Mar Vermelho (2018) e Caça aos Monstros (2015). As empresas chinesas ganharam rapidamente habilidades de produção, um histórico de bilheteria e, o mais importante, pessoas talentosas”, conclui.

Investimento em mais salas de cinema

Homem-Aranha Sem Volta Para Casa já superou US$ 1,4 bilhão de bilheteria no mundo. Mas não fosse pelo lançamento da produção da Marvel em dezembro, A Batalha do Lago Changjin, um filme feito sob encomenda do Partido Comunista sobre os chineses derrotando os americanos na Guerra da Coreia, teria sido o mais visto do mundo.

Para piorar, os cinemas americanos têm perdido público há décadas e muitas salas estão ameaçadas de morte. As bilheterias eram altas graças aos aumentos dos preços dos ingressos (fenômeno semelhante acontece no Brasil).

Os Estados Unidos tem pouco mais de 40 mil salas de cinema. Segundo especialistas, é um número muito superior ao necessário. Na China já existem quase 76.000 telas e 5.794 foram adicionadas em 2020, em plena pandemia.

O sucesso de Homem-Aranha não foi suficiente para evitar o declínio da bilheteria nos EUA, onde o faturamento das salas de cinema em 2021 foi 60% inferior ao de 2019, período anterior à pandemia. A queda de receita vinda da China também pesou nas contas de Hollywood. Filmes dos EUA representam menos de 12% da bilheteria total da China em 2021.

Busca de influência global

Vale lembrar que nos últimos anos a China e os Estados Unidos entraram em uma acirrada guerra comercial. O cinema é um dos fronts deste confronto. A China também tem “brigado” com a Índia e a Coreia do Sul nos campos diplomáticos e cinematográficos. A China também tem dificultado a entrada de produções da Índia e Coreia do Sul em seu território.

Diversos países têm obtido bons resultados graças a políticas efetivas de incentivo à produção cultural. O streaming e a criação de cotas locais é o mais recente front dessa batalha.

A China é um caso extremo de controle estatal, mas isso não significa que não possamos tirar lições para acelerar o desenvolvimento da indústria cultural brasileira. E quem sabe, gerar mais empregos, divisas com exportações e influência internacional em uma das indústrias que mais cresce no mundo.

– China proíbe tatuagens em jogadores de futebol.

Ditadura é ditadura! 

O que dizer da China, que novamente mostra sua falta de democracia e proíbe tatuagens em jogadores de futebol?

E há quem defenda esse regime totalitário…

Extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-proibe-que-jogadores-de-futebol-da-selecao-facam-tatuagem/?utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=internacional-cnn-brasil&utm_content=link

CHINA PROÍBE QUE JOGADORES DE FUTEBOL UTILIZEM TATUAGENS

O país ordenou àqueles que já possuem que removessem ou cobrissem o desenho para dar um “bom exemplo para a sociedade”

A China proibiu os jogadores de futebol que jogam na seleção nacional de fazerem tatuagens, de acordo com uma diretiva emitida pela Administração Geral do Esporte da China (GAS).

O país asiático ordenou que aqueles que já possuem tatuagens devem remover ou cobrir os desenhos para “dar um bom exemplo para a sociedade”.

A diretiva, intitulada “Sugestões para fortalecer a gestão de jogadores de futebol”, estabelece requisitos disciplinares para jogadores de seleções nacionais.

“Atletas da seleção nacional e da seleção sub-23 estão estritamente proibidos de fazer novas tatuagens”, diz a diretriz, emitida na terça-feira.

“Aqueles que têm tatuagens são aconselhados a removê-las por conta própria. Em casos de circunstâncias especiais, as tatuagens devem ser cobertas durante o treinamento e competição, após o consentimento da equipe.”

A diretriz ainda informa que as seleções de escalões sub-20 estão proibidas de recrutar novos atletas com tatuagens.

Segundo comunicado do GAS, as medidas “demonstram plenamente o espírito positivo dos jogadores de futebol chineses e são um bom exemplo para a sociedade”.

A diretriz aponta que as seleções devem organizar atividades que “fortaleçam a educação patriótica” dos atletas para “aumentar o senso de missão, responsabilidade e honra, e criar uma seleção nacional capaz de vencer e lutar bem com excelente estilo de jogo”.

Esta não é a primeira vez que a China tem como alvo as tatuagens. Em 2018, o regulador de mídia da China emitiu um decreto dizendo que a televisão chinesa “não deveria apresentar atores com tatuagens”, durante uma repressão à “cultura hip hop, subcultura e cultura imoral”.

As imagens com tatuagens deveriam ser desfocadas antes de serem exibidas na TV.

Zhong Zhi / Getty Images

– 30 anos do fim da União Soviética.

Há exatamente 30 anos, um monstrengo chamado União Soviética – felizmente – deixou de existir. Uma ditadura (não importa se foi comunista, capitalista, ou o que tivesse sido – a censura e a ausência de democracia é sempre algo condenável) que enganou muita gente e que ilude pessoas com uma história mentirosa até hoje.

Uma matéria interessante sobre o acontecido (eu me recordo muito bem desse dia) aqui: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/12/26/5-razoes-pelas-quais-a-uniao-sovietica-entrou-em-colapso-ha-30-anos.ghtml

5 RAZÕES PELAS QUAIS A URSS ENTROU EM COLAPSO

Em dezembro de 1991, o maior país do mundo — e o primeiro Estado comunista — oficialmente deixou de existir. E isso teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou formalmente ao cargo de presidente da União Soviética (URSS). No dia seguinte, em 26 de dezembro, o Parlamento do país — o Soviete Supremo — reconheceu formalmente a independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência da União Soviética.

Gorbachev havia chegado ao poder em 1985, aos 54 anos. Ele iniciou uma série de reformas para dar um novo fôlego ao país, que estava estagnado.

Muitos argumentam que essas reformas, conhecidas como Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão), provocaram o fim do bloco soviético. Outros dizem que não havia salvação para a União Soviética, dada sua estrutura rígida.

Neste texto, a BBC examina as razões subjacentes a um colapso que teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Uma economia em colapso era o maior de todos os problemas da União Soviética. O país tinha uma economia planificada, ao contrário da economia de mercado da maioria dos outros países.

Na URSS, o estado decidia quanto iria produzir em cada setor (quantos carros ou pares de sapatos ou pães, por exemplo).

Também decidia o quanto desses produtos cada cidadão precisava, quanto tudo deveria custar e quanto deveria ser pago às pessoas.

A teoria era que esse sistema seria eficiente e justo, mas na realidade ele teve dificuldades para funcionar.

A oferta sempre ficou atrás da demanda, e o dinheiro não rendia na mão da população.

Muitas pessoas na União Soviética não eram exatamente pobres, mas simplesmente não conseguiam comprar itens básicos porque nunca havia dinheiro o suficiente.

Na União Soviética, as pessoas não falavam em comprar algo (kupit), mas em conseguir (dostat).

O que piorou a situação foram os gastos com a exploração espacial e a corrida armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, que começou no final dos anos 1950.

A URSS foi o primeiro país do mundo a colocar um homem em órbita e possuía um arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos altamente avançados, mas produzir tudo isso custou muito caro ao país.

A União Soviética dependia de seus recursos naturais, como petróleo e gás, para pagar por essa corrida, mas, no início da década de 1980, os preços do petróleo despencaram, atingindo duramente a economia já debilitada do bloco.

A política da Perestroika de Gorbachev introduziu alguns princípios de mercado, mas a gigantesca economia soviética era pesada demais para ser reformada rapidamente.

Os bens de consumo permaneceram escassos, e a inflação disparou.

Em 1990, as autoridades introduziram uma reforma monetária que eliminou as poupanças, por mais parcas que fossem, de milhões de pessoas.

A frustração com o governo cresceu.

Por que isso importa hoje?

A escassez de bens de consumo teve um efeito duradouro no pensamento da população depois da queda do bloco soviético.

Mesmo agora — uma geração depois —, o medo de ficar sem produtos básicos ainda persiste.

Esse é um temor poderoso que pode ser facilmente manipulado durante as campanhas eleitorais.

A política de Glasnost de Gorbachev visava permitir maior liberdade de expressão em um país que passou décadas sob um regime opressor, onde as pessoas tinham muito medo de dizer o que pensavam, fazer perguntas ou reclamar.

Gorbachev começou a abrir arquivos históricos que mostravam a verdadeira escala da repressão sob Joseph Stalin (líder soviético entre 1924 e 1953), que resultou na morte de milhões de pessoas.

Ele encorajou um debate sobre o futuro da União Soviética e suas estruturas de poder, sobre como elas deveriam ser reformadas para seguir em frente.

O político até contemplou a ideia de um sistema multipartidário, desafiando o domínio do Partido Comunista.

Em vez de apenas ajustar a ideia soviética, essas revelações levaram muitos na URSS a acreditar que o sistema governado pelo Partido Comunista — onde todos os funcionários do governo eram nomeados ou eleitos por meio de eleições não contestadas — era ineficaz, repressivo e aberto à corrupção.

O governo de Gorbachev tentou apressadamente introduzir alguns elementos de liberdade e justiça no processo eleitoral, mas era tarde demais.

Por que isso importa hoje?

O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, percebeu desde cedo a importância da ideia de uma nação forte, especialmente para um governo que não é totalmente transparente e democrático.

Ele utilizou um ideário de várias épocas do passado russo e soviético para promover um sentimento nacional de reverência ao seu governo: a riqueza e o glamour da Rússia Imperial, o heroísmo e o sacrifício da vitória na Segunda Guerra Mundial sob Stalin e a calma estabilidade dos anos 1970. A era soviética é ecleticamente misturada para inspirar orgulho e patriotismo, deixando em segundo plano os numerosos problemas da Rússia atual.

A União Soviética era um estado multinacional, sucessor do Império Russo.

Consistia em 15 repúblicas, cada uma teoricamente igual em seus direitos como nações irmãs.

Na realidade, a Rússia era de longe a maior e mais poderosa, e a língua e a cultura russas dominavam muitas áreas.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

– O “Bolsoverso” versus o “Dilmaverso”: como conseguem? A China é luz?

Se reclamamos de atitudes e pronunciamentos irreais do mundo que vivemos, num universo paralelo como o de Bolsonaro (com tremendos equívocos no combate à pandemia, frases infelizes e outras coisas a se evitar), lembremos que Lula e Dilma navegam em outro igualmente não-real.

Não é que o Governo da China, uma ditadura que persegue quem é contrário aos seus propósitos, censura as pessoas e maltrata a democracia, foi chamado de “Luz para o Ocidente” pela ex-presidente Dilma?

Caramba… 

Extraído de: https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/china-representa-luz-contra-decadencia-ocidental-diz-dilma-rousseff.html

CHINA REPRESENTA “LUZ CONTRA DECADÊNCIA OCIDENTAL”, DIZ DILMA ROUSSEFF

por Fernando Martins

A ex-presidente da República Dilma Rousseff elogiou o modelo chinês de sociedade e afirmou que o país representa uma luz contra decadência ocidental. Os elogios foram feitos na última segunda-feira, 22, durante um debate virtual para o lançamento de um livro sobre a China. Dilma não escondeu a admiração pela maneira que o país é gerenciado. “E a China, eu acho que ela representa uma luz nessa situação de absoluta decadência, escuridão, que é atravessada pelas sociedades ocidentais”, afirmou.

A China possui regime de um partido único, sem democracia e com perseguição a muitas pessoas, mas nenhum desses pontos foi abrangido no debate. Dilma acrescentou que a área econômica chinesa merece elogios. “Não se pode deixar de admirar um país que sai do feudalismo, do colonialismo, do mais brutal controle colonialista, para se tornar a segunda economia do mundo e a primeira já em termos de paridade de poder de compra. Tudo indica que nessa década de 20 a 30 nós poderemos ver a China se transformar na maior economia do mundo”, comentou. A ex-presidente ainda disse que há preconceito e falsas informações sobre o Partido Comunista Chinês.

Ex-presidente Dilma Rousseff participou de debate online, no qual fez elogios à China. Reprodução: Facebook. Extraído de: https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/china-representa-luz-contra-decadencia-ocidental-diz-dilma-rousseff.html

– A repressão em Cuba contra a democracia.

Novos protestos (ou tentativa de protestos) ocorreram por parte da população cubana contra o regime ditatorial de Havana. E novamente muita repressão, corte de Internet e intimidação.

Até quando as pessoas serão privadas de democracia, e o mundo se calará (não só em Cuba, mas em outros países independente de qual ideologia seja)?

Sobre as manifestações, uma matéria interessante em: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/republicanos-denunciam-repressao-em-cuba-e-pedem-acoes-de-joe-biden.html

Cuba País Bandeira - Imagens grátis no Pixabay

Imagem extraída de: https://pixabay.com/pt/illustrations/cuba-pa%C3%ADs-bandeira-nacional-nação-1460633/

– O LinkedIn vai deixar a China.

E o LinkedIn vai fechar sua operação na China, lançando um site genérico sem postagens.

Motivo?

Exigências do Governo Chinês (as mesmas que foram feitas ao Facebook, Twitter e tantas outras Redes Sociais). Ou seja: aceitar censura e controle das autoridades locais contra qualquer coisa que possa ser crítica ao Partido Comunista.

Viver numa ditadura, seja de Esquerda ou de Direita, deve ser horroroso, não?

Sobre esse tema, em: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2021/10/14/microsoft-vai-fechar-linkedin-na-china-e-criar-versao-sem-posts-de-usuarios.ghtml

– A China ameaça Taiwan novamente.

A ditadura chinesa não poupa seus alvos. Nesta semana, Xi Jinping declarou que anexará em breve Taiwan, a ilha que se recusa a seguir a cartilha comunista de Pequim e que há décadas ficou conhecida como “China Capitalista”.

Extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/taiwan-nao-se-curvara-perante-china-diz-presidente-do-pais/

TAIWAN NÃO SE CURVARÁ PERANTE A CHINA, DIZ O PRESIDENTE DO PAÍS

por Eick Cheung

Taiwan não cederá à pressão e ninguém pode forçá-lo a aceitar o caminho que a China traçou para a democracia autônoma, disse a presidente Tsai Ing-wen no domingo (10), enquanto a ilha celebrava seu Dia Nacional em meio ao aumento das tensões com Pequim.

Durante seu discurso diante do gabinete presidencial na capital Taipei, Tsai alertou que Taiwan enfrenta a “situação mais complexa” dos últimos 72 anos, desde o fim da guerra civil chinesa.

Seu discurso foi feito dias depois que a China lançou um número recorde de aviões de guerra em sua zona de defesa, em uma escalada significativa das tensões militares. O presidente chinês, Xi Jinping, no sábado, prometeu buscar o que Pequim chamou de “reunificação” com Taiwan por meios pacíficos.

“Aqueles que esquecem sua herança, traem sua pátria e buscam dividir o país não terão sucesso”, disse Xi. Ele também reiterou os apelos para que Taipei se unifique a Pequim sob um modelo de “um país, dois sistemas”, semelhante ao usado em Hong Kong — mas geralmente oposto a Taiwan.

Em resposta, Tsai disse no domingo que Taiwan espera “um alívio nas relações” e não “agirá precipitadamente”, mas enfatizou que “não deve haver absolutamente nenhuma ilusão de que o povo taiwanês se curvará à pressão”.

“Continuaremos a reforçar nossa defesa nacional e demonstrar a nossa determinação em nos defender para garantir que ninguém possa forçar Taiwan a seguir o caminho que a China nos traçou”, disse ela nas comemorações do Dia Nacional, que marcou 110 anos de uma revolução que acabou com a última dinastia imperial chinesa.

“Isso ocorre porque o caminho que a China quer não oferece um modo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para nossos 23 milhões de habitantes.”

Tsai acrescentou que a posição de Taiwan sobre as relações através do Estreito permanece inalterada.

“Manter o status quo é nossa posição e faremos o possível para evitar que ele seja alterado de forma desigual”, disse ela.

O Taiwan e a China continental são governadas separadamente desde o fim de uma guerra civil, há mais de sete décadas, na qual os nacionalistas derrotados fugiram para Taipei.

No entanto, Pequim vê Taiwan como uma parte inseparável de seu território — embora o Partido Comunista Chinês nunca tenha governado a ilha democrática.

Em seu discurso, Tsai apresentou Taiwan como estando na vanguarda da batalha entre a democracia e o autoritarismo, ecoando o tema das comemorações deste ano — “uma aliança democrática, fazendo amigos ao redor do mundo”.

“Neste momento, os países livres e democráticos foram alertados para a expansão do autoritarismo e Taiwan está na linha de frente da linha de defesa de outras democracias”, disse ela, após uma manhã de apresentações musicais e de dança.

A cerimônia, realizada fora do escritório presidencial em Taipei, contou com a presença de centenas de pessoas, incluindo membros do público e convidados estrangeiros — uma participação menor do que nos anos anteriores devido às preocupações da Covid-19.

No domingo, as principais estradas da capital taiwanesa estavam repletas de bandeiras nacionais. A comemoração também viu a maior bandeira nacional já feita ser erguida sobre a multidão por um helicóptero, já que o hino nacional foi executado no início da cerimônia.

Como parte das comemorações, o ministério da defesa nacional de Taiwan disse que exibiria quatro tipos de mísseis domésticos, incluindo o lançador múltiplo Thunderbolt 2000, Sky Sword II e Sky Bow III de médio alcance, bem como mísseis de cruzeiro Hsiung Feng II e III .

Durante o desfile, no entanto, o público não viu os mísseis reais quando os caminhões militares passaram pelo palco.

Tensões aumentadas

Pequim se recusou a descartar a força militar contra Taiwan, se necessário, e as tensões aumentaram nas últimas semanas depois que o Exército de Libertação do Povo Chinês enviou o maior número de aviões de guerra — incluindo caças e bombardeiros com capacidade nuclear — para a Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ) na semana passada.

As incursões não violaram o espaço aéreo soberano de Taiwan, que se estende por 12 milhas náuticas de sua costa. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos define um ADIZ como “uma área designada do espaço aéreo” onde um país “requer a identificação imediata e positiva, localização e controle de tráfego aéreo” para proteger sua segurança nacional.

No fim de semana passado, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado pedindo à China “que cesse a pressão militar, diplomática e econômica e a coerção contra Taiwan”.

“Os Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan, que é desestabilizadora, arrisca erros de cálculo e mina a paz e a estabilidade regionais”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price. “O compromisso dos Estados Unidos com Taiwan é sólido como uma rocha e contribui para a manutenção da paz e da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e na região.”

O Ministério das Relações Exteriores da China posteriormente criticou os EUA por fazerem “comentários irresponsáveis”, acrescentando que os norte-americanos “minaram seriamente o Princípio de Uma China”.

Apesar da constante ameaça militar, analistas apontam que Taiwan tem expandido continuamente sua presença internacional nos últimos anos.

Na quinta-feira passada, Tsai deu as boas-vindas ao ex-primeiro-ministro australiano Tony Abbott e a um grupo de senadores franceses em Taipei, enquanto ela prometia aprofundar as colaborações com “democracias amantes da liberdade” em todo o mundo.

“É um ato de equilíbrio”, disse J. Michael Cole, pesquisador sênior do Global Institute Taiwan. “Taiwan tem, nos últimos anos, aproveitado a oportunidade de expandir seu espaço internacional, vimos isso com os Estados Unidos, mas cada vez mais outras democracias — grandes e pequenas — também estão dispostas a desafiar o que é justo. Há alguns anos havia linhas vermelhas inacessíveis definidas por Pequim.”

Por exemplo, a Lituânia anunciou em julho que permitiria a Taipei abrir um novo escritório de representação sob o nome de “Taiwan” — apesar de não ter relações diplomáticas formais com a ilha autônoma. Pequim se opôs fortemente à medida, e tanto a China quanto a Lituânia posteriormente chamaram de volta seus embaixadores em meio ao agravamento dos laços.

Desfile militar

O desfile militar no domingo é uma demonstração de força sem precedentes para marcar o Dia Nacional de Taiwan, com o objetivo de “mostrar a determinação, responsabilidades e obrigação do exército nacional em defender Taiwan”, disse o ministério da defesa nacional da ilha em um comunicado.

Na última quarta-feira, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, estimou que a China poderia ser capaz de montar uma invasão “em grande escala” até 2025 .

“No que diz respeito a preparar um ataque a Taiwan, eles atualmente têm capacidade. Mas [a China] tem que pagar o preço”, disse ele, acrescentando que o preço será menor nos próximos quatro anos.

Chang Yan-ting, ex-vice-comandante da Força Aérea de Taiwan, disse à CNN que acredita que a exibição de mísseis está ligada a uma recente proposta de aumentar os gastos com defesa da ilha.

O ministério da defesa propôs no mês passado um orçamento extra de US$ 8,7 bilhões nos próximos cinco anos para atualizar as armas — incluindo o desenvolvimento de novos mísseis.

Chang disse que o desfile de domingo provavelmente foi direcionado ao público doméstico para angariar apoio para o aumento dos gastos militares, acrescentando que o desenvolvimento de mísseis de longo alcance e móveis seria uma parte importante para Taiwan aumentar sua capacidade de guerra assimétrica.

“A melhor arma para elevar nossa capacidade de ataque de precisão é o desenvolvimento de mísseis”, disse ele, porque eles podem ser eficazes para mirar em aeroportos e portos caso um conflito militar aconteça.

“Não podemos controlar se o Partido Comunista Chinês tem ou não a capacidade de atacar Taiwan, mas podemos controlar e garantir que ele não tenha a motivação para fazer isso”, acrescentou Chang. “Precisamos ser capazes de nos defender contra a primeira onda de ataques — seja por meio mês, um mês ou dois meses, então podemos esperar pela ajuda do mundo internacional.”

– O novo dono do Newcastle: o príncipe saudita conta com a antipatia dos seus co-irmãos…

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, comprou o time de futebol Newcastle da Inglaterra. Ele é 8 vezes mais rico que Mansour Bin Zayed Al Nahyan, dono do Manchester City. Sem contar o Fundo Público Saudita, sua fortuna pessoal é de 95 bilhões de dólares!

Sabidamente, ele é conhecido por ser um ditador inconsequente. Os demais clubes da Premier League, alguns que também têm origem financeira duvidosa, não querem o novo parceiro.

Abaixo, extraído de: https://blog.jovempan.com.br/flavioprado/2021/10/09/futebol-sujo-de-sangue/

FUTEBOL SUJO DE SANGUE

por Flávio Prado

O “arremedo de clube” segundo seu grande ídolo Alan Shearer, virou o mais rico do planeta desde o dia 7 de outubro. O desprezível Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da ditadura da Arábia Saudita, acusado de números crimes, inclusive o recente assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, comprou o Newcastle da Inglaterra.

Bin Salman tem mais dinheiro que todos os outros donos de equipes na Premier League juntos. Verdade que entre eles existem outras figuras também lastimáveis acusadas de todo tipo de falcatruas e lavagem de dinheiro. Mas a chegada de Bin Salman parece ter acionado um sinal de alerta. Até que ponto se pode aceitar gente deste nível no mundo da bola?

Muitas informações desencontradas afirmam até que as outras 19 equipes irão unir-se, para proibir a entrada do herdeiro árabe no seu grupo. Alan Shearer fala em hipocrisia. Sabe das acusações contra o reinado da Arábia Saudita, mas lembra que dinheiro, no mínimo contestável, também veio da China, Rússia e Abu Dhabi. Além da Inglaterra aceitar outros vários empreendimentos árabes em todo país.

Mohammed Bin Salman era inimigo expresso do jornalista Khashoggi, que entrou no Consulado da Arábia em Istambul no dia 2 de outubro de 2020 atrás de um documento. Nunca mais saiu. Os árabes dizem que ele morreu numa briga lá dentro. Jornais americanos afirmam ter provas de que ele foi morto de forma bárbara, tendo seu membros e outras partes do corpo decepadas com ele ainda vivo. Nunca se saberá a verdade, infelizmente.

O tema é o limite dos investimentos. A Copa do ano vem será no Catar, outra ditatura sangrenta, que além disso corrompeu vários membros da Fifa para ganhar a sede do Mundial. O PSG já pertence ao governo catariano. São coisas separadas ou temos que criar regras? Esta discussão está fervendo no grande país do futebol atual. O Brasil começou a abrir suas fronteiras para investidores. Como você se sentiria se o seu time tivesse este tipo de investidor? Se fosse no maior adversário é lógico que você ficaria chocado, né? Mas e seu time cheio de dinheiro sujo e ganhando tudo, como você, sinceramente, se comportaria?

– No Afeganistão, agora é proibido fazer a barba!

E o Talibã está proibindo que os homens limpem o rosto, cortando a barba. É mole?

O fim da liberdade do povo afegão voltou a ser uma realidade. Veja abaixo:

Extraído de: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/taliba-proibe-que-saloes-cortem-barbas-de-homens-no-afeganistao.html

TALIBÃ PROÍBE QUE SALÕES CORTEM BARBAS DE HOMENS

Proibição feita para barbeiros na região de Helmande afirma que retirada dos pelos faciais é ‘infração à interpretação das leis islâmicas’

O Talibã, grupo fundamentalista que governa o Afeganistão desde o dia 15 de agosto, proibiu que cabeleireiros e barbeiros da província de Helmande, na região sul do país, raspassem as barbas de homens na região por “infração à interpretação das leis islâmicas”. A informação foi divulgada pela imprensa internacional nesta segunda-feira, 27, e teria sido imposta pela polícia religiosa do país. Segundo eles, avisos pregados nas paredes dos salões de beleza afirmam que “ninguém tem o direito de reclamar” e dizem que qualquer um que quebrar a regra sofrerá “punições”, que não foram detalhadas pelo governo. O aviso também teria sido colocado em algumas barbearias da capital, Cabul. A proibição da retirada de barbas e até mesmo de alguns estilos de cabelo no Afeganistão foram algumas das marcas do primeiro período no qual o Talibã governou o país, no fim da década de 1990. Segundo as interpretações extremas da lei islâmica, as barbas são uma forma dos homens ficarem mais próximos dos costumes de Maomé.

– As coisas proibidas pela Coreia do Norte!

O regime norte-coreano de Kim Jon-un é ditatorial ao extremo. Mas além de assustar o mundo com seu desejo doentio de explodir mísseis, é marcado pelas mais diversas proibições.

Olha só cada maluquice,

Extraído de: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/21/conheca-13-coisas-que-voce-faz-todo-dia-e-sao-ilegais-na-coreia-do-norte.htm?cmpid=tw-uolnot

CONHEÇA 13 COISAS QUE VOCÊ FAZ TODO DIA E SÃO ILEGAIS NA COREIA DO NORTE:

A Coreia do Norte é um dos países mais isolados do mundo. Comandado desde 2011 por Kim Jong-un, o terceiro “líder supremo”, o país tem uma legislação rigorosa sobre atitudes consideradas simples e corriqueiras em países democráticos.

As atividades consideradas ilegais podem ser punidas com trabalhos forçados, prisão e pena de morte. Muitas das execuções são públicas. Os campos de detenção do país –muitas vezes com trabalhos forçados– são secretos, porém alguns desertores já relataram à ONU (Organização das Nações Unidas) os horrores do que ocorre por lá.

Veja abaixo 13 atividades simples que são consideradas ilegais no país liderado por Kim Jong-un:

1) DORMIR DURANTE UMA REUNIÃO: dormir enquanto o chefe fala? Nada disso. O ministro da Defesa da Coreia do Norte foi executado com um tiro de bateria antiaérea em frente a centenas de pessoas por ter mostrado deslealdade ao presidente. Segundo o serviço secreto sul-coreano, Hyon teria adormecido durante um evento com Kim Jong-un e não cumpriu ordens.

2) TER O MESMO NOME DO LÍDER DA NAÇÃO: chamar-se Luís Inácio, Dilma, Temer ou Jair aqui no Brasil é permitido, por lá ter o nome Kim não pode. A proibição foi emitida há mais de 3 anos –um ano antes de que o ditador assumisse o poder no lugar do pai, Kim Jong-il. O regime totalitário, caracterizado pelo extremo culto à personalidade dos líderes da dinastia Kim, exigiu que todos os cidadãos que se chamam “Kim Jong-un” mudem de nome “voluntariamente”, segundo o decreto, para destacar a personalidade única do “líder supremo”.

3) TER UMA BÍBLIA: em 2014, o americano Jeffrey Fowle, ficou preso por cinco meses na Coreia do Norte depois de deixar uma Bíblia no banheiro de um restaurante. Fowle, 56, foi preso por violar as regras de pregação religiosa do regime. Embora haja igrejas na Coreia do Norte, elas estão todas sob controle do Estado e o regime totalitário proíbe manifestações independentes de religiosidade.

4) TER UM PARENTE CRIMINOSO: segundo a lei norte-coreana, os familiares de alguém acusado por um crime são automaticamente considerados corresponsáveis. Como no conceito de Sippenhaft da Alemanha nazista, a argumentação é que em suas veias corre o sangue do criminoso.

5) ESCOLHER SUA PROFISSÃO: após concluir o estudo secundário e o serviço militar, com apenas 18 anos, Ahn Myeong Cheol, atualmente morando na Coreia do Sul, foi designado guarda de um campo de prisioneiros políticos, onde as regras eram extremamente rígidas.

6) USAR BIQUÍNI: as mulheres são proibidas de mostrar o umbigo no país de Kim Jong-un, mostrando o profundo conservadorismo que impregna esta sociedade comunista na qual a retidão moral é tão sagrada quanto a revolução.

7) ASSISTIR FILME OU OUVIR MÚSICA DE FORA DO PAÍS: na Coreia do Norte, assistir ou ouvir mídia estrangeira é considerado crime contra o Estado, passível de trabalhos forçados, prisão e até morte. A despeito disso, a popularidade dos filmes e programas de TV internacionais –contrabandeados para o país em pendrives e CDs e vendidos no mercado negro– não para de crescer. Existem níveis diferentes de punição. Se você for apanhado com um filme russo ou de Bollywood [Índia], é enviado para a prisão por três anos, mas, se o filme for sul-coreano ou americano, você é executado.

8) SORRIR, BEBER E FALAR ALTO EM DATAS ESPECÍFICAS: desde 1994, quando os norte-coreanos perderam seu primeiro líder, a cada 8 de julho está proibido sorrir, levantar a voz na rua, beber álcool ou dançar, embora ninguém cogite fazê-lo “porque todo o país está de luto”.

9) PORNOGRAFIA: pessoas são executadas publicamente por distribuir material pornográfico ou se prostituir. As execuções públicas são usadas como medida extrema do governo para suprimir as chamadas desordens públicas ou “formas aceleradas de capitalismo” no país.

10) DIRIGIR: só funcionários do governo têm permissão para ter um carro. É estimado que apenas uma a cada 100 pessoas no país tenha carro. As mulheres também são proibidas de dirigir, apesar de serem as guardas de trânsito.

11) LIGAR PARA FORA DO PAÍS: fazer uma ligação para alguém fora do Coreia do Norte pode levar à morte. Em 2007, um homem foi morto a tiros dentro de um estádio por fazer inúmeras chamadas internacionais.

12) DEIXAR O PAÍS: os norte-coreanos são proibidos de deixar o país sem permissão. Nem sequer passar um feriado na vizinha Coreia do Sul: certamente você será caçado.

13) ENTRAR NA INTERNET: Facebook? Mandar um inocente e-mail? Tuítar? Nada disso é possível no país de Kim Jong-un, que não tem internet livre, apenas um portal de propaganda estatal. Somente o governo, a elite, estrangeiros e jornalistas a trabalho têm acesso a conteúdo online, mas em uma rede com velocidade bem baixa.

– Talibã, Talebã ou Taleban: a grafia é o que menos importa…

Eu me assusto quando vejo alguém tentando minimizar as barbaridades cometidas pelos terroristas do Talebã (estou usando essa grafia, pois parece a mais utilizada até agora). Eles sucumbem a liberdade do povo, tiram pois direitos das mulheres e as proíbem até de frequentar a escola (além da imposição da burca). Malala, a corajosa paquistanesa, que o diga.

E o pior: alguns conseguem enxergá-los como oprimidos! Não, são terroristas! Aí vai surgir o cara alegando que as raízes disso foram os ingleses que colonizaram e exploraram o Afeganistão, e metem na história os Estados Unidos, a União Soviética, o Capitalismo, o Comunismo…

TERRORISMO não tem ideologia democrática, respeito religioso ou qualquer tipo de pudor. O ISIS, o Talebã e outros extremistas são grupos radicais de ódio, e não podem ser defendidos.

Os erros históricos que fizeram ao povo afegão sofrer não podem ser confundidos com ações de uma minoria que não representa aquele povo. Fico pasmo com isso!

Escrevi sobre a bola fora do PCO, e apareceu gente em defesa dele. Inacreditável… Aqui: https://professorrafaelporcari.com/2021/08/16/no-brasil-o-pco-apoia-os-terroristas-do-taleba-publicamente/

Escrevi também sobre o desespero do povo que se agarrou no avião americano, e ainda assim há aqueles que deturparam o assunto e arranjaram modos de defender os terroristas… Aqui: https://professorrafaelporcari.com/2021/08/16/o-desespero-dos-afegaos-no-aeroporto-de-cabul/

Repito: nada pode ser maior do que a paz, nenhum radicalismo ou ideologia.

Saiba mais sobre o que é o Talebã neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4kPyerTasuk

– No Brasil, o PCO apoia os terroristas do Talebã publicamente!

Meu Deus! Que mundo estamos?

Achei que era sacanagem, montagem ou alguma Fake News, mas é verdade: o Partido da Causa Operária, o PCO, declaradamente comunista, publicou em seu Twitter apoio ao Talebã, que invadiu as principais cidades afegãs e retomou Cabul, após a saída dos EUA que libertaram o país há anos.

Liderados por Bin Laden, os talebãs promoveram os atentados terroristas do WTC que vitimaram milhares de inocentes por conta do “ódio contra a América”. Eles proíbem os Esportes, tiram os direitos das mulheres e as obrigam a usar a burca, censuram os seus dominados e promovem o caos.

Lamentável… tanto o Nazismo como os ideais do Talebã deveriam ser considerados atos de apologia a crimes contra a humanidade.

Abaixo, a publicação sem noção de “louvor” a quem oprime o povo (chamando-os curiosamente de “oprimidos”).

Não gostar dos EUA é uma coisa, mas achar que o Talebã é a solução… aí é burrice e má fé. É uma ditadura teocrática radical.

– E não há indignação contra a ditadura cubana no Brasil?

Desde que aconteceu a Revolução Cubana, há adoradores e revoltos contra o sistema comunista da Ilha. Da família Castro, passando pelo atual presidente Miguel Díaz-Canel, a verdade é que a liberdade de expressão deixou de existir.

Sou contra qualquer tipo de regime ditatorial (não importa a ideologia), e me pesa ver que os protestos do povo cubano, que cada vez mais se levanta e clama por democracia, são ignorados por parte dos que ainda, depois de tudo, idolatram Fidel Castro e seus seguidores aqui no Brasil.

Em particular, cadê Gleise Hoffmann, Lula, Marcelo Freixo, Rui Falcão e outros que insistem em aplaudir tudo o que ocorre em Cuba?

E se fosse aqui no Brasil – onde não existisse alimento à vontade, sem acesso à livre internet e proibição de manifestação contrária? Sem contar, logicamente, com outras barbaridades e direitos ignorados (sem bem que temos muitos problemas também – mas felizmente há democracia).

Por demagogia, essas pessoas se calam. É muita hipocrisia...

– Na Coréia do Norte, foi anunciada a Cura da AIDS!

Há exatamente 6 anos… mais um absurdo!

falta comida, direitos e liberdade.

Lá existe um ditador.

Lá, o Governo controla sua vida.

Lá, não há contato com o resto do mundo.

“Lá” é a Coréia do Norte, que adora criar fatos e nunca mostrá-los. E nesta sexta-feira, as autoridades locais anunciaram a descoberta de vacinas e curas para a Aids, para o Ébola, para o MERS e para a SARS! Tudo a base de Ginseng…

A superdroga é secreta, mas formulada através de ginseng plantado em terras raras norte-coreanas, segundo a agência estatal KNCA.

Alguém acreditou?

Eu, não. Seria muito bom se fosse verdade…

– A China se “fecha”? Mas quando ela se abriu?

Leio essa entrevista sobre o “fechamento da China aos jornalistas”. Mas cá entre nós: desde quando ela foi aberta?

Ditadura, seja de Direita, Esquerda, Teocrática ou Imperial, sempre será maléfica.

Quando o povo chinês conseguirá ter algo sagrado em sua nação, que é a LIBERDADE?

Extraído de: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2021/05/01/a-preocupante-expulsao-de-jornalistas-estrangeiros-da-china-o-pais-esta-se-fechando.htm

A PREOCUPANTE EXPULSÃO DE JORNALISTAS ESTRANGEIROS DA CHINA: “PAÍS ESTÁ SE FECHANDO”

"A China está cada vez mais confiante de que pode lidar com as consequências de expulsar correspondentes estrangeiros", diz analista especializado no país - GETTY IMAGES
A China está cada vez mais confiante de que pode lidar com as consequências de expulsar correspondentes estrangeiros’, diz analista especializado no país Imagem: GETTY IMAGES

A China é um país extremamente difícil para um jornalista, não importa que cobertura ele ou ela faça.

E a situação só está piorando: no ano passado, o país expulsou pelo menos 18 correspondentes estrangeiros. Neste mês, o jornalista da BBC John Sudworth se juntou ao grupo de jornalistas que tiveram de deixar a China continental. Ele se mudou para Taiwan em meio a assédio e perseguição pelas autoridades.

“A China está definitivamente se fechando”, avisa o analista Jeremy Goldkorn. “Parece que estamos de volta aos anos 90.”

Goldkorn viveu duas décadas no país e hoje é um importante analista da China. É editor-chefe do site SupChina e cofundador do podcast Sinica, duas plataformas que explicam a China ao Ocidente quebrando estereótipos.

A BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, conversou com Goldkorn sobre o tratamento que o governo chinês confere à imprensa estrangeira, sobre o poder do Partido Comunista, os abusos contra a minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang, onde há graves violações de direitos humanos cometido pelo governo chinês e denunciado pela imprensa, e a “diplomacia da vacina” chinesa durante a pandemia da covid-19.

Jeremy Goldkorn é editor-chefe da SupChina e co-fundador e apresentador do Sinica Podcast - Cortesia BBC - Cortesia BBC
Jeremy Goldkorn é editor-chefe da SupChina e co-fundador e apresentador do Sinica Podcast

Imagem: Cortesia BBC

BBC – A China está fechando suas portas para a imprensa estrangeira?

Jeremy Goldkorn – Em uma palavra, sim. Está dificultando sua entrada e está fazendo isso de diferentes maneiras: por exemplo, retardando o processo de concessão de um visto ou com o tipo de comportamento que afastou John Sudworth, que é um assédio direto.

Também o faz se recusando a renovar vistos, como fez com três meios de comunicação dos Estados Unidos, em retaliação a decisões americanas no ano passado.

Mas também está ficando mais difícil trabalhar na China.

Então, a China definitivamente está se fechando, parece que estamos de volta aos anos 1990, antes do grande fluxo de correspondentes que vieram a Pequim para as Olimpíadas. Eles estão voltando no tempo.

BBC – Você acha que a premiada reportagem de John Sudworth sobre a situação em Xinjiang foi o principal motivo da campanha de pressão das autoridades contra ele e sua família?

Goldkorn – Creio que sim.

Sudworth fez várias reportagens sobre a situação nos campos de 'reeducação' em Xinjiang - BBC - BBC
Sudworth fez várias reportagens sobre a situação nos campos de ‘reeducação’ em Xinjiang

Imagem: BBC

Faz sentido, porque foi a reportagem crítica mais proeminente que ele já fez e, se você notar, nos últimos dois meses, o governo chinês redobrou uma intensa e bem financiada campanha de propaganda em Xinjiang, abrangendo jornalistas da mídia estatal e outros no Twitter a documentários caros da CGTN (o serviço de língua inglesa da rede estatal chinesa) ou um filme de propaganda que foi exibido na embaixada australiana.

Portanto, seu trabalho [de Sudworth] em Xinjiang parece ser a razão mais lógica para o aumento do assédio.

Também acho que assim que o governo chinês e, bem, seus serviços de segurança decidirem que você está na lista de inimigos da República Popular, eles vão dificultar sua vida.

Então, talvez o assédio dele e de sua família tenha sido a consequência mais direta de suas reportagens sobre Xinjiang, mas acho que em algum nível o governo chinês está tentando enviar a todos os jornalistas a mensagem de que se continuarem com o jornalismo crítico, seja de qualquer coisa, eles vão complicar sua vida.

BBC – “À medida que a repressão aumenta, a China se parece cada vez mais com a Coreia do Norte.” Esse era o título de um artigo de Anna Fifield, uma ex-chefe da sucursal do Washington Post na China que cobriu as duas Coreias, sobre uma visita a Xinjiang no ano passado. A China está se tornando a Coreia do Norte em termos de mídia e censura?

Goldkorn – Sim. Mas não sei se essa comparação é realmente útil porque a Coreia do Norte é tão extrema… e está em uma situação diferente da China.

Se você ler o artigo, acho que a comparação é um pouco mais sutil (…) Se você disser que a China está se tornando a Coreia do Norte, isso provavelmente não transmite a complexidade do assunto.

Em alguns casos, por exemplo, em Xinjiang ou no Tibete, é impossível fazer jornalismo independente. O acesso a funcionários do governo agora é muito menos fácil do que era há 10, 15 ou 20 anos, então está se tornando mais uma Coreia do Norte do que era há alguns anos, mas não sei se essa comparação é muito útil.

BBC – No site SupChina e no podcast da Sinica, vocês trabalham para explicar a China ao Ocidente, rompendo julgamentos errôneos, observando que a realidade da China é sempre muito complexa. O que está faltando na cobertura sobre Xinjiang, onde há violações aos direitos humanos da minoria muçulmana uigur?

Goldkorn – Não sei, a forma como o governo chinês enxerga é que eles tinham um problema de terrorismo e mesmo que do ponto de vista ocidental, muito disso seja visto como um exagero ou uma invenção, é verdade que lá houve dois incidentes de violência generalizados: a explosão de uma bomba e o ataque em Urumqi [capital de Xinjiang] e os ataques com faca na estação ferroviária de Kunming [capital da província de Yunnan, no sul].

Ambos, quer você pense que eles foram justificados ou não – isso é uma questão totalmente diferente -, foram ataques terroristas. Eles procuraram aterrorizar a população civil.

E eu acho que não há muita discussão na mídia ocidental sobre por que o governo chinês está fazendo o que faz [em Xinjiang], e o fato de que eles estão respondendo a alguns problemas reais que eles têm. E mesmo que rejeitemos seus métodos, não há como negar que há um problema com o qual eles tiveram que lidar.

Acho que talvez isso esteja fora da cobertura.

Mas, fora isso, não acho que estamos perdendo muito na imprensa ocidental. Acho que a mídia estrangeira tem feito um trabalho muito bom: denunciando os abusos que estão ocorrendo, abusos que estão no nível de crimes contra a Humanidade. Deveriam ser divulgados e impedidos. E é função da mídia expor isso, então, nesse sentido, não acho que estamos perdendo nada.

Se estivermos perdendo, o problema é com o governo chinês, porque não permite que jornalistas de verdade entrem em Xinjiang para realmente noticiar o que está acontecendo.

A imagem que temos é parcial: ninguém pode ter acesso aos campos. Só podemos coletar relatos de testemunhas.

BBC – Quais seriam as consequências para o mundo e para a China, se Pequim continuar nessa trajetória de expulsão de correspondentes?

Goldkorn – A China está cada vez mais confiante de que pode lidar com as consequências.

No longo prazo, vai prejudicar a China, porque os jornalistas estrangeiros, com algumas exceções, desenvolvem uma certa simpatia pela sociedade e até pelo governo. Seus relatos não são apenas sobre as coisas ruins que estão acontecendo na China. Eles tendem a humanizar o país e as pessoas com suas experiências. Estão passando um tempo lá e veem os detalhes: que o país é muito mais do que a repressão de dissidentes, que Xinjiang é uma parte terrível do que está acontecendo, mas há muito mais.

Quanto menos cor e textura cotidiana tivermos na mídia, mais fácil será para o mundo exterior demonizar e desumanizar a China.

O presidente Biden é um dos políticos americanos mais experientes no trato com líderes chineses. Nesta foto, quando era vice-presidente de Obama, em 2013. - Reuters - Reuters
O presidente Biden é um dos políticos americanos mais experientes no trato com líderes chineses. Nesta foto, quando era vice-presidente de Obama, em 2013.

Imagem: Reuters

BBC – Por que a China está mudando sua atitude em relação à imprensa estrangeira?

Goldkorn – Acho que é por causa de uma estranha combinação de força e fraqueza, de confiança e insegurança.

Acho que, por um lado, Xi Jinping chegou ao poder em um momento em que a China, em 2012, havia superado a crise financeira global e era um dos países mais importantes do mundo, com base em qualquer índice econômico.

É um país indispensável. Qualquer país tem algum tipo de acordo com a China. Ele não é mais pobre e fraco. Estava começando a parecer um país rico e poderoso. Portanto, há um certo senso de orgulho e a possível arrogância que o acompanha.

Ao mesmo tempo, acho que Xi tem um forte sentimento de que, se o Partido Comunista não for cuidadoso, a China acabará como a União Soviética e como a Rússia, que é obviamente uma superpotência, mas em alguns aspectos não é levada a sério como país.

Apesar do orgulho e da confiança de Xi Jinping e de muitos cidadãos em relação às conquistas do país, há um profundo sentimento de insegurança sobre como as coisas podem dar errado. E isso está por trás da sensibilidade absoluta com que eles veem o que acontece na China, especialmente internamente, mas também no nível internacional.

Soma-se a isso o sentimento de que a China, de certa forma, precisa cada vez menos de outros países, mas é nesses momentos em que tanto o orgulho quanto uma espécie de paranoia convergem, o que os levam a sentir que os jornalistas estrangeiros não são realmente as pessoas de que precisam agora.

BBC – Isso também pode explicar a mudança que vimos na diplomacia chinesa no ano passado? Os chamados ‘lobos guerreiros’ [diplomatas que defendem a posição de Pequim com linguagem dura nas redes sociais e em outros lugares, às vezes espalhando desinformação] estão aqui para ficar?

Goldkorn – Parece que sim. E é parte do mesmo problema: o desejo do Partido Comunista de dar forma à história que está sendo contada, alimentado ao mesmo tempo pela arrogância e pela paranoia.

Pelo menos no futuro próximo, não vejo isso mudando.

BBC – Parece uma continuação da posição mais assertiva da China na arena internacional sob Xi Jinping.

Goldkorn – Certamente é.

BBC – Por muitos anos, no Ocidente, presumiu-se que a China um dia se tornaria um país democrático, mas hoje isso parece um sonho que se desvaneceu. É um mal-entendido sobre como a China se vê e como quer ser percebida no resto do mundo?

Goldkorn – Sim, acho que sim.

Muitos acadêmicos, políticos ou jornalistas talvez pensassem que, à medida que a China se tornasse mais rica e mais integrada ao mundo, se tornaria mais liberal. E não foi esse o caso.

Talvez se não fosse por Xi Jinping não seria assim. Por outro lado, no entanto, parte das guindas anti-liberais que a China deu o precede.

Aquele momento de otimismo sobre a China se abrir, para mim, terminou em 2009. Pelo menos foi quando comecei a pensar que não iria funcionar. Eu mesmo era um dos que tinham a concepção errônea de que a China se liberalizaria gradualmente.

BBC – Por que em 2009?

Goldkorn – Dois fatores: primeiro, os Jogos Olímpicos de sucesso [em Pequim, 2008].

E logo em seguida, a crise financeira global, quando se constatou que Wall Street – o sistema financeiro e econômico americano que era admirado e que, em muitos aspectos, foi estudado e imitado pelo governo chinês – não era tão forte ou tão bem-sucedido como foi planejado.

E, ao mesmo tempo, a China navegou nas águas da crise, em grande parte graças à capacidade do governo de usar essa força para resistir à tempestade e alocar os gastos de uma forma que só se pode fazer se tiver o poder centralizado.

Portanto, acho que depois de 2009, muitas pessoas – de estudantes a acadêmicos a cidadãos comuns – começaram a pensar que sua admiração anterior pelo Ocidente pode ter sido deslocada. Esse foi um ponto de virada.

BBC – Que outros mal-entendidos ou percepções equivocadas existem sobre a China no Ocidente?

Goldkorn – Acho que um dos mal-entendidos que ainda se vê é que existe um poderoso grupo de ‘reformistas’ dentro do Partido Comunista; que se fossem apoiados, isso permitiria que tudo fosse liberalizado.

No Ocidente superestimamos o apelo do modelo ocidental de democracia liberal e, ao mesmo tempo, subestimamos a capacidade do PCC: apesar de todos os problemas que a China tem e possa ter com o partido, eles provaram ser extremamente competentes governando o país.

BBC – Agora pergunto sobre outra ideia que tende a ser vista no Ocidente: a China busca dominar o mundo?

Goldkorn – Não acho que a China esteja planejando dominar o mundo exatamente: acho que o Partido Comunista quer fazer do mundo um lugar seguro para sua forma de governo. E assim garantir sua permanência no poder a longo prazo. Esse é o seu objetivo principal.

Mas, para tornar o mundo mais seguro para o PCC, a China precisará crescer econômica e militarmente, e é aí que não se sabe ao que isso pode levar.

Não acho que Xi Jinping seja como um vilão de quadrinhos tramando quando invadir os Estados Unidos ou quando tomar o sudeste asiático e criar uma colônia.

Não acho que a China pense como uma ex-potência colonial, mas acho que tornar o mundo mais seguro para o governo do PCC levará à dominação chinesa, especialmente na esfera econômica mundial, o que colocará muitas pessoas em uma posição incômoda.

'Mao tornou a China independente e a ergueu, Deng Xiaoping os tornou ricos e Xi os tornou fortes' É assim que os especialistas chineses resumem o pensamento do atual presidente do país. - GETTY IMAGES - GETTY IMAGES
‘Mao tornou a China independente e a ergueu, Deng Xiaoping os tornou ricos e Xi os tornou fortes’ É assim que os especialistas chineses resumem o pensamento do atual presidente do país.

Imagem: GETTY IMAGES

BBC – Portanto, trata-se de sobrevivência absoluta.

Goldkorn – Essa é a minha visão, sim.

BBC – Falemos sobre a relação entre a China e os EUA. Ouvimos alertas sobre uma possível “nova Guerra Fria”, por exemplo, do Secretário-Geral da ONU; enquanto outras vozes consideram que devemos ter cuidado ao descrever a relação entre as duas superpotências. Você vê como inevitável uma nova Guerra Fria?

Goldkorn – Acho que cada um tem sua própria definição de o que significa Guerra Fria. Mas em muitos aspectos essa definição obscurece a questão em vez de iluminá-la.

Porque [a situação] é muito diferente da Guerra Fria 1.0, digamos. A conexão é que ninguém está lutando diretamente, mas há uma hostilidade tremenda.

BBC – Taiwan é o maior risco de confronto entre China e Estados Unidos?

Goldkorn – Taiwan e o Mar do Sul da China, em termos gerais. São duas questões diferentes, mas intimamente relacionadas.

Acho que o risco com Taiwan é que Xi Jinping decida que agora a China está em uma posição de força e que é hora de agir. Isso seria com Taiwan, mas geralmente ambos são um perigo.

O maior risco é que, com o aumento da militarização da região, aconteça alguma coisa em que haja duas partes irritadas uma com a outra, seja a China ou os Estados Unidos, ou talvez outro país, mas em que os Estados Unidos sintam necessidade de se envolver. Ou que ocorra algum tipo de incidente não planejado: um navio colide com outro navio e marinheiros americanos morram. Um acidente ou erro de cálculo e sai fora de controle.

Para mim, esse é o grande risco, seguido de perto pela decisão da China de agir em relação a Taiwan.

BBC – Mesmo na pandemia, a pressão sobre Taiwan não parou de aumentar e atingiu a América Latina: neste mês, Taiwan acusou Pequim de oferecer vacinas chinesas para pressionar o Paraguai a cortar suas relações com a ilha. O Paraguai é um dos poucos países que reconhece Taiwan como um Estado soberano. Como você vê a diplomacia de vacinas da China e essas disputas?

Goldkorn – A pandemia pode ter sido muito ruim para os esforços diplomáticos internacionais da China, que obviamente está sofrendo algumas consequências negativas em termos de sua reputação.

Mas, por outro lado, a China fez um bom trabalho em reverter isso, tanto controlando a pandemia no país quanto com a diplomacia de equipamentos de proteção e máscaras, primeiro, e agora de vacinas.

Honestamente, se você é um pequeno país pobre e ainda não está recebendo as vacinas Covax (consórcio para distribuir vacinas pelo mundo) e os EUA ou o Reino Unido não estão prometendo nada, enquanto a China está dizendo ‘se você se comportar bem conosco, nós lhe enviaremos vacinas…’

[Pequim] quer aproveitar ao máximo esta oportunidade de diplomacia de vacinas e pressionará todos os países que ainda reconhecem Taiwan.

BBC – Neste ano haverá um aniversário marcante no país: o centenário do Partido Comunista. O poder do PCC na China está mais forte do que nunca?

Goldkorn – Sim.

Muitos de seus cidadãos acreditam que o país fez um ótimo trabalho no controle da pandemia. Obviamente, eles usaram seu aparato de propaganda para ter certeza de que essa é a história que ficará, mas acho que têm sido muito bem-sucedidos nisso.

Eles saíram mais fortes do que nunca. Eu acrescentaria apenas uma advertência e tem a ver com um livro. Minha descrição favorita da China é, em muitos aspectos, a do título do livro de Susan Shirk: “China, uma superpotência frágil” (China: Fragile Superpower, no original em inglês). Também poderíamos falar do “frágil poder do Partido Comunista”.

Em muitos aspectos, [o PCC] está na posição mais forte que já ocupou. Mas, por outro lado, enfrenta problemas de todos os lados: da hostilidade internacional às campanhas contra os uigures e outras minorias e religiões, a enormes problemas ambientais ou crescente desigualdade…

Eles emergiram mais fortes do que nunca da pandemia, mas ao mesmo tempo os problemas que têm de enfrentar não diminuíram.

BBC – Apesar desse poder fortalecido de que fala, você vê algum sinal de dissidência dentro do Partido Comunista em relação a Xi?

Goldkorn – A marca do governo de Xi é ter se posicionado para governar por um longo período, possivelmente pelo resto de sua vida.

E ele tem todas as alavancas do poder em suas mãos e conseguiu que o PCC apoiasse o culto à personalidade. Isso tornará qualquer mudança na liderança muito difícil.

Eu acho que há muitas pessoas que reclamam e não estão necessariamente felizes com ele, mas eu acho que elas não são fortes ou significativas o suficiente para causar mudanças. Pelo menos não agora, não no futuro próximo.

– Sendo verdadeiramente trouxa: a prisão do deputado Daniel Silveira.

E por ordem do juiz Alexandre de Moraes, o deputado Daniel Silveira foi preso por instigar os ministros do Supremo e defender atos antidemocráticos, pedindo um novo AI-5.

Sabe o que foi impressionante nesse episódio? A fala no vídeo que ele gravou, provocando os homens togados e desafiando-os para prender “a troco de mostrar coragem”.

Pronto. Foi preso. Será que ele ficou feliz?

Sabe aquele cara que quer dar uma “de bonzão”, e acaba se dando muito mal por se achar “o tal”? Foi isso. Cutucou gente do calibre dele que tem o poder da caneta.

As bobagens ditas em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2021/02/16/em-video-deputado-bolsonarista-investigado-ataca-e-ofende-ministros-do-stf.htm

– Mianmar está esquecida?

Neste mundo tão grande, nações mais pobres e não tão importantes politicamente ficam colocadas de lado.

Enquanto falamos de pandemia, BBB, futebol e política, Mianmar sofre um duro golpe de estado por parte dos militares, e a pacifista (e prêmio Nobel da Paz) Aung San Suu Kyi é presa.

O mundo, praticamente, calado.

Será que realmente existem nações de “segunda categoria”, que não ganham destaque nem nessas barbaridades?

Myanmar State Counselor Aung San Suu Kyi talks during a news conference with India’s Prime Minister Narendra Modi in Naypyitaw, Myanmar September 6, 2017. REUTERS/Soe Zeya Tun