– O que vale é ter o título na história. Mas a grana é importante também…

Em 1950, devido a 2ª Grande Guerra ter acabado com a Europa, a Copa do Mundo foi no Brasil. Alguns países não quiseram sair do Velho Continente e atravessar o Atlântico, pois os custos eram altíssimos. Naquela época, a vaga era por CONVITE. A Índia, vejam só, se recusou a jogar pois a Regra do Jogo mudou e obrigava a jogar com calçado (os indianos, por costume hinduísta, andam descalços por questões de fé, pois crêem em energias divinas que surgem da terra).

Eram outros tempos, mas o certo é que dificilmente a Índia terá a oportunidade de disputar um Mundial. Quem jogou, está registrado na história.

Faça-se o mesmo pensamento com a Libertadores da América: o Botafogo de Mané Garrincha chegou a abrir mão da sua vaga pois não era uma competição interessante. E depois do Santos de Pelé, por décadas o Brasil desprezou o torneio mais importante de clubes do continente (por jogos violentos, dopping e desimportância local).

Em 2005, quando o Paulista FC ganhou a Copa do Brasil, o torneio já era importante. Seu título está na história e ninguém vai apagá-lo, pois o Galo aproveitou a oportunidade – mesmo que a atual situação seja ruim e a conquista tenha ficado como um marco que dificilmente se repetirá.

Antes, a competição pagava pouco. Em 2023, a Copa do Brasil pagará ao Campeão 70 milhões de reais (imaginou essa grana entrando nos cofres do time?). Igualmente à Libertadores da América: a vitória do Galo contra o River Plate, se fosse hoje, renderia R$ 1.570.000,00 (nesse ano, cada vitória gaga 300 mil dólares).

Dificilmente algo assim acontecerá de novo, mas vale relembrar e curtir a gloriosa lembrança.

Paulista de Jundiaí, campeão da Copa do Brasil 2005 — Foto: Agência O Globo

Foto: Agência O Globo, extraído de GE.com

Publicidade

– E se todos se unissem para trazer Messi ao Brasil?

Imagine a seguinte situação: os clubes brasileiros se uniram, criaram uma Liga Brasileira de Futebol e agora desejam ganhar dinheiro juntos, com atrações. Para isso, querem trazer o melhor jogador do mundo, Lionel Messi.

Como ninguém conseguiria pagar o salário do craque, todos se uniram para cada um dar uma parte do dinheiro, e Messi teria apenas o trabalho de: escolher por quem jogar.

Em gramados brasileiros por onde passasse, o argentino pararia a praça esportiva. Jornais do mundo inteiro noticiariam os jogos do time de Messi contra o adversário. E as receitas disparariam. Todos ganhariam muito dinheiro.

É justamente isso que a MLS quer fazer nos EUA: https://tntsports.com.br/melhorfuteboldomundo/Times-da-MLS-podem-se-unir-para-pagar-salario-de-Lionel-Messi-20230327-0022.html

Messi entre Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, e a estátua — Foto: Norberto Duarte/AFP

Foto: Norberto Duarte/AFP

– Os grupos da Libertadores e da Sul-americana:

Foram sorteados os grupos da Copa Libertadores da América e da Copa Sudamericana. E quem se deu bem?

Na Libertadores, há equipes “desconhecidas”, como o Ñublense ou o Dim, fruto do inchaço da competição. Acho que na maior parte dos grupos, os dois primeiros times da chave são favoritos (pela tradição e pelo futebol jogado), exceto no grupo G, onde penso que passarão os dois brasileiros.

Na Sul-americana, muda-se de figura. Os grupos são mais equilibrados, e vale lembrar: os  2ºs colocados fazem um play-off com os 3ºs colocados da Libertadores (eliminados da competição e “rebaixados” para esse torneio). Aqui, não me arrisco a apontar favoritos:

Quer palpitar? Deixe seu comentário:

– A confusão entre Internacional 1×1 Caxias.

Após a classificação do Caxias (vitória nos pênaltis em cima do Colorado), ocorreu uma briga generalizada dentro de campo. E, infelizmente, um torcedor com uma criança no colo (pasmem), resolveu entrar na confusão e agredir um jogador (falamos aqui: https://wp.me/p4RTuC-LjY).

Que trauma(s) aquela criança pode ter sofrido com esse episódio?

Que pai tão imbecil faria isso, lucidamente?

Amo futebol, mas é insuportável ver gente brigando por bola. Idiotas que intimidam adversários, trogloditas se digladiando como animais por conta de um esporte?

Faça-me o favor… tem que punir exemplarmente esses criminosos que promovem tais badernas. E que todo apoio psicológico seja dado à pobre menor.

Aqui, uma opinião de coração: não sei se o estúpido é casado, qual a situação familiar dele, ou algo que o valha. Mas imagino que, sendo casado, a esposa (se inteligente for) pedirá divórcio imediatamente (e digo isso sem conhecer nada sobre o indivíduo – pois pode até ser um ótimo pai – mas ontem, provou que não tem condições emocionais de ser um educador e ao mesmo tempo torcer por futebol).

Em tempo: eu sei que não devemos (e nem podemos) julgar, mas como pai de meninas, e preocupado com a formação especialmente da minha filha menor (que adora utilizar essas tranças como a da foto), estou deveras revoltado com essa horrenda imagem. A impressão que eu tenho é que o cara usou a pequena menina como escudo durante a briga!

Imagem: Print da Internet

 

– Qual o salário dos árbitros para a arbitragem da Final do Paulistão?

Não consegui os valores para 2023, mas aqui os do ano passado, para nos basearmos:

Sabe quais os valores das taxas de arbitragem para essa fase Final do Campeonato Paulista-2022?

Veja quantos profissionais estão escalados, multiplique os AVARs e Assistentes, some com os demais e… que custo!

Não tem gente demais na cabine?


(Imagem extraída de ApitoNacional.com)

Use esse exemplo de escala para seu exercício:

– A briga em Internacional x Caxias.

Brigar por futebol é coisa de idiota.

Internacional x Caxias protagonizaram as cenas mais ridículas dos últimos anos. Além disso, um vagabundo briguento entrou em campo com uma criança!

Num país sério, o “machão” estaria na cadeia.

Cadê o Conselho Tutelar?

Em:
https://twitter.com/GiovanniChacon_/status/1640134227986468865/photo/1

– O gol anulado em Marrocos 2×1 Brasil.

Que lance chato (mas maravilhoso para a discussão didática) no amistoso da Seleção Brasileira! Vamos falar sobre o gol anulado de Vinícius Jr (que deveria ser debatido em aulas para alunos da escola de árbitros).

1º- Vinícius Jr está em posição de impedimento (isso não se discute, é algo objetivo) e a bola é lançada a ele. Ele se tornará em “impedimento ativo por tocar uma bola em situação irregular” quando a receber de fato.

2º- Se ele a toca sem que ninguém a intercepte, é impedimento. Porém, se ela é interceptada por um adversário durante o trajeto, você precisa interpretar.

3º- Até o começo dos anos 2000, toque não tirava impedimento. Mas isso mudou: se o defensor tenta interceptar a bola, a toca, e mesmo assim ela sobra para o atacante, esse toque tirou o impedimento (pois foi uma ação deliberada do adversário em tentar evitar que a bola chegasse ao atacante). 

4º- Se essa bola é lançada e acidentalmente no trajeto a defesa o toca, esse toque não tirou o impedimento (pois não foi um ato deliberado).

5º- Quando um atleta defensor toca a bola para seu companheiro goleiro, e um jogador em impedimento a intercepta, não é impedimento (isso não mudou) pois foi uma bola atrasada pela defesa.

Para mim, a situação ocorrida no lance de Vinícius Jr é a 3ª. Ele está impedido, o zagueiro a toca em disputa, e isso o habilitou. E, se alguém questionar se ele interferiu contra o goleiro, lembre-se: ele não poderia ser sancionado por “estar impedido e interferir contra um adversário”, pois o toque no zagueiro o habilitou.

Claro, é um lance interpretativo, mas eu entendo que o zagueiro tentou disputar a bola (ou seja: não foi um cabeceio acidental). Sendo assim, considero gol mal anulado.

Marrocos x Brasil: onde assistir, horário do amistoso e escalações |  seleção brasileira | ge

Imagem: GE.com

– Romeu Pelliciari, 112.

Se vivo fosse, o jundiaiense Romeu Pelliciari completaria 112 anos!

E sobre esse craque do futebol, extraído do Facebook de “Jundiahy Ontem, Hoje & Amanhã”, no texto de Carlos Zagotti:

ROMEU PELLICIARI

Atacante e meia nasceu em Jundiaí no dia 26 de março de 1911.
Pelo São João jogou entre 1928 e 1929, quando ainda o clube era amador. Antes disso, jogou no Clube Amador Barranco, que fundou com um irmão, primos e vizinhos.
Aos 15 anos, Pelicciari era ídolo no clube, que tinha na época a melhor equipe da cidade.
Peitudo e ombros largos, tinha uma calvície precoce, por isso, diz a lenda, usava um gorro que era sua marca registrada. Apresentava certa finura no trato com a bola, dibles curtos e sutis.
Na década de 30 foi jogar no Palmeiras. Jogou também no Fluminense, onde ajudou o tricolor a levantar as taças de 1936, 1937, 1938, 1940 e 1941.
Em sete anos, marcou 86 gols em 201 jogos.
O craque jogou a Copa da França, em 1938, mas pela Seleção Brasileira jogou 13 vezes, com quatro vitórias, três empates, seis derrotas e três gols marcado.
Encerrou a carreira em 1947 e voltou para São Paulo, onde montou um restaurante na Rua Pamplona, chamado Cantina do Romeu.
Em sua homenagem teve seu nome marcado, a Avenida Romeu Pelicciari, uma das maiores avenida no Jardim Pacaembu, em nossa querida Jundiaí.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
#CABEZA!

– Dia Nacional do Orgulho Gay: Reflexões.

Do ano passado, para refletir:

Quando ocorreu o “Dia Nacional do Orgulho Gay (25/03)”, o SPFC (assim como outros times de futebol) fizeram postagens nas Redes Sociais pedindo o fim da homofobia (e o ambiente das arquibancadas é carregado disso).

A foto da esquerda é uma postagem do São Paulo, e nos comentários, há elogios e muitas críticas, beirando a própria homofobia, e algumas mais descaradas como “desnecessário” e outras com palavrões que me recuso a publicar aqui.

A foto da direita tem uma pergunta pertinente do perfil de “Estrelinha @Lekass_”: Me diga, se fosse 2 homens tirando uma foto dessa na arquibancada laranja?”

Enfim, a questão é: por mais que se peça respeito nas arquibancadas, haverá o machismo, o preconceito e a confusão de que “respeitar é fazer apologia”.

Parabéns por quem, ao menos, tenta respeitar e promover o respeito no futebol. E paciência pelas críticas que surgirão.

– Vulgarizamos a 10.

No meu tempo de garoto, a camisa 10 da Seleção Brasileira era sagrada. O craque teria o direito de usá-la, pois remetia à lembrança de Pelé.

Hoje (eu sei que são outros tempos), tudo isso mudou. Rodrygo (que é um ótimo jogador) herdará o mítico número. Mas ele não é titular no time dele… (não ser titular absoluto da sua equipe seria um pecado na convocação da Canarinho nos anos 80).

Parece-me que a Seleção virou um “time” comum, como outros tantos por aí. A magia não existe atualmente (e talvez, até o interesse do torcedor).

Imagem: AFP.

– Água Santa deveria bater o pé e fazer a final em seu estádio.

Se Água Santa x Palmeiras puderam jogar em Diadema na primeira fase, deveriam jogar a decisão também. Afinal, se a FPF autoriza um jogo, deve autorizar todos.

Em tese, TODOS os estádios deveriam ser autorizados a receberem TODOS os jogos do campeonato. Se não tem iluminação, faça no horário que pode.

Infelizmente, quem menos tem poder de decidir são os clubes…

Água Santa mandará primeiro jogo da final do Paulistão contra o Palmeiras  na Arena Barueri | LANCE!

Extraído de Lancenet.com (Divilgação Barueri).

– 7 anos sem Johan Cruyff.

Puxa, já faz 7 anos que o craque holandês nos deixou. Compartilho o que escrevemos naquele triste dia e algumas frases de efeito dele:

O CIGARRO LEVOU CRUYFF

O incrível jogador holandês Johan Cruyff faleceu. Vítima do câncer de pulmão, era tabagista compulsivo. Após largar o vício  (20 anos depois), descobriu que estava enfermo.

“Cróife” era um gênio com as bolas no pé. São dele algumas das 25 frases magistrais do futebol (extraídas de futebol.com), como:

  1. Técnica não é poder fazer 100 embaixadas. Qualquer um pode fazer isso se praticar. Da até para trabalhar no circo. Técnica é passar a bola com um toque, na velocidade correta, no pé certo do seu companheiro.
  2. Alguém que faz graça com a bola no ar durante um jogo, dando tempo para os quatro defensores adversários voltarem, é o jogador que as pessoas pensam ser ótimo. Eu digo que ele deve ir para o circo.
  3. Escolha o melhor jogador para cada posição e você não terá a melhor equipe, apenas 11 bons de cada uma.
  4. No meu time, o goleiro é o primeiro atacante e o atacante, o primeiro defensor.
  5. Por que não se pode vencer um clube rico? Nunca vi um saco de dinheiro marcar gol.
  6. Eu sempre jogava a bola para frente porque se eu a recebesse de volta, era o único jogador desmarcado.
  7. Sou um ex-jogador, ex-dirigente, ex-treinador, ex-presidente honorário. Uma lista bacana que, mais uma vez, mostra que tudo chega a um fim.
  8. Jogadores que não são verdadeiros líderes mas tentam ser, sempre brigam com os outros depois de um erro. Líderes de verdade dentro de campo já sabem que os outros vão errar.
  9. O que é velocidade? A mídia esportiva sempre confunde velocidade com visão. Veja, se eu começar a correr antes que os outros vou sempre parecer mais rápido.
  10. Tem apenas um momento em que você pode chegar na hora. Se você não estiver lá. Você estará sempre adiantado ou atrasado.
  11. Antes de cometer um erro, eu não cometo esse erro.
  12. Em uma partida de futebol, é estatisticamente provado que os jogadores tem a posse de bola por 3 minutos, em média. Então, o mais importante é: o que fazer nos 87 minutos em que você não tem a bola. Isso é o que determina se você é um bom jogador ou não.
  13. Depois de ganhar alguma coisa, você não estará mais 100%, mas 90%. É como uma garrafa de água com gás quando fica sem tampa. Pouco tempo depois fica com menos gás dentro.
  14. Tem apenas uma bola, então você precisa tê-la.
  15. Não sou religioso. Na Espanha todos os 22 jogadores faziam o sinal da cruz antes de entrar em campo. Se isso funcionasse, todas as partidas terminariam empatadas.
  16. Precisamos fazer com que o pior jogador deles tenha a posse da bola. Teremos ela de volta em pouco tempo.
  17. Se você tem a posse da bola, precisa fazer com que o campo seja o maior possível, mas se você não tem, precisa fazer com que fiquei o menor possível.
  18. Todo jogador profissional de golfe tem um treinador para suas tacadas, outro para suas colocadas, para seus tiros. No futebol temos um treinador para 15 jogadores. Isso é absurdo.
  19. Sobreviver à primeira fase nunca é o meu objetivo. O ideal seria estar com Brasil, Argentina e Alemanha no mesmo grupo. Assim eu teria eliminado dois rivais na primeira fase. É como eu penso. Idealista.
  20. Os jogadores hoje só sabem chutar com o peito do pé. Eu podia chutar com o peito, de chapa e a parte de fora de ambos os pés. Em outras palavras, eu era seis vezes melhor que os jogadores de hoje.
  21. Qualidade sem resultado é inútil. Resultado sem qualidade é entediante.
  22. Existem poucos jogadores que sabem o que fazer quando não estão marcados. Então as vezes você fala para o seu jogador: aquele atacante é muito bom, mas não marque ele.
  23. Acho ridículo quando um talento é rejeitando baseado em estatísticas de computador. Baseado nos critérios do Ajax de hoje eu teria sido rejeitado. Quando tinha 15 anos não conseguia chutar uma bola mais de 15 metros com minha perna esquerda e talvez 20 com a direita. Minhas qualidades, técnicas e visões não podem ser detectadas por um computador.
  24. Jogar futebol é muito simples, mas jogar um futebol simples é a parte mais difícil do jogo.
  25. Se eu quisesse que você entendesse isso, eu teria explicado melhor.

Que descanse em paz!

Imagem extraída de: https://www.voetbalshirtskoning.nl/blog/top-10-mooiste-voetbalshirts/

– O que influencia um árbitro de futebol na sua tomada de decisão?

Repost de Abril / 2012, mas muito atual…

Vejam só: estupendo trabalho de pesquisa, publicado pelo ótimo site da Universidade do Futebol (citação abaixo), mostra: numa partida de futebol, o árbitro é influenciado por:

1) Presença de barulho da multidão condicionando a marcação de infrações (um árbitro inexperiente deixa de marcar faltas do time da casa, mas continua marcando as do time visitante).

2) desvantagem do time anfitrião no marcador (a intimidação à agressão levaria um árbitro a ser mais caseiro),

3) tempo de acréscimo (menor ou maior conforme o controle do árbitro na partida) e

4) pagamentos sociais, que têm relação direta com a atuação (o reconhecimento à sua atuação, valorização da carreira e do nome).

Além disso, há outras explicações sobre motivação e desmotivação da carreira.

Abaixo, extraído da Universidade do Futebol, em: http://is.gd/ZMc7Y1

Importante: o trabalho não levou em conta Influência de Dirigentes / Clubes / Federações.

E você, o que acha dos dados acima e das explicações que estão abaixo?

FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA TOMADA DE DECISÃO DO ÁRBITRO DE FUTEBOL

Por Alberto Inácio da Silva* e Mario Cesar Oliveira**

Os árbitros de futebol são preparados para interpretar as regras do futebol de forma imparcial durante uma partida. Porém, eles podem mostrar um poder discricionário considerável, em particular ao acrescentar tempo extra, marcar penalidades, usar os cartões amarelos ou vermelhos e decidir os tiros livres ou impedimentos. Como consequência, os árbitros têm uma influência muito importante no resultado final de uma partida de futebol.

Vários estudos publicados em revistas científicas demonstraram uma gama de fatores que podem interferir na toma de decisão do árbitro no transcorrer de uma partida. Portanto, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento destes estudos e apresentar de forma resumida suas conclusões.

Recentemente o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo comentou em várias emissoras de televisão que ele havia observado e tinha gravado em uma fita de vídeo uma partida de futebol sem a presença de torcedores. Nesta partida o árbitro apresentou menos cartões e várias faltas sinalizadas pelos árbitros quando o estádio esta cheio de torcedores lá não foram marcadas. Ou seja, na prática ele observou que o comportamento do árbitro durante uma partida sem torcida era totalmente diferente do seu comportamento quando o estádio estava tomado por uma multidão. Esta observação foi objeto de alguns estudos.

A presença do barulho da multidão tem efeito dramático nas decisões tomadas pelos árbitros. Nevill et al. (2002) forneceram evidência experimental de que os árbitros de futebol são afetados pelo barulho da torcida. Eles mostraram algumas disputas de bola ocorridas em jogos da Primeira Liga Inglesa, gravadas em vídeo, para dois grupos de árbitros qualificados que tiveram que decidir se marcariam ou não uma falta. Um grupo assistiu o videoteipe sem o barulho da torcida, enquanto o outro grupo ouviu o barulho. Aqueles que enfrentavam os desafios com o barulho da multidão de fundo ficavam mais inseguros no momento de tomar a decisão e marcaram significativamente menos faltas (15,5%) contra o time da casa, quando comparado com os que assistiram em silêncio. É notável que as decisões tomadas pelo grupo de árbitros que ouviu o barulho estejam significativamente mais de acordo com as decisões tomadas pelo árbitro original da partida do que as decisões tomadas pelo grupo que assistiu as entradas silenciosamente.

Com respeito a um julgamento tendencioso em potencial na tomada de decisão, o árbitro pode colocar importância igual na informação audível da torcida e na informação visual, levando a desequilíbrio de decisões a favor do time da casa. Pesquisas anteriores sugerem que a experiência pode ajudar a reduzir potencialmente efeitos negativos de estresse no desempenho (Janelle et al., 1999; Williams e Elliott, 1999). Árbitros experientes provavelmente teriam maior controle sobre suas emoções (Hardy et al., 1996) e bases de conhecimento de tarefa específica ampliadas que facilitam a tomada de decisão com habilidade em ambientes com alto nível de estresse (Williams et al., 1999).

De forma interessante, o estudo de Nevill et al. (2002) indicou que o efeito dominante do barulho da torcida era para reduzir significativamente o número de infrações marcadas contra o time da casa, em lugar de aumentar o número de infrações contra o time visitante.

Dado que fazer uma marcação ruim e o barulho da torcida elevarão os níveis de tensão nos árbitros do grupo exposto ao barulho, de modo semelhante ao do árbitro da partida (fontes de tensão percebidas como difíceis de controlar), a estratégia para lidar com isso é provavelmente evitá-la. Como é provável que a torcida deixe claro que eles sentem que a decisão foi ‘errada’, evitar isso poderia ser interpretado como simplesmente não tomar a decisão impopular para penalizar o time da casa ao avaliar os desafios menos claros ou contenciosos. Sempre que um jogador da casa comete uma infração, a reação da torcida é capaz de ativar uma tensão potente de fazer marcação ruim, assim aumentando o nível de incerteza ou indecisão dos árbitros, resultando em nenhuma decisão (evitar) e menos infrações contra o time de casa (Nevill et al., 2002).

Observa-se constantemente na imprensa algumas pessoas palpitando que seria prudente interromper o jogo em determinados lances para que uma equipe decidisse o lance. Desta forma, seria prudente que, se os corpos administrativos, como a Fédération Internationale de Football Association (FIFA), considerarem empregar o replay do vídeo para ajudar os árbitros em campo, fosse empregado mais de um árbitro para ajudar a julgar tais replays contenciosos e, mais importante: os árbitros deveriam julgar em uma cabine à prova de som, evitando a influência da torcida.

Nos estudos apresentados acima, houve um desequilíbrio significativo nas decisões tomadas, por árbitros experientes, com e sem barulho da torcida, demonstrando que árbitros mais experientes são menos afetados pelas vaias da torcida. Os anos de experiência tiveram efeito significativo no número de infrações marcadas pelos árbitros contra os jogadores do time da casa, aumentando com os anos de experiência até um pico aos 16 anos de experiência (aproximadamente) e, depois disso, foi observado um declínio (Nevill et al., 2002). O outro efeito principal da experiência do árbitro foi aumentar significativamente o número de decisões incertas pelos árbitros experientes, ou seja, mais velhos.

Dohmen (2008) afirma que sociólogos e psicólogos sociais reconhecem que as decisões dos indivíduos não só são governadas pelos pagamentos materiais (dinheiro), mas também por pagamentos sociais (reconhecimento) não-materiais que surgem no ambiente social dos tomadores de decisão; por exemplo, na forma de aprovação social ou de sanções sociais. Este tipo de pressão social pode fazer com que os árbitros tomem decisões que acomodem as preferências de um grupo social (torcida) até mesmo se eles não estiverem de acordo com os próprios interesses do tomador de decisões (árbitro). Dohmen (2008) se refere a este ponto de vista como a “hipótese da pressão social”.

Em uma partida de futebol, é de interesse particular do árbitro ser imparcial, enquanto os torcedores querem o sucesso de seu time e, portanto, deveriam ter interesse em trabalhar por um objetivo comum, entretanto contestam as decisões do árbitro que não favorecem seu time e aprovando somente as decisões favoráveis, em uma atitude totalmente parcial e irracional.

Dohmen (2008) desenvolveu estudo que forneceu evidência complementar do comportamento tendencioso do árbitro com base nos dados de 3.519 jogos da Primeira Bundesliga (Campeonato Alemão), que apóia a visão de que o ambiente social pode afetar as decisões do árbitro. A análise empírica que confirma que árbitros profissionais que são designados e pagos pela Associação de Futebol Alemão (DFB) e de quem se espera que sejam imparciais, na realidade sistematicamente favorecem o time da casa. O favoritismo é manifestado no tempo de acréscimo, marcação de gols e cobranças de pênalti. Os dados também forneceram evidências de que características da torcida, tais como a composição da torcida e a distância do campo de futebol que esta se posiciona, prejudicam as decisões dos árbitros, de forma que é consistente com a hipótese de pressão social; quer dizer, que as forças sociais influenciam o comportamento do árbitro.

Dohmen (2008) relata que a extensão do comportamento tendencioso depende da composição da torcida: a parcialidade da casa tende a ser menor quando mais partidários do time visitante assistem à partida. Isto é consistente com a ideia de que a aprovação social e as sanções sociais têm efeito de valor contrário em recompensas sociais líquidas. Os partidários de cada time, que têm o interesse comum, que o time preferido deles alcance sucesso, trabalham para este objetivo aclamando decisões favoráveis do árbitro e expressando descontentamento com as decisões desfavoráveis. Os julgamentos dos árbitros evocam a aprovação social dos torcedores do time favorecido e sanções sociais do time oposto. Espera-se que um árbitro que não é influenciado, quer dizer, que não deriva utilidade intrínseca de uma determinada partida e valoriza pagamentos sociais, pense nos custos e benefícios sociais do acontecimento esportivo.

Outro dado importante desta pesquisa foi perceber que o favoritismo do time da casa é mais forte quando a partida acontece em um estádio sem pista de atletismo ao seu redor, ou seja, quando a torcida fica fisicamente mais próxima do campo e do árbitro – nesse caso há uma intensidade da pressão social indiscutivelmente maior. Essa descoberta empresta suporte para a conjetura que forças sociais influenciam a decisão dos árbitros, seja por causa da pressão social da torcida, diretamente acionando o julgamento parcial da arbitragem, ou por um canal mais oblíquo, no qual, por exemplo, a torcida cria uma atmosfera que encoraja os jogadores no campo para exercer pressão sobre o árbitro. Portanto, times da casa que jogam em estádios com uma pista de atletismo são afetados de forma diferente do que os times que jogam em estádios sem uma pista ao redor do campo (Dohmen, 2008).

O árbitro acrescenta mais tempo na partida se o time da casa está perdendo (Dohmen, 2008). De forma interessante, torcedores têm incentivos muito mais fracos para influenciar o árbitro em partidas decididas na qual o último resultado da partida é improvável que mude durante o tempo de acréscimo. Analisando dados de duas temporadas da Primeira Liga de Futebol Espanhol, Garicano, Palacios-Huerta e Prendergast (2005) perceberam que os árbitros espanhóis favoreciam o time da casa prolongando o tempo da partida em quase 2 minutos quando o time da casa estava perdendo por um gol, quando comparado à situação na qual o time da casa está ganhando por um gol. Eles também investigaram se o tamanho da torcida e a proporção de frequência-capacidade fazia diferença e descobriram que o aumento no desvio padrão na frequência aumenta a parcialidade em cerca de 20%, enquanto uma proporção de frequência-capacidade mais alta reduz a tendência à parcialidade. Eles concluíram que incentivos não monetários, em particular a pressão social da multidão, provocam o tratamento preferencial.

Sutter e Kocher (2004) destacam que, como são os árbitros que decidem a quantidade de tempo extra a favor ou não do time da casa, não há nenhuma razão pela qual os árbitros deveriam acrescentar mais tempo extra quando o time da casa está perdendo por um gol depois dos primeiros 45 min, porque ainda há o segundo tempo a ser jogado. Em vez disso, os árbitros poderiam ficar tentados a acrescentar menos tempo extra se o time da casa estiver perdendo por um gol no primeiro tempo para evitar mais danos (o time visitante poderia marcar mais um gol) e dar ao time da casa a oportunidade de se reorganizar o mais rápido possível durante o intervalo.

Outra informação a ser destacada no estudo de Dohmen (2008) diz respeito à marcação de faltas. Este autor observou diferença estatisticamente significativa, que implica que times da casa tiveram mais gols marcados incorretamente ou discutíveis a seu favor, em relação aos times visitantes. Notavelmente, é menos provável que gols concedidos sejam corretamente marcados quando um time está perdendo, especialmente quando o time da casa está perdendo. É particularmente provável que o time da casa receba a marcação de gol com base em uma decisão errada ou discutível se estiver perdendo por um ou dois gols.

Os árbitros também parecem favorecer os times da casa em decisões de cobrança de pênalti. Os dados brutos revelam que uma fração menor de pênaltis para o time da casa é corretamente marcada (65,20% vs 72,57%). Diferenças observadas nas frequências de decisões injustas, corretas e discutíveis foram estatisticamente significativas. Novamente, a fração de decisões erradas ou discutíveis a favor do time da casa é maior quando o time da casa está perdendo. Porém, deve ser notado que os árbitros também tomam mais decisões discutíveis a favor do time visitante, quando o time visitante está perdendo por apenas um gol. Foi constatado que o time da casa recebe significativamente mais gols ilegítimos do que o time visitante. Também foi observado que é mais provável que os times visitantes tenham negados um gol ou uma cobrança de pênalti legítimos ou discutíveis, pois o time visitante teve um pênalti legítimo injustamente negado em 35,75% dos casos; mas com o time da casa isso só aconteceu em 29,59% dos casos. No caso de decisões a respeito de pênaltis discutíveis, a evidência do favoritismo do time da casa é ainda mais pronunciada: os times da casa têm 28,67% dos pênaltis discutíveis marcados, mas os times visitantes têm apenas 20,27%. Portanto, os dados indicaram que é significativamente mais provável que os times da casa recebam uma cobrança de pênalti quando esta deveria objetivamente ser marcada e quando uma marcação de pênalti é discutível. As estimativas também mostram que os árbitros tendem a marcar menos cobranças de pênalti discutíveis e injustificadas quando a torcida está separada do campo por uma pista de atletismo.

Outra diferença ocorre quando a análise envolve situações ambiguas, em que até mesmo a subsequente análise do vídeo não pôde determinar claramente se esta situação deve ser punida com penâlti. Nestas situações ambíguas, a equipe da casa teve frequentemente mais pênaltis marcados do que a equipe adversária (Dohmen, 2008). Esta é uma prova de que o árbitro, em situações ambíguas, não decide casualmente, mas contraditoriamente. No caso da vantagem da equipe da casa, poderiam os gritos da plateia ter estimulado o árbitro a realizar esta sinalização. Askins (1978) sustentou que durante o curso de qualquer competição há muitos incidentes que parecem ambíguos, até mesmo para os árbitros mais veteranos. Quando isto acontece, os árbitros fazem o que todos os humanos fazem, basicamente, em tal situação: eles buscam esclarecer a situação por qualquer meio disponível. A reação da torcida às vezes pode fornecer a dica que incita a decisão.

Dohmen (2008) afirma ter ficado evidenciado que os árbitros mais experientes tendem a ser menos parciais, o que sugere que os indivíduos podem aprender a resistir à pressão social.

Na ampla literatura sobre a vantagem do time da casa em esportes nos quais ocorre o enfretamento entre duas equipes, a pressão social exercida pela torcida mostrou ser de grande importância (Courneya e Carron, 1992; Nevill e Holder, 1999). Há dois canais principais pelos quais o fator torcida se torna efetivo. Primeiro, as torcidas podem estimular o time da casa a se desempenhar melhor. Embora a literatura não seja conclusiva nesse aspecto, um recente estudo realizado por Neave e Wolfson (2003) pôde unir a composição da torcida à reação fisiológica dos jogadores. Mais especificamente, eles mostram que os jogadores têm um nível de testosterona significativamente mais alto nos jogos realizados em casa do que quando jogam fora de casa, o que poderia ser causado por um desejo natural de defender seu próprio território. Em segundo lugar, o barulho criado pela torcida pode influenciar o árbitro para, subconscientemente, favorecer o time da casa. As torcidas liberam sua raiva em grande parte e bastante depressa nos árbitros por causa de decisões que não favorecem seu time (Sutter e Kocher, 2004).

Exames estatísticos de registros de jogo indicam que os times da casa ganham mais frequentemente que os times de fora; os times da casa recebem mais penalidades favoráveis e recebem menos cartões (Nevill et al., 1996). Por exemplo, em um estudo sobre o número de penalidades marcadas a favor dos times da casa nas ligas inglesas e escocesas, os resultados mostraram evidências claras de que os times da casa com grandes torcidas recebem mais penalidades a seu favor, enquanto os times de fora recebem mais penalidades contra, com mais jogadores sendo expulsos (Nevill et al., 1996).

Folkesson et al. (2002) mostraram que a concentração e o desempenho dos árbitros, particularmente dos mais jovens, foram influenciados pelas ameaças e agressões dos jogadores, dos treinadores e do público. Reforçando esta afirmação, McMahon e Ste-Marie (2002) mostraram que as decisões dos árbitros de rúgbi eram tomadas em função da experiência – e não tanto pela descoberta de infrações decorrentes de fatores que não estavam presentes na jogada, ou seja, de informações extracampo.

Coulomb-Cabagno et al. (2005) publicaram um estudo que teve como objetivo examinar a agressão exibida pelos jogadores e analisar as decisões dos árbitros sobre estes comportamentos como uma função do gênero dos jogadores no futebol francês. Foi percebido que os jogadores do sexo masculino praticaram atos agressivos mais violentos que os jogadores do sexo feminino. Não obstante, em relação ao número total de punições aos atos agressivos cometidos, os árbitros penalizaram mais as mulheres do que os homens. Estereótipos de gênero poderiam ser uma explicação pertinente para estes resultados, uma vez que o futebol geralmente é percebido como um esporte do tipo masculino, particularmente na França, e a agressão como uma característica tipicamente masculina, afirmam os autores.

No contexto desportivo, há também uma evidência crescente de que os homens são mais agressivos ou percebem a agressão como sendo mais legítima do que as mulheres o fazem (Conroy et al., 2001; Tucker e Parks, 2001). Este fato poderia justificar o porque das mulheres serem mais penalizadas por infrações às regras em faltas similares cometidas pelos homens durante uma partida de futebol.

Apesar da falta de consenso na definição do que é agressão no esporte, uma que é frequentemente aceita é o comportamento que transgride as regras da atividade considerada com a intenção de prejudicar ou ferir alguém (Tenenbaum et al., 1996). Os árbitros estão diretamente preocupados com a agressão porque eles são responsáveis por fazer com que as regras sejam cumpridas adequadamente, pois o risco de um jogador sofrer ferimento é cerca de 1.000 vezes maior do que o encontrado na maioria de outras profissões (Fuller et al., 2004).

Investigações de atos de agressão do espectador e observações de torcedores demonstram uma relação entre a agressão do torcedor e as atividades dos jogadores no campo. Smith (1983) sugerem que quando o desempenho dos jogadores no campo for percebido como violento, os espectadores e os partidários do esporte tendem a agir ambos violentamente durante e após a partida.

As regras do jogo instruem os árbitros em como eles deveriam responder quando jogadores, substitutos, substituídos ou oficiais de equipe se utilizam de um linguajar abusivo e/ou gestos no sentido de contrariar a sua decisão. Um estudo, que teve como objetivo verificar a relação da aplicação dos cartões amarelo e vermelho, frente a uma agressão verbal, levando em consideração o disposto no item que trata de faltas e incorreção do caderno de regras da FIFA, mostrou que somente 55,7% dos árbitros teriam tomado uma atitude correta relacionada à ofensa verbal ocorrida no transcurso de uma partida (Praschinger et al., 2011), apesar da literatura mostrar que o abuso verbal dos jogadores nos árbitros é percebido como uma das situações mais embaraçosas em um jogo (Kaissidis e Anshel, 1993). Em outras palavras, a regra 12 não estaria sendo cumprida em sua plenitude.

O estudo desenvolvido por Praschinger et al. (2011) demonstrou que os árbitros são inconsistentes em suas aplicações das regras em relação a ofensas verbais, vindas de dentro ou de fora do campo de jogo. A mesma palavra sendo dita para dois árbitros diferentes pode desencadear reações diferentes, embora as regras do jogo sejam idênticas em relação à situação de agressão verbal.

Entretanto, de um lado temos as regras do jogo, as quais os árbitros devem seguir, do outro lado, nós temos uma situação altamente complexa e dinâmica: uma partida de futebol. Os árbitros parecem resolver este dilema aplicando a “administração do jogo” (Praschinger et al., 2011). Eles balanceiam suas decisões através da sua sensibilidade a várias influências, por exemplo: tempo de jogo, nível de agressividade dos jogadores dentro da partida, tamanho da torcida presente no estádio, se a partida está sendo televisionada, se há policiamento no campo de jogo, os antecedentes do jogador etc. A administração do jogo parece ser um pré-requisito necessário para a aplicação das regras do jogo, apesar de, em algumas situações, contrariar o que esta escrito nas regras, sendo aplicada de maneira diferente em situações específicas durante uma partida.

Folkesson et al. (2002) examinaram as circunstâncias pertinentes a ameaças e agressão (físicas ou verbais) durante as partidas de futebol que foram vivenciadas por 107 árbitros da Associação de Futebol da Província de Värmland (região ocidental da Suécia). Foram identificadas três fontes de agressão: (1) jogadores de futebol, (2) técnicos/treinadores e (3) espectadores. A incidência de ameaças e agressão teve efeito na concentração, no desempenho e na motivação, inclusive nas preocupações antes da partida. Além disso, descobriu-se que os resultados foram afetados pela idade, pelo grau de experiência e pela orientação de vida dos árbitros. Percebeu-se que os árbitros mais jovens eram os mais sujeitos a ameaças e agressão. Com relação à motivação para arbitrar uma partida, este estudo concluiu que os árbitros com orientação geralmente pessimista experimentaram menos motivação, desempenho pior e maiores problemas para enfrentarem o comportamento agressivo dos torcedores, quando comparados com árbitros com orientação geralmente otimista.

Rainey (1994, 1995) examinou fontes de tensão entre 782 árbitros qualificados (certificados) de beisebol e de softboll. Foram revelados quatro fatores correlacionados: medo de fracasso, medo de dano físico, pressão do tempo e conflito interpessoal. O estudo sugeriu que esses fatores podem ser fontes comuns de tensão entre os árbitros e que há necessidade de se pesquisar as fontes de tensão em árbitros de outros jogos esportivos.

Andersson (1983) examinou os motivos que levam os árbitros de futebol a continuarem arbitrando partidas de futebol apesar de ser um trabalho aparentemente ingrato. Este estudo incluiu 36 árbitros de futebol da Associação da região de Göteborg, Suécia, para os quais foi pedido que respondessem perguntas organizadas na forma de um questionário. Os resultados indicaram que dois terços dos árbitros tiveram intenção de desistir do seu trabalho como árbitro. A razão mais comum para isto era que arbitrar ocupava muito de seu tempo e que eles tinham se cansado de toda a crítica que eles tiveram que aceitar no papel de árbitro. Geralmente, eles também percebiam as exigências feitas a eles como sendo irracionais. Vinte por cento dos respondentes (7 entre 36) tinham ficado tão chateados por causa das críticas que consideraram a possibilidade de renunciar ao trabalho. Vários árbitros (aproximadamente 30%) queriam que os jogadores e os treinadores recebessem uma formação melhor e ensinamentos a respeito das regras e regulamentos do jogo. A razão principal pela qual os árbitros continuaram arbitrando, apesar de tudo, foi o amor que tinham pelo jogo.

Em um estudo que examinou as razões dos árbitros de futebol e seus motivos para atuar como árbitro (Isberg, 1978); 80 árbitros de associação e de distrito participaram do estudo. Os resultados mostraram que a razão mais importante para se tornar um árbitro de futebol era manter o contato com o esporte depois de uma carreira ativa como um jogador de futebol. Um forte interesse pelo jogo também foi um fator crítico. O desejo contínuo de se tornar um árbitro melhor era um dos motivos para eles continuarem atuando como árbitros de futebol. Foram listadas oportunidades de contato humano e chances de melhoria na função de árbitro entre as experiências positivas deles. Entre as experiências negativas deles figurou o nível elevado de crítica gerada pela mídia e pelos técnicos.

Os resultados do estudo de Friman et al. (2004) descrevem as percepções de ameaças e agressões vivenciadas pelos árbitros. Apesar disto, e de certa forma surpreendentemente, muitos deles declararam que é divertido ser árbitro de futebol. Por exemplo, em comunidades pequenas o valor do sucesso é muito importante. Da mesma forma, uma decisão que não favorece o time da casa foi relacionada a reações emocionais fortes (irritação e agressão) entre o público que assiste ao jogo. Uma possível explicação para as ameaças e as agressões que os espectadores dirigiram ao árbitro pode ser por falta de conhecimento sobre as regras do jogo. Por exemplo, vários participantes validam a raiva que os jogadores, os técnicos e a torcida expressaram em situações quando eles não estavam completamente certos das regras ou da mais recente interpretação das regras (Friman et al., 2004). Segundo Mack (1980), pode-se garantir que menos de um porcento da população brasileira leu uma regra de futebol – e isto, sem dúvida nenhuma, dificulta a atuação do árbitro durante uma partida, tendo em vista os fatos mencionados anteriormente.

A atenção é um aspecto importante do comportamento do árbitro. Quando o árbitro não corre no campo como se espera que faça, os jogadores ficam obviamente aborrecidos. Se o árbitro frequentemente perder situações importantes, os jogadores eventualmente perderão a confiança no árbitro e começarão a agir agressivamente e ameaçadoramente.

Friman et al. (2004) afirmam que há esperança de que um treinamento mais extensivo de jogadores e técnicos sobre as regras e os regulamentos do jogo reduziriam as experiências negativas causadas por ameaças e agressões. Além disso, os resultados realçam a importância de se espaçar as partidas. Muitos jogos por semana parecem afetar a atenção dos árbitros.

Todos estes resultados apóiam a evidência de que atitudes tendenciosas podem estar presentes no processo de tomada de decisão dos árbitros. Este fato também é confirmado por outros estudos que incluíram variáveis como a cor dos uniformes, a reputação dos times ou as decisões anteriores dos árbitros. Assim, Frank e Gilovich (1988) indicaram que os árbitros de futebol e hóquei no gelo percebiam os jogadores com uniformes pretos como sendo mais agressivos. Por conseguinte, eles também tenderam a penalizar mais esses jogadores, talvez porque a cor preta seja associada com agressividade. Jones et al. (2002) estudaram o impacto da reputação agressiva de um time nas decisões tomadas por árbitros de futebol. Cinquenta incidentes, divididos entre cinco categorias – faltas manifestas cometidas pelo time; faltas ambíguas cometidas pelo time; faltas manifestas cometidas contra o time; faltas ambíguas cometidas contra o time. e nenhuma falta cometida –, foram mostrados a 38 árbitros, primeiro com informação explícita sobre reputação agressiva do time, depois sem qualquer informação a respeito da reputação do time. O último grupo apenas teve que julgar cada incidente em seu próprio mérito. Os resultados revelaram que a informação sobre a reputação agressiva do time afetou o número de cartões amarelos e vermelhos (a severidade da sanção), mas não o número total de decisões marcadas. O time com reputação agressiva foi penalizado mais severamente do que o outro time. Finalmente, Plessner e Betsch (2001) informaram que as decisões também podem ser influenciadas por decisões anteriores; era menos provável que os árbitros marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado uma penalidade para o mesmo time antes, e era mais provável que marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado para o outro time antes. Ou seja, uma vez que o árbitro concedeu um pênalti a uma equipe, ele supostamente muda seu critério de conceder pênalti ao mesmo time para um nível mais alto em situações subsequentes.

Na ótica de Buther (2000), o estado emocional influencia o comportamento de técnicos, atletas, torcedores, árbitro e assistentes durante o desenvolvimento de um jogo. Ninguém tem a noção exata da natureza, extensão e profundidade dos impactos dos fenômenos sociológicos e psicológicos sobre o comportamento dos indivíduos dentro dos estádios de futebol.

Os árbitros mais jovens estão mais expostos e são mais vulneráveis à ameaça e à agressão. Uma possível explicação para esta situação pode ser que os árbitros mais jovens tenham frequentemente menos experiência em arbitragem de partidas de futebol (Folkesson et al., 2002).

Poderia se especular que um tipo diferente de experiência seja relevante, alguma maneira de “experiência de vida” que permite que o árbitro mais velho apresente maior eficácia para desarmar as tendências à ameaça e à agressão em uma fase inicial. Outra explicação pode ser que os jogadores de futebol, os técnicos e o público podem perceber um árbitro mais velho como sendo mais merecedor de respeito que um árbitro mais jovem, i.e., sugerindo a existência de algum mecanismo “patriarcal” (Folkesson et al., 2002).

Por outro lado, o fator idade não parece influenciar a motivação e o desempenho dos árbitros. Ambos os árbitros com orientação pessimista e orientação otimista se sentiram expostos à ameaça e à agressão a um grau equivalente, mas os árbitros pessimistas sofreram mais com os efeitos. Os árbitros com orientação pessimista tiveram maiores problemas de motivação – e o seu desempenho tendeu a se deteriorar quando comparado com árbitro com orientação otimista. Além disso, os árbitros pessimistas tiveram maiores problemas para lidar com o comportamento agressivo dos espectadores. Parece ser o caso de que uma perspectiva de vida otimista pode afetar em grande parte a forma como a pessoa lida com as tensões e as exigências dos jogos esportivos fisicamente e psicologicamente (Folkesson et al., 2002).

Na Suíça existem duas comunidades, divididas em língua francesa e língua alemã (Messner e Schmid (2007). Estes autores desenvolveram um estudo com o intuito de verificar se uma equipe possui alguma vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. Foram analisados 1.033 jogos do campeonato da primeira divisão de futebol suíço (masculino). Verificou-se que uma equipe tem vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. O benefício foi evidente no número de vitórias, a quantidade de pontos ganhos, o número de cartões amarelos e o número de expulsões.

Outra característica especial do árbitro é o poder discricionário entre diferentes punições. No uso da advertência verbal ou do cartão amarelo ou do cartão vermelho é necessário o critério do árbitro. Contudo, espera-se que a equipe defensiva seja com mais frequência punida. Uma equipe visitante tem jogo defensivo mais do que uma equipe da casa. Por isso, espera-se que uma equipe visitante seja penalizada com mais frequência do que a equipe da casa (Courneya & Carron, 1992; Pollard, 2006). E, portanto, recebe a equipe da casa menor número de cartões amarelos e menos expulsões do que a equipe visitante (Sutter & Kocher, 2004).

A vantagem de uma equipe numa partida pela proximidadade cultural não é bem clara. Neste ponto a pesquisa difere de um estudo no futebol australiano. Mohr e Larsen (1998) encontraram maior número de jogos do campeonato australiano nos quais os tiros livres diretos eram favoraveis às equipes de regiões tradicionais do futebol australiano do que em comparação com as equipes das regiões em que o esporte foi introduzido mais tarde. Eles explicam este efeito pela condição social do árbitro, pois os árbitros provêm, na maioria das vezes, de áreas tradicionais.

Outros fatores podem influenciar na atenção concentrada, conforme análises resultantes dos estudos de Maughan e Leiper (2006), os quais relatam que houve interferência na performance em testes de função cognitiva quando o nível de desidratação alcançou 2% do peso corporal inicial. A desidratação dos árbitros durante a partida foi estudada no Brasil. No primeiro estudo constatou-se que a perda total de água corporal pelo árbitro durante a partida era equivalente a 2,05% do seu peso corporal (Da Silva e Fernández, 2003). Já, em outro estudo, foi constatado que a perda hídrica estimada do árbitro foi de 2,16% do peso corporal (Roman et al., 2004). Entretanto, estes dois estudos foram desenvolvidos na região sul do Brasil, mais especificamente no Paraná. Na literatura consta que a perda hídrica média do árbitro de futebol atuando no Estado de São Paulo é, de 3,20% do peso corporal (Da Silva et al., 2010).

As regras do jogo constituem a base de cada esporte. Os jogadores poderiam conhecê-las e os árbitros deveriam apenas supervisioná-las durante o jogo, pronunciar julgamentos com o intuito de apenas sancionar as ações permissivas. Contudo, uma vez que o árbitro sofre influência intra e extracampo, o que inclui jogadores, treinadores e torcida, ele deve apresentar um nível de tolerância para a condução de uma partida. A tarefa dos árbitros é de difícil execução, pelo fato de que cada decisão tomada não pode ser explicitada por escrito. Os árbitros devem controlar a partida, a qual inclui interações sociais e psicológicas (fatores como dinâmica de grupo e liderança) (Praschinger et al., 2011). Possivelmente, porque um jogo de futebol requer administração do jogo ao invés de uma simples aplicação das regras pelo árbitro.

Apesar da regra 5 estabelecer que o árbitro fará cumprir a regra do jogo durante uma partida de futebol, Mascarenhas et al. (2002) discutem que os árbitros aplicam certo tipo de administração do jogo. Isto significa que os árbitros em geral estão dispostos a aplicar as regras de jogo, mas durante uma partida eles têm de ser sensíveis para com a fluência do jogo. Isto os leva a situações nas quais não aplicam as regras de acordo com o propósito que estas indicam. Segundo Praschinger et al. (2011), os árbitros se consideram como os administradores do jogo, ao invés de se considerarem como administradores das regras do jogo.

Como foi possível observar nesta revisão, são inúmeros os fatores que podem interferir no momento da formulação da decisão de um árbitro de futebol no instante que ele tem que interferir na partida. Estas informações são importantíssimas para os profissionais que trabalham com psicologia do esporte, pois há necessidade de se desenvolver metodologias de trabalho para minimizar a influência destes fatores, para que as decisões dos árbitros sejam cada vez mais imparciais e, desta forma, se reduzindo a responsabilidade do árbitro no resultado da partida.

Durante este estudo, não foram abordados tema com corrupção, suborno, que envolve constantemente dirigentes de clubes e federações, membros de Comissão de Arbitragem, e árbitros de futebol. Estes temas são encontrados freqüência em jornais, revistas e telejornais. Como inúmeras vezes denunciado, a decisão de um árbitro de futebol pode também sofrer influencia de suborno, recomendações, e interesse de subir na carreira, já que os critérios para que um árbitro de futebol saia do nível regional para o nível internacional são obscuros, sendo constantemente denunciado que para este avanço na carreira alguns árbitros, conduzem uma partida de futebol de acordo com interesses pessoais ou de terceiros. Para uma melhor compreensão sobre o tema corrupção, suborno no meio futebolístico, recomendasse a leitura dos artigos intitulados “Árbitro de futebol e legislação esportiva aplicável” e “Ética no futebol: será possível?”.

*Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Paraná
**Prof. Universidade Federal de São Paulo, Programa de Pós-Graduação, Centro de Estudos em Medicina da Atividade Física e do Esporte – CEMAFE

Referencial bibliográfico    ————————————————–

Andersson, B. Hur orkar dom? En studie av fotbollsdomare i Göteborg. Sports Pedagogical Reports, 10, Göteborg, Sweden: Göteborg University, Department of Education, 1983.

Askins, R. L. Observations: The official reacting to pressure. Referee, 4, 17–20, 1978.

Buther, R.J. Sports psychology in action. New York: Oxford University Press, 2000.

Conroy, D. E., Silva, J. M., Newcomer, R. R., Walker, B. W., & Johnson, M. S. Personal and participatory socializers of the perceived legitimacy of aggressive behavior in sport. Aggressive Behavior, 27, 405–418, 2001.

Coulomb-Cabagno, G. Rascle, O. Souchon, N. Players’ Gender and Male Referees’ Decisions About Aggression in French Soccer: A Preliminary Study. Sex Roles, Vol. 52, Nos. 7/8, April, 2005.

Courneya, K. S., & Carron, A. V. The home advantage in sport competitions: A literature review. Journal of Sport and Exercise Psychology, 14, 13–27, 1992.

Da Silva, A. I., Fernández, R. Dehydration of football referees during a match. Br J of Sport Med. 37:502-506, 2003.

Da Silva, A. I., Fernandes, L. C., Oliveira, M. C. Neto, T. L. B. Nível de desidratação e desempenho físico do árbitro de futebol no Paraná e São Paulo. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. 9 (3), 148 – 155, 2010.

Dohmen, T. J. The influence of social forces: evidence from the behavior of football referees Economic Inquiry. 46(3), 411-424, July 2008.

Folkesson, P., Nyberg, C., Archer, T., & Norlander, T. Soccer referees’ experience of threat and aggression: Effects on age, experience, and life orientation on outcome of coping strategy. Aggressive Behavior, 28, 317–327, 2002.

Frank, M. G., & Gilovich, T. The dark side of self and social perception: Black uniforms and aggression in Professional sports. Journal of Personality and Social Psychology, 54, 74–85, 1988.

Friman, M. Nyberg, C. Norlander, T. Threats and Aggression Directed at Soccer Referees: An Empirical Phenomenological Psychological Study. The Qualitative Report. 9(4) 652-672, Dec 2004.

Fuller, C. W.; Junge, A.; Dvorak, J. An assessment of football referees´ decisions in incidents leading to player injuries. The American Journal of Sports Medicine, 32, 1 suppl. 17s-21s, 2004.

Garicano, L., I. Palacios-Huerta, and C. Prendergast. “Favoritism Under Social Pressure”. Review of Economics and Statistics, 87, 208-16, 2005.

Hardy, L., Jones, J. G. & Gould, D. Understanding psychological preparation for sport: Theory and practice of elite performers. Chichester, UK: Wiley, 1996.

Isberg, L. Arbetsuppgifter, krav och utbildning. Uppsala, Sweden: Almqvist & Wiksell International Stockholm, 1978.

Janelle, C. M., Singer, R. N., & Williams, A. M. External distraction and attentional narrowing: Visual search evidence. Journal of Sport and Exercise Psychology, 21, 70–91, 1999.

Jones, M. V., Paull, G. C., & Erskine, J. The impact of a team’s aggressive reputation on the decisions of association football referees. Journal of Sports Sciences, 20, 991– 1000, 2002.

Kaissidis, A.N. Anshel, M.H. Sources and intensity of acute stress in adolescent and adult Australian basketball referees: A preliminary study. The Australian Journal of Science & Medicine in Sport 25, 97-103, 1993.

Mack, R. C. V. Futebol empresa. Rio de Janeiro: Palestra Edições, 1980.

McMahon, C., Ste-Marie, D. M. Decision-making by experienced rugby referees: Use of perceptual information and episodic memory. Perceptual and Motor Skills, 95, 570–572, 2002.

Mascarenhas, D.R., Collins, D. Mortimer, P. The art of reason versus the exactness of science in elite refereeing: Comments on Plessner and Betsch (2001). Journal of Sport & Exercise Psychology 24, 328-333, 2002.

Maughan, R. J., Leiper, J. B. Fluid replacement requirements in soccer. J Sports Sci. 12 Spec S29-34, 2006.

Messner, C. Schmid, B. Über die Schwierigkeit, unparteiische Entscheidungen zu fällen: Schiedsrichter bevorzugen Fußballteams ihrer Kultur. Zeitschrift für Sozialpsychologie, 38 (2), 105–110, 2007.

Mohr, P. B. & Larsen, K. Ingroup favoritism in umpiring decisions in Australian Football. The Journal of Social Psychology, 138, 495–504, 1998.

Neave, N., & Wolfson, S. Testosterone, territoriality, and the home advantage. Physiology and Behaviour, 78, 269–275, 2003.

Nevill, A.M., Newell S. and Gale, S. Factors associated with home advantage in English and Scottish Soccer”. Journal of Sports Sciences 14, 181-186, 1996.

Nevill, A. M., & Holder, R. L. Home advantage in sport: An overview of studies on the advantage of playing at home. Sports Medicine, 28, 221–236, 1999.

Nevill, A. M., Balmer, N. J., & Williams, A. M. The influence of crowd noise and experience upon refereeing decisions in football. Psychology of Sport and Exercise, 3, 261–272, 2002.

Plessner, H., & Betsch, T. Sequential effects in important referee decisions: The case of penalties in soccer. Journal of Sport and Exercise Psychology, 23, 200–205, 2001.

Pollard, R. Home Advantage in Soccer: Variations in its Magnitude and a Literature Review of the Inter-related Factors Associated with its Existence. Journal of Sport Behavior, 29, 169–189, 2006.

Praschinger, A. Pomikal, C. Stieger, S. May I curse a referee? Swear words and consequences. Journal of Sports Science and Medicine. 10, 341-345, 2011.

Rainey, D. W. Magnitude of stress experienced by baseball and softball umpires. Perceptual and Motor Skills, 79, 255-258, 1994.

Rainey, D. W. Sources of stress among baseball and softball umpires. Journal of Applied Sport Psychology, 7, 1-10, 1995.

Roman, E. R., Arruda, M., Gasparin, C. E. B., Fernadez, R. P., & Da Silva, A. I. Estudo da desidratação, intensidade da atividade física do árbitro de futebol durante a partida. Rev Brasileira de Fisiologia do Exer. 3(2), 161-171, 2004.

Smith, M. Violence and sport. Toronto, Canada: Butterworths. 1983.

Sutter, M. & Kocher, M. G. Favoritism of agents. The case of referees’ home bias. Journal of Economic Psychology, 25, 461–469, 2004.

Tenenbaum, G., Stewart, E., Singer, R. N., & Duda, J. Agresión and violence in sport: An ISSP position stand. Internacional Journal of Sport Psychology, 27, 229–236, 1996.

Tucker, L. W., & Parks, J. B. Effects of gender and Sport type on intercollegiate athletes’ perceptions of the legitimacy of aggressive behaviors in sport. Sociology of Sport Journal, 18, 403–413, 2001.

Williams, A. M., & Elliott, D. Anxiety and visual search strategy in karate. Journal of Sport and Exercise Psychology, 21, 362–375, 1999.

Árbitros de futebol não têm vínculo empregatício | Espaço Vital

– Brasil: o país recordista de jogos manipulados. Só com atletas e sem árbitros ou cartolas?

O número é alto: 12% de todas as partidas de futebol com resultados manipulados no mundo, vem do Brasil (ou seja: foram 152 partidas, de acordo com a SportRadar, empresa de fiscalização de integridade esportiva que trabalha para FIFA, UEFA, CBF e FPF). Vide aqui: https://cultura.uol.com.br/esporte/noticias/2023/03/22/5208_relatorio-aponta-que-o-brasil-e-o-pais-com-mais-jogos-suspeitos-de-manipulacao-no-mundo.html

Historicamente, ouvíamos histórias de manipulação em países do Sudeste Asiático e África. Com mais tecnologia, com acesso mais fácil a Casas de Apostas, e com mais rigor na fiscalização, parece que o eixo mudou.

A preocupação é: os casos publicamente discutidos, têm envolvido apostadores aliciando jogadores pobres e com salário atrasado. Mas não temos lido ou ouvido manchetes de dirigentes de clubes, tampouco de árbitros. Estariam blindados o suficiente?

Para pensar…

Clube pode ser rebaixado no Rio por causa de Máfia das Apostas

Imagem extraída de: https://www.apostaganhabr.com/clube-pode-ser-rebaixado-no-rio-por-causa-de-mafia-das-apostas/

– Uma SAF nem sempre é a solução. Quando elas “perdem o encanto”:

Olá amigos. Trago uma matéria abaixo de Rodrigo Mattos, do UOL (citação abaixo) sobre os repasses que a SAF do Botafogo não está cumprindo (e que deveria), a fim de reduzir a dúvida do clube.

E aí que está a grande discussão: vender seu futebol profissional (em forma de SAF) para um Terceiro, não é sinônimo de sucesso e fim das pendengas financeiras. Vamos a algumas observações:

1- O Botafogo-RJ (que vendeu 90% da sua SAF a John Textor, investidor americano que tem participação no Benfica-POR e é dono do Crystal Palace-ING e Lyon-FRA), como citado acima, não tem repassado 20% das receitas como a lei manda. Ele prefere tentar fazer acordos paralelos com os credores, descumprindo a lei. Fora isso, há uma mágoa de parte da torcida que enfim entendeu que uma SAF é baseada em negócios, e que dos clubes que Textor possui, não necessariamente o Fogão terá um investimento para ganhar títulos.

2- O Cruzeiro-MG vendeu 90% da sua SAF por 10 parcelas anuais de 40 milhões de reais (se bobear, quase o valor de um jogador de ponta) ao Ronaldo Nazário. Ao invés de pagar a dívida da Raposa no percentual de 20%, pediu recuperação judicial (a antiga concordata) e os acordos não aconteceram ainda, por conta da burocracia da Justiça.

3- O Vasco-RJ vendeu sua SAF ao grupo 777 (70% a R$ 700 milhões), e está pagando as dívidas no limite de 20% das receitas. Porém, não está incluindo os aportes financeiros que os investidores fazem, mas somente as arrecadações com venda de atletas e outras receitas.

Fica o detalhe: esses clubes endividados precisaram de uma SAF para pagar as contas. Flamengo e Palmeiras, que se reinventaram financeiramente (após os choques de gestão promovidos por Eduardo Bandeira de Melo e Paulo Nobre, respectivamente, profissionalizando a administração dos seus clubes), não precisam de SAF.

Mas há outros casos de clubes-empresas bem sucedidos (que não optaram pelo modelo SAF), com contas saneadas e nova filosofia de trabalho: o Bahia, que foi adquirido pelo Grupo City (do Manchester City) e o Bragantino (pela Red Bull). Isso também é uma tendência.

Em outra dimensão, há pequenos clubes-empresas voltados à formação de atletas, que possuem um dono e que tem gestões louváveis (e que se espalham pelo Brasil, abrindo mão do futebol profissional e se dedicando a comercializar “pé-de-obra”: o Metropolitano (de Campo Limpo Paulista-SP), o Sphera (de Salto-SP) e tantos outros. Esses, não querem sócios, são empresas de futebol. Porém, nem sempre ser empresa quer dizer ótimo resultado esportivo: vide o Audax, de propriedade do Sr Mário Teixeira (o número 3 do Bradesco) que foi vice-campeão paulista anos atrás e em 2023 foi rebaixado para a 4ª divisão.

Evidentemente, os modelos SAFs são diferentes de S.A. que o mundo conhece, como Bayern de Munique-ALE, que tem participação societária da Adidas, do Manchester United-ING (ações majoritárias da Família Glaze, que também é dona do Tampa Bay-USA, da NFL). Por fim, há outros modelos, os “clubes-estado” (fazendo a alusão de cidade-estado) como o Newcastle e o PSG (respectivamente, com dinheiro da Arábia Saudita e do Catar).

Aqui no Brasil, na virada dos anos 1990/2000, criamos modelos de parcerias: Co-Gestão (como Palmeiras e Parmalat), Arrendamento de Equipe (como Etti e Paulista de Jundiaí) e Terceirização do Departamento Profissional (HMTF e ISL com Corinthians e Flamengo).

Devido a pindaíba que os clubes estão (especialmente os pequenos), aceita-se atualmente qualquer suposto “investidor” (por mais aventureiro que seja) a fim do time não quebrar de vez. Desde parceiros que são simplesmente empresários que colocam seus jogadores no elenco, até treinadores que trazem seu “combo de atletas”. Pior: há quem se associe com qualquer um, sem se preocupar com a idoneidade do sócio, e vende sua SAF. Vide, recentemente, o caso do Gama-DF, que “despejou a sua SAF” e entrou na Justiça para revê-la (vide aqui: https://wp.me/p4RTuC-IM0).

Como se vê, a SAF não é um “sonho dourado”.

Sugiro a leitura do artigo: “A Mágica do Investidor”, por César Grafietti, no InfoMoney, em: https://www.infomoney.com.br/colunistas/cesar-grafietti/a-magica-do-investidor-no-futebol/

Sobre a SAF do Botafogo FR, extraído de: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2023/03/18/nem-todos-os-clubes-repassam-20-da-receita-para-dividas-como-manda-lei.htm

NEM TODOS OS CLUBES REPASSAM 20% DA RECEITA PARA DÍVIDAS COMO MANDA A LEI.

Uma parte dos clubes grandes brasileiros não tem destinado 20% de sua receita para o pagamento de dívidas na Justiça como prevê a lei da SAF. As vendas de jogadores, por exemplo, em sua maioria não têm sido descontadas para atender credores. E há problemas na prestação de contas das arrecadações de clubes.

Há quatro grandes clubes brasileiros que recorreram ao sistema de centralização de dívidas (RCE) pela lei da SAF. Vasco, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, sendo este último sem se transformar em empresa. As situações dos quatro são diversas.

Pelo artigo 10º da lei 14.193, as SAFs têm que destinar “20% (vinte por cento) das receitas correntes mensais auferidas pela Sociedade Anônima do Futebol, conforme plano aprovado pelos credores, nos termos do inciso I do caput do art. 13 desta Lei”.

No caso do Botafogo, o clube virou SAF e teve 90% das ações vendidas para o norte-americano John Textor. O clube não paga há quatro meses a Justiça trabalhista e tenta agora um novo acordo com os credores — a penhora está suspensa. Vendas de jogadores como Jeffinho não foram descontadas da receita. Caso não ocorra um acordo, volta a penhora sobre receitas do clube.

Nesta sexta-feira, o Botafogo anunciou um acordo com os credores para voltar a pagar a dívida. “O Botafogo, representantes dos credores trabalhistas e o Sindicato dos Clubes (Sindeclubes) chegaram a um consenso nesta sexta-feira (17) sobre as bases de uma nova proposta de encaminhamento das dívidas trabalhistas, que será apresentada à Justiça do Trabalho na próxima semana.” Não foram divulgadas as condições do acerto.

Advogados de credores já pediram prestação de contas por parte do Botafogo sobre os valores de sua receita bruta para saber se os repasses anteriores eram corretos. Não receberam os documentos. O Botafogo informa que se manifesta nos autos sobre processo.

Há o mesmo pedido por parte de advogados de credores em relação ao Vasco, cuja SAF foi comprada pelo grupo 777, no processo judicial para pagamento de suas dívidas. O clube apresentou alguns documentos com dados parciais de meses sobre suas receitas, segundo consulta do blog na ação.

O Vasco garante que tem destinado 20% de sua receita corrente mensal para os processos nas Justiça trabalhista e cível. Pelos dados disponíveis, é de fato a SAF que mais faz repasses do que os outros clubes e indica cumprir a meta prevista na lei. O clube explicou:

“Além disso, o bom desempenho dentro e fora do campo também corrobora para o sucesso do RCE do Vasco. Com o retorno à Série A e valorização da marca, as receitas aumentaram e, consequentemente, os repasses ao RCE. Em outubro de 2022, durante o segundo mês de constituição do Vasco SAF, R$ 1.140.354,00 foram destinados ao pagamento do RCE, sendo R$ 855.262,50 para o trabalhista (75%) e R$ 285.087,50 para o cível (25%). Já em janeiro 2023, no primeiro mês após o retorno à Série A, o repasse total foi de R$ 4.270.213,00, sendo R$ 3.202.660,00 para o trabalhista (75%) e R$ 1.067.553 para o cível (25%).”

Sem documentos completos, os credores entendem que não conseguem saber se os 20% de receita têm sido de fato pago. Agora, em março, o clube pagou com atraso de dez dias uma parcela de R$ 2,6 milhões.

Considerando esses dois repasses em 2023, seriam cerca uma média de R$ 3,4 milhões por mês de repasse, valor bem superior aos outros times. No total, daria R$ 41 milhões por ano. Isso significaria que o Vasco chegaria a receita anual em torno de R$ 200 milhões. É um valor baixo, mas compatível com a receita do Vasco pré-SAF. Um ponto questionado por advogados de credores é que os aportes da 777 Partners não entram na conta.

No caso do Cruzeiro, o clube optou por desistir de um Regime Centralizado de Execuções e iniciou um processo de recuperação judicial. Ainda precisa fechar um acordo com os credores para que isso se confirme. Na Recuperação Judicial, não vale a regra de 20% de destinação da receita para pagar dívidas. E o clube fará propostas de descontos das dívidas para os credores.

O Fluminense, único que não é SAF, é um clube que já tem acordo com os credores nas Justiças trabalhista e cível desde janeiro de 2022. Esse acordo prevê o pagamento de R$ 1,5 milhão mensal, em um total de R$ 18 milhões por ano.

“É uma parte R$ 1,2 milhão para a Justiça trabalhista, R$ 300 mil para a cível”, contou o diretor jurídico do Fluminense, Marcelo Ahmed. “Esse valor é um compromisso mensalmente, independente do que é a prática. É como se fosse um valor renegociação de dívida.”

O acordo não representa 20% da receita do Fluminense. Em 2021, o valor bruto foi R$ 333 milhões. Mas advogados de credores gostaram do acordo porque ele traz regularidade aos pagamentos. É permitido fazer esse tipo de acordo que se sobrepõe à lei.

Questionado, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) informou que os clubes deveriam incluir na conta do RCE todas as receitas, inclusive a venda de jogadores. “É uma manobra dos clubes. Para questões tributárias, as vendas não estão incluídas, mas a venda conta para a receita corrente. Até porque dá um booster para o pagamento das dívidas dos credores. Receita é receita”, disse ele.

Para ele, clubes que têm dívida muito alta não deveriam recorrer ao RCE, e sim à recuperação judicial.

A mágica do investidor no futebol - Opinião - InfoMoney

Imagem extraída de: https://www.infomoney.com.br/colunistas/cesar-grafietti/a-magica-do-investidor-no-futebol/

– Sobre o acordo para que os jogadores que estão com o contrato terminando na janela de transferência, possam jogar.

Há uma certa confusão sobre os jogadores que em tese não poderiam jogar as finais dos estaduais, por falta de “contrato vigente”, com a questão da “janela de transferência”. Vamos lá, usando o exemplo do Água Santa, e a data do último jogo: 09 de abril.

  1. Reginaldo Lopes, Ygor Vinhas, Junior Todinho, Bruno Mezenga, Rodrigo Sam (dentre outros) têm contrato até 10 de abril.

     2. Wesley Correia, Joilson e Gabriel Mesquita têm contrato até 31 de março.

Sobre o primeiro grupo de atletas, a CBF lembrou que:

“No Conselho Técnico deste ano ficou acordado entre os clubes das Séries A e B que teria uma exceção para atletas que estivessem nas disputas dos Estaduais nas datas fora da janela. Não é uma extensão da janela, apenas uma excepcionalidade nesses casos. A medida visa não prejudicar o interesse dos jogadores.”.

Ou seja: apesar do contrato ir até o dia 10 e o jogo ser dia 09, pelo fato do registro de atletas se encerrar até dia 04, quem fosse para outro clube já deveria ter rescindindo o vínculo para assinar com outro time. Sendo assim, com esse acordo, pode registrar o jogador depois do dia-final da janela.

Sobre o segundo grupo de atletas, fica a dúvida:

  • Se fará uma extensão automática de contrato, por mais 10 dias (mesmo a lei deixando dúvidas dessa permissão, pois normalmente o prolongamento dele deve ser de 3 meses)? Afinal, não se pode jogar sem contrato (que encerrará em 31 de março).

O futebol brasileiro não é para amadores…

Paulistão: Água Santa vence o Bragantino nos pênaltis e fará final contra o  Palmeiras - Rádio Itatiaia | A Rádio de Minas

Imagem extraída de: Instagram do Água Santa

– Fim da Central do Apito.

Há pouco, oficialmente, a Rede Globo confirmou a demissão de Sandro Meira Ricci, Fernanda Colombo e Janette Arcanjo. Também encerrou a Central do Apito e manteve Paulo César de Oliveira.

Está em: https://uol.page.link/VyGu1

Eu entendo que o comentarista de arbitragem é importante numa transmissão, mas que não pode ser um dos protagonistas. Ele deve ser como o árbitro em campo: discreto, pontual, e passar “batido”. Entra no ar para tirar as dúvidas relevantes.

Sim, sua função é relevante! Discordo daqueles que não o acham necessário / sem função ou com adjetivos pejorativos. Se assim fosse, muita gente ainda estaria discutindo lances que o torcedor comum não compreende.

Se você entende que o analista de arbitragem é ruim, entenda: pior sem ele!

Sandro Meira Ricci e Fernanda Colombo eram casados - Reprodução/Instagram

Do Uol, Imagem: Reprodução/Instagram

– O que se perde em não disputar o Sub 20? O que vale é Sub 17 e Sub 15.

O mercado do futebol se movimenta bastante e está em transformações. Antes, jovens talentos (e entenda esse termo para até 23 anos) saíam dos clubes do Interior, após se destacarem no Aspirante e no Profissional, e íam para os clubes grandes de SP. Posteriormente, a idade foi caindo, e um jogador que não tivesse estourado até essa idade, já era “velho”. Mais recentemente, jovens talentos (e aqui, dessa vez, entenda-se no limite de 20 anos aproximadamente) precisavam aparecer o quanto antes no profissional, pois ainda tinha a marca de “promessa”. Vendê-lo rapidamente significava correr menos risco de perder dinheiro (pois se não “vingasse como craque”, o patrimônio diminuiria de valor).

Hoje, tudo mudou. Garotos de no máximo 17 anos são as pérolas para os grandes clubes – especialmente os estrangeiros! Eles vêm buscar o garoto no “berço”, para educá-los nos sistemas táticos e filosofia de trabalho da Europa. Passou dessa idade, dificilmente desperta interesse (a não ser que seja bem acima da média, craque propriamente dito).

A verdade é: as categorias Sub 15 e Sub 17 passaram a ser as mais rentáveis, pois jovens promissores (não necessariamente craques) podem render muito dinheiro lá pra frente. Os garotos Sub 20 servem apenas para compor elenco dos times brasileiros (repito: a não ser que sejam craques que despontem e tenham um contrato bem amarradoVide Vitor Roque, do Athletico).

O Paulista não disputará essa categoria, e penso que o prejuízo será o de perder garotos para a formação do time Sub 23, caso exista a necessidade. O “filet mignon” (Sub 15 e Sub 17) é o que importa (embora, essas categorias tenham sido terceirizadas e não se saiba o que acontece se um garoto for vendido: o dinheiro vai integralmente para o terceiro, vai um percentual de quanto ao Paulista ou em que base de acordo se negociou).

Já havíamos adiantado que o Metropolitano estava em negociação com o Galo, e que Vinícius Pontes havia um acordo verbal do Sub 20 para 2023 e com a possível gestão do Profissional para 2024. E como clube-empresa, passou o final de semana estudando números, sentindo o ambiente e conhecendo melhor a realidade do Paulista. Na 2ª feira seguinte, desistiu do negócio (aliás, ele não desmentiu nossas informações, nem soltou nota, e agiu como uma empresa comprometida com ESG e Compliance faz: tomou decisões racionais e não mentiu).

Se eu sou dono de um clube de futebol, como Vinícius é, focaria como ele no Sub 15 e Sub 17. E eis o motivo de não ter Sub 20 do Metropolitano: não há interesse! Custo mais alto para retorno menor. E como ele tem excelência nessas categorias, está estrategicamente focado no correto.

Em tempo: há um estudo para que se aumente as categorias e suas competições, com Sub 12, Sub14, Sub 16 e até Sub 18 sendo incluídas na programação da FPF futuramente. Afinal, 1 ano de idade pode dar muita diferença em campo (e no valor da venda do atleta também). Alguns clubes estão treinando desde a categoria Sub 8 (O Red Bull Bragantino criou essas categorias tanto para o futebol masucilno quanto o feminino, visando os novos torneios e a criação de atletas a custo mais baixo).

A tendência, portanto, é essa: jovens! E quanto mais novos, melhor.

Uma pena que o Paulista não dispute o Sub 20 por falta de recursos. Mas não é o fim do mundo, pois o dinheiro mais alto vem do Sub 15 e Sub 17 (e aí vem a questão de ser dono da própria base e não precisar terceirizar – isso acontece pois não se tem dinheiro).

Justiça condena quadrilha por manipulação de resultados no futebol - 10/11/2022 - UOL Notícias

Imagem: Getty Images

– Quem previu essa final do Paulistão? Curiosidades sobre o Água Santa:

Nem o mais fanático torcedor do Água Santa acreditaria que o “Netuno” chegaria à final do Campeonato Paulista 2023, quando o Paulistão começou.

Pense: a lógica mandava apostar, em Janeiro, que os favoritos à disputa seriam Palmeiras vs São Paulo/ Corinthians, talvez o Santos ou o Red Bull Bragantino. Mas Palmeiras vs Água Santa, ninguém “chutou”.

Para começar, sobre o time: Paulo Korek Farias (o “Paulinho Farias”), presidente do clube, frequentemente desmente os boatos que o time seja ligado à fação criminosa PCC. Ontem, novamente, no gramado da Vila Belmiro, desabafou sobre essa relação (vide aqui: https://is.gd/kvfPNc). Dias atrás, inclusive, ele abordou sobre o surgimento dessa história, colocando o fato de ter apenas 12 anos incompletos de profissionalismo e conquistado vários acessos consecutivos, com origem em uma comunidade pobre de Diadema, ter propiciado a falsa impressão de que “alguém desonesto” teria turbinado o time que era varzeano (aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TJcbdAqm3FE). O Água Santa ainda não é uma empresa, nem tem um benemérito que coloque dinheiro.

Sobre o treinador: Thiago Carpini era auxiliar técnico-fixo no Guarani, e foi efetivado no Bugre após a demissão e Roberto Fonseca. Ficou quase 1 ano por lá, sendo demitido após 5 derrotas em 6 jogos no Brasileirão. Nesse time do Água Santa, há atletas que trabalharam com ele em Campinas e eram contestados. E não é que deu liga?

Insisto: não é feio usar o termo zebra para o Água Santa (que no futebol não pode ser encarado como pejorativo, pois simplesmente tem o sentido de “improvável”).

Segundo o Ge.Com, a folha salarial é de R$ 800 mil mensais, sendo que pagou R$ 840 mil de bicho na 1ª fase (até os gandulas recebem premiação por vitória). Ao eliminar o São Paulo, o clube dividiu entre os atletas mais R$ 500 mil. Por ter chegado à decisão, crê-se que o valor do prêmio seja ainda maior (fonte: https://ge.globo.com/sp/futebol/times/agua-santa/noticia/2023/03/16/ate-gandula-ganha-agua-santa-vira-sensacao-do-paulistao-com-bicho-milionario-veja-os-valores.ghtml).

Fica a questão: quais times mais decepcionaram no Paulistão e que proporcionaram essa decisão? Corinthians, São Paulo, Santos ou Red Bull Bragantino?

Crédito: Foto: Yan Arvani/Torcedores.com (Bandeirão “camisa” de 2015).

– Deveria-se TODOS os clubes jogarem em seus estádios.

Uma opinião que sempre tive: nenhum clube de futebol deveria ser proibido de mandar jogos em sua casa!

Se a FPF liberou a praça esportiva para o campeonato, por que na decisão quer impor sua vontade? Me refiro às semifinais do Paulistão 2023.

O Água Santa aceitou muito passivamente a saída de Diadema para Santos.

FPF diz não descartar entrar na Justiça pela continuação do Paulistão

Imagem: FPF.

– Força Vinícius Jr.

Lamentável o ocorrido com Vinícius Jr em Barcelona x Real Madrid. Novamente, ofensas contra o atleta.

O que fazer?

Desisto de levantar hipóteses sobre o porquê estão maltratando o virtuoso e humilde garotoe que não revida os insultos.

Força, Vini Jr. E insisto com uma tese: quando os seus colegas de time resolverem apoiá-lo DE VERDADE (pois não vejo uma defesa efusiva), isso melhoraria. Já imaginaram se o time abandonasse o campo quando os ataques ocorressem?

– O fanatismo do torcedor cega as decisões: sobre os lances de duas rodadas do Palmeiras.

Dois lances de jogos do Palmeiras nas últimas duas rodadas mostram que, muitas vezes, paixões exacerbadas e exageradas cegam (e muitas vezes, emburrecem). O cognitivo é carregado de vieses e a opinião deturpada pela influência clubística.

Me refiro aos torcedores fanáticos (o torcedor sensato está em outra categoria, mais intelectual). E vamos aos exemplos:

1- Na semana passada, em Palmeiras x São Bernardo, eu comentei que NÃO foi pênalti de Marcos Rocha. E… torcedores palmeirenses (desses, mais fanáticos), viralizaram o texto, me colocando no patamar de “melhor analista de arbitragem do mundo” (assim como fazem com todos os outros quando ouvem o que querem). Mas torcedores de outros times (igualmente radicais) detonaram a explicação pelas redes sociais: “você é palmeirense, seu f.d.p”, “safado, corporativista”, entre tantos “elogios”.

2- Ontem, em Palmeiras x Ituano, eu comentei que foi ILEGAL o lance de Gustavo Gómez que resulta no gol. E… os mesmos torcedores palmeirenses (do tipo já citado) me xingaram: “seu b., só quer f. o Palmeiras”, “seu corintiano do c.”. Em contrapartida, torcedores de outros times escreveram: “parabéns, não discuta com o especialista”, “concordo com você, vimos o mesmo lance”, “parabéns, não deu pq recebeu o ‘pix da tia Leila'”, e outras bobagens.

Críticas e elogios, dos fanáticos, não valem.

Críticas e elogios do torcedor ponderado, que muitas vezes entende mais de futebol do que nós mesmos, aí sim precisam ser respeitadas. O que não se pode é radicalizar o discurso e desrespeitar a opinião alheia, desde que tenha fundamento.

No lance do Marcos Rocha, já é uma questão pouco menos interpretativa e bem mais objetiva: ele não teve intenção. No lance de Gustavo Goméz, eu entendo ter ocorrido o apoio (e para entender sobre apoio / carga / tirar vantagem, vide o link abaixo). Logicamente, é bem mais interpretativa tal situação, e respeito quem pensa diferente (desde que tenha argumentos lógicos).

O gozado é: o torcedor mais radical vê o que quer, não importando se é racional ou não.

Sobre o lance de Palmeiras x São Bernardo, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/03/12/o-problema-e-desconhecer-a-regra-sobre-o-penalti-de-marcos-rocha/

Sobre o lance de Palmeiras x Ituano, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/03/19/a-polemica-da-jogada-que-antecedeu-o-gol-de-palmeiras-1×0-ituano-falta-ou-nao/

Uma observação: se eu vejo tanto haters em meu humilde blog (e sou bem resolvido quanto a isso, consigo administrar bem a situação, desprezando o que é lixo tóxico-mental e considerando o que é válido), imagine jornalistas esportivos respeitados de grande emissoras, que não fazem média ou que não tem compromisso com Agenda Positiva de Clube (adorei esse termo utilizado pelo Mauro Cezar Pereira, em referência ao chapa-branquismo observado em muitas situações, quando não se critica um time para mostrar que está “tudo bem”, omitindo propositalmente os fatos / informações).

A verdade é que termos como: “Apito Amigo Corintiano”, “Esquema Parmalat”, “VARmengo”, só existem pelo fanatismo. Ou será que por má-fé em alguns casos?

Depende de quem os usa…

Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– A polêmica da jogada que antecedeu o gol de Palmeiras 1×0 Ituano: falta ou não?

Na semifinal deste domingo do Paulistão 2023, o gol do Palmeiras surgiu de uma jogada irregular. Explico:

Raphael Veiga cobra uma falta, a bola vem pelo alto e Gustavo Gomez (SEP) se apoia em Lucas Siqueira (ITU). Na sobra, Murilo faz o gol.

Acontece que qualquer apoio (em adversário e TAMBÉM em companheiro) é uma infração. Entenda: se você saltar apoiando em seu companheiro, usou de um artifício proibido para ganhar impulsão. Se o fizer apoiando em um adversário, é a chamada carga (e nesse caso, nem precisa derrubar seu oponente ou impedir que ele salte, somente o fato de se apoiar, já é falta).

O estranho é: o VAR viu, avisou o árbitro que tomou a decisão equivocada; o VAR não viu e nem o árbitro, ou o árbitro viu e chamou a responsabilidade para si, antes de qualquer aviso do VAR?

Com a divulgação do áudio nas próxima horas, saberemos.

Palmeiras x Ituano: veja onde assistir ao vivo, horário e escalações |  campeonato paulista | ge

Imagem extraída de G1.com.