– Seleção em transição ou apenas um Combinado?

A Seleção Brasileira está convocada para os próximos amistosos, digamos, não tão importantes. E o treinador interino Ramon vai ficando no cargo…

A questão é: a lista mostra uma Seleção em transição, em renovação, ou nada disso: apenas um combinado de atletas para cumprir acordos comerciais, sem a preocupação em formar uma base para o Mundial de 2026 (que é o que interessa)?

Os nomes são:

GOLEIROS

Alisson – Liverpool (ING)

Ederson – Manchester City (ING)

Weverton – Palmeiras 

LATERAIS

Alex Telles – Sevilla (ESP)

Ayrton Lucas – Flamengo 

Danilo – Juventus (ITA)

Vanderson – Monaco (MON)

ZAGUEIROS 

Ibañez – Roma (ITA)

Éder Militão – Real Madrid (ESP)

Marquinhos – PSG (FRA)

Nino – Fluminense

MEIO-CAMPISTAS

André – Fluminense

Bruno Guimarães – Newcastle (ING)

Casemiro – Manchester United (ING)

Joelinton – Newcastle (ING)

ATACANTES

Lucas Paquetá – West Ham (ING)

Malcom – Zenit (RUS)

Pedro – Flamengo

Richarlison – Tottenham (ING)

Rodrygo – Real Madrid (ESP)

Rony – Palmeiras

Vinicius Júnior – Real Madrid (ESP)

Raphael Veiga – Palmeiras

Ramon Menezes, técnico interino da Seleção Brasileira, convocará equipe para amistosos de junho

Créditos: Thais Magalhães/CBF

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– Uma Copa do Mundo com 4 (ou 5) sedes?

Na última 3ª feira, a Conmebol anunciou o apoio à candidatura de 4 filiados para a Copa do Mundo Centenária.

Como o Uruguai não tem condições de sediar sozinho a edição comemorativa dos 100 anos do 1º Mundial de Seleções, surgiu a ideia de co-sediar com a Argentina, Paraguai e Chile. No mesmo dia, Alberto Fernández, presidente argentino, sugeriu que conversaria com Evo Moralles para que a Bolívia estudasse participar da iniciativa conjunta.

Por enquanto, fora os interessados da América do Sul, há a Arábia Saudita (Ásia), o Marrocos (África) e a candidatura ibérica (Portugal e Espanha, Europa) que também manifestaram interesse em concorrer para sediar o evento.

Se você tivesse poder de decisão na FIFA, qual seria a escolha?

– O Mundial de Clubes é realmente mundial?

O Futebol Profissional tem sua história contada pelo universo da FIFA, que é a entidade predominantemente organizadora desse esporte no planeta. Mas nem sempre foi assim: a FIFA não inventou o futebol, foi boicotada por anos pela Inglaterra e se desenvolveu financeiramente (de que jeito / como foi isso, é outro assunto) com João Havelange.

Para o seu poderio ser sempre perene, ela não costuma reconhecer nada que esteja fora da sua organização. Exemplo disso: os ditos Mundiais chamados Taça Rio, Intercontinental South America-Europa Cup ou Toyota Cup, até há pouco tempo, não existiam para ela. Quando realizou a sua primeira “Copa do Mundo de Clubes” em 2000 (organizada pela ISL), ainda os ignorava. Somente em 2005, quando a Toyota se tornou parceira dela, começou a reconhecer os títulos dos torneios que ela chamava de “Intercontinentais”.

Nos anos 50, a Taça Rio foi entendida como uma Copa do Mundo naquela época. Com o passar do tempo e a pouca frequência de suas edições, “perdeu valor e importância”. Mas em 1951, o nível dos participantes era altíssimo, e se considera um Mundial daquele período – fora do universo FIFA.

Nos anos 60 e 70, quando os sulamericanos nivelavam com os europeus em clubes (ou eram até melhores), o Santos de Pelé, o Benfica de Eusébio e outos tantos timaços eram os legítimos campeões mundiais – pois o futebol de clubes fora da Europa ou da América do Sul era de baixíssimo nível. Daí o motivo dos dois continentes jogarem – e estavam ainda fora do universo FIFA.

Nos anos 90, com mais dinheiro na competição e bancado pelos japoneses da Toyota, vimos clubes como o São Paulo de Telê Santana encarar o Barcelona e o Milan – e ainda fora do universo FIFA.

Nos anos 2000, começou a “queda de braço”: Boca Juniors campeão mundial fora da FIFA, e Corinthians por ela (com clubes importantes como Real Madrid e Manchester United jogando “com má vontade”, declaradamente em ritmo de férias e brigando para não disputar).

Em 2005, há a fusão dos torneios e a coisa perdura até hoje. Mas o problema é: não existem datas, calendário e tempo para se organizar uma Copa do Mundo de Clubes, aos moldes da de Seleções. Por isso, o Mundial atual é uma versão da Copa das Confederações de Clubes.

Em Seleções, o campeão da Confederation’s Cup não é campeão mundial de futebol, mas intercontinental. Essa lógica não funciona para os clubes na FIFA, pois o modelo da sua World Cup de times é de promover a disputa dos campeões continentais. Daí decorre o fato de em alguns anos, existirem clubes como o Raja Casablanca sendo o vice-campeão mundial de futebol (em tese, o 2o melhor time do mundo).

Eu respeito todos os campeões dos torneios que foram chamados de Mundiais anteriormente a esse e a esse atual também, afinal, é o que se tinha / tem. O ideal não existe ainda, e seria para mim: 16 agremiações, sendo 8 europeus, 4 sulamericanos e 4 dos demais continentes, divididos em 4 grupos de 4. Sempre contando com 2 europeus, 1 sul-americano e 1 outro no grupo. E é essa a lógica exigida pela geografia econômica do futebol atualmente (embora o calendário impeça sua realização).

E você, o que pensa disso? Lembre-se: nas Copas do Mundo, há Seleções que não quiseram viajar, edições que eram por convite ou ainda que nem todas as principais forças do planeta jogaram. Porém, o mesmo peso do Uruguai bicampeão de 1930/50 é o da França 1998/2018…

Imagem extraída de: https://placar.abril.com.br/placar/mundial-de-clubes-ja-comecou-tabelas-jogos-e-onde-assistir/

– Cristiano Ronaldo e Messi, rivais “irmanados” na Arábia Saudita?

Depois de Cristiano Ronaldo ir para o Al-Nassr por 1 bilhão de reais / ano, surgiu a informação por vários jornais espanhóis de que o Al-Hilal oferecerá ao término dessa temporada, R$ 1,6 bi a Lionel Messi!

É muito dinheiro… mas eles têm essa grana?

Têm. E aqui envolve uma rivalidade “amigável”. Explico sobre os proprietários desses clubes sauditas:

O Al-Nassr pertence ao príncipe Khalid bin Fahd Bin Abdulaziz, que administra o Fundo Real Saudita (que é dono também do Newcastle). Em tese, sua majestade é responsável pelo gerenciamento do dinheiro do reino. Ele paga 200 milhões de euros por ano a Cristiano Ronaldo.

O Al-Hilal, “clube dos príncipes, o de maior torcida na Arábia Saudita”, pertence ao príncipe Bin Faisal Al Saud, filho do falecido rei Al Saud (da linhagem que unificou o Reino Saudita, daí o nome do país). Ele pagaria 280 milhões de euros a Messi.

São bilionários, príncipes pertencentes à “Casa de Salman” – a linhagem real, e, apesar da rivalidade em campo, são parentes que têm um objetivo: levar a Copa do Mundo de 2030 para o país! E esse sentimento foi aflorado mais ainda depois da Copa do Catar, um país que já foi inimigo declarado dos sauditas.

Pensemos: se o Catar, com o emir Tamim bin Hamad bin Khalifa Al-Than, levou a Copa do Mundo para  seu país através de muito dinheiro (o FIFAGate mostrou isso), imagine o que os príncipes árabes não farão para ter o Mundial que comemora 100 anos de Copa do Mundo para lá (se existiu a polêmica da carne com tempero de ouro em Doha, em Riad teremos o quê?). Segundo a Forbes, o Fundo Real Saudita possui em caixa R$ 5,4 trilhões!

Cristiano Ronaldo e Messi não serão jogadores do “Sauditão”, o Campeonato local. Serão promotores mundiais da Copa de 2030.

Em tempo: em Portugal, o próprio primo do emir dono da PSG aposta na ida de Messi ao mundo árabe, que está investindo demais no futebol: https://www.abola.pt/amp/2023-01-12/paris-saint-germain-primo-do-dono-do-psg-diz-que-messi-vai-jogar-na-arabia-saudit/972104

G20: O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman afirmou que a Arábia Saudita promoverá o consenso global e a cooperação com os sócios do grupo (Sergio Moraes/Reuters)

Na imagem, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que assumiu a presidência do G20 em 2019 (Sergio Moraes/Reuters). Ele é o “Príncipe dos Príncipes” na Arábia Saudita, e chefe emérito da Federação de Futebol da Arábia Saudita.

– A Coca-Cola da Seleção Argentina.

Para homenagear a Seleção Tricampeã da Argentina, a Coca-Cola lançou embalagens comemorativas de seus produtos.

Eis que amantes do futebol e colecionadores já têm um objeto de desejo: a lata dourada da Coca tradicional e da zero:

– Em 2022, Messi teve torcida Mundial. Em 2026, Neymar…

Messi teve torcida para levantar a Copa do Mundo de todas as partes do planeta. Jogador extra-série, que não se envolve em polêmicas, querido pelos companheiros e adversários de profissão. Em seu último Mundial, “levantar o caneco” foi um presente dos deuses do futebol.

Em 2026, será a última Copa de Neymar. Teremos a mesma comoção mundial para que um talentoso jogador tenha a alegria de tal conquista?

Confesso: torci para Messi também, embora não estava a fim de ver os argentinos comemorarem (em especial, pelo péssimo comportamento no jogo contra a Holanda). Entretanto, é inegável que o 3×3 mostrou que tanto a Argentina quanto a França poderiam ter conquistado o título. E que jogão! Um presente para quem gosta de futebol – e que nos permitiu ver além de Messi, Mbappé!

Enfim: Viva Lionel Messi e Lionel Scaloni, o treinador que teve coragem de mudar, estudar e crescer durante a competição.

– Acabou a Copa. Obrigado pela incrível experiência, Jovem Pan.

Eu só posso agradecer aos amigos da Rádio Jovem Pan pela experiência que ganhei nesse mês de Copa do Mundo. Seja nos estúdios do “Alto da Avenida Paulista” ou pelas diversas formas de interação on-line, ao vivo ou gravado; nos boletins em vídeos, áudios ou nos textos enviados; falando ou escrevendo sobre a arbitragem… pude fazer amigos e me tornar ainda mais fã dos brilhantes jornalistas que conheci e interagi – e que os ouvia e ouço.

Obrigado àqueles que me ajudaram a crescer e aprender um pouco mais, me permitindo dividir a companhia, seja presencial ou à distância: Nilson César, Fausto Favara, José Manuel de Barros e Gabriel Dias; Wanderley Nogueira, Diogo Mesquita, Márcio Reis, Kaíque Lima e Gabriel Sá; Flávio Prado, Bruno Prado, Mauro Betting, Mauro César Pereira, Fábio Piperno e Vampeta; Daniel Lian, Giovanni Chacon, Caíque Silva, Guilherme Silva, Pedro Marques, Tiago Asmar, Livian Weber, Raul Oliveira e a todos os outros que minha memória me furta e eu possa ter esquecido.

Foi MUITO BOM!!! Até a próxima (tomara), se Deus quiser! E se Ele permitir, em 2023 voltaremos para o futebol nacional, com o Time Forte do Esporte de Adilson Freddo na Rádio Difusora, comentando a arbitragem dos jogos do Paulista FC na sua luta para se reerguer, concomitantemente com a Rádio Futebol Total na companhia dos queridos Sérgio, Sílvio e Pietro Loredo, acompanhando as partidas do Red Bull Bragantino no Campeonato Paulista, Brasileiro e Sul-americano.

Na imagem acima, algumas fotos das nossas jornadas esportivas.

Abaixo, alguns comentários de jogos trabalhados (e separei 3 que me foram bem marcantes):

A – https://youtu.be/5jZEE0measg

B – https://youtu.be/JBjpDlk6uvU

C – https://youtu.be/ROpTNHHLQ4I

 

– Dia de Decisão do Mundial de Futebol Catar 2022!

Hoje é dia da final da Copa do Mundo de 2022!

Tudo sobre a arbitragem da decisão entre Argentina x França, no vídeo em: https://youtu.be/0D_syJFZNeo

Ou no texto em: https://professorrafaelporcari.com/2022/12/16/tudo-sobre-a-escolha-da-arbitragem-de-szymon-marciniak-para-argentina-x-franca-final-da-copa-do-mundo-2022/

– Qual o seu momento marcante da Copa do Mundo do Catar 2022?

Assisti muito futebol no último mês. E, confesso, nada foi mais gratificante do que ter tido a experiência de ter trabalhado comentando alguns jogos pela Rádio Jovem Pan. Mais tarde faço meu necessário agradecimento.

Mas eu tive 3 momentos que não esquecerei, que compartilho nos áudios abaixo (3’28”, 0’44″e 0’28″segundos respectivamente.

Compartilho, justamente pelo carinho recebido. E obrigado a todos que torceram por mim!

A – https://youtu.be/5jZEE0measg

B – https://youtu.be/JBjpDlk6uvU

C – https://youtu.be/ROpTNHHLQ4I

 

– Juizão do Catar em Croácia 2×1 Marrocos foi o destaque negativo.

O árbitro Abdulrahman Al-Jassim (Catar), “protegido do príncipe catari”, foi unanimidade em Croácia 2×1 Marrocos, desagradando as duas equipes.

Faltas não marcadas, pênalti ignorado, VAR omisso… tudo errado.

É isso que dá quando se faz média, e não se opta pela meritocracia.

– Tudo sobre a escolha da arbitragem de Szymon Marciniak para Argentina x França (Final da Copa do Mundo 2022).

Para o confronto entre a Albiceleste vs Les Blues, arbitrará o seguinte “time de 11 árbitros”:

Árbitro Central: Szymon Marciniak (Polônia)
Bandeira 1: Pawel Sokolnicki (Polônia)
Bandeira 2: Tomasz Listkiewicz (Polônia)
4º árbitro: Ismail Elfath (EUA)
5º árbitro: Kathryn Nesbitt (EUA)
VAR (árbitro de vídeo): Tomasz Kwiatkowski (Polônia)
AVAR 1 (assistente do árbitro de vídeo): Juan Soto (Venezuela)
AVAR 2 / OVAR (bandeira para impedimento no vídeo): Kyle Atkins (EUA)
AVAR 3 / SVAR (suporte do VAR): Fernando Guerrero (México)
AVAR 4 / SBAVAR (substituto do AVAR): Corey Parker (EUA)
AVAR 5 / SBVAR (substituto do VAR): Bastian Dankert (Alemanha)

Marciniak (41 anos, 1,80 de altura, natural da cidade de Plock) e dedica-se exclusivamente à arbitragem. Trabalhou na Copa da Rússia 2018, apitando Argentina x Islândia e Alemanha x Suécia. Ele tem 20 anos de carreira, sendo 11 no quadro da FIFA. Destaque para a atuação positiva dele em Barcelona 3×3 Internazionale, pela UCL.

No Catar 2022, apitou França 2×1 Dinamarca e Argentina 2×1 Austrália, ambos jogos sem problemas. Por conhecer as duas equipes e ter sido bem discreto (além de competente), foi premiado com a final.

  • Curiosidade 1) Em entrevista ao site português RefereeTip, Marciniak confessou que se tornou árbitro pois era jogador do Wisla Plock, e que ao ser expulso, discutiu com o juiz que o desafiou:

“Não concordei com a decisão do árbitro e disse-lhe com palavras irreproduzíveis… Disse-lhe que era um dos piores árbitros que já tinha visto na minha vida. E ele respondeu: ‘Tudo bem. Se acha que é um trabalho fácil, então tente fazê-lo”, explicou Marciniak, que… aceitou o desafio e entrou na Escola de Arbitragem duas semanas depois.”

  • Curiosidade 2) O bandeira 2 é filho de Michał Listkiewicz, que foi bandeira 2 na final da Copa de 1990, entre Alemanha 1×0 Argentina, na Itália.

Foto extraída da Federação Polonesa de Futebol: https://www.pzpn.pl/federacja/aktualnosci/2022-12-15/szymon-marciniak-poprowadzi-final-mistrzostw-swiata

– Szymon Marciniak apitará a Final da Copa do Catar 2022.

ACERTAMOS!

Conforme falamos no começo da semana, analisando rendimento e política, o polonês Szymon Marciniak apitará a final da Copa!

Tá escrito aqui desde o começo da semana, e como 1a opção: https://professorrafaelporcari.com/2022/12/13/e-o-arbitro-da-final-da-copa-do-mundo-sera-e-as-selecoes/

Deveria ter apostado… rsrs

Amanhã escrevemos um pouco mais sobre ele.

Imagem extraída de: https://twitter.com/realmadrid/status/1462858427223396355?lang=th

– Argentina x França decidirão a Copa de 2026. Quem é o favorito?

Lionel Scaloni, jovem e estudioso treinador, fez os hermanos engatarem na Copa, após perderem para a Arábia Saudita.

Didier Deschamps, treinador francês, perdeu vários atletas, em especial Karin Benzema. E o time parece nem sentir falta…

Para mim, a Seleção da França é melhor em material humano e em bola jogada. E tem Mbappé, que é espetacular – e por isso possui (claro que é um número simbólico) 51% de favoritismo para a vitória. A Argentina é bem treinada, mas em qualidade individual, perde para o adversário. Entretanto… Messi joga, e ele é de outro mundo (e além do talento, está com a garra de Maradona): por isso, as chances de título dos nossos vizinhos é de 49%.

Quem ganha a Copa para você?

Atualizando: Especula-se Benzema no jogo final. Será? Eu acho que os demais jogadores da França podem não gostar… 

Os jogos entre Argentina e França na história da Copa do Mundo | Goal.com Brasil

Imagem extraída de: https://www.goal.com/br/listas/os-jogos-entre-argentina-e-franca-na-historia-da-copa-do-mundo/bltc3e7ec2da0e354c5

– Não somos os Globetrotters do futebol!

Muitas vezes, a arrogância de alguns de nós (ou de bastante gente) faz com que imaginemos que a Seleção Brasileira seja o Dream Team do Basquetebol dos EUA. Não somos, e falamos sobre isso em: https://professorrafaelporcari.com/2022/12/14/a-soberba-do-torcedor-brasileiro-tem-reflexo-na-selecao/

Algumas considerações sobre essa soberba, em: https://youtu.be/x1D1P6wmlwk

– A soberba do torcedor brasileiro tem reflexo na Seleção?

Claro que depois de uma eliminação de Copa do Mundo, existe uma (contestável) “Caça às Bruxas”. Partindo do torcedor popular, de alguns jornalistas e até mesmo da cartolagem, um “culpado” tem que ser encontrado.

Mas cá entre nós: isso não acontece por quê, de maneira iludida, os brasileiros mais aficcionados acham que a Seleção Brasileira tem obrigação de ganhar cada Mundial que disputa?

Que soberba! Uma só equipe vence a Copa, e há outros bons jogadores, bons treinadores e bons conjuntos (e muitas vezes, os jogadores do nosso selecionado não se dão conta disso). Seja por um time “que encaixa” por um mês ou por um trabalho de longo prazo, alguém vencerá e todos os demais irão mais cedo para casa.

A Seleção Brasileira de Futebol Masculino NÃO É a Seleção Norte-Americana de Basquetebol (o famoso Dream Team), mas muitos pensam que é. O mais perfeito “Escrete Canarinho” (adoro usar esse termo) foi o de 1970, que tinha Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson, Carlos Alberto… mas que foi vaiado em 1969 no Maracanã!

Precisamos entender que há outros ótimos adversários. A Argentina tem uma seleção de muitos atletas bons e alguns comuns, mas tem MESSI, que é alguém fora do normal. Não adianta cobrar que Neymar tenha a qualidade de futebol e o mesmo comportamento do argentino. Aliás, Lionel Messi faz a diferença em campo, assim como o treinador Lionel Scaloni fez fora das quatro linhas: sem ser “paparicado”, houve a humildade do técnico hermano em treinar esquemas alternativos e estudar a fundo o rival, mudando seu jeito de jogar conforme o adversário. É difícil para nós, brasileiros, reconhecermos tudo isso?

Quer outra soberba? A história de que somos o país do futebol. Compare:

O Brasil tem 214 milhões de habitantes, e 5 títulos mundiais. A Alemanha tem 83 milhões e 4 títulos. A Itália tem 59 mi e 4 títulos. O Uruguai tem 3,5 milhões e 2 Copas vencidas!

É claro que “quantidade de gente” não significa “quantidade de títulos”, caso contrário, a China e a Índia estariam entre os finalistas por sua população bilionária. Mas para os países com “cultura de futebol”, isso é relevante. Em proporção, nossos rivais fizeram mais do que a gente.

Outro dado enganoso: o de termos participado de todas as Copas (como se fosse mérito e diferencial para ganhar Copa)! Em 1950, muitos países abriram mão da Copa devido à 2ª Guerra, outros acharam que era longe demais e algumas equipes nem se interessaram. Aliás, lembremos que os primeiros mundiais eram por convites. E não nos esqueçamos: em 1962 tivemos o “passito” de Nilton Santos contra a Espanha, na não marcação de um pênalti, além da polêmica da escalação de Garrincha na final (ele houvera sido expulso na semi…). Em 2002, se tivéssemos VAR, o pênalti de Luizão contra a Turquia seria falta fora da área e o gol da Bélgica validado. Mas há quem não tenha a humildade de entender tudo isso.

Na história do futebol, a Hungria de Puskas revolucionou e quebrou a hegemonia inglesa de não perder por décadas em Wembley por inventar o… aquecimento! E por muitos anos aquele time encantou, mas nada ganhou. Em 74 e 78, a maravilhosa Holanda de Cruyff fez outra revolução, e nada ganhou também. Quem vem se destacando, queiramos ou não, é a França, que se juntou aos “grandões históricos”. Tudo isso para dizer: o futebol vai mudando, e as potências são cíclicas. Especialmente com o advento da Globalização! Os grandes clubes europeus, ricos e bem estruturados, MATARAM boa parte dos clubes sulamericanos, que se transformaram de “rivais” para meros “fornecedores de pé-de-obra”. E com isso se tornaram empresas multinacionais, com jogadores de toda parte do mundo, compartilhando conhecimento pelo intercâmbio e disseminando futebol. Isso explica a evolução de equipes outrora subestimadas, e permite resultados “surpreendentes”: o Japão evoluindo, o Marrocos chegando bem mais à frente do que de costume, a Croácia alcançando uma 3ª semifinal em pouco tempo…

Por fim: menos passionalidade! Se o jogo Brasil x Croácia acabasse aos 114m (1×0), ninguém estaria tripudiando Tite e os jogadores como agora (não que estivesse tudo perfeito, mas o superdimensionamento passional assusta). Um gol sofrido mudou tudo. Comentários em cima de placar ou de… trabalho?

Aceitemos: os “bobos do futebol” diminuíram bastante, e se tornará bobo quem não acompanhar a evolução e entender esse fenômeno global.

Foto de 2014, extraída de Extra.com.br, por Marcelo Theobald (Não aprendemos nada com o 7×1?)

– Pitacos e Dúvidas sobre a Seleção Brasileira, depois da eliminação.

Faz tempo que estou a fim de escrever sobre isso: a Seleção Brasileira não aprende com os erros do passado?

Em 1998, perdemos a Copa e a polêmica foi: o acesso das famílias à concentração, as ligações de familiares de Ronaldo Nazário (da mansão que alugou para ela ao vestiário) e a falta de isolamento.

Em 2002, Felipão se fechou com um grupo e ganhou.

Em 2006, perdemos e a culpada foi: a farra de Weggis, que fez o “quarteto-mágico” sucumbir.

Em 2010, perdemos, e a culpa foi do “Dunga, que tentou imitar o Felipão” mas criou uma Seleção antipática (para alguns, arrogantes).

Em 2014, perdemos, e a culpa foi dos métodos de Felipão / falta de profissionais, como psicólogos e afins.

Em 2018, perdemos e o “culpado” foi Neymar e a sua prática do “cai-cai“, dividindo a “culpa” com o próprio Tite.

Em 2022… a culpa foi… do time que desceu ao ataque estando ganhando de 1×0? Da falta de variação tática do Tite? Da soberba em achar que iria ganhar a Copa? 

Talvez um mix de tudo isso. Mas me irrita o seguinte: o ataque da Seleção parecia de um grupo de jogadores infantilizados, imaturos e despreparados. E olhe que todos são jogadores que jogam em time grande e têm experiência internacional…

A questão é: faltou seriedade dos atacantes brasileiros?

Em 2022, tínhamos atacantes que gostavam de “farrear”, mas dentro de campo, eram maduros e buscavam o gol. As fintas aconteciam objetivamente, nada de “pentear a bola” desnecessariamente.

O quem, de fato, aconteceu preponderantemente para a eliminação do Brasil?

Foto: AFP

– Pra quê a pressa de procurar um técnico para a Seleção?

Diniz? Mano? Dorival?

Abel Ferreira? Jorge Jesus? Ancelotti?

Sei lá. Só sei que a Seleção Brasileira foi eliminada “ontem” e se quer um treinador para assumir a vaga de Tite “amanhã. Pra quê tal pressa?

Quando se toma uma decisão “com o frescor das emoções”, pode não ser a melhor. Calma!

Parece a situação em que o Flamengo ou o Corinthians estão no meio do campeonato, perdem o treinador e nos próximos dias têm um clássico importante contra o Fluminense ou o Palmeiras, e precisam ter um nome no banco. Não é essa a realidade da CBF!

Espere alguns dias, estude-se os nomes, mantenha a sobriedade. Estamos há muito tempo de qualquer competição oficial.

Arte extraída de CBF.com

– O que vi na arbitragem da Copa até agora?

Não fale dos árbitros brasileiros para os ingleses!

Depois de Raphael Claus apitar Inglaterra 6×2 Irã (foi o jogo onde ele deu nos dois tempos 24 minutos de acréscimos, e em uma partida fácil para se arbitrar, foi questionado pelo English Team por não marcar um pênalti no começo do jogo), os ingleses viram Wilton Pereira Sampaio apitar Inglaterra 1×2 França, com queixas (em: https://wp.me/p55Mu0-39W).

Mas essa foi a toada da Copa, de arbitragens contestadas?

Não! Tivemos até agora um Mundial de bons jogos arbitrados, de um ou outro lance discutível, de poucos erros (e quando eles surgiram, de árbitros onde os países não têm campeonato forte – como os erros dos VARs do Canadá ou da Argélia). Dos países com campeonatos fortes, muito boa arbitragem de Daniel Siebert (ALE), Clemente Turpin (FRA), Daniele Orsato (ITA), Antônio Mateu (ESP), Michael Oliver (ING), além de outros nomes como Szymon Marciniak (POL) e Dany Makellie (HOL). Wilton Sampaio, esquecendo sábado, estava entre esses bons nomes.

Repare que tivemos pouquíssimas expulsões por lances de jogo brusco grave na Copa (os atletas estão colaborando e a arbitragem preventiva funcionando). Depois de um exagero nos tempos de acréscimos, a coisa está voltando à normalidade (a FIFA quer tempo de bola rolando ao máximo). Além disso, reparemos na atenção máxima dos árbitros nos lances de choque de cabeça.

O ponto principal: não vemos o uso desregrado do VAR, nem sua função protagonista, casos comuns no Brasil; tampouco os lances de bola de “queimada” virarem pênaltis. Inúmeros lances de mão involuntária que aqui viram equivocadamente pênalti por movimento antinatural, lá não são marcados. Com um detalhe: comentaristas de arbitragem que concordavam no Brasileirão com os pênaltis errados, mudaram seu discurso também

Especificamente, sobre o Wilton Sampaio: ele vivia com atuações irregulares no Campeonato Brasileiro, e sua convocação para a Copa do Mundo o fez ter confiança! É isso que o fez ir tão bem nos 3 primeiros jogos: transmitia segurança aos atletas (sobre esse novo Wilton, abordamos aqui: https://wp.me/p55Mu0-31M). Entretanto, há 35 dias, não nos esqueçamos do lance relevante de Ituano x Vasco da Gama… (em https://wp.me/p55Mu0-37A). Essa mesma irregularidade foi o que complicou a arbitragem do brasileiro, no último jogo: a demonstração de vacilo no lance de Harry Kane.

Enfim: vida que segue para a arbitragem. Lamento apenas que 3 árbitras (a francesa, a africana e a japonesa) tenham ido à Copa e somente Sthepanie Frappart tenha apitado um único jogo. Todas as outras escaladas foram como coadjuvantes…

Não sei de quem é a autoria dessa foto do jogador inglês fazendo uma careta de susto para o Wilton Pereira Sampaio, mas não foi para tudo isso também:

– “Solidarizando” com Hernanes.

Dias atrás, “Hernanes Profeta”, ex-SPFC, viralizou por sugerir que a Copa de 2022 seria conquistada pelo Brasil pelas coincidências dos números. Dê um Google e veja que confusa relação feita por ele.

Eu não tenho superstição alguma, mas para “consolar” Hernanes, já aparecem os culpados: não são os números, mas as letras!

Olhe aí abaixo o que já descobriram… que a Seleção não enfrente a Dinamarca em 2026 nos mata-matas!

Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– Que pena, Wilton.

A Inglaterra reclamará do lance contra a França: pela primeira câmera, falta fora da área. Pela segunda, me parece dentro.

O certo é: lance para cartão amarelo e algo a se marcar. E o Wilton Pereira Sampaio nada deu…

Na ânsia de não ser o Wilton da CBF e manter-se o Wilton da FIFA, deixou de marcar até o que foi! Errou o árbitro.

– Que gesto! Aplaudamos o carinho de Neymar.

Você pode reclamar de várias coisas do Neymar, mas não da atenção dele aos fãs.

Após o jogo em que o Brasil foi eliminado, dentro de campo, triste, o jogador viu um garotinho croata invadir o campo, e um segurança o interpelou. Neymar foi lá e deu o que o pequeno fã queria: um abraço!

Claro que naquele momento, o próprio Ney queria ser abraçado… mas fica o cumprimento pela paciência em acolher um admirador (que vestia a camisa do algoz) para abraça-lo!

(em tempo, o menino é Leo Perisic, filho do adversário)

– A pergunta que perturbará Tite!

Com pesar, Tite ouvirá a vida inteira: “sabendo que a lista de batedores de pênaltis não é mais pré-definida (e que pode mudar a qualquer momento), por quê colocou Neymar para ser o último batedor, e não antes, sabendo da chance de não chegar ao último penal?”

Para mim, esse foi o grande erro de Tite na Copa. Talvez o único equívoco! Do resto, não vejo nenhum fantasma ou coisa absurda. E lembrando: no Holanda x Argentina, Messi foi o primeiro batedor…

– Liquidando produtos do Hexa!

Faz mais ou menos uma hora que o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo. Acabei de passar em uma loja de utilidades, e me deparei com os produtos fazendo alusão à Seleção já sendo retirados das prateleiras.

A liquidação da Copa já começou.. é queima de mercadoria mesmo

– Não avalie a Seleção com o coração!

#PASSIONALIDADE – Se o Jogo acabasse no 1º tempo da prorrogação, a manchete seria:Vitória da superação! Tite muda a partida com a entrada de Rodrygo”.

Alguns minutos depois…

Tite é o culpado”, “Jogadores metidos”, e outros blá-blá-blás

De 8 a 80, em alguns pênaltis.

– No Holanda x Argentina, Paredes ficou “de graça” em campo.

#HOL X #ARG Paredes deveria ser expulso. Deu “pra pegar” no adversário, e depois chutou a bola indisciplinadamente contra o banco holandês.

No mínimo, Cartão Amarelo seguido do Segundo Amarelo. Vacilou o juizão.

– Análise da Arbitragem de Croácia 1 (4)x(2) 1 Brasil.

Em um jogo faltoso (CRO 15×13 BRA no tempo normal, e CRO 22×24 BRA nos 120 minutos – primeiro jogo em que o Brasil comete mais infrações do que o adversário), e sendo também a primeira vez que a Seleção Brasileira toma mais cartões do que o oponente neste Mundial (CRO 2×3 BRA), boa arbitragem do árbitro inglês Michael Oliver (e eu nunca tinha reparado na semelhança física dele com o senador Flávio Bolsonaro…).

Deixando o jogo correr, praticamente não tivemos polêmicas, embora tenha sido um jogo chato para se apitar. Duas situações mais discutidas: uma bola que bate involuntariamente na mão de um defensor croata (não foi pênalti, mas no Brasileirão algum VAR protagonista ficaria meia hora no áudio sugerindo a cal…) e a simulação de Antony, que sofre um contato físico e salta. Em ambas, o árbitro nada marcou.

Um momento crítico da arbitragem (e foi a exceção) aconteceu entre o segundo e o terceiro minuto da prorrogação: faltas claras em Paquetá e em Antony, ambas não marcadas. Creio que, por outras situações do jogo, em dúvida o árbitro não marcou (ou até mesmo, sem dúvida, não deu de propósito).

Em tempo: que belíssimo gol de Neymar, ele chutou “com raiva” para o gol após ótimo drible no goleiro. A Seleção, quer queiramos ou não, é muito dependente do “Menino Nem”.

Até 2026 na Copa da América do Norte, Brasil.

Jogo da Copa Ao Vivo: Croácia x Brasil

Imagem extraída de CNN.com

– Quem é Michael Oliver, juizão de Brasil x Croácia?

Já escrevemos do árbitro de hoje em: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2022/12/08/analise-pre-jogo-da-arbitragem-para-croacia-x-brasil/

Em vídeo, um pouco mais do “árbitro bem mais pago do mundo”, em: https://youtu.be/FM6zsREII0E