Uma comparação pertinente sobre quanto recebem os jogadores profissionais em nosso país.
Surpreendente!
No ano 2000, defendi minha dissertação de Mestrado sob o título: “O Novo Processo Administrativo do Futebol Brasileiro Frente a Profissionalização do Gerenciamento dos Clubes”. Dentre alguns aspectos abordados, quis escrever sobre a desigualdade salarial dos atletas. Na época, com a Internet ainda nascendo por aqui, com muito custo consegui junto a CBF os números oficiais de 1998.
E vejam que interessante: segundo a entidade, existiam 14555 atletas profissionais no Brasil. Em 2015, segundo o que a própria CBF divulgou publicamente ontem, o número é de 28203 atletas. Ou seja, em 17 anos o número quase que dobrou.
No meu trabalho, baseado em salário mínimo da época (R$ 130,00), os números mostravam que apenas 4,3% dos jogadores recebiam mais de R$ 2.600,00 (ou seja: 20 SM). Com a inflação do período, os números mudaram bastante. Veja os índices abaixo sobre os salários:
ANO 1998, 14555 JOGADORES PROFISSIONAIS
Até 1 Salário Mínimo: 52,9% dos atletas.
Entre mais de 1 SM até 2 SM: 30,5%.
Entre mais de 2 SM até 5 SM: 7,9%.
Entre mais de 5 SM até 20 SM: 4,5%.
Mais de 20 SM: 4,2%.
ANO 2015, 28203 JOGADORES PROFISSIONAIS
Até R$ 1.000,00: 82,4% dos atletas;
Entre R$ 1.000,01 a R$ 5.000,00: 13,68%;
Entre R$ 5.000,01 a R$ R$ 10.000,00: 1,35%;
Entre R$ 10.000,01 a R$ R$ 50.000,00: 1,77%;
Entre R$ 50.000,01 a R$ 200.000,00: 0,68%;
Entre R$ 200.000,01 a R$ 500.000,00: 0,12%
Acima de R$ 500.000,00: 0,004% (ou, se preferir, oficialmente um único atleta).
E aí: impressionado com tais números ou são valores condizentes com o abismo da distribuição de renda de todos os setores sociais do Brasil?

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