– Árbitros de São Paulo estão em Paz

Na Revista Virtual Terra Magazine, há o blog do jornalista Luciano Borges (Blog do Boleiro, acesse-o em: http://is.gd/SoLNih). E ele entrevistou o Cel. Marinho, presidente da Comissão de Árbitros da FPF.

Na oportunidade, foi questionado sobre árbitros terem medo de não serem escalados por pressão política. E ele respondeu que:

Hoje em dia, isso é quase impossível de acontecer (…) Hoje, o nível de preparação que o árbitro tem aqui, em São Paulo, e a cultura que nós colocamos fazem com que ele trabalhe tranquilo, sem nenhuma influência”.

Ora, em qualquer atividade profissional existe a pressão em diversas formas. Vendedores, por metas. Policiais, pela represália. Professores, pelo aprendizado. E árbitros, pela necessidade de maior número de acertos, pela manutenção do excepcional condicionamento físico, pela pressão do jogo em si, e, claro, pela pressão política.

Seria utopia crer que a pressão política não existe. Se assim fosse, todos os árbitros da categoria Ouro estariam indo a sorteio nas finais do Campeonato Paulista de 2011. Também não ocorreria o fato de suspeitas terem sido levantadas pelo Jornal da Tarde no episódio entre Palmeiras X Corinthians onde Paulo César de Oliveira foi sorteado. Aliás, lembremo-nos que um dia Paulo César de Oliveira foi suspenso por errar num jogo Grêmio Prudente X Palmeiras – mas por questões técnicas, nunca políticas, correto?

O grande problema em geral de todas as federações é: independência. Presidente de Comissão de Árbitro NÃO DEVE receber dirigente de clube para ouvir queixas. Mas isso é permissível hoje.

Todo árbitro, após o jogo, tem o seguinte ritual:

1º) Agradece a Deus pelo término da partida.

2º) Se questiona se foi bem ou mal.

3º) Levanta a dúvida: será que alguém da Comissão de Árbitros está aqui? Será que viram meus acertos ‘in loco’?

4º) Se intranqüiliza: será que algum dirigente do clube A ou B vai reclamar na Federação por algum lance?

5º) Projeta: estarei na rodada de domingo ou do meio de semana escalado novamente?

6º) Debate sobre tudo isso no coletivo, colocando essas idéias e dúvidas com os bandeiras.

7º) Liga para alguém da família e pergunta: e aí? Fui bem?

8º) Volta pra casa ansioso para saber dos desdobramentos de sua atuação.

Tais indicadores não são indícios de que se vive sobre pressão? E num futebol cada vez menos esportivo e totalmente business, a pressão política cada vez é maior. Antes, se preocupava em não errar contra os times grandes. Hoje, dependendo da situação, até erros contra equipes pequenas mas emergentes, como São Bernardo, Americana, entre outras, são preocupantes.

Sem dúvida, a maior pressão estará no próprio comandante da instituição: o presidente da Comissão de Árbitros, que ouvirá os lamentos dos reclamantes. Mas, como disse e reafirmo, NÃO DEVERIA RECEBÊ-LOS, como prova da sua independência. Só o fato de permitir que reclamem é uma demonstração de possível aceite.

Felizmente, como dito pelo Cel Marinho, os árbitros da FPF podem trabalhar tranqüilos. Não será erro contra time grande, assédio político, lamentações de equipes médias, fixação de política demagógica e nem a possibilidade de punições por calções de temporadas passadas que vetarão um árbitro. Amém.

E você, também acredita que não exista pressão política?

Abaixo, a matéria citada:

CHEFE DA ARBITRAGEM DE SP: É QUASE IMPOSSÍVEL POLÍTICA INFLUENCIAR ÁRBITRO

Jogador do Corinthians até este ano, Ronaldo tornou-se, nesta quinta-feira, membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014. O presidente do clube, Andrés Sanchez, já havia sido anunciado como diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Essa ascensão alvinegra ao poder do futebol nacional intensificou a discussão sobre a pressão aos árbitros para a última rodada do Campeonato Brasileiro, domingo (4), quando o Corinthians disputa o título com o Vasco.

Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, Coronel Marcos Marinho garante que os árbitros não apitam influenciados por questões políticas, como, por exemplo, o medo de não serem escalados para jogos futuros: “Hoje em dia, isso é quase impossível de acontecer”.

Vasco e Flamengo se enfrentam sob mediação de Péricles Bassols, do Rio de Janeiro. O clássico entre Corinthians e Palmeiras caberá ao árbitro paulista Wilson Luiz Seneme, de 42 anos, um dos cotados para apitar a Copa do Mundo de 2014 junto com Paulo César Oliveira, também de São Paulo, e Sandro Meira Ricci, do Distrito Federal.

Hoje, o nível de preparação que o árbitro tem aqui, em São Paulo, e a cultura que nós colocamos fazem com que ele trabalhe tranquilo, sem nenhuma influência – assegura Marinho, que assumiu essa função logo depois do escândalo de manipulação de resultados nas Séries A e B de 2005, ganhando autonomia.

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Uau: estou tomando um remédio forte, e assim como José Simão tem seu colírio alucinógeno, o meu comprimido leva aos mais impressionantes delírios. Tive a impressão de estar na Vila Xurupita, no jogo dos Anjos X São Belarmino. E o juizão, um moreno forte, arrebentou. Mas não é que o coitado do homem se deu mal? Vi um francês que apitou de bermuda cinza e se escafedeu. E um branquelo na geladeira por cair um coqueiro. E outro que passou pelo freezer após um temporal em São José (dos Campos ou do Rio Preto?). Na escuridão vi uma cartela de bingo. E a câmera chegou às 14h. Santa Bárbara, protetora dos raios, rogai por nós.

Vou mudar de medicamento, virei apocalíptico. Cruz credo.

(No Apocalipse de São João, existe a forma literária de linguagem chamada ‘apocalítica’. São João, o Evangelhista – não o Batista – o escreveu de maneira figurada, com termos da cultura do meio que vivia, usando dos simbolismos de sua gente para se comunicar. Soldados romanos, que o encarceravam, nada entendiam; achavam inclusive que o discípulo que se intitulava “aquele que Cristo mais amava” teria enlouquecido…)

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