Há tempos venho reclamando que a FIFA vem querendo corredores, e não árbitros. Seja a CBF ou a FPF, a cobrança para que o árbitro corra muito mais do que um jogador profissional (e ele já corre mais do que qualquer atleta em campo) está acima da razão. Vide as contusões que árbitros vem sofrendo, tipicamente de overtraining (excesso de treinamento).
A preocupação com a preparação técnica, prática, postural ou disciplinar ficou a segundo plano. Primeiro o condicionamento físico, depois o restante. E isso está deturpando a lógica da competência. Quer um exemplo?
No último teste físico (o rigorosíssimo e exagerado FIFA TEST) realizado em Goiânia, ontem, reprovaram Wilson Luís Seneme (o melhor paulista) e Marcelo de Lima Henrique (o melhor carioca). Assim, dois ótimos árbitros FIFA ficam de fora das escalas. E sabe quem teve o melhor rendimento? Francisco Carlos Nascimento, o Chicão de Alagoas, de tantas ruins atuações em campo.
Vejam como tudo está errado: se jogarem hoje Argentina X Uruguai pelas Eliminatórias da Copa, Seneme ou Marcelo de Lima estariam vetados, mas Chicão seria escalado!
Não está na hora das Associações de Classe contestarem esse absurdo e indevido teste físico? Seu rigor e exigências fogem da realidade do futebol. A médio prazo, o árbitro “vira o fio”.
O problema é: será que há independência suficiente dos Sindicatos de Árbitros protestarem contra as Federações/Confederação, fazendo o clamor chegar à FIFA? Muitos dos funcionários das entidades representativas trabalham nas próprias federações…
Coitados dos árbitros. Não têm a quem recorrer.
Boa sorte a quem teve dificuldades. São árbitros decentes, esforçados e injustiçados pelo sistema. E 2014 vem chegando…