E se você estivesse num cruzeiro e soubesse que dentre os passageiros, mais de 60 estão com coronavírus?
Isso é realidade no Japão. Que pavoroso!
O DRAMA DE 3.700 PESSOAS PRESAS EM CRUZEIRO APÓS 61 PASSAGEIROS DETECTADOS COM CORONAVÍRUS
A viagem dos sonhos se transformou em pavor para 2.600 pessoas. Esses passageiros e outros 1.100 tripulantes de um cruzeiro marítimo estão presos em quarentena dentro de um navio na costa do Japão depois que 61 pessoas foram diagnosticadas com o novo coronavírus.
Diamond Princess (Princesa de Diamante em tradução livre) é o nome da embarcação com 3.700 pessoas a bordo. Ele está atracado na costa de Yokohama, perto da capital Tóquio, desde terça-feira (4), quando o teste de um antigo passageiro deu positivo.
Um homem de Hong Kong, que embarcou no mês passado, foi diagnosticado seis dias depois de deixar o navio. Como ele não apresentou sintomas de coronavírus durante sua estadia, as autoridades fizeram o teste em todos a bordo, diagnosticando 61 pessoas positivamente.
Embora os infectados tenham sido retirados do navio, quem ficou também entrou em quarentena: além das autoridades médicas, ninguém entra e ninguém sai do cruzeiro até o dia 17 de fevereiro, informou reportagem da rede norte-americana CNN.
A americana Sawyer Smith, 25, seu irmão e seus avós, ambos com 80 anos, precisam ficar presos em uma cabine de 12 metros quadrados. “Não temos janela, somos quatro pessoas e apenas uma cadeira”, lamentou ela à agência de notícias Reuters por telefone.
Enquanto os idosos passam grande parte do tempo lendo, os outros membros da família se distraem assistindo a filmes. O clima, no entanto, é tenso para a maioria dos passageiros.
A autora americana Gay Courter também está entre os mais de 2.600 viajantes do Diamond Princess, uma “prisão contaminada”, de acordo com ela.
“[Meu marido Philip e eu] temos 75 e 77 anos. Temos a saúde frágil e temos uma faixa etária ruim para adoecer (…) Não estamos seguros em nossos quartos”, disse ela à CNN.
Os idosos são especialmente suscetíveis ao coronavírus. Segundo a Comissão Nacional de Saúde da China, 80% dos mortos no país tinham mais de 60 anos.
Courter chegou a pedir à sua companhia de seguros que a tirasse de lá, mas os governos do Japão dos Estados Unidos —origem de 428 passageiros— impediram.
“Foi uma viagem única e usei todos os pontos do meu cartão de crédito. A saída foi divina, mas agora não me importo com o modo como vou para casa”, afirmou Courter, que teme não sobreviver. “Eu só não quero voltar para casa em um caixão”, afirmou.
Quem precisou deixar o navio foi Rebecca Frasure, 35, diagnosticada hoje de manhã. Embora tenha viajado com o marido, Kent Frasure, 42, apenas ela deixou o Diamond Prinicess para tratamento.
“É terrível, eu nunca poderia imaginar que isso aconteceria agora”, disse ela à CNN pouco antes de deixar o barco. “[A parte mais difícil] é o desconhecido. Eu não sei o que vai acontecer daqui a uma hora.”