– A nova medida provisória desta semana ajuda ou prejudica o Galo?

No que a medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, sobre os direitos de transmissão de futebol afeta ou não o Paulista FC?

Muita coisa! Vamos lá: uma MP é uma lei temporária determinada pelo Presidente da República, e tem validade de 60 dias, sendo prorrogável por mais 60. Para que seja uma lei definitiva, o Congresso deve aprová-la neste prazo. Se não o fizer, ela deixa de valer (embora os contratos assinados neste período se mantenham válidos).

Dizem (aí é questão de confirmar ou não) que o Flamengo, que está brigado com a Rede Globo, fez o lobby para essa assinatura, sendo possível para o Rubro Negro oferecer seus jogos com exclusividade à TV Record e em tese ganhar mais dinheiro. Mas como isso pode ser boataria, deixemos de lado e vamos à prática:

Na série A3, como o Paulista não tem contrato de transmissão com nenhuma emissora (diferente da maior parte dos clubes do Brasileirão 2020 da A1, que devem cumprir seus compromissos com a Rede Globo), o Galo poderá vender seus jogos para quem quiser, independente do aceite e recebimento do adversário na transmissão.

Se tivermos um hipotético Paulista x Noroeste, ele poderá vender a transmissão das imagens por qualquer valor para a TV Japi, TV Tem ou TV Sorocaba (para ambas emissoras ou com exclusividade para uma só). E aí ficará a discussão do “quanto vale”! Por exemplo: o Paulista pedirá R$ 10.000,00 para uma emissora X; a emissora X pode alegar que por esse valor não terá lucro com os anunciantes e a audiência não compensaria o investimento, e fará uma contraproposta de R$ 8.000,00; e por aí vai a negociação.

Se o Paulista estivesse na Série A do Brasileirão e tudo fosse da Globo (desde que a medida estivesse valendo), a conta seria diferente: nos moldes atuais, as equipes dividem o valor do Direito de Transmissão em 38 jogos (recebendo como mandante e visitante, em percentuais de clube para clube). Vendendo seus 19 jogos como mandante, teria a mesma quantia financeira?

É essa a conta que os principais clubes grandes devem fazer, para entenderem se terão realmente vantagem ou será uma ilusão (incluindo o próprio Flamengo, que festejou a decisão): a soma dos seus jogos comercializados como mandante será maior do que o modelo de venda por campeonato (recebendo quando joga em casa ou fora)?

Para os clubes medianos, vale imaginar que o valor da venda para a TV de Atlético Goianiense x Corinthians terá um apelo muito maior do que ACG x Red Bull Bragantino. Ainda assim, compensará?

Por fim, lembremo-nos: a Fox, que brigou pelos direitos da Libertadores contra a Globo e que vai aos poucos ser incorporada pela ESPN (que é da Disney), amargou enormes prejuízos e repensou suas estratégias. A Turner (que é a dona do Esporte Interativo) abandonou a gastança e “tirou o pé”. Dessa forma, Record, Band, Rede TV ou qualquer emissora aberta que queiram arriscar uma compra avulsa ou de todos os jogos de qualquer time, precisará ter uma boa calculadora (e dinheiro) nas mãos.

Em tempo: Bangu x Flamengo, o jogo “às escondidas” do meio de semana, não teve interesse de nenhuma emissora em transmitir (imagine o prejuízo em abrir um estádio do tamanho do Maracanã para portões fechados… poderia muito bem ter sido em Moça Bonita).

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