O treinador Fábio Carille, após a classificação do Corinthians para a final do Paulistão-2019, protagonizou um daqueles chamados “momentos constrangedores”.
Não me refiro à tentativa de explicar a retranca “a la Milton Buzzeto” contra o Santos, nem ao futebol fraquinho apresentado nas últimas rodadas, nem mesmo quanto a escalação improvável (e de certo modo surpreendente) de Pedrinho como titular, mas sim à questão de que há espião no Timão e que seria um “X9” da imprensa.
o jornalista André Ranieri, setorista do clube pela Rádio Jovem Pan, fez a pergunta de maneira educada para o treinador na coletiva sobre essa afirmação dita por ele na sexta-feira. E ele surtou!
Aliás, está se tornando comum ver a tal da “entrevista emburrada”, cheia de marra. Falar raivoso, responder irritado, e “pegar pilha” por quê? Tem sido assim também com Felipão e o VAR. Aliás, é por isso que Sampaoli é exaltado (e causa inveja aos treinadores): depois da partida, mesmo eliminado, o argentino não usou o termo “injustiça do placar pelo futebol mostrado”, mas disse que essas situações são as que fazem “o futebol lindo” e que não mudará o seu estilo de jogo.
Foi indagado ao treinador corintiano apenas algo criado pelo próprio Carille! Além da deselegância na resposta, mostrou-se irresponsável em deixar no ar uma acusação contra o repórter que fazia apenas seu trabalho jornalístico!
Não gostar da pergunta é algo normal (afinal, todos nós podemos ter ressalvas quanto a alguns assuntos). Mas um profissional altamente remunerado, por estar nervoso com um tema que ele mesmo considerou como conflito, NUNCA pode fazer tamanha bobagem em querer sugestionar à torcida (e falamos da 2a maior massa de torcedores do Brasil) uma falsa acusação apenas por incômodo.
Se Fábio Carille erra na semana passada por generalizar a imprensa, erra duas vezes ao falar bobagens como “a carapuça serviu”, “então foi você?”, ou fazer ilações como “por quê está tão incomodado”? Imaginem a dor-de-cabeça que ele cria para um profissional honesto no dia-a-dia, no caso o André Ranieri. Nesse mundo de fanatismo exacerbado e no momento em que se confunde liberdade de expressão com libertinagem e permissividade de ofensas gratuitas, é perigoso um torcedor radical (ou vários deles) atazanar (em) a vida de um inocente.
Uma pena que seja assim. E por tal sandice, quem acaba “pagando o pato” sem ser culpado é justamente aquele que somente questionou a generalização de uma forte queixa – insisto: tudo jogado na mídia, no caso, não pela imprensa, mas pelo próprio Carille!
Estaria o treinador realmente preparado para a pressão em maus momentos?
Lamentável.


assino embaixo Amigo…
por te saber amante do futebol estou lhe enviando uma matéria que escrevi versando sobre as semifinais SPFC x SEP e SCCP x SFC, relacionando com nosso mau futebol de seleções, e o que tem a ver com o que se viu de Palmeiras e Corinthians nestes jogos.
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