Num ato de arrojo, a CBF anunciou que em Outubro, durante o Congresso Técnico da International Board em Londres, pedirá à FIFA através de Manuel Serapião Filho (é claro que não será pelo presidente Marco Polo Del Nero, que tem medo de sair do país e ser preso pelo FBI) a permissão para a utilização de imagens de vídeo para lances de dúvida da arbitragem. O projeto a ser apresentado cria a figura do Árbitro de Vídeo (AV), que estará com um monitor de imagens da partida à sua disposição para ajudar o árbitro a corrigir lances supostamente equivocados. E nem precisará parar o jogo e perder tempo, pois o projeto da CBF prevê que eles se comuniquem por rádio para agilizar a decisão, conforme os assistentes e o 4o árbitro já fazem.
Segundo Sérgio Correa da Silva, presidente da CA-CBF, ao site da entidade:
– O AV atuará com base em imagem televisiva simultânea e com possibilidade de imediato replay. A comunicação com os árbitros será feita por ponto eletrônico.
Os seguintes lances deverão ter a interferência imediata do AV:
a) Dúvida se a bola entrou ou não no gol;
b) Saídas da bola pela linha de meta, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti;
c) Definição do local de tiros livres diretos, ocorridos nos limites da grande área, para definir se houve ou não pênalti;
d) Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras/indiscutíveis, não vistas ou marcadas de modo claramente equivocado;
e) Impedimentos por interferência no jogo, caso na mesma jogada haja gol ou pênalti;
f) Jogo brusco grave ou agressão física (conduta violenta) indiscutíveis não vistos ou mal decididos pela arbitragem;
A idéia é ótima, mas… definirei objetivamente: não passa de “diálogo flácido para acalentar bovino”. Ou seja: conversa mole para boi dormir!
Explico: eu sou defensor do uso de imagens para se legitimar uma partida. Quanto menos erros, melhor! Entretanto, a CBF nunca foi e não é a favor. Tais motivos dessa decisão de ousar se dão pelos seguintes fatores:
1- A Comissão Nacional dos Clubes (CNC) foi pressionar a CBF para a queda de Sérgio Correa nesta semana. Mas é uma “sutil pressão”. Compõe a Comissão o representante do Grêmio, que pediu veto de árbitro gaúcho no Grenal (declarou isso publicamente) e foi atendido (apitou o paraense Dewson Freitas). Os clubes reclamam do Sérgio Correa, mas na hora H, não fazem a devida pressão para a substituição da chefia. É a costumeira reclamação preventiva: aquela que o cartola faz para dar satisfação a seus pares e se garantir para o próximo jogo.
2- Na Copa de 2014, usou-se o sistema eletrônico da linha do gol. A empresa que fornece a tecnologia ofereceu à CBF por um valor muito abaixo do comercializado para deixa-los aqui. A CBF não quis, alegando que teria que implantar em todos os estádios do Brasileirão da Série A e que o custo era inviável. A FIGC (Federação Italiana) os comprou com um desconto considerável.
3- A CBF sabe que a FIFA recusará tal iniciativa. Mas insiste única e exclusivamente na sugestão para dizer que atendeu as solicitações do CNC (vide aqui: http://wp.me/p55Mu0-yr). Ao mesmo tempo, Marco Polo dá sobrevida ao presidente da CA-CBF, Sérgio Correa!
Eu DUVIDO (embora tenha gostado da ideia) que isso será implantado. Só tenho três ressalvas:
1- A cabine do AV será blindada? Imaginem a muvúca que ocorrerá quando algum time se sentir prejudicado e não concordar com a decisão do árbitro de vídeo.
2- A qualidade do sinal será boa? Pensem em um Corinthians x Palmeiras, 1×1 e aos 48m do segundo tempo um lance duvidoso e o AV diz que caiu a Internet ou a transmissão!
3- E se for um daqueles “pênaltis de queimada da Regra 12B”, onde se vê que a bola bateu sem querer na mão mas o árbitro de vídeo atesta para o árbitro central de que é pênalti por movimento antinatural do braço?
Nem com a melhor tecnologia do mundo a arbitragem melhorará se o elemento humano for incompetente ou mal orientado!
E você, o que achou de tudo isso? Interessante é que MPDN não ousou falar em profissionalizar os árbitros…








