Confesso: tenho inveja dos prefeitos americanos em relação à responsabilidade dos gastos com o dinheiro público.
Enquanto que a cidade do Rio de Janeiro gasta horrores com as obras para a Olímpiada de 2016 (e esse dinheiro é composto por verbas municipal, estadual e federal), nos EUA, duas cidades abandonaram a disputa com motivos justos e honrosos!
No ano passado, Bill de Blasio, prefeito de NY, abandonou a disputa para ser cidade-sede dos jogos de 2024 com a seguinte justificativa:
“Queremos tomar decisões de desenvolvimento baseados em políticas públicas sólidas e não ir a uma direção particular apenas para atender as necessidades de um evento de 17 dias. A cidade tem outras prioridades e não quer concentrar recursos para um evento curto. Saia as ruas e pergunte ao cidadão de New York se ele quer que a cidade e seus esforços sejam direcionados para um evento de três semanas em dez anos, ou se deve arregaçar as mangas e lidar com todos os demais desafios imediatos? Acho que a vasta maioria diria: ‘prefiro assistir ao evento em um telão grande em minha casa’. É o que penso.”
Boa! Enquanto isso gastamos o que temos e o que não temos, fadados ao fracasso. Mas pensa que só o novaiorquino pensou no custo?
Boston, outra cidade que pleiteava 2024, retirou a sua candidatura na semana passada. Segundo o prefeito Martin Walsh:
“Percebemos que não teríamos investidores privados e que precisaríamos usar dinheiro público. E a receita dos impostos dos cidadãos precisa ser respeitada“.
Quando é que vimos algum político brasileiro dizer algo assim e agir dessa forma, não?