– Sobre Caborés e Francileudos

Cada vez mais me impressiono com a capacidade produtiva do futebol brasileiro e o potencial de exportação do seu principal produto: o jovem atleta.
O atual homem-gol da Europa vem da Croácia, joga na Inglaterra e se chama Eduardo da Silva. Croata chamado “Da Silva”? Sim, o jovem Da Silva foi “importado” pelos croatas após ser observado durante o 1º Campeonato Brasileiro de Futebol de Favelas, quando tinha 16 anos. De um morro carioca para a artilharia da Premier League, pelo londrino Arsenal.
Mas não é um caso isolado. O centroavante titular absoluto da Tunísia é o maranhense Francileudo. No alemão Sttutgar, temos o carioca Kevin Kurany, que também é centroavante da Alemanha. Tivemos a pouco tempo, pela Seleção Japonesa, o centroavante Wagner Santos. Ou o camisa 10 belga Oliveira, que nasceu em São Luís-MA mas se notabilizou com o nome de Oliverrá. Ou o volante Marcos Senna, pela Fúria Espanhola. E paremos por aqui, pois a lista é grande e o tempo curto.
Nossos craques vão cedo ao exterior. Fazem bem, pois pode ser uma oportunidade ímpar para tentarem a estabilidade financeira. Mas se para o pobre boleiro a situação é sensacional, para os clubes isso pode ser terrível. E para a seleção? Na próxima Copa, teremos quase um time de brasileiros espalhados por outras nações com a condição de naturalizados.
Se a FIFA não tomar providências, logo veremos a mesma situação do Futsal no Futebol, onde a seleção espanhola e a seleção italiana não falam suas línguas nativas, mas jogam sobre a fala do português com sotaque brasileiro.
Por fim, não falei do Caboré. O jovem atleta nascido na Rondônia foi naturalizado coreano e é o artilheiro da K-League, e pode ser transferido por US$ 3 mi para o Japão! Já imaginaram? Descendente indígena coreano Caboré marcando gols contra a seleção canarinho?

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.