Já debatemos em sala de aula como o termo “Empresa Familiar” é erroneamente tratado de maneira pejorativa no Brasil. Vemos agora, segundo a Revista Exame (citação abaixo), como a Schincariol, exemplo de Administração Familiar, após uma conturbada saída de Adriano Schincariol e um processo de “desfamiliarização” da empresa, volta ao princípio anterior (o que pode ser positivo), através de uma reestruturação no quadro executivo.
Extraído de: http://portalexame.abril.com.br/negocios/cinco-diretores-deixaram-schincariol-neste-ano-451690.html
Cinco diretores deixaram a Schincariol neste ano
A saída do executivo Fernando Terni da presidência da fabricante de bebidas Schincariol, substituído em dezembro pelo seu antecessor Adriano Schincariol, mostrou-se apenas o primeiro movimento de uma reação em cadeia. Neste ano, outros cinco diretores deixaram a empresa.
A baixa mais recente é a de Marcos Cominato, ex-diretor de recursos humanos da Schincariol, que assumiu nesta semana o mesmo posto na fabricante de eletrônicos LG para a América Latina. Os demais são Álvaro Mello, ex-diretor de tecnologia, Alexandre Romualdo, ex-diretor financeiro, Rudinei Kalil, ex-diretor de vendas para a região Norte, e Fernando Salazar, ex-diretor de vendas para a região sul.
O resultado é que, entre janeiro e abril deste ano, a Schincariol praticamente desfez o quadro de diretores que levou dois anos para montar com a ajuda da empresa de headhunting Egon Zehnder. Nesse período, a companhia contratou pelo menos oito diretores de companhias como Unilever e Telefônica. Hoje restam na função apenas três dos novos contratados – o diretor de marketing Marcel Sacco, ex-Cadbury, o diretor de estratégia Johnny Wei, ex-Nestlé, e o diretor jurídico Robin Castelo.
Gino Di Domenico, diretor de operações, tornou-se subordinado de Gilberto Schincariol, vice-presidente de operações da empresa. Assim como o primo Adriano Schincariol, Gilberto retornou ao cargo que ocupava antes da contratação de executivos de mercado para posições-chave na companhia. Em quase todos os casos, os executivos que saíram foram substituídos com promoções internas.
A cervejaria não confirma oficialmente, mas as saídas se devem em boa parte a uma medida de corte de custos. De acordo com o balanço publicado ontem, 23 de abril, a Schincariol registrou prejuízo de 132 milhões de reais em 2008 – embora as vendas tenham crescido 7,4% e chegado a cerca de 5 bilhões de reais e a participação de mercado de cervejas tenha passado de 11% para 13,2% no período.
Na época do afastamento de Terni, após dois anos no cargo, Adriano Schincariol enviou um comunicado dizendo: “A economia e o mercado enfrentam um momento de grande volatilidade. Por isso resolvemos estar mais próximos do dia-a-dia do negócio.”
