Um sexteto gaúcho trabalhará no Allianz Park nesta Rodada 13 do Brasileirão 2017: apitará o experiente Leandro Pedro Vuaden, natural de Estrela-RS, 42 anos, que será assistido pelos bandeiras José Eduardo Calza e Maurício Coelho Silva Penna. Seus adicionais serão Roger Goulart e Jonathan Benkenstein Pinheiro. O quarto árbitro será Jorge Bernardi. São 3 profissionais de Administração de Empresas e 3 profissionais da Educação Física. Sabidamente, ninguém é árbitro profissional.
Vuaden surgiu como um fenômeno no quadro nacional em 2001, destacando-se com uma arbitragem “à europeia”, definindo muito bem o que era tranco legal e carga faltosa. Assim, suas partidas tinham mais tempo de bola rolando, jogador não fazia corpo mole e os treinadores começaram a orientar seus atletas a ficarem em pé. Seus jogos tinham mais cartões amarelos por reclamação do que por jogadas temerárias (número baixo no total)! O jogo se tornava mais prazeroso para assistir. Só que…
Isso gerou ciúmes, o que levou a críticas de colegas e da própria Comissão de Arbitragem, que achava o chamado “Estilo Vuaden” algo imprudente e perigoso.
No quadro internacional, Leandro Vuaden não conseguiu o sucesso que poderia com o potencial que tinha. Muitas vezes atrapalhado pelo rigoroso teste físico, poderia ter ido a uma Copa do Mundo quando foi pré-selecionado. Não foi.
Passado algum tempo, Vuaden começou a mudar o seu jeito de apitar as partidas de futebol. Tornou-se, em alguns jogos, um “administrador” de situações. Ressurgiu quando Sérgio Correa da Silva orientava os árbitros para deixarem de marcar faltinhas bobas e assim aumentarem o tempo de jogo efetivo. Entretanto, as faltas leves e reais passaram a não ser marcadas, diferenciando do momento anterior, onde o tranco legal não era confundido com faltas. Tornou-se um novo Vuaden, com uma proximidade do estilo anterior, menos vigoroso fisicamente, apitando um pouco mais de longe e sofrendo com o posicionamento dentro de campo pela orientação do “ponto futuro”, solicitado pelo novo comandante da arbitragem, o Coronel Marcos Marinho (você abandona a diagonal, corre pelo meio e tenta chegar onde a jogada vai terminar, aceitando o risco de sentir dificuldade física numa bola roubada pelo adversário – avalio como uma ruim orientação exigida). Perdeu o escudo FIFA por culpa da nova política da CBF, sendo compensado com muitas escalas de jogo. Está sendo escalado para o Derby pela experiência e por voltar a marcar poucas faltas (pode sentir dificuldades físicas se o jogo for corrido e “aumentar” o número de paralisações).
Se o árbitro é rodado, os bandeiras nem tanto: Calza fez 9 jogos na série A nos últimos 3 anos e Penna 7 no mesmo período. Também os árbitros da linha de meta são pouco experientes.
Para palmeirenses e corintianos, números que tranquilizam e assustam, contraditoriamente: Com Vuaden, o mandante perde muito raramente; mas o Corinthians está invicto com ele nos últimos 3 anos.
Veja:
Em 2017, por conta de problemas físicos, Vuaden apitou apenas 3 jogos, com 3 vitórias do time da casa – nenhum jogo apitado do Palmeiras, e um jogo do Corinthians (vitória contra Cruzeiro).
Em 2016, apitou 16 jogos, sendo 12 vitórias para o time da casa, 2 empates e 2 derrotas do mandante. Dos envolvidos, duas derrotas do Palmeiras e um empate + uma vitória do Corinthians.
Em 2015, apitou 21 jogos, sendo que foram 3 partidas do Palmeiras (derrotas para Figueirense, Fluminense e Goiás) e 4 partidas do Corinthians (vitórias contra Flamengo e Vasco, empates contra São Paulo e Avaí).
Em suma:
1- há 3 anos o Palmeiras não vence com Vuaden e o Corinthians não perde com ele.
2- há 9 jogos do Brasileirão série A o mandante não perde.
3- Desde 2016, em suas partidas, quase 80% dos jogos o time da casa ganhou e apenas 10% das partidas o visitante venceu.
Qual número será mais impactante / relevante essa noite?
Como não sou supersticioso, creio que cada jogo é uma história e espero que vença o melhor dentro de campo. Desejo uma boa partida para a arbitragem, boa sorte aos atletas e que tenhamos uma rodada pacífica de futebol nesta quarta a noite.
Em tempo: bem que esse jogo poderia ser em um domingo às 16h, não?
Ops: de novo, clássico paulista sem paulistas…
