No judaísmo, o 7 era o número que representava o infinito: “Perdoai 70 X 7, disse Jesus” ao ser questionado. Aos supersticiosos, o 7 é um número cabalístico de sorte. Além disso, um antigo dito popular diz que “7 é conta de mentiroso”…
Talvez seja por esse emotivo que é difícil acreditar que, justo no ano em que tivemos as marcações polêmicas de bola na mão transformadas em mão na bola, a arbitragem do Campeonato Brasileiro tenha sido, aos olhos dos dirigentes do apito da CBF, a melhor dos últimos 7 anos, através das notas avaliadas.
Cá entre nós: crer que dos 380 jogos do Campeonato Brasileiro, pela primeira vez nenhum árbitro tirou nota abaixo de 6.00, é ingenuidade (embora as notas oficiais recebidas justifiquem). Pela primeira vez nos últimos 7 anos, nenhum árbitro levou nota “ruim” e tivemos o melhor percentual de notas “ótimo” nos mesmos 7 anos.
A média geral das notas dadas pelos observadores de árbitros da CBF foi de 8.44, sendo que 98,6% foram consideradas boas, ótimas e excelentes; só 1,4% foram notas consideradas de atuações “aceitáveis”.
Repito: são notas registradas e oficiais. Mas na prática, foram justas?
Nem mesmo o maior entusiasta do apito acreditaria nesse número, tampouco os próprios árbitros.
O problema é que a “maquiagem” dessas avaliações se dá não pela cartolagem, mas por observadores ultrapassados, medrosos ou que não queiram ser taxados de rigorosos e sejam vetados. Esses senhores acabam dando notas pela amizade, pelo comodismo ou até por incompetência do julgamento ou imparcialidade. E que ganham R$ 500,00 só para fazerem isso!
Os dados foram apurados pelos jornalistas Raphael Zarko e Vicente Seda pelo GloboEsporte.com (link da matéria em: http://is.gd/339UhZ). O gráfico está abaixo:

