Começa o ano e por tabela começa o calendário esportivo com a tradicional competição do início de janeiro: a Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Antes, a nobre “Copinha”, como carinhosamente é chamada, agregava os grandes clubes da cidade para celebrar o aniversário da Capital Paulista. Posteriormente, somou-se a eles clubes do Interior do Estado e outros grandes do país, como cariocas, mineiros e gaúchos.
Dizia-se que a Copa SP sempre revelava talentos, como Zico e Falcão. Mas se ela não existisse, tais craques não apareceriam? A mesma Copinha já “revelou” João Fumaça, Sérgio Mota, Chumbinho…
O problema é: a Copinha não revela mais ninguém! Kaká e Neymar foram reservas na Copinha, quando chamados a participar da competição. Aí valem os questionamentos:
– Os treinadores dessas equipes são realmente talhados para tal?
– Jogador-talento no juvenil vira craque no profissional?
– Quem disse que garoto coadjuvante não vira profissional protagonista?
Participei por 9 anos apitando jogos da Copa SP. Antes, ela servia para revelar árbitros e dar oportunidade aos iniciantes. Meu primeiro jogo no torneio foi em 1998 – Santos do Amapá x Desportiva do Espírito Santo no estádio que precedeu a Arena Barueri.
Hoje, a Copa São Paulo serve para colocar em atividade árbitros que foram “esquecidos” durante o ano e para treinar o pessoal da série A1. Revelar talentos também parece ter sido deixado de lado pela Comissão de Arbitragem. No meu tempo, quem apitava a final da Copinha era árbitro da A2 ou A3 e que seria nome certo para ter oportunidade na A1. Boa época da arbitragem paulista…
Enfim: Farah começou o processo de inchaço da competição, diminuindo o nível técnico com fases irrelevantes e times montados para vender atletas. Só que ele era inovador: trouxe o Milan-ITA, o Kashima-JAP… Já Marco Polo Del Nero escancarou de vez: aumentou ainda mais o número de clubes de empresários e inexpressivas equipes. Veja nesse ano: teremos times desconhecidos como o São Mateus Babaçu (Maranhão), o Tarumã (Amazonas), o Guaicurus (Mato Grosso do Sul) ou o Unaí Itapuã (Distrito Federal).
Para mim, a Copinha infelizmente se tornou um catado que não revela mais ninguém. E para você?
Seria tão legal que ela fosse composta de poucos, bons e tradicionais clubes… O nível técnico aumentaria e se tornaria mais atrativa.

