Por trás de um grande homem sempre existe uma grande mulher, certo?
Pois é. Estudo mostra: pessoas casadas são mais felizes do que os solitários (em especial, os casais de meia idade).
Abaixo, extraído da Folha de São Paulo, Caderno Equilíbrio, 21/01/15, pg 01
FELIZES PARA SEMPRE
Menos solitários, casados reportam maior satisfação com a vida; na estressante meia-idade, apoio do cônjuge faz especial diferença
Para quem busca a felicidade, um novo estudo de economia oferece um conselho à moda antiga: case-se.
Cientistas sociais já sabiam havia muito tempo que os casados tendem a ser mais felizes que os solteiros, mas não sabiam se isso ocorre porque o casamento propicia a felicidade ou porque as pessoas mais felizes têm tendência maior a se casar.
Publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas dos EUA, o novo estudo incluiu em seus cálculos os níveis de felicidade das pessoas antes do casamento para atestar o poder do matrimônio de trazer bem-estar, ainda que hoje menos pessoas estejam se casando.
Em uma escala de zero a dez, a pesquisa mostrou que as pessoas casadas reportaram um nível de felicidade maior em todas as faixas etárias.
Os pesquisadores já tinham entrevistado as mesmas pessoas anos antes –trata-se de um estudo de acompanhamento contínuo. Com isso, perceberam que era o casamento mesmo que aumentava a felicidade. Os resultados nada têm a ver com uma propensão anterior à felicidade.
Ao todo, os pesquisadores utilizaram dados de mais de 300 mil entrevistas, feitas em diversos países.
Uma razão disso pode ser o papel exercido pela amizade no casamento. A solidão é um conhecido fator que leva à infelicidade –mais até do que doenças crônicas. O novo estudo mostrou que as pessoas que enxergam seu cônjuge ou parceiro como seu melhor amigo obtêm o dobro de satisfação de vida com o casamento que as outras.
O efeito independe do status legal de casado: ele é igualmente forte no caso de pessoas que vivem juntas sem serem oficialmente casadas.
“Talvez o que seja realmente importante seja a amizade, que ela não seja esquecida no meio da correria e das tensões do cotidiano”, diz Helliwell.
O psiquiatra Luiz Cushnir, idealizador do grupo de psicoterapia sobre gêneros no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, lembra que mesmo quem passa por um divórcio muitas vezes volta a se casar. Ele afirma que, especificamente para os homens, o casamento tem impacto inclusive profissional.
“De alguma forma, o casamento os qualifica. Há estudos que mostram que homens casados ganham mais do que os solteiros.”
MEIA-IDADE
Os estudos mostram que os benefícios da amizade entre cônjuges são sentidos especialmente na meia-idade, quando as pessoas tendem a sentir menos satisfação com a vida, principalmente porque essa é uma fase em que as exigências profissionais e familiares impõem mais estresse.
“Os maiores benefícios são sentidos em ambientes com alto nível de estresse. As pessoas casadas lidam melhor com o estresse da meia-idade que as pessoas solteiras, porque elas compartilham os problemas e a amizade com o cônjuge”, disse Helliwell.
No entanto, a terapeuta de família e casal Flávia Stockler lembra que nem tudo são flores. “A vida em casal não é fácil, há uma porção de frustrações e é preciso renunciar muitas vezes. Nunca vai existir satisfação 100% plena.”
Imagem extraída de: https://omundocoloridodebia.wordpress.com/2013/02/22/familia/