Um assunto espinhoso, e para ele, uma introdução para a discussão: Geisel era luterano. Sarney tinha como orientador espiritual o Pai-de-Santo Bita do Barão (o nome mais famoso do Maranhão, falecido recentemente). Collor, declarado católico, descobriu-se posteriormente que era frequentador de magia negra. Fernando Henrique Cardoso, um ateu declarado (até a época pré-eleitoral). Lula, católico, assim como Jair Bolsonaro.
O que tudo isso quer dizer?
Simples: que nunca se falou tanto de líderes religiosos influenciando o Governo e os presidentes que tivemos como hoje. Mesmo nas diferentes crenças ou descrença que nossos Chefes de Estado tiveram, a fé não foi colocada como alicerce das políticas públicas como está sendo agora, ou privilegiando bancadas.
Aqui, uma constatação: Jair Bolsonaro, que se declara publicamente católico mas frequenta os cultos batistas que sua mulher Michelle vai, tem extrema relação próxima com os evangélicos Silas Malafaia e Edir Macedo (Assembleia de Deus e Universal / TV Record). E (não é uma crítica ou um elogio), sempre que pode, o presidente cita “Deus” em suas palavras.
A aproximação com Israel é outro fato a ser observado, causando um certo desconforto com a comunidade árabe e muçulmanos em geral. Não pela aproximação em si e a questão de mudança prometida de embaixada, mas por um certo distanciamento dos mesmos.
Num Estado Laico (lembrando sempre que isso não significa “Estado Ateu”), deve se governar atendendo a todos os credos religiosos e a quem não confessa fé alguma. Respeitar as manifestações católicas, evangélicas, umbandistas e de outras raízes africanas, judaicas, islâmicas… enfim, a diversidade de profissões de crenças, é importante.
Dito isso: não é preocupante o fanatismo religioso (que nunca foi fervoroso em nosso país e nem questionado por muitos – cada um sempre teve a sua e se respeitava muito bem), ao mesmo tempo que o fanatismo político (inexistiam”quebra-paus” entre pessoas no dia-a-dia e até se falava que brasileiro era alienado em Política) estarem cada vez mais em moda no Brasil?
A paixão que preocupava as pessoas era o futebol. Nos últimos anos, cresceu a paixão por Política e por Religião, trazendo o medo da intolerância entre radicais. Ou alguém viu alguma ação suprapartidária (seria uma utopia) em prol da nação, ou a defesa de eventos ecumênicos (uma necessidade conciliatória) sendo pregadas?
Pensemos nisso.
Para que não paire dúvida: sou católico praticante, defensor do diálogo interreligioso e não me rotulo de Esquerda, Direita ou Centro.
Na foto, Bolsonaro sendo batizado pelo Pastor Everaldo no Rio Jordão (embora o próprio presidente se declare católico).

[…] Um pensamento sobre esse mesmo assunto (estar tirando proveito de religiões para campanha eleitoral, coisa muito feita por senhores ele Esquerda e Direita, em: https://professorrafaelporcari.com/2021/04/27/o-perigoso-encontro-do-fanatismo-politico-com-o-religi… ). […]
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