Índio Ramírez, jogador colombiano do Bahia, foi acusado de praticar racismo contra o flamenguista Gerson. E, por enquanto, fica o protesto do brasileiro ao ato negado do seu adversário.
Que se investigue, se chegue a uma conclusão e que se puna, caso tudo se confirme.
Fui perguntado: e o árbitro nisso tudo?
O árbitro Flavio Rodrigues de Souza não poderia expulsar Ramírez sem ter flagrado o xingamento. Ele também não pode advertir o jogador simplesmente pela reclamação do outro (porque, poderia até – e não estou dizendo que foi neste caso – ter sido uma forma de mentir e prejudicar a outra equipe). O juiz tem que presenciar a ofensa.
E o VAR? Poderia ter ajudado?
Veja que curioso: NÃO neste caso!
O árbitro de vídeo só pode trabalhar com imagens e não sons. Imagine que Flávio fosse à cabine e ouvisse uma fala: ele não poderia, por protocolo, fazer uso do som e tomar a decisão (por incrível que possa parecer), nem tentar leitura labial ou algo parecido. O VAR se refere às imagens, pura e simplesmente, de atos.
Como o racismo é um assunto sério, a atitude do árbitro passa a ser: relatar em súmula que existiu a reclamação mas, como não ouviu a ofensa, não pode tomar as providências por falta de comprovação.
O outro lance discutido do jogo foi a expulsão de Gabigol. Sobre ela, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2020/12/20/a-expulsao-de-gabigol-em-flamengo-x-bahia/.
Lembrando ainda que a proibição de som pelo VAR também foi discutida no episódio de racismo sofrido por Neymar no entrevero com Gonzáles. Recorde aqui: https://professorrafaelporcari.com/2020/09/14/acredite-o-var-nao-poderia-interferir-no-caso-do-racismo-sofrido-por-neymar/.