– Tio Renê se foi. Sobre ele e a sua representatividade de muitos torcedores anônimos:

Você que está lendo essa postagem, provavelmente não conheceu Renê Kesper, meu tio-avô materno, que faleceu na sexta-feira à noite. Mas compartilho essa breve história pela representatividade dela!

“Tio Renê” sempre gostou demais do Paulista FC. Meu pai, muitas vezes, saía do Medeiros e ía até a Agapeama buscá-lo para ir ao Jardim Pacaembu assistir o Galo (me lembro muito bem quando era garoto). Depois adoeceu e já não dava mais para frequentar o estádio, passando muitos anos acamado.

O lazer do final de semana do Tio Renê era ouvir o Galo. Era apaixonado, e quando chegava o dia de jogo, estando em casa ou no hospital, queria colocar a camisa e ouvir o rádio. Tornou esse rito algo obrigatório, que dava forças à ele estando onde estivesse.

Minha prima Rose escrevia sempre dizendo onde ele estava (se no lar ou internado), e quando o narrador Rafael Mainini, durante as transmissões da Difusora, mandava um abraço para o tio Renê, ele festejava com o hospital inteiro. Aliás, quando o Adilson Freddo abria as jornadas esportivas era como “o padre começando a Missa”: a hora do Paulista era sagrada!

O apito final do Tio Renê foi nesse final-de-semana, aos 96 anos (e foi enterrado devidamente uniformizado com o manto tricolor), e escrevo aqui não só por ele, mas para lembrar: quantos “Tios Renês”, anônimos, espalhados pela nossa região, não amam tanto o Paulista FC e no radinho anseiam para escutar o time entrar em campo? 

É a paixão, a diversão, o ânimo e, por quê não, o incentivo para distrair das dores de muita gente…

Não é “só futebol”, amigos. Não se deve deixar o Paulista sucumbir, pois muitos sucumbirão com ele, infelizmente.

luto — Instituto Federal da Paraiba IFPB

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