Confesso que devo ser muito burro e não entendo muitas coisas. Explico:
Antes, algumas autoridades imploravam para as pessoas não saírem. Fechou-se o Comércio repentinamente, sem planejamento e/ou preparação. A preocupação (verdadeira, sejamos justos) com o Novo Coronavírus foi politizada, com extremos dos dois lados: o “fecha tudo” de Dória e o “libera tudo” de Bolsonaro – este, lembremos, não fez esforço nenhum para evitar aglomerações.
Ok, defendo que, quem possa ficar em casa, fique. Se precisar trabalhar e não for Home Office, que faça com cuidado. Prevenção ao máximo! Mas justamente agora, com mais um dia consecutivo acima de 1.000 mortos nas últimas 24 horas, resolve-se relaxar o isolamento?
Peraí: quando é para se pensar em recolhimento total pois os números MOSTRAM e COMPROVAM que o pico está próximo, vai-se incentivar mais gente na rua?
Sinceramente, me parece que todo mundo (me refiro às autoridades Federal, Estaduais e Municipais) estão errados. Quando é para incentivar ficar em casa, não o faz?
A verdade é: “fechou-se antes demais” em alguns estados, como São Paulo, e judiou-se do Comércio, e na outra ponta (a União) fez uma campanha tão grande contra o fechamento que virou apologista da não-prevenção. E, agora, quando até mesmo um lockdown seria necessário (por um prazo curto, deste pico), muita gente não aguenta mais o isolamento, os empreendedores estão desesperados e as mentes de muitas pessoas perturbadas pela negação do perigo demonstradas pelo presidente.
Tá difícil nosso país! Não entendo mais nada.
ACRÉSCIMO: Li e concordo com o jornalista Paulo Mathias, que escreveu em seu twitter:
“Falei ontem: quem gritasse mais, tinha mais chance de sair da quarentena. Não deu outra. Ontem a Grande SP (menos a capital), estava enquadrada na Fase 1 do plano de reabertura. Os prefeitos não gostaram e reclamaram. Hoje pularam pra Fase 2. Repito: não tem ciência. Tem pressão.”

