Outrora caricatos na TV, outrora malvistos pelo julgamento da sociedade (lembram do primeiro nome da AIDS, bem pejorativo?): assim eram os gays perante o mundo. Hoje, em pelo século XXI, tornaram-se a minoria mais barulhenta no Brasil: e por um motivo justo – o desejo de dignidade e respeito.
Ser um LGBTQIA+ não é ser melhor nem pior do que ninguém. Quem tem parente ou amigo nessas condições, sabe o quão a vida dessas pessoas é nas sombras sociais… Uns optam pelo sexo contrário, outros nascem assim. Não cabe a nós discutirmos isso.
Sem apologia ou crítica a ser homossexual ou não, mas falando do Richarlyson, ex-jogador do São Paulo (com passagem pela Seleção Brasileira e outros clubes): todo mundo no meio do futebol sabia que ele não era hetero, mas não se “assumia” por questões óbvias: sofrer preconceito, ser sacado do seu time e aguentar torcedor enchendo o saco (lembremo-nos: no seu próprio clube, a torcida o boicotava). Agora, encorajado e em outros tempos, se revelou bissexual.
Aliás: ter que se “assumir” também não é um termo legal, não? A pessoa “é o que é” e ninguém deveria ter preocupação com a vida alheia.
O problema maior no futebol, quanto ao gênero e a sexualidade, é: ser jogador masculino. Vejam a Marta, a Cristiane e demais atletas do futebol feminino, lésbicas assumidas e que ninguém questiona. Mas vai Neymar, Gabriel Jesus ou outro jogador tão importante (em comparação do esporte feminino ou masculino) se tivesse tal condição sexual? Não teriam as oportunidades que tiveram, apesar do talento, por culpa de preconceito.
Aqui, não precisa ser Bidu. O futebol é machista. O país é machista! Não tem nada em ser “conservador ou liberal”, é de ser respeitoso e cidadão.
Há muita hipocrisia também entre os cartolas. Se prega respeito, mas não se respeita. Clubes colocam bandeirinhas pintadas na época do orgulho gay se dizendo contra o preconceito, mas ficam apenas nisso, sem fazer campanhas efetivas ou educativas para seus torcedores (vejam a homofobia nos estádios).
Enfim: tudo isso seria desncessário, se não existisse o preconceito. Se o cara gosta de homem e/ou de mulher, é problema dele, não meu e nem seu. Tal discussão se tornou cansativa…
No futebol feminino, como citado, não há o preconceito LGBTQIA+ como no masculino, mas outro: o de ser mulher, pura e simplesmente.
Que país vivemos, não?

Imagem extraída de: https://tntsports.com.br/blogs/E-impossivel-nao-existir-um-jogador-gay-no-Brasil-20200629-0029.html
