O departamento jurídico do Palmeiras entregou ontem, quarta-feira, um documento de 100 páginas pedindo a anulação do jogo entre Palmeiras 0x1 Corinthians, na final do Campeonato Paulista, já cansativamente debatido.
O inquérito do Tribunal de Justiça Desportiva arquivou o processo pois não achou provas convincentes. Mediante isso, os advogados palmeirenses acharam por bem protocolar no TJD a impugnação, que é um outro processo, só que vai direto ao presidente da entidade sem passar por comissões / turmas.
É claro que a imagem de um diretor da FPF com um celular na mão na hora da confusão não necessariamente significa que ele interferiu na decisão do árbitro, embora, sejamos honestos, é mais crível por tudo o que aconteceu e da forma que foi, que realmente alguém esperou a opinião do comentarista da Rede Globo para “soprar à arbitragem”.
Algumas coisas são muito importantes para se considerar:
– Se existisse o VAR, ele não poderia chamar o árbitro pois é um lance interpretativo. As orientações permitidas ao VAR são pontuais e não se referem a lances de interpretação. Porém, o árbitro poderia solicitar a repetição da imagem no monitor à beira do gramado, caso estivesse em dúvida, a fim de dirimi-las.
– O quarto árbitro se contradisse várias vezes em seu depoimento, mas isso não foi levado em conta. Como diria o “Zé Boca de Bagre”, amigo do estimado professor Reinaldo Basile, “se apertar ele entrega”. Assim, imagine se alguém do quarteto (no caso, Adriano de Assis Miranda, cujo depoimento foi o mais confuso) resolvesse hipoteticamente dizer que realmente alguém contou o que a imagem de TV mostrou?
– Dionísio R Domingos, o diretor de arbitragem, disse achar que o Márcio Verri Brandão era um segurança. Ora, ele é ex-bandeira da CBF e da FPF, ajuda o próprio Dionísio trabalhando na Escola de Árbitros e como observador. Aliás, por ser um “rosto marcante” – seu porte físico é magro e alto – dificilmente seria confundido. Aliás, por quê o Dionísio, o Márcio, além do representante Agnaldo Vieira, estavam todos no gramado? No depoimento, disse-se que também o José Henrique de Carvalho estava nas dependências do estádio. Dirigente do apito tem que estar na arquibancada, não no vestiário e muito menos no campo de jogo – e ainda mais nessa quantidade!
Claro que o máximo que acontecerá é a “geladeira” ou multa para um ou outro. É claro também que o Palmeiras não anulará o jogo pela obviedade da indisposição das entidades envolvidas. E mais claro ainda que os corintianos se alegram e criam memes a cada manchete dessa.
Resta ao presidente Galiotte afirmar que não é o título do “Paulistinha” (como ele mesmo ironizou) que ele quer, mas uma cruzada moral pela legalidade dos procedimentos na arbitragem de futebol.
Para ser correto, o presidente do Palmeiras deveria citar a cada queixa dos erros também a favor do seu time, e os contrários a outros adversários, numa luta pela melhora do nível dos árbitros – mas principalmente dos dirigentes da arbitragem!








