Quer dizer que por 10 anos, o INSS dos árbitros do Rio de Janeiro não foi recolhido aos cofres públicos?
Segundo a Receita Federal, o montante gira em 350 mil reais, e a culpa, segundo denúncias aceitas pelo Ministério Público Federal pelos árbitros e bandeiras cariocas, é de Jorge Rabello, que comandava a Cooperativa de Árbitros e ao mesmo tempo a Comissão de Árbitros da FERJ (como ocorreu por muitos anos em SP, numa clara incompatibilidade de cargos). E com duas taxas aos cartolas do apito: 5% ao Sindicato e 5% à Cooperativa.
Se tudo for comprovado, responda: o cidadão que dá um calote no imposto da aposentadoria dos seus comandados é digno de permanecer no cargo?
Abaixo, extraído de ESPN.com, em:
http://espn.uol.com.br/post/584290_por-calote-no-inss-arbitros-denunciam-chefes-no-rio
POR CALOTE NO INSS, ÁRBITROS DENUNCIAM CHEFES NO RIO
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro recebeu denúncias de árbitros e assistentes contra a Coopaferj (Cooperativa dos Árbitros de Futebol do Rio de Janeiro) e contra a Ferj (Federação de Futebol do Rio).
Eles acusam o presidente da Comissão de Árbitros, Jorge Rabello, de não depositar durante quase dez anos o INSS que é recolhido dos profissionais em dias de jogos. Segundo os denunciantes, somente em 2011, a dívida somava R$ 350 mil.
As denúncias foram recebidas em abril do ano passado e encaminhadas à Receita Federal para dar continuidade às investigações.
A notícia da existência do inquérito provocou uma ríspida discussão entre o presidente da Ferj, Rubens Lopes, e Rabello.
Na denúncia registrada no MPF, a Ferj é citada como participante, de forma direta ou indireta, da suspeita de irregularidade. De acordo com o código penal, recolher e não repassar contribuição previdenciária é crime de apropriação indébita. Quem pratica pode ser condenado de dois a quatro anos de reclusão e multa.
Rabello acumula três cargos na arbitragem carioca: é presidente do Saperj (Sindicato dos Árbitros), vice-presidente da Cooperativa e presidente da Comissão de Árbitros.
A presidência da Coopaferj é ocupada por Messias José Pereira, que também é citado pelos denunciantes.
COMO SÃO OS DESCONTOS
Cada árbitro que atua no campeonato carioca recebe R$ 2,1 mil (jogos entre times pequenos contra grandes) e R$ 3,1 mil (grandes contra grandes).
Estes valores são brutos. Do montante, são descontados: 11% de INSS, 5% (Sindicato) e 5% (Cooperativa). Um total de 21% de taxas, fora o Imposto de Renda.
Além disso, anualmente, tanto a Cooperativa quanto o Sindicato cobra de cada profissional uma anuidade de R$ 200,00. Um gasto de R$ 400,00 por árbitro e assistente, seja dos quadros profissionais ou dos que atuam nas divisões amadoras.
Segundo a denúncia, atualmente há cerca de 350 pessoas registradas pelo Sindicato.
Outro lado
Procurada, a Ferj respondeu ao blog da seguinte forma:
– A Ferj tem ciência da denúncia?
Tomamos através de informação passada pela diretoria da Cooperativa.
- Quais são as providências a serem tomadas?
A Ferj não tem ingerência sobre os débitos da Cooperativa.
– A Ferj teme ser responsabilizada no curso do inquérito?
Não. Mas após tomarmos ciência do débito, o nosso corpo jurídico está avaliando se há qualquer risco de corresponsabilidade.
Jorge Rabello, por sua vez, disse que não está apto a falar sobre o caso. Ele sugeriu que o blog ligasse para o presidente da Coopaferj.
“Sou presidente da Comissão da Arbitragem e do Sindicato de Árbitros. A Coopaferj tem presidente e ele é que tem que esclarecer suas perguntas“, afirmou.
O blog segue procurando o presidente da Coopaferj.

