Se você ler ou ouvir alguém taxar o termo “fracasso” do Red Bull Bragantino, desconfie. Você pode avaliar da forma que for, mas “não permitir a discussão” ou “dar a entender o contrário” somente para caçar cliques, é bobagem de quem não entende nada.
Primeiramente, um projeto empresarial envolve muita coisa: marketing, dinheiro, retorno de imagem, solidificação de uma marca, entre outros.
A Parmalat, por exemplo, conseguiu o que queria quando entrou no mercado brasileiro co-gerindo o Palmeiras: divulgar sua marca (por incrível que pareça, a palavra Parmalat era lembrada no país como sinônimo de “óleo lubrificante”, em pesquisa da própria empresa, pois não vendia produtos lácteos no Brasil e patrocinava a Fórmula 1 – em especial, Nelson Piquet). Ganhar títulos foi consequência da união entre os parceiros.
A própria Parmalat ganhou mercado com sua subsidiária Etti, concorrendo (e vencendo) a Cica, líder no seu segmento, fazendo maciça divulgação ao se tornar gestora do Paulista FC (criando o Etti Jundiaí). O projeto de marketing foi um sucesso, além de alavancar o time (que não foi para a série A do Brasileirão, nem venceu a Libertadores, mas ressuscitou o clube e serviu ao que a empresa queria).
Diante dos objetivos empresariais, por quê o projeto Red Bull Bragantino, segundo alguns, é um fracasso? Para ter o nome da empresa falado e divulgado à exaustão nos grandes meios de imprensa, quanto gastaria? Ficou mais barato (e inteligente) adquirir um time. A marca só solidificou-se no mercado que está inserida.
Pessoas fora do mundo do marketing (do torcedor comum ao “jornalista” que torce contra), questionarão: e os títulos?
Mas quem disse que o objetivo de um projeto empresarial é o título? Reforço: valorização da imagem, busca de mercado, lucro e até mesmo, se for o caso, título!
Tanto Manchester City quanto PSG não venceram a Liga dos Campões. Guardiola fracassou? Os mecenas endinheirados são fracassados?
O Bragantino corria risco de cair para a série C do Brasileirão. Subiu. Solidificou-se no ano seguinte na Série A. Em seguida foi vice-campeão da Copa Sul-americana. Neste ano disputou a Libertadores da América.
Fracasso?
Pois, é, caro jornalista que está escrevendo de longe… fracasso é quando você não atinge o objetivo desejado. E você sabe qual é ele?
Eu estou morando em Bragança Paulista. Vejo e converso com as pessoas do futebol daqui, e apesar da frustração de não se classificar para a outra fase (e ficar de fora da Sul-americana), o orgulho ao time continua. Não tem gente xingando, não tem gritos de “Fora, Thiago Scuro”, não tem essa de “time do energético ou time da linguiça”. Tem gente orgulhosa, pois o que tem sido feito, em pouco tempo, é muito bom.
Antes que um “lindão” qualquer possa reclamar achando que a postagem é para ele, me refiro ao jornalista Menon, cujo título de sua coluna foi mais torcedor do que profissional.
Aliás, sobre projeto de marketing, fan fest e outras coisas, a fim de conhecimento, escrevi aqui: https://professorrafaelporcari.com/2022/05/14/isso-e-marketing-red-bull-bragantino-na-expoagro-e-outras-acoes/
Sobre o público presente, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2022/05/18/os-numeros-de-torcedores-nunca-devem-ser-analisados-friamente/
Por fim, algo que não se comenta, mas é fundamental: o número de torcedores jovens (de crianças a adolescentes, meninos e meninas) que vão ao estádio, e a simpatia desse futuro público consumidor-torcedor (pois no futebol-business, é assim que deve se tratar o cliente) ao time de futebol e aos produtos que a empresa vende. Essa é a maior conquista.
Lembra que falamos de objetivos?
Excelente texto! Esse Menon é um boçal.
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