Cada vez mais os grandes clubes direcionam os seus investimentos para as categorias de base, e nelas encontram as receitas futuras para a manutenção do futebol profissional.
Repararam no termo: RECEITAS, e não “pé-de-obra”!
A verdade é que os jovens talentos dos clubes são produtos para a exportação, e do dinheiro que eles rendem se mantém os pagamentos de salários aos “adultos”, abrindo mão deles até mesmo de jogar no time de cima. Vejam quantos garotos o Fluminense vende para o Exterior, muitos sendo desconhecidos para boa parte da torcida. Ou quantas partidas profissionais David Neres, Oscar ou Anthony fizeram pelo São Paulo? Diga-se o mesmo de Vinícius Jr no Flamengo. Talvez, por necessidade de elenco e dificuldades financeiras, somente o Santos FC consegue maturar um pouco mais os garotos no profissional.
Se por um lado é interessante o clube ser uma “fábrica de garotos”, fica uma perturbação: o departamento profissional não deveria sobreviver das receitas do próprio futebol profissional?
Teremos, num futuro não tão distante, uma grande quantidade de clubes formadores especializados em categorias de base, sem a categoria profissional, a fim de “fabricar atletas” (o que é algo normal). O “anormal” será o time grande tradicional tornar-se esse modelo, abrindo mão dos meninos formados para o elenco de cima, apequenando-se na disputa de títulos.
Talvez, por ter muito dinheiro em caixa, o Palmeiras tem gerenciado melhor essa situação, com exemplos recentes: Gabriel Jesus, Patrick de Paula, Gabriel Menino e outros atletas que vieram da base, conseguindo valorização e não necessitando vendê-los a curto prazo.