Há 20 anos, o puxão na camisa sofrido por Gustavo Henrique (CRF) poderia ser marcado pênalti.
Há 10 anos, esse mesmo puxão seria muitíssimo discutido e provavelmente não marcado.
Há quase 1 ano, tal lance não é mais infração (com clareza da Regra do Jogo).
Explico: antigamente, “agarrar a camisa do adversário indistintamente” era infração. E para que isso ficasse claro, normalmente o atleta que tinha sua camisa agarrada parava imediatamente de correr e pedia falta. Posteriormente, os árbitros foram orientados a darem vantagem quando observassem uma camisa puxada e, caso ela não se concretizasse, marcassem a falta atrasada.
HOJE (temporada 2020 / 2021), a Regra do Jogo foi aperfeiçoada e a orientação mais explícita (e muito melhor, no meu entendimento, indo de encontro com o espírito das Leis): puxar uma camisa por si só não é infração. Deve-se ver o impacto de tal puxão na jogada em si, ou seja: atrapalhou a continuidade do lance do adversário?
Trocando em miúdos: só se deve marcar a falta se o puxão impedir que o oponente realmente possa prosseguir na jogada ou se ele foi atrapalhado significativamente na disputa de bola. A malandragem do boleiro de, se perceber que teve a camisa agarrada e pedir a falta, não vale mais. Aliás, se existir dúvida quanto a isso, é só assistir o Webnar de Leonardo Gaciba, chefe dos juízes da CBF, do ano passado, mostrando lances idênticos.
Reveja o lance e imagine: Ligger (RBB), ao segurar a camisa do flamenguista, impactou relevantemente para que ele não pudesse fazer a jogada como desejava?
Se sim, é pênalti. Se não, segue o lance.
Wilton Sampaio, o árbitro, entendeu que não foi nada. Elmo Resende da Cunha, o VAR, entendeu que sim. E como faltou personalidade (ou entendimento da Regra e uma correta interpretação), o juizão voltou atrás e marcou tirou penal.
Não vale rever o lance com a imagem parada ou em câmera lenta. É essa a situação em que a fiel dinâmica do jogo deve ser vista para não deturpar a decisão do árbitro.
O que se pode lamentar é: NUNCA um lance desse seria marcado em competições de alto nível no Exterior (além de outros grandes equívocos do mal uso do VAR no Brasil).
Eu gosto mais do objetivo, puxar a camisa deveria ser marcada falta, pois não há necessidade, então seria algo indiscutível, fraco ou forte seria marcado, agora assim, é subjetivo e varia d juiz pr juiz
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Não adianta vir explicar em rede social pra torcedor. Tem que chamar o árbitro ensina-lo e dar uma multa pesada.
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Mas ele lê. Costumeiramente está na nossa audiência (modestamente falando).
Concordo contigo: erros como esse são capitais.
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