Fernando Diniz e Rogério Ceni tem semelhanças e diferenças curiosas quanto às suas carreiras tão contestadas. Vale uma rápida abordagem:
O primeiro é treinador há muito mais tempo: tem 12 anos de carreira, e há 3 anos mudou de patamar, ao começar a trabalhar na série A do Brasileirão. Nos anos anteriores, a passagem de Diniz foi em clubes emergentes de São Paulo (lembre-se: no pós-momento Zetti / Mancini no Paulista de Jundiaí – anos dourados do time – Fernando Diniz assumiu o Galo da Japi e conquistou a Copa Paulista, o “Paulistão de 2º semestre sem os grandes”, além de trabalhos vitoriosos anteriores no Votoraty e Atlético Sorocaba, depois o vice-campeonato paulista no Audax – que estavam em seu melhor momento na época dele como treinador). Nos clubes menores, “permitia-se errar”, pois trabalhou em equipes que eram bem superiores aos seus adversários (diferente do São Paulo, pois o nível do Campeonato Brasileiro é bem mais equilibrado). O mesmo esquema criticado que supostamente foi responsável pela eliminação do Tricolor Paulista frente ao Mirassol, o levou à liderança do Brasileirão com 7 pontos de vantagem! E, agora, sucumbiu de vez…
O segundo é treinador em formação e tem muito mais vivência com conquistas e competições internacionais. Viajou o mundo como goleiro, aceitou o desafio de ser treinador do São Paulo sem nunca ter sido em outro momento da sua carreira. Ceni é um novato na função, não há o que contestar sobre isso. Foi bem no Fortaleza nas suas duas passagens, ruim no Cruzeiro e oscilante no Flamengo. Aliás, há duas semanas, de “pré-demitido” voltou a ser o “mestre, bola da vez”. Coisas do futebol brasileiro…
Enfim:
- Fernando Diniz tem experiência como treinador, embora esteja aprendendo a sê-lo em time grande.
- Rogério Ceni tem experiência em time grande, embora esteja aprendendo o ofício de treinador.
O que os une é: a impaciência por resultados da cultura do futebol brasileiro, além do não aceite da instabilidade de trabalhos. Ou ganha-se sempre, ou o destino é certo: demissão. Isso é Brasil.