Da série, “fazer uma limonada quando se tem somente limões“. A imagem abaixo é perfeita:
Da série, “fazer uma limonada quando se tem somente limões“. A imagem abaixo é perfeita:
Crianças devem desde cedo aprenderem a ser politicamente corretas? Abaixo, uma matéria onde educadores condenam o “atirei o pau no gato” por ser violento”, entre outras cantigas e estórinhas.
Extraído de: http://txt.jt.com.br/editorias/2010/03/15/ger-1.94.4.20100315.20.1.xml
ATÉ O LOBO MAU FICOU CERTINHO
Escolas tentam atenuar histórias infantis com final trágico; especialistas criticam.
por Monica Pestana
Os colégios Magno e Mágico de Oz são outro exemplo. Segundo a diretora das duas unidades, Cláudia Tricate, a canção infantil pode ser usada ora como música simplesmente ou como um momento de reflexão, em que a letra pode ser discutida. “Mostramos várias versões da mesma história. A idade precisa ser avaliada e ponderada na hora de escolha”, explica.
Entre os pais, a questão de se mostrar histórias com final trágico ou que não se encaixam aos padrões atuais de proteção aos animais ou de direitos humanos, por exemplo, divide opiniões. “Tenho a impressão de que eles ficam meio perdidos, escutam o que a mídia fala e o que a escola fala, mas não sabem ao certo o que fazer”, diz Brenman, que, em suas palestras costuma perguntar a professores se eles matavam formigas ou queimavam bichinhos quando eram pequenos. “Hoje, se uma criança mata uma formiga, vai para o psicólogo.”
Mãe de um menino de 3 anos, a fisioterapeuta Carla Oseliero Trevizoli, de 37, acha a preocupação das escolas um tanto exagerada. “Os desenhos me preocupam mais, me parecem mais violentos. Em relação às cantigas, acho que meu filho nem presta atenção e nem fica pensando em atirar o pau no gato.”
Já a terapeuta ocupacional Débora Gleides Craveiro Crajonas, de 47 anos, mãe de duas meninas, de 7 e 15 anos, e um menino de 4, procura oferecer opções mais lights para as crianças. “Já há tanta violência no mundo que eu acho melhor não reforçá-las.”
O mundo é cor de rosa?
A contadora de histórias Kiara Terra, de 31 anos, questiona a ideia de que a criança tem de ficar em um mundo protegido e higienizado, como escolas construídas de forma a preservá-la de tombos e que, portanto, a impede de saber lidar com uma queda, por exemplo. “Como qualquer ser humano, as crianças estão em contato com a realidade, com conflitos e cheias de perguntas difíceis.”
O caráter simbólico das canções e das histórias, segundo Kiara, pode estar sendo esquecido. “É uma visão da funcionalidade, muito científica para algo simbólico, não se trata de uma questão de laboratório”, diz.
A maior parte dos brasileiros tem fé. Alguns frequentam Igrejas; uns se fanatizam, outros vivem a fé de maneira madura e outros ainda a vivem de maneira volátil. Muitos, hoje, declaram que “crêem, mas do seu jeito“.
Os termos “católico não praticante“, “crente participante de várias denominações” ou “religioso com um lado independente de igreja” estão na moda. Na verdade é um fenômeno onde se “acredita em algo sem frequentar ou conhecer uma fé“. Se preferir: “ter certeza de algo sem uma catequese, do seu jeito particular.“
O que você pensa sobre “Crer sem participar“, quando se fala de Igrejas versus Fé Pessoal? Para mim, há a necessidade de uma direção espiritual, um templo, um sacerdote para organizar, orientar e otimizar a vivência religiosa, conciliando prática e fé.
Não é algo meio bagunçado “não ter um norte a seguir“?
Compartilho um curioso tema sobre isso, da Folha de São Paulo da última 3a feira, página 2:
UBER DAS IGREJAS
por Hélio Schwartsman
O fenômeno uber chegou também às igrejas. Pesquisa Datafolha divulgada no domingo mostrou que em apenas seis anos mais do que dobrou a fatia dos brasileiros que afirmam não ter uma religião. Eles passaram de 6% em 2010 para 14% na sondagem deste ano.
“Sem religião” é uma categoria capciosa. Ela abarca, além dos óbvios ateus e agnósticos, pessoas que, por diversas razões, não se sentem mais ligadas a nenhuma denominação religiosa, mas não perderam sua fé num Deus pessoal ou mesmo numa “força maior”. Gente que está trocando de igreja também costuma declarar-se sem religião numa fase imediatamente anterior àquela em que abraça o novo credo. A categoria inclui ainda fieis compulsivos, que frequentam tantas igrejas que já nem sabem dizer a qual pertencem.
Eu vejo esse uber eclesial com certa simpatia. Em primeiro lugar, ele indica que há forte liberdade religiosa no país, não apenas no plano jurídico-institucional mas também no das pressões sociais, que são muitas vezes mais severas que as leis. Hoje, já não há estigma importante associado àqueles que mudam de religião ou a abandonam por completo.
Esse troca-troca pode ser um indicativo de que pelo menos parte dos brasileiros está vivendo o seu “believing without belonging” (crer sem pertencer), expressão cunhada pela socióloga Grace Davie para referir-se ao fenômeno que, na Europa Ocidental, acabou resultando no esvaziamento das igrejas com manutenção de algumas das crenças religiosas.
Não é que eu considere o esvaziamento das igrejas um fim em si mesmo. Mas, se ele surge como consequência de um ambiente no qual as pessoas têm mais liberdade para decidir de forma autônoma como viverão suas vidas, não vejo como não aplaudi-lo. A religião é como a poesia, o sexo ou o rock. Pode ser uma fonte perfeitamente legítima de prazer para os apreciadores, mas não deve ser imposta a ninguém.
#FotografiaÉnossoHobby – E essa imagem do sábado cedo colabora com nosso prazer!
Abaixo, das 07h00: