É assustador: leio em algumas publicações que a crise econômica leva pessoas a entrarem em depressão. Ao mesmo tempo, empresários, executivos e outros empreendedores que, ao quebrarem financeiramente, levam seus problemas econômicos corporativos às dificuldades pessoais e, somado tudo isso, entram em “parafuso”.
Um desses exemplos é o do administrador de empresas que se suicidou no ano passado, notícia amplamente divulgada pelos meios de comunicação na época. Sem emprego e mergulhado em problemas, ele se despediu dos parentes e amigos dizendo que iria viajar. Não foi. Se hospedou em um hotel paulistano, tomou uma dose violenta de calmantes e outros remédios, colocou um saco na cabeça e se auto-algemou.
Triste. Retrato de um mundo competitivo que não permite o fracasso e é impiedoso com os trabalhadores que tem pouco dinheiro, sobrecarregados pelos impostos, por um Governo corrupto, por uma sociedade materialista e, em muitos casos, da falta de apoio familiar e talvez de uma certa debilidade espiritual.
Recordo-me de, dias atrás, ter lido um testemunho do Padre Marcelo Rossi, que vítima de uma crise depressiva, emagreceu violentamente. O sacerdote disse que, contra ela, além dos medicamentos, se apegava a esta passagem bíblica em Eclesiásticos, cap. 30, vers. 22 e 24:
“Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e se firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti”.
Independente da religião, é inegável que são palavras bonitas e que nos remetem à busca da felicidade, tentando afastar da nossa mente os pensamentos que nos machucam, dos medos de uma sociedade monetariamente dependente e de um consumismo / materialismo desenfreado. Claro, lembrando que, se “a conta não fechar no final do mês”, o processo de desespero aumenta. Nestes momentos, é imprescindível respirar fundo, olhar para a família e crer em algo/ alguém que dê motivos para a vida valer a pena!