– O que se perde em não disputar o Sub 20? O que vale é Sub 17 e Sub 15.

O mercado do futebol se movimenta bastante e está em transformações. Antes, jovens talentos (e entenda esse termo para até 23 anos) saíam dos clubes do Interior, após se destacarem no Aspirante e no Profissional, e íam para os clubes grandes de SP. Posteriormente, a idade foi caindo, e um jogador que não tivesse estourado até essa idade, já era “velho”. Mais recentemente, jovens talentos (e aqui, dessa vez, entenda-se no limite de 20 anos aproximadamente) precisavam aparecer o quanto antes no profissional, pois ainda tinha a marca de “promessa”. Vendê-lo rapidamente significava correr menos risco de perder dinheiro (pois se não “vingasse como craque”, o patrimônio diminuiria de valor).

Hoje, tudo mudou. Garotos de no máximo 17 anos são as pérolas para os grandes clubes – especialmente os estrangeiros! Eles vêm buscar o garoto no “berço”, para educá-los nos sistemas táticos e filosofia de trabalho da Europa. Passou dessa idade, dificilmente desperta interesse (a não ser que seja bem acima da média, craque propriamente dito).

A verdade é: as categorias Sub 15 e Sub 17 passaram a ser as mais rentáveis, pois jovens promissores (não necessariamente craques) podem render muito dinheiro lá pra frente. Os garotos Sub 20 servem apenas para compor elenco dos times brasileiros (repito: a não ser que sejam craques que despontem e tenham um contrato bem amarradoVide Vitor Roque, do Athletico).

O Paulista não disputará essa categoria, e penso que o prejuízo será o de perder garotos para a formação do time Sub 23, caso exista a necessidade. O “filet mignon” (Sub 15 e Sub 17) é o que importa (embora, essas categorias tenham sido terceirizadas e não se saiba o que acontece se um garoto for vendido: o dinheiro vai integralmente para o terceiro, vai um percentual de quanto ao Paulista ou em que base de acordo se negociou).

Já havíamos adiantado que o Metropolitano estava em negociação com o Galo, e que Vinícius Pontes havia um acordo verbal do Sub 20 para 2023 e com a possível gestão do Profissional para 2024. E como clube-empresa, passou o final de semana estudando números, sentindo o ambiente e conhecendo melhor a realidade do Paulista. Na 2ª feira seguinte, desistiu do negócio (aliás, ele não desmentiu nossas informações, nem soltou nota, e agiu como uma empresa comprometida com ESG e Compliance faz: tomou decisões racionais e não mentiu).

Se eu sou dono de um clube de futebol, como Vinícius é, focaria como ele no Sub 15 e Sub 17. E eis o motivo de não ter Sub 20 do Metropolitano: não há interesse! Custo mais alto para retorno menor. E como ele tem excelência nessas categorias, está estrategicamente focado no correto.

Em tempo: há um estudo para que se aumente as categorias e suas competições, com Sub 12, Sub14, Sub 16 e até Sub 18 sendo incluídas na programação da FPF futuramente. Afinal, 1 ano de idade pode dar muita diferença em campo (e no valor da venda do atleta também). Alguns clubes estão treinando desde a categoria Sub 8 (O Red Bull Bragantino criou essas categorias tanto para o futebol masucilno quanto o feminino, visando os novos torneios e a criação de atletas a custo mais baixo).

A tendência, portanto, é essa: jovens! E quanto mais novos, melhor.

Uma pena que o Paulista não dispute o Sub 20 por falta de recursos. Mas não é o fim do mundo, pois o dinheiro mais alto vem do Sub 15 e Sub 17 (e aí vem a questão de ser dono da própria base e não precisar terceirizar – isso acontece pois não se tem dinheiro).

Justiça condena quadrilha por manipulação de resultados no futebol - 10/11/2022 - UOL Notícias

Imagem: Getty Images

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.