Se tem um assunto que já “torrou a paciência”, é a história da urna eletrônica e fraudes.
Curto e grosso:
- Se o presidente Jair Bolsonaro insiste tanto que ocorreram fraudes, PROVE, e não fique nas teorias conspiratórias e “diz-que-me-disses”.
- Se a Justiça Eleitoral quer evitar essa “enchição de saco”, permita logo um comprovante da Urna Eletrônica, a fim de evitar novas teorias conspiratórias e provar que a urna é segura.
Esse assunto já deu.
BOLSONARO PROMETE “BOMBA”, MAS NÃO MOSTRA
O presidente Jair Bolsonaro prometeu soltar uma bomba contra a lisura do processo eleitoral em uma live transmitida na noite desta quinta-feira, 29.
O que se viu, no entanto, foi um arrazoado de vídeos de teoria da conspiração no Youtube, vídeos de eleitores idosos com problemas no dia da votação e reportagens de televisão que registraram algumas falhas ao longo dos pleitos.
O conjunto de vídeos apresentado hoje pelo presidente e por um auxiliar palaciano como “fortes indícios” contra a urna eletrônica circularam amplamente nas redes sociais em 2018. A maior parte dos vídeos apresentados foi desmentida à época em que foram ventiladas.
Em uma das próprias reportagens mostradas pelo presidente em tom de denúncia, o jornalista da rede Record em Caxias no Maranhão diz que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar suspeitas de irregularidades no processo eleitoral local. Ao que tudo indica, ninguém no Palácio do Planalto se deu o trabalho de ver que fim levou o inquérito da PF.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade ainda para proferir seus já contumazes ataques ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e também fazer suas seguidas ameaças à democracia brasileira.
Num dos momentos mais infames da live desta quinta, Bolsonaro deu play em um vídeo de um suposto programador que “simulou” em um programa de computador o “sistema da urna”, que ele chama de “código-fonte da urna”.
O rapaz faz uma série de demonstrações de supostas provas de fraude, mas não explica como ele “criou” esse “protótipo” e nem como como ele “produziu” a fraude.
“Nós não temos provas de fraude, mas indícios de que nas eleições pode ocorrer a mesma coisa (do que no vídeo)”, disse Bolsonaro. “Eu não tenho prova de que a urna é fraudada, mas também não tenho prova de que ela não é”, completou.
