Minha geração viu a ditadura cair e o povo sofrido comemorar. Viu Maluf versus Andreazza na Eleição Indireta e enfim Tancredo posteriormente dando ar de esperança!
Minha geração acreditou num cara jovem e ao mesmo tempo um grande ator: Collor, o falso caçador de marajás.
Minha geração viu o primeiro impeachment do Brasil, liderado por Luís Inácio, um sindicalista que dizia não aceitar a corrupção.
Minha geração viu Itamar Franco ressuscitar a produção do fusquinha e se envolver no que era chamado escândalo na época: o presidente do “topete” namorar uma mocinha que curtia o Carnaval sem calcinha (e hoje existe tanta coisa por aí, que isso seria irrelevante).
Minha geração viu o preço dos produtos ser um valor X na manhã, Y à tarde e Z no dia seguinte. Ela tinha sido outrora iludida como “fiscal do Sarney” no congelamento de preços, engoliu o sequestro da poupança por parte da Zélia Cardoso e teve que ter esperança na URV do FHC, que um dia sentou na cadeira da prefeitura paulistana, afirmou ser ateu e que tinha fumado maconha – tudo isso em entrevista na Playboy e perdendo a Eleição para o Jânio por conta disso.
Minha geração vibrou com o frango a R$ 1,00, comemorou a horrorosa Seleção de 94 quebrar o jejum de títulos na Copa do Mundo e se encantava com a mocinha Maitê Proença contracenar com Lima Duarte, o Sassá Mutema. Não dava para fazer même dessas coisas, pois o Orkut (que nasceu e morreu) não existia, o Teletrin, sucessor do BIP, só aceitava texto e o embrião do telemóvel iria nascer com a Telesp Celular nesse período.
Minha geração por muito tempo só tinha a viva lembrança de um único Papa – que ousava em ser polonês (um não europeu ocidental), e que nunca pensou em ter um representante no Vaticano que veio do “fim do mundo”, como o argentino cardeal Bergoglio dissera.
Minha geração viu o tumultuador Lula surgir e depois virar “paz e amor” de maneira demagógica para vencer as Eleições. E SEMPRE desconfiou dele pelo passado complicado.
Assim, se você não nasceu “na década de 70 para trás”, não tem familiaridade e nem viveu essas lembranças, como você vai querer polarizar uma discussão sobre política? Como dizer que Messi jogou mais bola do que Maradona (pior – duvidar de Pelé!)? De que forma querer me catequizar a respeito do que é “democracia” e mundo moderno?
Respeito todas as pessoas mais jovens e que não são dessa época. Mas é difícil entender que esses moços e moças querem ser donos da verdade, defendem cegamente a honestidade de Lula & Cia e pior: se acham “acima do bem e do mal”! Não viveram nada, não tem experiência de vida e ainda são fantochezinhos na mão de políticos – dos “bolsomitos, dos coxinhas e dos mortadelas (aí você identificou alguns termos do seu dia-a-dia).
Pobres de espírito… não sabem nada, inocentes! E são enganados com alegria, gostam de causar na Web e, apesar dos pesares, ainda vão querer dizer que no tempo da Dilma a “poupança Bamerindus continuava numa boa”!
São ainda pessoas a amadurecer, mas que não ouse discutir com elas (elas – essas pessoas, os radicais). Jovens estudados se encaixam no rol de pessoas que vale a pena debater, além daqueles que têm uma vida suada e já estão no tempo da aposentadoria (e se recusam a aceitar o discurso de Temer sobre a Reforma da Previdência, defendida por aqueles que não largam o isso dos vencimentos acumulados desde o tempo do INPS).
Como é duro falar de política nesse país com respeito ao voto alheio!

