O Projeto é ambicioso: o Chile quer tornar universal o acesso às universidades, sem qualquer custo aos alunos.
Conseguirá?
Extraído de: http://bit.ly/1JHVRdX
CHILE PASSA A OFERTAR ENSINO SUPERIOR GRATIS
O Chile começa a pôr em marcha em 2016 a gratuidade no ensino superior, promessa da presidente Michelle Bachelet e uma das principais demandas dos protestos estudantis que há cinco anos convulsionaram o país.
Mas a novidade tem recebido uma chuva de críticas, a começar pela pressa com que foi implantada. A sanção presidencial ocorreu na véspera de Natal, poucos dias antes da matrícula deste ano letivo.
“A gratuidade não pode ser feita de qualquer maneira”, disse à Folha o deputado Gabriel Boric, um dos líderes dos protestos de 2011.
“Devemos primeiro fortalecer as universidades estatais e estabelecer compromissos para que as demais [instituições privadas, que recebem recursos públicos] não tenham fins lucrativos.”
Sem conseguir aprovar uma reforma completa do ensino superior, que mudaria também a forma de ingresso, a formação de professores e o financiamento das universidades públicas, o governo de Bachelet previu a gratuidade no Orçamento de 2016.
Mas não criou um marco legal para levar a proposta adiante nos anos seguintes.
Ficaram de fora, ainda, os alunos de instituições de ensino técnico superior. Em 2016, só 30 universidades poderão oferecer o benefício, restrito aos alunos de famílias que fazem parte dos 5% mais pobres do país.
“Está mal desenhado. Muitos estudantes de baixa renda que cursam o ensino técnico foram excluídos do benefício”, diz Harald Beyer, diretor do Centro de Estudos Públicos e ex-ministro da educação do governo de Sebastián Piñera (2010-14).
“O tratamento diferenciado frustra muitas famílias”.
UNIVERSALIZAÇÃO
O governo de Bachelet diz que quer começar pelas melhores escolas e com os mais vulneráveis. A meta, porém, é universalizar a gratuidade no ensino superior em 2020.

