Um trecho interessante do livro das memórias do Papa Emérito Bento XVI (Conversas Finais, que pode ser lido numa simples busca pelo Google) traz uma impressão curiosa do Pontífice durante o conclave, no qual Ratzinger diz sobre o novo Papa:
“Ele (Francisco) não quis usar a murça. Isso não me tocou (…); mas o modo como rezou por mim, o momento de silêncio, depois o carinho com que cumprimentou as pessoas… tudo isso permitiu que a faísca se acendesse imediatamente. Claro que eu o conhecia, mas não pensava nele. Nesse sentido, foi uma grande surpresa. Nunca pensei que Bergoglio estivesse no grupo mais restrito dos candidatos. E quando ouvi o sue nome, fiquei inseguro; mas quando vi como falava com Deus e com as pessoas, fiquei satisfeito e feliz“.
Além dessa impressão deixada sobre como via Francisco, fez um mea culpa falando da sua fraqueza:
“Talvez (a minha fraqueza) tenha sido uma falta de talento para uma condução clara, objetiva e de decisões como se convém. Sou realmente mais professoral e que se preocupa com as questões intelectuais. O governo prático não é para mim“.
Sinceridade pura, não? E aqui, a realidade (não confunda com a ideia do filme Dois Papas, da Netflix).

