Lembram quando postamos sobre o Protocolo FIFA que deveria ser executado em caso de discriminação (das diversas naturezas) quando ocorresse?
(Para recordar, clique aqui: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao/)
Pois bem: ocorreu o 1o caso, e foi na França.
Extraído de: https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/08/17/na-franca-arbitro-interrompe-jogo-diante-de-cantos-homofobicos/
NA FRANÇA, ÁRBITRO INTERROMPE JOGO DIANTE DE CANTOS HOMOFÓBICOS
Por Jamil Chade
O jogo da segunda divisão do campeonato francês, entre os modestos Nancy e Le Mans, entrou na sexta-feira para a história do futebol do atual campeão do mundo. Trata-se da primeira vez que, por conta de um comportamento homofóbico por parte da torcida, um árbitro decide suspender o jogo, ainda que por apenas alguns minuto. Os torcedores do Nancy devem ser punidos e o clube pagará uma multa. Mas foi o gesto do árbitro Mehdi Mokhtari que se transformou numa referência e abriu um amplo debate. A ministra dos Esportes, Roxana Maracineanu, foi a primeira a comemorar a decisão, tomada depois de uma pressão de governos para que a Uefa modificasse suas leis para permitir que uma partida pudesse ser alvo de uma interrupção, em caso de incitação ao ódio ou homofobia.
Em abril, o jogo entre Dijon e Amiens já havia sido suspenso por alguns minutos, desta vez por conta de ataques racistas. A decisão, naquele momento, foi dos jogadores. Agora, aos 27 minutos, foi a vez do árbitro assumir a decisão.
Jean-Michel Roussier, o presidente do Nancy, admitiu que a regra deve ser aplicada e afirmou ter ido encontrar, ainda durante a partida, com os representantes das torcida organizadas para alertar sobre a situação. Na França, a lei permite que um clube proíba a entrada de um torcedor que tenha sido identificado como autor de uma provocação homofóbica, racista ou que promova o ódio e violência.
Se na França a nova lei começa a ser aplicada, na Fifa o assunto já foi alvo de um acalorado debate. Com as seleções sul-americanas acumulando multas milionárias aplicadas pela Fifa, em diversos jogos das Eliminatórias, a Conmebol tentou explicar à entidade máxima do futebol que os cantos homofóbicos eram “culturais”. A Fifa se recusou a aceitar a explicação e continuou a multar as federações.