Li na Revista Época da semana passada o dia-a-dia do todo-poderoso Marcelo Odebrecht, que não se relaciona mais com o seu pai, Emílio, e que foi educado para os negócios pelo seu avô, Norberto, já falecido.
É impressionante um homem bilionário como ele fazer tudo o que tinha feito. A compra de políticos, causas, situações; a distribuição de propina e a criação de departamentos de controle da corrupção; além do dia-a-dia austero consigo próprio, trazem o inevitável questionamento: e se utilizasse sua disciplina e inteligência para o bem?
Na cadeia em Curitiba, Marcelo acordava às 05h30 e praticava 6 horas de exercícios por dia; se preocupava demais com a sanidade mental; dobrava e arrumava cuidadosamente as roupas; “rediagramava as prateleiras” da geladeira numa ordem mais agradável; e outros excessos de organização. Não tomava remédios e estudava com muito afinco todos os seus processos, fazendo reuniões diárias com seus advogados.
Detalhe: antes da sua prisão, a Odebrecht possuía 180 mil funcionários e faturamento de R$ 130 bilhões de reais, sem dívidas a renegociar. Hoje, fatura R$ 90 bilhões (mas tem 500 milhões de dívidas a serem renegociadas) e reduziu seu quadro de colaboradores para 60 mil empregados. Em propinas, têm-se a real contabilidade de 1 bilhão pago a políticos dos mais diversos partidos, que lhe rendeu em obras superfaturadas mais de 10 bi!
Particularmente, acho que não sabemos nem metade de toda a história. Quanta coisa graúda essa gente deve ter escondida (em história e grana), não?

