Desde o início, falamos sobre as preocupações em se tornar uma SAF e ofertar a mesma para investidores de origens duvidosas.
“Duvidosas”, se entenda:
- Sendo do ramo do futebol e conhecendo os trâmites;
- Tendo dinheiro de verdade e não de especulação;
- Procedendo de mercado honesto com dinheiro limpo.
Em 3 postagens, insistimos:
- o interessado, Victor Monteiro, tem mesmo 100 milhões de reais para colocar num clube que está na 4ª divisão estadual e fora de qualquer divisão nacional?
- por quê alguém investiria tão alto num time nessas condições, onde o campeonato tem 3 meses e as dívidas são altas?
Custou-me a crer que as pessoas envolvidas acreditavam nesse conto de fadas (textualmente, pontuei: “é sério que o investidor pagará à vista todas as dívidas do Paulista assim que assumir, se assumir?” E um membro do Conselho retrucou perguntando se eu estava duvidando do advogado, da negociação, do Presidente Lula, do Papa Francisco e bla-bla-blá.
Sim, é óbvio que duvidei, e que todos duvidaram. Sempre torci para que os clubes virassem SAFs / empresas / instituições sérias, respondendo à necessidade de modernização da gestão do futebol brasileiro. E, especialmente, por torcemos pelo Paulista FC, sempre a preocupação foi para o bem do Galo. E o que é melhor, logicamente, não é fazer as coisas por emoção, mas pela razão!
Sou a favor de uma SAF, mas essa, de um cara que ninguém conhece e que claramente não tinha a grana, evidentemente não era uma boa.
Aqui o “PORÉM” citado acima, no título:
- Um negócio como esse tem que ser feito com calma. Quando você dá a permissão para o avanço de uma negociação e permite um aporte, é porque você acredita nas promessas da pessoa, tendo investigado tudo (idoneidade, capacidade financeira e outras nuances). Se você é prudente, espera a comprovação de que o cara tenha dinheiro para começar a negociar com essa pessoa, e aí cobra o aporte. Tudo foi errado! Os torcedores avisaram, as forças-vivas da cidade alertaram, o mundo pediu prudência! E aí, vem um tiro no próprio pré…
Por quê um tiro no próprio pé?
Pois ficou evidente que esse investidor fez a todos de bobos e prejudicou a imagem dos cartolas e da instituição. Há quanto tempo Rodrigo Alves, o presidente do Paulista, ou Fernando Drezza, o conselheiro, depositaram publicamente as esperanças nessa aventura, mesmo com tantos avisos?
Detesto a expressão: “eu te disse, eu te disse, eu te disse”. Mas todos disseram! Ninguém torceu contra o Paulista, todos torceram a favor de que não fosse lesado.
Dois pontos finais:
- Aceitar prolongar a conversa com esse cara, que segundo as publicações de um conselheiro não começaram no período eleitoral, mas desde o começo do ano, para ter esse fim pífio, mostra que a diretoria foi muito ingênua (e aqui, os assessores dela estão incluídos). E se não foi ingênua, foi má administradora, pois iludiu muitas pessoas que agora estão decepcionadas. Não adianta falar que “fizemos o correto e abandonamos o negócio”, pois isso deveria ter sido feito antes de se divulgar publicamente o interesse; afinal, demonstrou ter caído na lábia do investidor, que enganou a todos por tanto tempo.
- Tais situações desacreditam o Paulista como investimento. Quando uma empresa séria, com dinheiro e desejo de investir, vê tais situações (as do Victor Monteiro, Kah Sports / Fut Talentos, Magnata, Campus Pelé), é evidente que tem medo de se associar – por culpa de tudo isso.
Enfim: torçamos para que o Paulista se viabilize, e, de coração, que as pessoas que meteram os pés pela cabeça acreditando em Papai Noel, sejam mais humildes e aceitem conselhos como: “tenham precaução, sejam prudentes e façam o cara provar que tem dinheiro antes de perder tempo, esforço e arranhar a imagem com isso”.
Insisto: numa das postagens, em dezembro, às vésperas das Eleições, divulgou-se que há meses já havia um encaminhamento. Se isso foi mesmo verdade, é um tremendo mico ser enganado por tanto tempo… A experiência e a sabedoria mandariam pedir garantias financeiras logo nos primeiros encontros, não depois de tanto tempo. Que tudo isso sirva para maior humildade e menor arrogância daqueles que criticam quem alerta sobre esses perigos de mercado.
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