Abel Ferreira: que ele é vencedor, não se discute. Mas o comportamento dele é horroroso com a arbitragem.

Creio eu que dos treinadores em atividade no Brasil, ele (talvez seguido por Fernando Diniz), seja o mais indisciplinado. Vejam os números: 41 cartões.

Me recordei de Vanderley Luxemburgo, que no seu auge era expulso muitas vezes e arranjou problemas (até na Justiça) com a arbitragem. Naquela época, a regra não permitia mostrar cartões, somente a comunicação de que estava expulso. E aqui uma confidência: recordo-me em pré-temporada, que os cartolas do apito faziam malabarismo para escolher o árbitro em jogos importantes dele, para que não se dissesse: “desse nome o Luxemburgo vai reclamar e vai forçar ser expulso se o time perder”.

Abel não usa o subterfúgio de criar uma confusão e tirar o foco, mas me parece que é temperamental por natureza (e em muitos momentos, deixa transparecer uma certa “raiva” contra quem está apitando (e eu não gosto de julgar por sentimento… mas não gosto também de pessoas no esporte que demonstram exacerbadamente o “sangue nos olhos e faca entre os dentes”). Cabe aos árbitros simplesmente cumprir a lei, sem a preocupação de “perseguir o treinador palmeirense” (embora ele tenha razão em algumas queixas – mas na maioria, não tem) ou deixar de punir com medo das reclamações posteriores.

O ideal, cá entre nós, é que Abel Ferreira mostre a mesma evolução técnica e tática que teve para o lado comportamental. Isso o ajudaria demais! Afinal, se um jogador dele prejudicar a sua equipe sendo expulso de maneira infantil, como ele, que é recordista em cartões recebidos, “puxará a orelha” do seu subordinado?

Em tempo: me parece mais destemperado um dos auxiliares da Comissão Técnica do Abel (o mais calvo dos seus ajudantes, me perdoe não sabê-lo identificar). Ele “ajuda tanto o treinador” que tem explosões junto  a ele e parece mais nervoso do que todos – e muito desrespeitoso.

Se eu pudesse dar um conselho amigável ao português, diria:

“Caro Abel, você já está na história do Palmeiras e do futebol brasileiro. Se seus arroubos de ira são por conta do nervosismo do jogo, se controle mais! Se é um personagem zangado que você está criando, saia dele. Mas é incoerente você escrever e falar tão bem sobre controle mental e emocional, e agir de maneira tão deselegante”.

Fico pensando: e se ele estivesse perdendo os jogos, poderia ter o “luxo” de tantas expulsões? Certamente a diretoria já teria tido uma conversa mais próxima com ele…

Por fim: nada de “caça às bruxas”! Lamento Milly Lacombe, jornalista que respeito (como todos os outros) em seus posicionamentos, mas que da mesma forma que Abel exagera nas queixas, ela ultrapassou o bom senso. Ao ler seu artigo sobre o treinador do Palmeiras, tenho a impressão de que ele é a causa de toda a violência doméstica do país e que deveria ser preso! O argumento dela deve ter sido redigido sob alguma forte emoção, pois não é cabível tal forte ataque, nem tal relação direta ou indireta desproporcional. Uma pena. Tomara que Milly reveja o que escreveu com mais calma e refaça algumas colocações.

Dados abaixo extraídos de: https://ge.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2023/01/30/abel-chega-a-41-cartoes-recebidos-no-palmeiras-trio-da-comissao-fica-suspenso-para-torneio-nacional.ghtml