Os áudios do VAR do polêmico jogo de 4a feira foram divulgados. Já falamos sobre os erros de arbitragem da partida neste link: https://wp.me/p4RTuC-Fp4. Nas falas entre VAR e árbitro, 3 observações importantes (se você não as ouviu, há o link com o relato aqui: https://ge.globo.com/rj/futebol/copa-do-brasil/noticia/2022/07/28/flamengo-x-athletico-pr-cbf-divulga-audios-do-var.ghtml).
1- A conversa no meio de uma “feira livre”: AVAR fala com o VAR com o áudio do rádio do jogo no último volume, e eles conversam em meio a gritos e a um vocabulário “pouco boleirês”. Não é palavreado de árbitro também, é o uso de expressões inventadas, às vezes incompreensíveis. Custa o árbitro focar na fala do VAR (e a relação inversa também), pedindo para os jogadores se afastarem? No mundo inteiro o árbitro conversa com o VAR sem a gritaria dos atletas em seu ouvido. Por que aqui é diferente? Como alguém, no calor do jogo, em meio a um diálogo confuso e com barulho, pode decidir tranquilamente? A decisão será falha mesmo.
2- O diálogo sobre a não-expulsão de Arrascaeta: o VAR e o AVAR estão checando, e eles narram a Regra do Cartão Vermelho nesse momento (entrou pelo alto / carrinho por trás / força média-alta / muita intensidade / pega o adversário saltando sobre ele). E na sequência vem o Amarelo com o “boa decisão, Luiz Flávio”. REVOLTANTE. Aqui é o pior dos erros: eles sabem que todo esse linguajar é a explicação de uma expulsão, e sai apenas a advertência!
3- Percebam o seguinte: nos lances de possível expulsão, o árbitro NÃO FOI ao monitor. Ele transferiu a decisão para a cabine? Estranho. A autoridade máxima é do juiz de campo, o VAR apenas sugere uma revisão, não uma decisão (ele é assistente, igual ao bandeira, mas com uma tela na frente). No chute de Gabigol e no carrinho de Arrascaeta, a cabine não pode decidir qual a decisão, o árbitro tem que ir rever o lance para confirmar a sugestão do cartão. Ao abrir mão de ir ver as imagens, parece que a equipe de arbitragem se contentava em não expulsar.
Sobre as punições: criou-se algo chamado PADA (Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro), onde Wagner Reway ouvirá orientações do gerente do VAR da CBF, Péricles Bassols, e Luiz Flávio ouvirá uma palestra para melhora do seu desemprenho com um dos membros da CA-CBF, por exemplo, Ricardo Marques Ribeiro. E vida que segue.
Meu amigo Zé Boca de Bagre me disse: “Veja com outros olhos, ao menos o espetáculo do jogo de volta não ficará estragado, vai ter Fernandinho, Arrascaeta, Gabigol…. O Flamengo estava triste com o sorteio na CBF por não decidir em casa e reclamou, mas pelo menos terá suas duas principais estrelas…”
Não concordo, Zé!

Arte extraída de: Divulgação/ GettyImages, em: https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/futebol/supercopa-flamengo-e-athletico-pr-disputam-primeira-taca-do-ano-veja-escalacoes-onde-assistir-arbitragem-e-mais.phtml
