Já viram aqueles carrinhos de caríssimos sorvetes italianos da Dilleto, no qual aparece a figura de um velhinho, supostamente o pioneiro na produção de gelatos em sua família e que há quase 100 anos iniciou a produção de sorvetes artesanais, propagada nas embalagens?
Pois é… TUDO MENTIRA.
A empresa – que não tem 10 anos – misturou marketing, história e invenção publicitária. Agora, a mentira está custando caro…
Veja o que eles diziam:
“La felicità è un gelato” – Com essa frase, o Nonno Vittorio Scabin resumia toda a sua dedicação ao Diletto, um sorvete artesanal, feito com frutas frescas e neve. o ano era 1922, e o local era o pequeno vilarejo de Seppada, na região do Vêneta. O cuidado no preparo e na seleção dos ingredientes naturais fazia do Dialetoo um sorvete delicioso e saudável. Mas veio a grande guerra, e Vittorio viu-se obrigado a deixar sua Itália e construir uma nova vida no Brasil. Hoje, quase um século depois, a tradição continua pelas mãos de seus netos, que uniram as evoluções da indústria às sutiliezas do processo artesanal desenvolvido pelo nonno. Diletto: esse é o legado que Vittorio Scabin deixou para seus netos, que mantém a mesma dedicação, perfeccionismo e paixão que são fundamentais para transformar simples picolés em raras e deliciosas porções de felicidade.”
Agora, veja a realidade,
A MENTIRA DO VOVÔ QUE NUNCA EXISTIU
A história fictícia que era contada como verdadeira pelos sócios da empresa de sorvetes Diletto deverá ser mudada, de acordo com decisão divulgada nesta quinta-feira, 11, pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (#Conar).
Na prática, explicaram fontes do mercado publicitário, isso significará que a marca de sorvetes terá de explicitar em toda a sua comunicação – incluindo site institucional, propaganda e embalagens – que o personagem não existe.
Um dos sócios da empresa, Leandro Scabin, contou durante anos a história de que o negócio recriava versões das receitas de seu avô, #VittorioScabin, um italiano que fazia sorvetes no início do século 20.
Além de estar disponível no site da companhia, a trajetória do “#nonno Vittorio” foi reproduzida por vários jornais e revistas. Na verdade, o vovô saiu da imaginação de outro sócio da empresa, Fabio Meneghini, ex-publicitário que por anos trabalhou na WMcCann. O avô de Scabin, na vida real, nunca viveu de produzir sorvetes.
Depois que o fato de a história ser fictícia ter vindo à tona, a Diletto divulgou nota afirmando que a história de Vittorio em nada afetava a #qualidade do produto. A companhia afirma que todo o resto de sua publicidade era real, incluindo o fato de usar limões sicilianos, coco da Malásia e baunilha de Madagascar na fórmula de seus produtos.

