– Fair Play esquecido no jogo Corinthians X Santos?

Quem disse que se deve devolver ao adversário uma bola colocada para fora visando atendimento de atletas lesionados?

Na regra, nada diz. No código informal de conduta dos atletas de futebol durante o jogo, é obrigação.

No sábado a noite, na partida Corinthians X Santos, tanto o Timão quanto o Peixe não praticaram Fair Play na situação citada. Emerson Sheik se lesionou e a bola, que estava em posse do Corinthians, foi colocada para fora visando o atendimento médico. No reinicio, com arremesso lateral, o Santos não devolveu a posse de bola. Posteriormente, após o goleiro Rafael se machucar e necessitar de atendimento médico, o revide: no reinício da jogada, o Corinthians segue com o lance, ao invés da devolução da posse de bola.

O primeiro lance foi em cima de Emerson, jogador que não é bem quisto pelos adversários. Teria sido esse o motivo da não devolução? Lembrando que no segundo lance, quem domina a bola e não devolve é o próprio Emerson.

Na Regra do Jogo, não há nada que obrigue a devolução da posse de bola, quando é colocada para fora pelos atletas. Porém, há a situação em que o árbitro é obrigado a paralisar o lance ao invés de esperar que uma bola seja chutada pelos jogadores. E nessa situação, o reinício é com o bola-ao-chão. Em ambos os casos, devolver ou não a posse vai da boa educação e espírito esportivo dos atletas.

Curiosidade: quando o jogo é reiniciado por Bola ao Chão (Regra 8), a partir de 2012, não se pode mais marcar um gol. Por anos era permitido que, na disputa de bola (após o árbitro deixá-la cair no chão e ela tocar o solo) caso o atleta quisesse dar um chute para o gol e ela entrasse, o gol fosse confirmado. Já imaginaram a confusão caso um atleta dissesse que iria devolver a bola gentilmente e fizesse um gol? Hoje, se isso acontecer, o árbitro deve assinalar tiro-de-meta. Caso seja um chute para o próprio gol, não vale o gol-contra e o lance vira escanteio.

Curiosidade: para o bola-ao-chão, não precisa que os jogadores estejam próximos da bola para disputá-la. Poderão estar desde os 22 jogadores em volta do árbitro, ou ninguém! O jogo só começa a valer quando ela tocar o chão.

E você, o que pensa sobre isso: está faltando espírito esportivo no futebol? Deixe seu comentário:

5 comentários sobre “– Fair Play esquecido no jogo Corinthians X Santos?

  1. Porcari

    No caso da bola ao chão, interessante lembrar seu público que o gol somente será invalidado caso o jogador chute a bola diretamente. Olha que interessante o exemplo abaixo:
    Jogador toca a bola com um pé e em seguida chuta a bola (2º toque) e faz o gol. O gol será validado, pois, a bola não foi chutada diretamente.
    Sendo assim, árbitros e jogadores das equipes adversárias devem continuar atentos, pois, a FIFA define a regra para as pessoas que possuem espírito esportivo, porém, sempre tem um “espírito de porco” para achar outra saída.

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  2. Grande Abade, realmente, bem lembrado sobre tal burla. Lembrando que, ao contrário que muitos possam lembrar, você pode sair jogando (diferentemente de um tiro direto).

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  3. Não vai demorar muito para a Fifa criar uma regra espefica para essa regra do “fair play”. Agora o Flávio Prado na Jovem Pan disse uma coisa que concordo, quando um jogador de um time cai, o time adversário, que perde o jogo, joga a bola fora e percebe que o atleta que está no chão não tem lesão e está fazendo cera, não tem que devolver a bola. Pois se for ter ética no futebol, para ter o fair play, ninguém pode praticar cera. O futebol é a “lei do esperto”, sempre alguém quer tirar vantagem.

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  4. Porcari, Abade e Thiago:

    Belas analises e observações, porém, lembram-se do ESPIRITO DAS REGRAS onde sempre me fixei?
    Todas as observações são absolutamente corretas, apesar de conflitantes. É prerrogativa do árbitro paralisar ou não. Com tanta simulação acho que “esse” FAIR PLAY é mentiroso. Aceitaria quando o árbitro paralizar e não jogador “forçando” na malandragem.
    O árbitro não pode esquecer que existe um ESPIRITO nas regras e se a burla citada pelo Abade acontecer “meteria” um amarelo na cara do jogador.
    Lembram do recuo com os pés?
    O engodo de levantar a bola á cabeça, e recuar ao goleiro foi corrigido pelo ESPIRITO.
    E aqui nada é diferente. Basta a coragem de interpretar a conjugação de TEXTO e ESPIRITO Amigos…
    A profundidade das Regras é coisa entendida por poucos, e não pelo mundo de curiosos que andam por ai…
    Se realmente houvesse ética no futebol minha opinião poderia ser diferente.

    Abraços Amigos,

    Gustavo

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  5. Professor e Amigo Gustavo,
    sempre aprendemos com o senhor. Obrigado por corroborar seus conhecimentos conosco!

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