– Paulista FC e SAF, Parte II: o encaminhamento.

Na reunião da última 5ª feira, conheceu-se mais um pouco do investidor que deseja comprar a SAF do Paulista. Nada foi aprovado, apenas uma satisfação aos conselheiros foi promovida (e isso foi bom, pois como já abordamos, tal assunto requer envolvimento de muita gente e cuidados extremos (vide aqui: https://wp.me/p4RTuC-InC).

Da Magnata ao Campus Pelé (sem nos esquecermos do Milionário Monegasco representado pelo português Paulo Fernandes, que nunca existiu), gente simples e gente experiente “caiu no conto” (e uso essa expressão com tom ilustrativo, pois cuidados foram tomados e não foram suficientes). Assim, “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

Pela distância e pelos meus compromissos profissionais (tive que me mudar de Jundiaí, e a rotina tem sido corrida), não consigo acompanhar profundamente o processo “SAF do Paulista”. Mas como torcedor, acho que algumas dúvidas surgem e deixo aqui algumas perguntas, para quem possa responder:

  • Vitor (não sei o nome completo dele por ignorância minha, se alguém quiser completar, deixe no post), citado por Fernando Drezza no seu texto no grupo do Galo no Facebook, é o investidor. Será a primeira experiência dele no negócio futebol, ou já teve outras? Digo isso pois os investidores de SAFs brasileiras já atuam no meio (John Textor do Botafogo é dono do Crystal Palace e de outros clubes europeus; Ronaldo chegou ao Cruzeiro sendo antes gestor do Valladolid-ESP; a 777 chega ao Vasco após trabalhar com o Gênova na Itália, e o City Group leva o Bahia tornando-o o 12º time do deu portfólio, entre outros casos). Ou o Paulista será o clube em que o novo investidor debutará?
  • Imagino que deverá chegar uma equipe de gestão profissional. Esses administradores serão conhecidos antes da assinatura do contrato, a fim de tranquilizar a torcida com bons nomes? Eles terão know-how em outras empreitadas no futebol? Saber quais serão essas pessoas, será muito interessante…
  • Os valores apresentados representarão quanto no investimento da equipe e na amortização das dívidas, em expectativa? Cito o Cruzeiro: Ronaldo injetará R$ 400 milhões em 10 anos por 90% da SAF, num clube que deve hoje R$ 532 milhões (dados da ESPN.com, dê um Google para conferir). Esses 400 mi não são para pagar dívidas, mas fazem parte de um orçamento de 40 milhões anuais para cada temporada, a fim de pagar salários e negociar atletas. A cada entrada / receita / dinheiro que “pingar na conta”, um percentual pequeno vai para o clube e a “bufunfa gorda para o Ronaldo”. Certamente, quando der os 10 anos de contrato, o Cruzeiro SAF estará na primeira divisão rentável, mas o Cruzeiro EC continuará endividado. Trocando em miúdos: a Raposa fez o negócio intermediado pela XP Investimentos para não fechar! Sendo assim: como será a conta comparativamente falando (percentual de SAF, de investimento anual no time, de entrada para o Paulista, e de outras nuances)?

Se tudo isso valer a pena, excelente! Sou defensor do futebol-empresa, das SAFs e de outras modalidades do futebol-business. Tenho acompanhado de perto o caso do Red Bull Bragantino (que não tem nada de SAF, a estratégia de gerenciamento é voltada para a divulgação do negócio, mais ou menos nos moldes da Parmalat, com a diferença de que o “dono do negócio” prioriza o marketing e ações de valorização da marca). Portanto, torço para uma parceria de sucesso ao nosso Galo. Mas, insisto, com todas as precauções necessárias, ouvindo pessoas dos diversos setores da sociedade, sem atropelos.

Por fim, a última pergunta: 

  • Quais serão as garantias / multas / fiador? A empresa que comprará a SAF do Paulista já existe, ou vai ser ainda montada? Nos casos citados acima, todos os empreendedores já estavam estabelecidos… De quanto será o capital social, e, talvez, um detalhe “bobinho”, mas que muitas vezes passa batido: a empresa estará no nome do próprio investidor, certo?

Se eu alugo uma casa, quando meu contrato com o inquilino acabar, espero que tudo o que foi acordado tenha sido cumprido e o imóvel esteja, no mínimo, igual. Se existir algum problema, que o fiador / seguro-fiança ou equivalente, seja acionado.

São perguntas normais para um negócio de longo prazo e importância como esse. E imagino que vários torcedores do Galo têm a mesma curiosidade. Não sou sócio, não tenho envolvimento político, mas… pago com meu pai há 38 anos as 3 cadeiras cativas (não tem nenhum ano em débito, e custam bem caro). Acho que eu tenho direito de, humildemente, perguntar.

ganhar dinheiro com futebol

Extraído de: https://arena22.com.br/blog/ganhar-dinheiro-com-futebol

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.