A última boa partida que vi Wilmar Roldán apitando foi Palmeiras x São Paulo pela Libertadores da América. Com atuações irregulares, algumas boas e outras ruins, tem um histórico de lambanças (algumas delas aqui: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2021/08/15/o-que-esperar-de-wilmar-roldan-para-palmeiras-x-sao-paulo-no-jogo-de-volta-da-libertadores/). E foi protagonista nesta 5a feira no Equador 1×1 Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Vamos aos lances?
1) 13 minutos: o goleiro Domínguez (ECU) salta e acerta com a sola da chuteira na cabeça do atacante Matheus Cunha (BRA). Pelo fato do local em que o brasileiro foi atingido (pescoço) estar fora da área, é falta (independente do pé estar ou não dentro da área penal). Mas o juiz não expulsa o equatoriano até o chamado do VAR.
Por que Roldán errou?
Porque ele estava encoberto. Repare na imagem desse lance (ela é perfeita e didática): há um equatoriano à direita (na frente do bandeira), outro à esquerda (na frente do juiz) e aí vem o goleiro. Roldán apitou sem saber a gravidade do que aconteceu. Somente as câmeras do VAR poderiam mostrar o que houve.
Errou o árbitro em um primeiro momento; acertou no fato da primeira atitude ter sido o atendimento do jogador atingido; por fim, foi correto em ir à cabine do VAR. Ou seja: o árbitro de vídeo (que provavelmente já tinha dito a ele que era lance para Cartão Vermelho antes de ver as imagens no monitor) salvou Roldán.
2) 19 minutos: Emerson Royal (BRA) já tinha recebido corretamente Cartão Amarelo por ter deixado o braço em Moisés Caicedo (ECU), a 1 minuto de jogo (as novas orientações da FIFA, desde 2020, obrigam a arbitragem a ser rigorosa com lances desse tipo, sendo Cartão Vermelho se a intensidade for maior e atingir a cabeça com mão, braço ou cotovelo). Na segunda falta cometida pelo lateral (uma dividida por ação temerária em Estrada) outro Amarelo corretamente aplicado. Portanto, expulsão justa, acertou o árbitro.
3) 25 minutos: a 1a Expulsão e “Desexpulsão”, num grande equívoco: Roldán estava longe da jogada, e ao ver o pé do goleiro Alisson (BRA) atingindo Enner Valência (ECU), aplica o Vermelho. Seis minutos depois, devido à verificação com o VAR e muita discussão, retira o Cartão.
Neste lance, Alisson, estando em uma distância considerada segura, dá um chutão para frente. Valência vê que o goleiro ganha a jogada (repare também nessa imagem) e já vai virando a cabeça para minimizar o choque com a perna que já está em queda (é o chamado “lance vencido”). Quando há o contato, não é falta, mas sim casualidade (Valência não conseguiria mais disputar a bola, estava em velocidade e não frearia a tempo de evitar o encontrão no goleiro. Erro crasso do juiz, novamente corrigido pelo VAR.
4) Intervalo: Os acréscimos de um jogo existem para recuperar o tempo gasto com atendimento médico, substituições diversas e tempo perdido com as conversas / discussões junto ao VAR. Nos lances dos Cartões Vermelhos de Dominguez e Emerson Royal, além da confusão com Alisson, somei em meu modesto relógio 16 minutos de paralisação (repito: somente nestas 3 situações). Portanto, errou o árbitro ao dar 9 minutos de acréscimo.
5) 54 minutos: Estupiñán (ECU) dribla Daniel Alves (BRA) e quando vai passar por Raphinha (BRA) adianta a bola e simula ter sofrido pênalti. Roldán, estando atrás da jogada, imagina que o equatoriano realmente foi travado pelo brasileiro (já que por trás existe essa impressão). Pela imagem da frente, é claro que Raphinha não toca em seu adversário. Viva o VAR, que corrige equívocos como este: o de um pênalti mal marcado e com a sua ajuda, desmarcado.
6) 92 minutos: Preciado (ECU) vai disputar a bola com o goleiro Alisson (BRA), que a atinge de maneira legal, sem infração contra o adversário (o contato físico posterior é normal, por consequência do lance). Não dá para entender um erro tão infantil do árbitro como esse (já que ele tem muita experiência). De novo expulsou Alisson, que novamente foi salvo pelo VAR e “desexpulso”.
O VAR Leodán González acertou em tudo: lembrando que ele foi o mesmo árbitro que apitou muito bem River Plate 0x3 Palmeiras pela Libertadores; mas, recordando também que ele foi muito mal em Palmeiras 1x 2 Defensor Y Justicia pela Recopa Sulamericana.
Curiosidade: Na Copa de 2018, Roldan apitou Tunisia x Inglaterra e desprezou o uso do VAR. Por tal motivo, foi retirado do Mundial após sua atuação. No ano seguinte, em Bucaramanga, pelo Campeonato Colombiano, anulou um gol e foi consultar o VAR... só que neste torneio não tinha o VAR! Olhe que loucura: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2019/04/10/wilmar-roldan-pagando-micoem-bucaramanga-2×1-santa-fe/
Teria sido trauma de árbitro de vídeo desde a Rússia?
Extraído de: www.trivela.com.br(Rodrigo Buendia-Pool/Getty Images/One Football)


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