Algo que precisa ser discutido: as decisões que os treinadores de futebol tomam ao longo de suas carreiras.
É dito que as Seleções de Futebol da Europa nunca têm os melhores treinadores. Afinal, a carreira deve se desenvolver em clubes, que os remuneram muito bem. Treinar Selecionado Nacional só na proximidade da aposentadoria (vide Klopp, Guardiola, Ancellotti…). Aqui no Brasil, o conceito funciona diferente: a Seleção é o auge!
Já nos clubes locais, temos algumas particularidades:
1- ir para quem pode te dar estabilidade na carreira (o que é difícil),
2- ir para quem é grande (e isso é discutível),
3- ir para quem te pagará mais (livre mercado) ou
4- ir para quem vai brigar por títulos (o que se restringe a alguns)?
Lógico, se a agremiação oferecer as 4 situações, excelente!
Um exemplo? Vágner Mancini. Quem é jundiaiense como eu, torce para o sucesso do ex-jogador do Paulista de Jundiaí e treinador do Galo quando venceu a Copa do Brasil. Deixou na cidade muitos amigos e ótimas lembranças esportivas e sociais. Só que… Mancini é um “acertador de equipes”. Junto ao seu amigo Dorival Jr, defendeu a estabilidade de técnicos em seus cargos e o fim das “demissões resultadistas”. Nos últimos tempos, foi “sacaneado” no São Paulo, quando tinha a promessa informal de ser o treinador efetivo. Porém, abandonou o Atlético Goianiense e foi para o Corinthians. Idem ao Grêmio, quando realizava um grande trabalho no América-MG (que deve se tornar uma empresa e vendido a um interessado americano, segundo se cogita). Está prestes a cair para a 2a divisão do Brasileirão, e fica a questão: está gerindo bem sua carreira?
Cuca é o atual vice-campeão da Libertadores da América, e deixou o Santos para um projeto no Atlético Mineiro. Ceni é o atual campeão brasileiro, e depois da conturbada saída do Fortaleza para o Cruzeiro (com retorno ao clube e depois a ida ao Flamengo), está de volta ao SPFC, mais maduro. Sylvinho está trabalhando e aprendendo os macetes da função com o “carro do Corinthians” em andamento. E por aí vai.
Pergunto-me:
- As decisões dos treinadores quando vão escolher os clubes, fora o apelo emocional, financeiro e pessoal, são discutidas com gente especializada e profissional, dando orientações a esses treinadores?
Gerir mal a carreira pode dar uma “congestão” indesejada, e ficar fora dos holofotes principais… vide Adilson Batista, PC Gusmão, e outros nomes que “quase vingaram”/ vingaram parcialmente.

Foto-arte: Estadão, extraída do link: https://esportes.estadao.com.br/blogs/robson-morelli/olho-para-uma-lista-com-nomes-de-treinadores-brasileiros-e-nao-vejo-quem-poderia-assumir-o-palmeiras/, na matéria de Robson Morelli
