O futebol feminino, todos sabemos, engatinha no Brasil (e sempre foi assim). Falta patrocínio adequado, existe pouco incentivo e não temos um campeonato verdadeiramente profissional.
Alguns clubes e federações tentam fazer algo sério, mas esbarram em todos esses fatores citados. E quem sofre, evidentemente, são as atletas que se desdobram em conseguirem sobreviver.
Neste cenário, há disparates impressionantes: por exemplo: o bem estruturado São Paulo FC que jogou contra o quase amador CA Taboão da Serra, e venceu por 29×0!
O depoimento da jogadora Nini, do Taboão, à TV FPF, é um retrato perfeito para se entender o momento:
“A gente sabia que seria difícil, o São Paulo vem treinando há muito tempo, inclusive durante a pandemia, enquanto nosso time é um elenco muito jovem e praticamente nós não tivemos treino. Nós conseguimos um campo recentemente, treinamos três dias antes do início do Campeonato Paulista, nesta semana tivemos mais dois dias de trabalho no campo, então é muito difícil jogar e posicionar taticamente contra um time do nível do São Paulo. Mas em momento nenhum vamos desanimar. Infelizmente a gente usa a camisa do CATs, mas em pouca coisa o clube nos ajuda. É mais a vontade da comissão técnica mesmo, as atletas estão sem ganhar nada, ninguém tem salário, ninguém tem condução, a gente não tem roupa de treino, não tem apoio nenhum do clube. A gente simplesmente usa o nome do clube para participar do Campeonato Paulista porque acredita que é uma oportunidade para as meninas mais novas.”
Mais cristalina do que essa realidade, impossível…

