Respeito todas as crenças e a descrença, e vejo a história do Palmeiras desejar jogar com meias brancas por quê “daria sorte”.
É lógico que como o futebol é um microcosmo da sociedade, e que sendo assim, as diversas crendices aparecem no dia-a-dia em campo e têm seu efeito psicológico. Há, portanto, de considerar a hipótese de “ajuda dos astros” (embora, particularmente, não acredito em superstições e equivalências assim – tenho minha fé bem resolvida – mas não é por isso que devo desdenhar de quem crê diferente).
Independente da cor da meia que o Palmeiras jogará no próximo sábado (pois como o Corinthians é mandante na quarta-feira, ele pode jogar com suas meias brancas e o adversário, Palmeiras, terá que jogar com as cores diferentes dele – verdes, no caso), surgiu uma brincadeira sobre isso no Programa Esporte em Discussão da Rádio Jovem Pan que virou uma questão muito bacana e curiosa: e se o Palmeiras quisesse jogar com uma meia branca numa perna e verde noutra?
Poderia?
Vejam só: o uniforme é constituído de camisa, shorts, meias, equipamento de proteção (caneleira) e calçado (tênis ou chuteira, que não leve perigo ao adversário ou ao próprio atleta). Os de identificação ao público (camisa, calção e meias) devem ser idênticos. Caneleiras, como são encobertas, não. Igualmente às chuteiras, que são permitidas como personalizadas devido aos patrocinadores e/ou serem ferramentas de trabalho (embora exista quem defenda – e tem lógica – que deveriam ter cores predominantemente padronizadas).
Mas e os meiões de “duas cores”? Se o Palmeiras desejar jogar com uma perna vestindo a branca e na outra com a verde, onde está a impossibilidade disso na Regra do Jogo? O Espírito dela não impede, nem a Regra 4.
Porém, leve em consideração: as meias de um time visitante devem ser diferentes das do mandante. Na final do Derby, com mando do Corinthians, as cores da meia do Timão são brancas (mas ele poderia jogar com as pretas se quisesse); assim, o Verdão deverá ir de verde. No mando do Palmeiras, se quiser jogar com cores diferentes, precisa apenas definir qual perna levará cada cor (isso deve ser uniforme / padronizado: todos de verde na perna esquerda e todos de branco na direita, por exemplo.
Importante: essa inovação só poderá acontecer se o adversário tiver uma cor diferente das duas de quem quiser usar, e fica o exemplo: Palmeiras x Guarani, por exemplo, não seria razoável…
E já que falamos sobre Regras, a Regra 1 será cumprida na Arena Itaquera, hoje? Afinal, desde 22 de Julho, com o episódio da pichação, está pintada a inscrição SCCP na área de meta. Já deu tempo da grama crescer, ser cortada, e as ações de vandalismo realizadas sumirem. Ou não?
Por fim: torço para que Raphael Claus, árbitro da partida, seja resiliente às pressões. Eu evitaria sua escala, pelo seguinte fato: se cometer equívoco a favor do Corinthians, ganha força a teoria pró-Alvinegra; se o equívoco for pró-Palmeiras, aí nasce a teoria de compensação para o Alviverde. Portanto, seja perfeito, Claus!
Minha opinião sobre essa escala em: https://professorrafaelporcari.com/2020/08/03/10-nomes-para-a-arbitragem-da-final-entre-corinthians-x-palmeiras/