por Reinaldo Oliveira
Junho é tempo das quermesses e de decisões político-partidárias, algumas impensáveis, anos atrás. Estamos no período do ano eleitoral no qual os partidos realizam as convenções para escolha dos candidatos ou candidatas a prefeito, vice-prefeito, vereadores e vereadoras e decidem, também, se vão fazer coligações, com e quais partidos. Até dia 05 de julho, os nomes daqueles que vão concorrer às eleições deverão ser entregues nos cartórios eleitorais. Talvez você tenha sido convidado a se candidatar. Você pensou, conversou com a família, com o padre e se decidiu: sim, acredito que sendo candidato poderei ajudar a melhorar a situação do município. É verdade, os partidos precisam contar com a presença de cristãos e cristãs, que entendem a atuação dos políticos como serviço à coletividade. É o vereador que, pela elaboração de leis significativas, possíveis de serem cumpridas, organiza a vida da cidade, as relações entre seus habitantes e entre os que disputam o espaço da cidade, para seus negócios. É também o vereador que decidirá sobre o uso do dinheiro dos impostos, devendo zelar pela sua aplicação em favor do bem daqueles que mais necessitam, fiscalizar a atuação do prefeito e verificar, em nome dos munícipes se ele ou ela, prefeito, ou prefeita, está governando a favor de todos. Mas, pense bem! E se você for apenas um candidato “alavanca”? Candidato “alavanca”? Sim, isso mesmo. O candidato mobiliza família, amigos, comunidade, conhecidos e desconhecidos, faz campanha, vai às ruas a caça de votos. Mas, de repente, percebe que não tem espaço nos encontros partidários, que não é chamado a falar quando convidam o candidato a prefeito, que não recebe ajuda do partido para financiar a campanha. Verifica, também, que existem no partido, ou na coligação da qual o partido faz parte, candidatos que talvez já sejam vereadores e estejam se candidatando novamente. E observa que recebem apoio partidário e tem o nome estreitamente vinculado ao candidato a prefeito. E agora? Qual era o interesse do partido ou coligação nesta candidatura? Atenção, possíveis candidatos e amigos e amigas eleitores, que nos ouvem. A resposta está nas regras do jogo eleitoral. As vagas na Câmara Municipal são distribuídas entre os partidos ou coligação de partidos que conseguem maior número de votos válidos. Assim, nem todos os partidos tem assegurada vagas na Câmara e um candidato com muitos votos pode não ser eleito, se o partido pelo qual ele se candidatou não tiver votos suficientes para garantir pelo menos uma vaga de vereador. E agora, amigo eleitor ou candidato, qual o resultado de todo esforço que fez para conseguir algumas dezenas de votos? Você, simplesmente, alavancou outros candidatos, isto é, deu fôlego para que seu partido ou coligação ocupasse um número maior de vagas na Câmara Municipal. Tudo bem! Não há problema nenhum em alavancar uma disputa eleitoral! Mas, vamos ser alavancas com muita consciência. Para isso, considere três alertas amarelos, três sinais de atenção:
1o.) Tenha consciência de que, ao se candidatar ou votar num candidato alavanca, você poderá estar apenas prestando um serviço ao partido ou coligação, ajudando a eleger candidatos mais conhecidos.
2o.) Tão importante quanto o primeiro alerta, é ter consciência da seriedade do programa do partido e dos partidos que integram a coligação, de suas histórias de luta em favor do povo.
3o.) E da mesma importância que os alertas anteriores, conheça muito bem quais serão os candidatos mais fortes do partido ou coligação e tenha certeza absoluta que não estará trabalhando para algum picareta.
Que são Tomás Morus padroeiro dos políticos, ilumine a população brasileira para que cheia do Espírito Santo e seguindo o exemplo de João Batista, vote consciente e eleja candidatos que legislem com visão plena de vida para todos e todas.
(Caci Amaral – Coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo)



